O Assassino De Reis - O Desejo De Anna escrita por Lianou


Capítulo 16
Capítulo 15 : Sombras Do Passado




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Local : Castelo de Arendelle - Lado de fora da sala de curandeiros

Status : Noite com chuva e trovões

Dia : 03 de fevereiro

Hora : 00 : 34

Personagem: Anna

*

Já dentro do castelo , Anna e Roger estavam sentados em um sofá vermelho e bem confortável. Esperavam do lado de fora da sala de curandeiros , onde Elsa era examinada. Ambos esperavam por muito tempo , já estavam caindo no sono. E durante todo esse tempo , Anna e Roger não conversavam , estavam preocupados demais com Elsa.

Roger já havia acabado de terminar o sexto copo de café. Seus dedos tremiam e sua cabeça parecia estar pronta para explodir. Anna , por si só , só pensava em Elsa e em suas palavras que ela dissera para Kristoff a poucas horas.

As paredes do corredor eram cobertas de quadros belíssimos e era muito bem iluminado. Para passar o tempo , Anna contava silenciosamente os quadros pendurados e tentava decorar cada paisagem , mas nada poderia anima-la. Ela pensava em tudo que aconteceu , desde do retorno de Kristoff até o incidente com Elsa. O que mais a incomodava era Boo e Thane. Tentava entender o que e do que eles falavam , de que ela seria uma "esperança". Se perguntava sobre o paradeiro de Kristoff , que sumiu logo após o sumiço de Thane. Ela temia em ter que perder Elsa e temia ficar longe de Kristoff , de ficar sozinha...assim como na infância.

– Princesa Anna ! - Disse Mary no final do corredor com Sophia dormindo em seus braços.

Anna não responde e nem olhar para Mary que já apertava o passo. E durante todo esse tempo , Roger permanecia em silêncio.

– Princesa... - Disse Mary sem ar. - Pode cuidar da Sophia ? As cozinheiras precisam de minha ajuda. Estamos preparando vários chocolates para animar a senhora.

– Claro... - Disse Anna com um tom e olhar de tristeza , mas ao pegar Sophia no colo , ela cede um lindo sorriso.

– Obrigada. - Disse Mary se retirando.

Com a saída de Mary , o corredor volta a ficar silencioso e um pouco sombrio. Anna abraçava Sophia que dormia como um anjo em seus braços , o que deixava Anna livre para fazer um carinho na cabeça de Sophia. E logo em seguida , Anna dá uma rápido beijo na testa de Sophia.

– Ela é sua cara. - Disse Roger encarando o teto do corredor e fechando os olhos , se entregando ao sono.

– Parece comigo quando eu era pequena... - Disse Anna. - Quando eu olho para ela , eu lembro do passado.

– Suponho que não deve ser bom. Você sabe...lembrar daquela época...

– Ultimamente , são as únicas lembranças que eu consigo lembrar... Aconteceu tanta coisa ruim que as coisas boas acabaram se perdendo...

– É...acho que concordo com você.

– E eu achando que depois de Ilhas Do Sul tudo se resolveria e nós finalmente ficaríamos em paz. Mas... Parece que sempre que nós estamos perto , estamos longe.

De repente , Roger passou a encarar Anna que mantinha o olhar em Sophia. E em seguida , Roger respira fundo e pergunta :

– Posso perguntar uma coisa ?

– Claro...

– Quando os portões do castelo estavam fechados você sonhava em ver o mundo , sonhava em conhece-lo... Mas quando os portões finalmente abriram , o mundo era o que você esperava ?

A pergunta toca o coração de Anna , apesar de ainda estar preocupada com Elsa e Kristoff. Ela imediatamente se lembra do jeito em que ela imaginava o mundo enquanto presa no castelo. Lembrava dos primeiros dias fora do castelo , de ter sofrido tanto nas mãos de Hans e ter sido muito bem recebida por todo o reino de Arendelle. Lembrava também de sua aventura ao lado de Kristoff para salvar o reino de um inverno eterno provocado por Elsa. E logo após , lembrava dos anos seguintes , onde ela sofrera como nunca em um mundo que ela ainda não conhecia.

– Eu... - Disse Anna hesitando e deixando escapar algumas lágrimas.

– Roger ! - Disse Yuri andando até eles. - Não conseguia encontrar o intruso. Procurei em todo o lugar. Na vila , redondezas , lagos... Ele simplesmente sumiu.

– Ele não usa estradas de pedras... - Disse Roger encarando o teto e colocando a mão na testa. - Maldito Witcher...

– E outra coisa. Por que o Marc Jensen está preso ?

– Ele atacou a Anna. - Disse Roger. - E ainda por cima , quase matou o Kristoff.

– Então...isso significa que...

– Que Kristoff não precisa mais cumprir o acordo.

A notícia inesperada pega Anna de surpresa. O que eram lágrimas de tristeza agora eram lágrimas de alegria. Anna finalmente parecia mais animada com alguma coisa. E tudo fica muito melhor quando a porta da sala de curandeiros finalmente se abre. E surpreendentemente , Elsa era quem abria a porta , andava normalmente e parecia normal , como se nada tivesse acontecido.

No mesmo instante , Roger e Anna se levantam , mas apenas Roger abraça Elsa , Anna ainda segurava Sophia.

– Você assustou todo mundo... - Disse Roger abraçando Elsa com muita força.

– E você me salvou... - Respondeu Elsa devolvendo o abraço apertado.

– Na verdade eu só lutei do seu lado. Mas...é...eu te salvei.

Com Elsa ilesa , Anna só pensava em ir atrás de Kristoff e abraça-lo com todas as suas forças. Mas Elsa já desfazia o abraço e a encarava.

– Ela também te mostrou , não foi ? - Perguntou Elsa aparentando estar assusta e muito preocupada. - Thane quer matar você.

– Boo ? - Perguntou Anna surpresa e arregalando os olhos.

– Sim. Ela me mostrou que você não está segura em Arendelle. Você deve ir para o reino de Elinor e Fergus , lá você ficará a salvo e Thane perderá os poderes.

– Como é ? - Perguntou Anna. - Mas...onde...quando...como ?? Ela não me disse nada sobre ir para algum lugar.

– O tempo que você conversou com ela deve ter sido alguns minutos. Já eu fiquei horas conversando com ela , e enquanto eu estava desacordada...

– Você estava com ela...

– Exatamente ! Foi por causa dela que eu desmaiei no jardim e foi ela que afastou Thane.

Enquanto Anna e Elsa conversavam , Roger e Yuri tentavam entender o que estava acontecendo , tarefa nada fácil para nenhum deles.

– Mas é inútil... - Continuou Anna. - Thane pode prever o futuro , nunca conseguiremos.

– Foi o que eu disse para a Boo. - Disse Elsa. - Mas podemos usar algo a nosso favor. Iremos sempre fazer o inesperado.

– Como assim ?

– Não usaremos navios e nem ficaremos muito tempo uma cidade ou reino. Assim podemos engana-lo.

– Mas...senão podemos usar navios , então como chegaremos até Elinor ? E... Elsa... Você está me deixando confusa...

– E como acha que nós estamos ? - Perguntou Yuri.

Ignorando Yuri , Elsa se aproxima de Anna e a abraça sem muita força para não machucar a Sophia.

– Eu sei que tudo isso parece estranho... - Disse Elsa. - Mas não temos outra escolha. Eu não quero perder a minha irmã...

– Nem eu. - Disse Anna.

– Vamos conversar na sala de reuniões ? - Perguntou Roger. - Assim podemos elaborar melhor essa...viagem de última hora.

– Concordo. - Disse Elsa já se afastando de Anna. - Vamos !

– Vou deixar a Sophia no quarto. - Disse Anna.

– E eu vou procurar o Kristoff. - Disse Roger.

*

Logo depois de se separar do grupo , Anna andava pelos corredores escuros do castelo procurando o seu quarto. Dava passos leves e suaves para não acordar a Sophia que ainda dormia.

Evitava pensar em Thane e sua possível viagem mundo a fora. Só pensava em Kristoff e em como se desculpar com o mesmo.

– E então Sophia ? - Disse Anna bem baixinho para não acorda-la. - Como eu posso me desculpar com o Kristoff ? Eu fui muito grossa com ele e...bom... Eu não sei o que dizer... Ele pode estar muito zangado ou muito magoado. E...como eu concerto isso Sophia...?

E num piscar de olhos , Anna já estava de frente para o seu quarto.

– É... - Resmungou ela. - O tempo voa quando nós sonhamos acordado...

Ela abre a porta e entra no quarto. Sem demorar , Anna já colocava a Sophia no berço e a cobrindo com um cobertor fino. Logo em seguida , ela se afasta.

– Bons sonhos... - Disse ela dando alguns passos para trás. - Eu te amo , Sophia...

Mas de repente , Anna sente um enorme peso em seu coração. Era fato de que poderia ser a última vez que ela via Sophia , já que iria viajar mundo a fora para fugir de Thane. E com esse pensamento em sua cabeça , Anna vai até o berço novamente , pega Sophia no colo e senta em sua cama desarrumada.

– Desculpe... - Disse Anna abraçando Sophia que parecia estar acordada. - Eu irei ficar longe de você por mais um tempinho...

As primeiras e pequenas lágrimas já escorriam pelo rosto de Anna enquanto ela encarava os lindos olhos de Sophia que a encarava com um sorriso.

– Pode até não parecer... - Disse Anna soluçando e chorando. - Mas eu estou tentando de tudo para viver ao seu lado , cuidando e sendo uma boa mãe para você. Mas...eu...

E então , Anna não aguenta pronunciar as palavras e se entrega ao choro e apoia seu rosto no pequeno ombro de Sophia.

– Eu vou continuar tentando... - Disse Anna. - Haverá um tempo em que eu , você e Kristoff seremos viveremos juntos... Como uma verdadeira família... Isso é o que eu mais quero...

*

Local : ??

Status : Noite com chuva e trovões

Dia : 03 de fevereiro

Hora : 00 : 57

Personagem: Kristoff

*

Andando pelos corredores escuros que mais pareciam uma caverna estreita , Kristoff iluminava seu caminho com uma tocha. Não sabia exatamente para onde estava indo , parecia estar no subsolo do castelo , o que explicaria o fato das paredes serem de pedras e de pequenas poças de água. O lugar parecia abandonado , mesmo sendo parte de um castelo.

A sensação de confinamento era imediata e predominante , assim como a falta de ar , o que praticamente confirmava que Kristoff estava no subsolo. Porém , ainda se perguntava se estava indo para o lugar certo. Mas , depois de tanto andar , ele avista uma porta iluminada por duas tochas penduradas nos dois lados , e na frente da porta , um guarda a protegia.

– Quem é você ? - Perguntou o guarda segurando o cabo de sua espada que estava guardada em seu cinto.

– Kristoff. - Respondeu ele sem se intimidar com o guarda e apagando a tocha. - Só vim aqui ver o único prisioneiro que ainda está preso.

– Ah... O homem que abandonou a princesa Anna em Ilhas Do Sul. Ela quase .rreu por sua causa. E ainda tem coragem de aparecer aqui ?

– Escuta... Só me deixe passar. Não vou demorar...

– Me dê um único motivo para não quebrar a sua perna , miserável !!

Kristoff fica sem palavras ainda tentando acreditar no que acabara de ouvir. Mas antes que ele pudesse pensar em alguma coisa , um homem passa por ele.

– Deixe ele passar. - Disse Roger. - Pode deixar , ficarei de olho nele.

Sem opções , o guarda se afasta da porta , deixando o caminho livre para Kristoff.

– Obrigado. - Disse Kristoff não olhando para nenhum dos dois , apenas andando até a porta.

Enquanto andava , Kristoff acabara esbarrando em Roger , como se fosse de propósito. Logo em seguida , Roger sinaliza para o guarda , pedindo que ele se retirasse. E sem questionar , o guarda obedece.

– Posso saber o que está fazendo aqui ? - Perguntou Roger de braços cruzados assistindo Kristoff tentando abrir a porta trancada.

– Não é da sua conta. - Respondeu Kristoff se enfurecendo por não conseguir abrir a porta.

– Ok , então boa sorte em abrir essa porta.

Dominado pela frustração e pela raiva , Kristoff já empurrava , chutava e socava a porta. A cada soco , a cada chute mau sucedido , a raiva ia diminuindo aos poucos , dando espaço para o cansaço que não demora a chegar , já que Kristoff não dormia a muito tempo.

– Droga... - Disse ele dando um último soco na porta que parecia estar normal , como se nada tivesse acontecido.

– Não acha esse método mais prático ? - Perguntou Roger balançando as chaves que ele segurava.

Ouvindo o barulho das chaves , Kristoff imediatamente se vira e fica de frente para Roger. E sem hesitar , Kristoff estende o braço para pegar as chaves , mas Roger recua com um reflexo incrível.

– Me dê as chaves... - Disse Kristoff respirando com dificuldade , ainda sentia o cansaço.

– Vai ver o assassino de seus pais ? - Perguntou Roger. - Sim , claro que vai. Até porque , ele é o único prisioneiro desse reino.

– Um prisioneiro que será solto em breve. E você , Elsa e Anna aprovam isso !! Agora...me dê...essas...chaves !!

De repente , Roger joga as chaves nas mãos de Kristoff.

– Vá em frente. - Disse Roger. - Decida que tipo de pessoa você é afinal.

E então , Kristoff começa girar as chaves na fechadura da porta. Várias chaves eram incompatíveis , mas na sétima tentativa , a porta se abre. E assim , Kristoff entra na prisão de um prisioneiro só.

*

O chão da prisão estava muito sujo, cheio de pedaços de trigo jogados pelo chão e com alguns ratos andando para a escuridão. A sala continha apenas seis celas , três em cada lado com um pequeno espaço de distância uma das outras. A única iluminação era a Lua , e mesmo assim , iluminava muito pouco.

Kristoff começa a andar bem mais devagar , demorando muito para dar um passo. Parecia com medo de algo. E enquanto andava , Roger o seguia.

Ele começou a olhar as celas , uma por uma. Começou pelo lado esquerdo , e na primeira cela ele vê Marc desacordado. Mas Kristoff ignora Marc e ignora o que aquilo poderia significar para a sua vida , significava que ele não precisaria cumprir o acordo. Mas logo à frente , no canto direito e na última cela , que era a mais escura , Kristoff consegue avistar o que parecia ser um homem velho sentado com as costas apoiadas na parede.

Kristoff então para de andar e fica de frente para cela encarando o homem coberto pela escuridão. Roger faz o mesmo , mas um pouco distante de Kristoff.

– Olhe só... - Disse o prisioneiro com a voz muito rouca , parecia não beber há vários dias. - Se não é o pequeno garoto órfão...

O prisioneiro reconhecera o rosto de Kristoff , pois o mesmo era iluminado pela Lua. E reconhecendo a voz , Kristoff não tinha mais dúvidas de que aquele era o assassino.

– Você... - Resmungou Kristoff fechando os punhos. - Tem sorte de eu não estar ai dentro...

– O que você iria fazer ? Hum ? Eu sei de tudo que aconteceu , até quase morri afogado naquele desastre que teve em Arendelle. E você nem veio me visitar para ver se eu estava bem , só ligava para aquela princesa piedosa e bondosa... Diferente de você...

– Nem tem como eu perdoar você !!! - Disse Kristoff batendo nas barras da cela. - VOCÊ MATOU OS MEUS PAIS , ASSASSINO !!

Apesar da situação ficar cada vez mais tensa , Roger permanecia longe , apenas assistindo tudo atentamente.

– Pensei que você já sabia... - Disse o prisioneiro. - A princesa Anna me cedeu o perdão dela a algum tempo , acho que foi depois do incidente em Anor Londo... Ela disse que eu já sofri demais e que eu deveria ser um homem livre. Ela até me fez jurar que eu nunca mais machucaria ninguém , coisa que eu não irei fazer.

– DUVIDO !! - Protestou Kristoff. - E VOCÊ DEVIA ESTAR AMEAÇANDO A ANNA !! ELA NÃO PODE TER FEITO ISSO...!! ELA NEM SEQUER ME CONTOU...!

– Hum... Eu vejo que o casamento de vocês não está indo muito bem. Não é mesmo , Kristoff ? Ah... Eu ainda lembro o seu nome , mas você lembra o meu ?? Lógico que lembra , jamais esqueceria de mim.

– Eu tentei ! Mas você é UMA PRAGA NA MINHA VIDA !!

– Isso é porquê você nunca seguiu em frente. Você sempre esteve olhando para o passado e se lamentando por ser tão fraco e pequeno para defender seus próprios pais. Aposto que eles morreram desapontados , eles pareciam esperar mais de você.

– JÁ CHEGA !! - Gritou Kristoff tomado pela raiva. - ROGER ! ABRE ESSA CELA.

– Como quiser... - Disse Roger pegando chave que estava em seu cinto e a jogado-a para Kristoff que a pega e logo passa a gira-la na fechadura.

– Isso mesmo... - Resmungou o prisioneiro aparentemente de pé. - Pode vir...

E então , a cela se abre a Kristoff parte pra cima do prisioneiro. Logo Kristoff o segura pela cintura , o levanta e o joga no chão com muita força , provocando um forte impacto e um alto ruído. Com o prisioneiro ainda deitado na chão , Kristoff já desferia um forte chute na barriga do mesmo. E enquanto o prisioneiro gemia de dor , Kristoff erguia o braço com os punhos fechados e preparados.

– É assim que você é ? - Perguntou Roger encarando Kristoff. - É assim que você quer acabar com a sua dor ? Derramando mais sangue ??

– Fique fora disso , Roger. - Respondeu Kristoff ignorando Roger.

E então , Kristoff disfere o soco na cabeça do assassino que não reagia , parecia querer e desejar tal agressão. Depois do soco devastador , sangue já escorria sobre o chão e manchava a mão de Kristoff que preparava mais um soco semelhante ao anterior.

– Anna conhece esse seu lado , Kristoff ? - Perguntou Roger. - Ela ficaria feliz com isso ? Ou ela ficaria assustada ao ver no que o marido dela se tornou ??

– CALE A BOCA !! - Gritou Kristoff dando mais um soco no prisioneiro.

O soco atingira o rosto novamente , provocando um forte ematoma e aumentando o sangramento. E surpreendentemente , o assassino não falava uma palavra , mas estava acordado e sentindo as fortes dores.

– Você deseja a justiça ou a vingança ? - Perguntou Roger.

– QUEM É VOCÊ PARA FALAR DE JUSTIÇA ? - Gritou Kristoff desviando o olhar para Roger. - VOCÊ FEZ A MESMA COISA COM O OCTÁVIO , O ASSASSINO DE SEUS IRMÃOS !!

E então , Roger fica em silêncio , parecia atordoado. Ele olhava para os lados , para o teto , fazia de tudo para não encarar Kristoff que não atacava mais o prisioneiro , apenas encarava Roger.

– Você... - Resmungou Kristoff guagejando. - Você o matou... Não é ?

– Só basta uma perda para transformar o homem mais puro em um completo lunático cego por sangue. - Respondeu Roger. - E no fim , somos todos uma bomba pronta para explodir de raiva...

– Você não me respondeu.

– Sim , Octávio está morto. Logan , Corvo , Hans... Todos estão.

Notando que ele ficara mais calmo , Kristoff se levanta e se afasta do prisioneiro caído.

– O que foi...? - Perguntou o prisioneiro sem conseguir se mexer. - Já acabou ? Esse...é o seu...melhor ?? Vamos lá... Eu matei seus pais... Quase matei a princesa Anna... E você ainda se recusa a tirar a minha vida...

Mesmo com uma forte vontade de terminar aquilo de uma vez por todas , Kristoff tentava conter a sua raiva. Ele estava novamente em conflito com suas próprias emoções e pensamentos , estava divido.

– Não sou assim... - Sussurrou Kristoff consigo mesmo. - Não sou assim... Não sou...

E então , ele finalmente olha para suas próprias mãos. Estavam sujas de sangue , mas ele não sentia nenhuma dor , apenas se espantou com o que acabara de fazer.

A imagem de seus pais não saia de sua cabeça , era como se eles estivessem alí , assistindo em silêncio. Porém , a raiva de Kristoff não aumentava por conta disso , e sim a sua tristeza e sua saudade.

– Eles iriam querer que você procurasse vingança ? - Perguntou Roger. - Ou iriam querer que você deixasse o passado para trás e seguir em frente ? Deixando a tristeza do passado no passado.

– Eu não sei. - Respondeu Kristoff encarando o prisioneiro ainda deitado no chão. - Não tive tempo o suficiente para conhece-los. Nem lembro nem mesmo os nomes... Tinha tanta coisa para descobrir sobre eles... E graças a você , Adam , eu nunca tive essa chance.

– Ora , veja só... - Disse Adam. - Você não lembra o nome de seus pais , mas lembra o meu... Que tocante...

E de repente , Kristoff sai da cela esbarrando novamente em Roger que sai logo em seguida. Mas antes de voltarem para o corredor , Roger tranca a cela de Adam novamente.

– Volte sempre... - Disse Adam. - É sempre um prazer rever velhos amigos...

– Tem sorte dele não ter matado você. - Disse Roger.

– Você não deixaria , não é ?

Sem ligar para a pergunta de Adam , Roger e Kristoff finalmente se retiram da prisão e voltam para o corredor de pedra.

*

Depois de fechar e trancar a entrada da masmorra , Roger nota que Kristoff já começava a andar sem ele. E assim , ele corre para tentar confortar o amigo.

– Bom... - Disse Roger se apressando para alcançar Kristoff. - Olhe pelo lado bom , pelo menos você não foi controlado pela raiva... Bom...não totalmente...

– Não preciso de você me consolando , Roger. - Disse Kristoff quase tropeçando em uma pedra no meio do corredor.

– Só estou tentando te ajudar.

– Então tá. Não preciso de sua ajuda. Só me deixe em paz.

– Tá , mas... Só não brigue com a Anna por causa disso. Você está finalmente de volta , isso era o que ela sonhava durante todo esse tempo. Só...tente ignorar esse assunto por enquanto.

– Só se você me prometer que ele ficará preso. Não importa se a Anna o perdoou , eu não perdoei. E quando ela o perdoou ?

– Logo depois de voltarmos de Anor Londo , quando ela foi salva pelos poderes de Sophia.

– E ela não me contou ??? Ela simplesmente escondeu isso de mim !!

– Ela ia te contar. Mas ai aconteceu tudo aquilo em Ilhas Do Sul. E se me permite , preciso te levar para a sala de reuniões para planejarmos a fuga de Anna , já que ela não está segura em Arendelle.

– Perfeito. Vou adorar falar algumas coisas nessa reunião...


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