Believe - Heiress of Death escrita por a n a k l u s m u s


Capítulo 9
Capítulo Oito - Continuar ou Parar?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom, mais uma sexta-feira chegou e com ela mais um pouquinho da história para vocês. Espero que gostem.



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– O que disse? Qual o nome? – Meu coração martelava forte no peito, minha cabeça parecia rodar.

– Nathan... – Respondeu Mandy, voltando a ler o jornal. – Sim, agora eu lembro bem. Você ficou assustada com o acontecimento e me mandou fazer a reportagem, gata. Que abuso! Ainda está me devendo essa. Enfim... O garoto sofreu algum acidente logo depois de mudar para escola, não me contaram muitos detalhes sobre o...

– Ele está morto? – Era a única coisa que eu conseguia pensar quando a interrompi no meio da frase.

– Bem, naquela época não. Ele sofreu alguma pancada feia na cabeça e acabou entrando em coma. Mas não sei como estão as coisas agora... – Mandy colocou o jornal sobre a mesa e só então virou para mim. – Angie! Você está bem? – Pelo tom de preocupação, minha cara devia estar ainda pior do que eu imaginava.

– Hum... Estou. Só foi... a lembrança, do acidente. – Seria impossível tentar disfarçar a surpresa. Minha única saída seria contar uma parte da verdade.

– Isso te faz lembrar o Charles, não é mesmo? Eu sinto muito, não devia ter tocado no assunto. – Mandy se abaixou ao meu lado, segurando minha mão.

– Está tudo bem, Mandy... Vou ficar bem. – Uma careta foi o melhor que consegui na tentativa de tranquilizar minha amiga com um sorriso. – Mas eu preciso de um tempo, só um tempo para respirar. – Da melhor forma que pude, sem ser rude, afastei as mãos de Mandy e me levantei, passando logo a mão pela minha mochila e saindo da sala do jornal.

Os corredores e alunos mais pareciam um borrão enquanto eu passava quase correndo. Me sentia sufocada. Os pesos, do bilhete em minha mochila e de parte da história de Nathan na cabeça, eram quase esmagadores. Mesmo sem saber toda a verdade, de alguma forma eu sabia que ambas as coisas pertenciam a ele.

Passei pelas portas que davam para o fundo do terreno da escola em direção à quadra aberta, onde aconteciam os jogos. Os testes e treinos só começariam a partir da segunda semana de aulas, por isso, estava vazio, exatamente como eu precisava para ficar sozinha com meus pensamentos.

Subi até o banco mais alto das arquibancadas, finalmente parando para respirar, ofegante com a corrida. Larguei a mochila aos meus pés, logo enterrando o rosto nas mãos.

– Eu sabia, eu sabia! Eu sempre soube.

Não era novidade a ideia de que tivesse algo de errado com a minha cabeça. Além de eu sempre ser diferente da maioria, as visões recentes fortaleceram essa ideia. Outra coisa que começava a me ocorrer era o comportamento da minha memória com relação a lembranças dolorosas. Eu não lembrava nada bem da morte dos meus avós, de uma fase ruim em que meus pais quase se divorciaram e nem mesmo de pequenos acidentes infantis. O único momento ruim da minha vida que nunca saía de minha cabeça era a morte de Chuck. Provavelmente fosse o sentimento terrível da culpa que não me deixava esquecer nem por um segundo.

O acidente com Nathan, por tanto tempo, sumira completamente das minhas lembranças, para voltar agora com um turbilhão de sensações.


Era o primeiro dia de aula quando e a maioria dos alunos já estava em suas salas. Mandy e eu nos sentamos no mesmo lugar dos últimos anos, quase como se nossos nomes estivessem marcados ali. O professor, já tão conhecido por todos, nem mesmo se deu ao trabalho das apresentações, mas nem todos estavam livres do momento tão constrangedor...

Pude ouvir o ruído da porta se abrindo, mas nem mesmo levantei a cabeça. Provavelmente não seria nada além de algum aluno atrasado. Os rabiscos que eu fazia na última folha do caderno estavam mais interessantes. Não para Mandy, que me cutucou com o cotovelo na altura das costelas.

– Ai. – reclamei, mas levantei a cabeça.

A coordenadora trocava algumas palavras rápidas com o professor, enquanto um garoto esperava ao seu lado, percorrendo com olhos curiosos toda a sala, como se procurasse por alguma coisa. Uma das coisas que chamava a atenção nele era a segurança que transmitia. Não parecia preocupado com o primeiro dia de aula e as complicações que isso traria na vida social de um adolescente, nem mesmo envergonhado por ser apresentado diante de toda a turma.

– Bom dia, alunos. Este é o Sr. Beckman. Ele será o novo companheiro de vocês. Espero que o tratem bem e o recebam com a devida cortesia. Professor, com sua licença. – E assim se retirou, deixando a turma com suas diversas reações.

Ashley e seu grupinho de populares nem fizeram questão de disfarçar o contentamento com o novo garoto. Ian e seus companheiros brutamontes não pareciam tão animados assim. Os nerds pareciam indiferentes, como sempre, já que não se tratava de uma equação supercomplicada que precisassem resolver.

– Hum... ele é um gato. – Comentou, Mandy.

Revirei os olhos com o comentário, mas não pude discordar. O tal garoto realmente era bonito. O cabelo, bem preto, caia liso para fora do boné que usava, provavelmente de algum time conhecido. Mesmo com a roupa casual, calça jeans e casaco de moletom, ele parecia muito bem vestido. Seus olhos eram profundos e continuaram a passar segurança, mesmo quando o professor pediu que se apresentasse e falasse um pouco sobre si.

– Eu me chamo Nathan. – Apresentou-se, ignorando o uso do sobrenome. Sua voz era firme e cativante. – Acabo de mudar para essa cidade com meus pais e por isso fui transferido para essa escola. – Seus olhos ainda percorriam a sala, o que me fez abaixar a cabeça quando notei que vinham em minha direção. – Espero ter a sorte de fazer novos amigos.

– Muito obrigado e seja bem-vindo, Sr. Beckman. Pode ir para o seu lugar. – Finalizou o professor, indicando um lugar um pouco atrás do meu.

Mantive os olhos baixos com a mão rabiscando a folha enquanto Nathan passava ao meu lado em direção ao seu lugar, mas isso não impediu o friozinho em meu estômago que não passou com o decorrer do tempo.

Nathan se enturmou rapidamente com todos, não escolhendo um único grupo para permanecer. Conversava e passava as horas livres cada vez com pessoas diferentes e parecia ser adorado por todos. Fez os testes e entrou para o time de natação do colégio, com direito a uma pequena reportagem no jornal escolar. Nos esbarrávamos pelos corredores ou em aulas, trocando apenas cumprimentos. Foi em uma prática no laboratório, quando me separam de Mandy, que tivemos a primeira conversa de verdade, mesmo tendo durado não mais que cinco minutos e não passando de perguntas banais do tipo “como vai seu dia?”, “o que está achando da cidade?” e “a reportagem sobre o time de natação ficou ótima”. Verdade seja dita, eu era péssima em puxar assunto ou mesmo em manter um com alguém que ainda não conhecia bem.

Depois desse dia, almoçamos juntos algumas vezes, quando Amanda faltou por conta de uma viagem que precisou fazer aos avós, que moravam no interior do estado. Nathan era realmente um cara legal. Além de bonito, era inteligente e divertido. Sabia conversar sobre diversos assuntos e gostava de ler. Não foi difícil conversar com ele, depois de passado o constrangimento.

O que ninguém poderia ter imagina, era a falta de tempo que Nathan teria para aproveitar a nova escola. Poucos meses depois, um acidente quase completamente omitido pelas autoridades da cidade e do colégio, o impossibilitou de voltar às aulas. Foi o assunto mais comentado por algumas semanas, mas logo esquecido.


Até mesmo por mim.

A sensação de já conhecê-lo quando o encontrei na piscina pela primeira vez como... Fantasma – realmente começava a odiar a palavra –, finalmente fazia sentido. Eu já o conhecia! Também explicava o fato dele saber o meu nome e a desculpa de ter ouvido Mandy.

Agora o que me assustava era não saber como ele estava. Fisicamente, quero dizer. Ah, não sei como explicar. Mandy havia dito que ele entrara em coma. Seria isso suficiente para eu ser capaz de vê-lo como via Charles e os outros? Ou ele precisava estar... Não, não. Eu não podia pensar nisso.

Como tudo isso funcionava? Eu precisava de respostas e rápido. Tinha que haver uma explicação lógica para tudo, era só procurar.

Um plano começou a se formar em minha mente: voltaria ao hospital, se fosse preciso, daria um jeito de fazer os fantasmas irritantes me responderem. Eu podia tocar em Nathan – respira, Angelique –, logicamente poderia tocar em Chuck também e dar um jeito de fazê-lo falar. Eu precisava, merecia respostas.

– Matando aula já no primeiro dia?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Deixem suas opiniões e logo teremos mais. Tenho coisinhas especiais preparadas para vocês e muito mais a caminho... ;) Bom final de semana a todos!



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