The messenger escrita por GabrielSole199, JunbellWrites


Capítulo 2
Gabriel




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"Enquanto aqui fico, esperando a eternidade findar, sozinho com meus pensamentos e angústias, tento deixar meus sentimentos expressos em textos fúteis nos quais nenhuma alma se interessaria. Minhas asas podem ser brancas, mas minha alma é negra como o véu que cobre o céu a noite, minhas lágrimas podem não aparecer, mas minha risada esconde minha agonia... Só gostaria que tudo isto acabasse..."
Gabriel estava trabalhando em mais um de seus livros melancólicos e depressivos os quais ele queimaria após escrever. Seus superiores não podiam saber daquelas palavras, um anjo sempre deve estar feliz... Ele gostava de ser um anjo, dos escalões mais altos, na verdade um arcanjo escritor. "O mensageiro de Deus", aquele título o incomodava... A ideia de apresentar Jesus a Maria fora toda dele, e seu chefe levava todo o crédito; todos consideravam ele como apenas o par de asas que entregou as cartas. Isso o incomodava muito...
Gabriel era um anjo raro ao meio de tantos outros. Diferente do que muitos pensam, anjos possuem sim um sexo definido, porém eles não podem se envolver um com o outro pois isso os distrairia do trabalho e provavelmente isso poderia causar uma terceira guerra mundial, a morte do homem que pesquisa a cura para o câncer ou apenas a destruição de uma pequena cidade... A organização era essencial para que tudo fluísse bem no mundo abaixo deles. Mas Gabriel não ligava para essas coisas, agora ele só escrevia e mandava cartas para outros anjos quando era necessário, normalmente para anjos da guarda ou para os seus outros irmãos arcanjos, diferente dos anos antigos, quando ele ainda era feliz, quando ele ainda podia interagir com alguns discípulos do tão famoso filho de deus, aquilo era emocionante para ele, ver e estudar o comportamento dos seres humanos, se horrorizar e maravilhar com o que eles eram capazes de fazer. Era impressionante.
Mas essa época já se passou a muito tempo, e com ela a alegria radiante de Gabriel se foi junto com um tempo que nunca mais voltaria.
–Gabriel?
–sim senhor?
–tenho um trabalho para você. Você precisa escrever uma carta para damabiel, anjo da guarda de uma humana chamada Isabel. Ele precisa saber de algumas companhias que ela precisa evitar.
–claro senhor, farei o mais rápido possível
–eu sei que fará.
E Gabriel colocará-se a escrever mais uma vez por uma garota inútil que provavelmente morreria em uma festa, bêbada e sem consciência de aonde veio o tiro... A humanidade estava perdida.
Após terminar a carta, Gabriel foi até seu destino, damabiel já era um amigo seu, ele entendia seus pensamentos, mas raramente se falavam.
–aqui.- disse Gabriel entregando a carta para ele
–... Calma... Ai deus, o que eu faço com essa menina?
– O que aconteceu?
Ele viu uma linda menina sentada chorando sozinha em um banco, ela parecia desesperada, soluçando e tentando esconder o rosto
–Mais uma vez ela brigou com uma amiga dela... Acho que o nome da peste é Cristina, algo parecido
–Ela parece sofrer muito...
–Normal... Ela sempre faz esse escândalo
Gabriel ficou com pena da menina, ele sentia a dor no seu soluçar, e ficou espantado com o jeito que a humana demonstrava seu sentimento, de um jeito tão aparente...
–não sei por que vou fazer isso...
Disse Gabriel tocando seus pés no chão e escondendo suas asas.
Gabriel não era exatamente um anjo de aparência, ele passava muito tempo parado escrevendo, o que deixou seu físico um pouco... Indesejável, mas nada absurdo. Seu cabelo também estava sempre bagunçado e era longo e castanho. Seu rosto era a única coisa que lembrava um anjo, um rosto suave com algumas características infantis, era de certo modo perturbador...
–olá...
–... O que você quer aqui? Quem é você?
–sou apenas amigo de um aluno novo... Ele me convidou para jogar basquete depois da aula, mas vi que você está mal, e não gosto de ver pessoas assim...
–pessoas ou meninas?
–pessoas...
Isabel parou de chorar um pouco e olhou para o menino
–qual seu nome?
–Gabriel
Disse ele estendendo a mão
Ela não retribuiu o aperto de mão, então ele apenas perguntou
–qual o seu nome?
–Isabel...
–o que aconteceu Isabel?
–eu briguei com uma amiga... Como sempre
–entendo... Eu sei como você se sente... As vezes parece que nada nem ninguém pode nos ajudar... Mas na verdade você precisa se ajudar Isabel...
–como você poderia entender?
–eu já perdi muitos amigos...
Gabriel ficava triste de lembrar de todos os amigos humanos que haviam morrido e que ele nem tivera a oportunidade de se despedir. Uma lágrima escorreu de seu olho
–desculpe- disse Isabel começando a chorar de novo- eu fiz você chorar... Eu não consigo fazer nada direito...
Gabriel limpou as lágrimas do rosto dela
–não se preoucupe... Amigos vem e voltam, o importante é continuar conseguindo novos amigos
Ela não sabia por que, mas simplesmente abraçou-o e ficou daquele jeito por um bom tempo...
Gabriel se espantara e se fascinara com a atitude... Fazia muito tempo que não tinha contato com um humano... E essa era especial, ela era como ele...
Ele começou a sentir algo novo... Isabel era seu novo amor... E nenhum outro anjo poderia ser melhor que ela.


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