O Assassino De Reis - O Desejo De Anna escrita por Lianou


Capítulo 9
Capítulo 8 : Força De Vontade




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" Por trás de meus textos , não há só tinta. Por trás de meus textos , existem ideias. E ideias , não morrem jamais.” – Elizabeth.

*

Local : Terras Altas Da Escócia – Saída do porto

Status : Noite fria com névoa

Dia : 03 de fevereiro

Hora : 21 : 30

Personagem : Elizabeth

*

– Está mesmo me levando para o castelo ? - Perguntou Elizabeth enfurecida.

– Sim... - Disse o guia gaguejando e apertando o passo. - Só vai levar...alguns...minutos...

– Você disse isso há duas horas atrás. E a única coisa que fizemos foi andar , andar e andar.

– Relaxa , sei para onde estamos indo...

Apesar de não gostar de andar praticamente em círculos , Elizabeth admirava as maravilhas que o reino tinha a oferecer. Porém , escondia suas expressões com um rosto neutro , mesmo que só houvesse ela e o guia andando pelas ruas de pedra por consequência da chuva fraca.

– Então... - Disse o guia sem parar de andar. - Ouvi falar muito de você. Eu viajei para Veneza recentemente , e o povo de lá não falava de outra coisa sem ser os seus livros. Até porque , essa " Era Dourada " está cheia de amantes de artes.

– É uma das vantagens dessa nova era... - Disse Elizabeth também sem parar de andar. - Porém , as inúmeras desvantagens superam as insignificantes vantagens.

– Insignificantes ??? A vida está melhorando para todos , as novas terras estão...

– Estão expulsando os moradores nativos de seus lares de origem. - Disse ela interrompendo o guia. - Famílias estão ficando sem onde ficar e como consequência disso , passaram a brigar por migalhas. Esse é o resultado desse " Novo Mundo " , que só está fazendo homens como William e Marc que se aproveitam desses absurdos , ganharem ouro sujo.

– Já vi que você é uma anarquista...

– Se ser anarquista é lutar pela liberdade e pelos nossos direitos como homens e mulheres , então eu sou com muito orgulho.

– Eu não acredito nisso... Uma escritora bem sucedida como você , fecha os olhos para o futuro ?

– Fecho os olhos para o futuro e mantenho meus olhos e braços abertos para aqueles que você chama de " coitados ".

O guia então se cala , atordoado pela resposta de Elizabeth e seu fortíssimo argumento contra a revolução. Mesmo assim , o guia se mantinha firme em sua opinião.

– Você sabe que muitos são a favor da revolução. - Disse o guia. - E aos homens e mulheres de possam se sacrificar pelo bem dos outros , serão eternos heróis.

– Nunca deixe que a opinião de muitos passe ser a sua opinião. Pois se isso acontecer , você será um cego.

Com essa frase pronunciada , o guia se cala.

– E sobre esses " heróis " , são pessoas assim que eu estou procurando. Por isso estou indo para Arendelle para encontrar o Kristoff que já é um herói e que só está se sacrificando para salvar a princesa Anna. Ele será a prova de que essa " revolução " não pode acontecer.

– Kristoff ? O responsável pela bagunça nos reinos de Arendelle e Ilhas Do Sul ? Está procurando o que ? Heróis ou assassinos de reis ?

– Ele não é um assassino.

– Quer saber , o castelo fica a poucos metros daqui , é só continuar andando. Estou cansado de ouvir essas suas besteiras. Boa sorte com seus novos livros , anarquista !

– Essa anarquista aqui está lutando por você e por todos os outros.

– Lute sozinha !

E em seguida , o guia vai embora sem dar satisfações e deixando Elizabeth sozinha , praticamente largada na chuva a poucos metros do castelo.

Junto com a chuva , Elizabeth acaba deixando escapar pequenas lágrimas ao lembras das frases do guia enfurecido. Não aceitava nada daquilo que o guia defendia com tanto orgulho , e lamentava ser uma das poucas que tiveram a coragem de lutar contra a revolução.

E em meio a esse choro leve e tímido , um homem que era coberto pelas sombras segura o ombro de Elizabeth que se recompõe no mesmo instante , mas não reagiu.

– Escritora Elizabeth... - Disse Thane que largara o ombro de Elizabeth e passara a andar em círculos , rodeando Elizabeth que se mantinha quieta. - É um prazer imenso em conhece-la.

– Quem é você ? - Perguntou Elizabeth assustado e gaguejando.

– Ninguém interessante , certamente não terei a história que você tanto quer. Mas eu tenho sua passagem para Arendelle , já que você veio aqui justamente para isso , não é ?

– Fique longe de mim. - Disse Elizabeth apertando o passo e esbarrando em Thane que a segura pelo braço quase que instantaneamente.

Thane segura o braço de Elizabeth com muita força , tornando impossível que ela reagisse.

– Muito bonito... - Sussurrou Thane. - Defendendo os mais fracos. Mas se aproveitar da dor de um homem para conseguir o que quer ?

– Eu não tenho escolha. - Disse Elizabeth a ponto de entrar em pânico. - Me solta...

– Meu nome é Thane e eu estarei em Solitude para a cerimônia que fará Flynn Rider um príncipe. Troque essa informação com a princesa Merida , dai conseguirá chegar em Arendelle.

– Mas...o que...? O que é isso ? O que quer de mim ?

– Estou ajudando você , basta você deixar.

Tomada pelo medo e o pânico , Elizabeth ergue a outra mão com a intenção de socar o rosto de Thane. Mas ele pula para trás , desviando do soco de Elizabeth e rapidamente respondendo com um soco na barriga da mesma e que rapidamente sente o golpe e fica de joelhos pressionando o machucado. Elizabeth sentia muita dor , lutava para não desabar sobre o chão molhado e para pedir socorro , mas não conseguia falar.

Aproveitando a situação , Thane se agacha lentamente ao lado de Elizabeth e a segura pelo pescoço e praticamente a joga no chão com força , fazendo com que Elizabeth batesse a cabeça no chão e desmaiando no mesmo instante.

– Boa noite , Elizabeth. - Disse Thane se levantando , mas ainda encarando o rosto de Elizabeth. - Assim como seu irmão , você sempre acabará no chão por lutar pelas coisas certas.

*

Local : Castelo de Elinor – Cozinha do castelo

Status : Noite fria com névoa

Dia : 03 de fevereiro

Hora : 22 : 00

Personagem : Merida

*

– Então você está dizendo que você tomou um café e do nada conversou com Thane que te entregou uma carta e um aviso de que provavelmente duas pessoas que nós conhecemos irão simplesmente morrer ? E que carta é esta ?

– É só mais uma carta qualquer , só diz “abra os olhos” e tem uma pintura de Veneza. – Disse Merida largando a carta que cai sobre o chão.

– Itália ?

– Isso. A Era Dourada , revolução...e tudo isso.

– Agora , sobre essa Elizabeth...

– Você conhece ela ?

– Se tivermos sorte , é uma escritora italiana que é contra a revolução. E por isso , é meio que taxada como uma anarquista. Eu leio os livros dela para seus irmãos... Bom , os que não foram proibidos.

– Livros proibidos ?

– A maioria dos livros de Elizabeth tratam de assuntos que questionam as reais intenções dos “responsáveis” por essa revolução que , felizmente , não nos afeta em nada. E provavelmente , ela está sendo caçada por meio mundo.

– Estão tentando silencia-la...

– Exatamente. Ela é uma das pessoas mais corajosas que já ouvi falar , e adoraria conhece-la.

– Mas enfim , de volta ao assunto. Precisamos encontrar o Thane e acabar com isso , antes que todo aquele pesadelo volte.

– Já acabou , Logan está morto.

– E se Thane for pior que Logan ? E se ainda não tiver acabado...?

– Ma...

– RAINHA ELINOR !! – Gritou um guarda que acabara de entrar na cozinha. – Temos um problema...

Ambas cientes do perigo que poderia ser , imediatamente passaram a ouvir atentamente o guarda.

– O que houve ? – Perguntou Merida.

– É a escritora Elizabeth , um de nossos homens a encontrou desacordada a poucos metros do castelo. Ela estava com a testa sangrando.

– Thane... – Resmungou Merida.

– Onde ela está ? – Perguntou Elinor.

– Na sala dos curandeiros.

E sem pensar duas vezes , Merida já corria para ver Elizabeth.

*

Finalmente , quando estava de cara com a sala dos curandeiros , Merida praticamente arromba a porta da sala. E com isso , os três curandeiros que cuidavam de Elizabeth se assustam , mas logo eles reconhecem Merida.

– Princesa Merida... – Disse um deles se curvando diante de Merida.

– Tá tá. – Disse Merida. – Como ela está ?

– Sério...? – Perguntou Elizabeth sentada sobre a pequena cama pressionando a sua testa com um lenço. – Como acha que eu estou ? Acabei de ser atacada por um...um...

– Witcher ? Thane ?

– Sim , ele mesmo.

Com a resposta que tanto queria , Merida ordena que os curandeiros se retirassem e eles obedecem no mesmo instante. E Merida fica praticamente frente a frente com Elizabeth , a mulher que ela acredita poder responder muitas perguntas.

– O que ele disse para você ? – Perguntou Merida sem hesitar.

– Eu estou muito bem , como você está ?

– Não tenho tempo para isso , me responda !

– Escuta aqui , criança. – Disse Elizabeth se levantando lentamente. – Primeiramente , eu não queria estar aqui e eu também não tenho tempo para isso. Preciso de um navio que me leve até Arendelle , e você não me dá ordens.

– Tá bom...tá bom... – Disse Merida impaciente e se segurando para não soltar vários insultos. – Não me interessa o que você veio fazer aqui ou o que você pretende fazer. Só quero saber o que ele disse quando te atacou , se ele mencionou algo relacionado ao ocorrido em Ilhas Do Sul , alguma coisa ?

Mesmo tendo as resposta e com vontade de compartilha-las sem exigir nada em troca , Elizabeth sabia que poderia usar isso a seu favor para conseguir o que queria , um navio.

– Podemos fazer uma troca ? – Perguntou Elizabeth.

– Que tipo de troca ? – Perguntou Merida.

– Se eu te der essa... “informação” e você me prometer que você irá fazê-lo pagar pelo o que fez comigo , você ordena que me levem até Arendelle.

– O que quer em Arendelle ?

– Estou procurando pelo Kristoff , digamos que ele vai precisar da minha ajuda. Mas isso não vem ao caso. Temos um trato ?

– Só s essa tal informação valer alguma coisa.

– Nosso amigo estará na cerimônia que acontecerá no reino de Solitude. A que tornará Flynn Rider em um príncipe.

Mesmo sem querer , Merida se lembra da frase de Thane “o castelo de ouro irá queimar” e que nesse castelo , provavelmente , duas pessoas próximas a ela morreriam. E ela rapidamente associa essa possibilidade à Flynn e Rapunzel.

– O que foi ? – Perguntou Elizabeth estranhando o silêncio de Merida.

– Nada... – Respondeu ela. – Conseguirei seu navio...e irei atrás do homem que te machucou.

– Boa sorte... Ou melhor...boa caçada.


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