Till The End Of Time escrita por eusoueu


Capítulo 2
Casa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538156/chapter/2

“Primeiro era vertigem .. Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir .. Já dei meia volta ao mundo .. Mas sempre tinha a cama pronta e rango no fogão .. Luz acesa me espera no portão, pra você ver que eu tô voltando pra casa .. Outra vez”

Euge: Peter, acorda! Ta na hora – falou Euge me sacudindo na cama –
Peter: Mas já? Que horas começa a aula? – falei lento e com os olhos fechados –
Euge: Já, anda! Não vou chamar de novo, hein? – falou saindo do meu quarto –
Peter: Ta, ta ..

Estava de bruços, me virei reto na cama. Fui esfregando a mão nos olhos e abrindo-os aos poucos. Já acordado fui tratar de tomar um banho gelado, a noite foi bem calorenta, ainda estava me readaptando ao ambiente, e também, chegamos tarde do jantar, já enfadado da viagem nem fiz questão de tomar banho, apenas deitei e dormi.

Mari: Bom dia mainha, a benção?
Maria: Deus Abençoe! – dei um beijo em sua face, e me sentei na mesa. –
Mari: Oh coisa linda – fiz graça pro Pato, que me olhou tedioso – Cadê painho?
Laura: Teve imprevisto na empresa.
Mari: Hum – falei mordendo uma torrada –
Maria: Ei, fiquei sabendo da volta do irmão da Euge.
Mari: Hum – terminando de mastigar - humrum, ele chegou ontem.
Maria: E ele voltou por quê?
Mari: Diz a Euge que ele sentiu falta da família, coisa assim.
Maria: Ainda bem né... Ele tinha tudo pra ser um menino de ouro.
Mari: E não tem mais? – perguntei sem entender direito –
Maria: Ah minha filha, quando a pessoa é criada sem os pais, fica difícil se construir um caráter digno.
Laura: Mas mãe, isso não quer dizer que não tenha mais ninguém que possa criar uma pessoa boa no mundo sem ser os pais.
Mari: É verdade, e também, ele não foi abandonado né, os avós que o criaram.
Maria: Mesmo assim, nada substitui os pais de alguém.
Mari: Claro né mainha, mas não necessariamente ele vai ser um vagabundo porque não foi criado pelos pais. E mais, tem muitos pais por aí que não vale um realzinho sequer.
Laura: Já ia falar a mesma coisa!
Mari: Pois é, mas agora eu tenho que ir – falei tomando o restinho do leite – Bom dia pra vocês! Ei bobão, vê se dá um sorriso, a vida é bela, fica aí de cara feia, eu hein.
Pato: Nem vou te responder. – Mainha, Laura e eu começamos a rir –

Quando dobrei na rua em que fica o apartamento de Euge, a avistei de longe. Estava acompanhada, um garoto alto com um corpo padrão, corpo musculoso, mas nada exagerado. Diria que no ponto, se é que me entendem...
Fui caminhando mais lentamente. Na verdade, estava com vergonha de interromper alguma coisa.
Cheguei meio de mansinho, e antes de chegar completamente, Euge já começou a falar.


Euge: Ah, olha ela aí!
XxX: Essa é a... ? – falou apontando pra mim e com cara de espantado –
Mari: A quem?
Euge: É, ela sim! – eu ainda estava sem entender nada –
XxX: Caramba! Você tá... Você só continua baixinha né? – dei um sorrisinho daqueles bem verdadeiros, sabe? Aqueles que mostram o quando você gostou de escutar o que a pessoa de dizer -
Mari: Euge, vamos? Estamos atrasadas! – falei cochichando no ouvido de Euge – Ele tá me deixando sem graça –
Euge: Você não tá conhecendo ele? – olhei pra ele novamente –
Mari: Não – falei constrangida –
XxX: Espera aí. – ele levantou uma das mangas da blusa, e me mostrou seu braço. Vi uma cicatriz. (Quando éramos pequenos, Peter e eu estávamos na rua, em calçadas opostas, ele me ordenou que eu jogasse uma pedra pra ele, joguei e ele jogou de volta, ficamos assim, sabe como são as crianças, se divertem com uma bobagem dessas. Até que uma hora me descontrolei e a joguei com muita força, ele foi se proteger e acabou com um rasgão no braço, ele teve que tomar três pontos, o que fez a cicatriz) Imediatamente lembrei –
Mari: Peter? – fiquei boquiaberta –
Peter: Ainda to esperando um abraço – abriu seus braços e sorriu. Nos abraçamos forte e ainda assustados um com a fisionomia do outro ficamos a nos olhar.
Mari: Gente, você ta muito... – olhei-o dos pés a cabeça – Grande!
Peter: Você que não cresceu, baixinha!
Euge: Ok, da pra ir conversando e andando? Estamos atrasados, lembra?
Mari: Meu Deus, você ta diferente, todo fortinho e bonitinho.
Peter: Como assim? Eu era feio? – me perguntou irônico –
Mari: Ah, você me entendeu...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem-vindos! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Till The End Of Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.