Homework escrita por Takekawa Kanade
Notas iniciais do capítulo
Fanfic curtinha, só pelos feels
“Nenhuma exposição a situações de stress” O médico dissera isso no dia em que foi internada, e no momento, cinco dias depois, ainda encontrava-se no hospital em observação. As agulhas agonizavam e lhe davam uma louca vontade de coçar e tirá-las todas, uma por uma. O quarto do hospital, branco cor de leite, tão monocromático que a enlouquecia. E como se para piorar sua penitência, Ayano a visitava diariamente acompanhada de Shintaro. Takane perguntava-se se ela fazia isso por inocência ou por prazer em vê-los discutindo.
Diariamente, Ayano trazia os deveres que o professor passava para Takane, e após uma ou duas horas a deixava sozinha com o amontoado de livros. No dia anterior o professor mandara-lhe exercícios baseados em um conto Shakespeariano, “Um sonho de uma noite de verão”. Takane folheou o resumo da história que ele lhe mandara. Ria a cada página que lia.
– Que blasfêmia! Como ousa rir de tal escritor?! – Murmurou imitando a voz de seu professor. Tomando a situação, tinha certeza de que era isso que ele diria. Takane riu novamente. Largou os livros no criado-mudo ao lado das flores que Ayano trouxe no dia em que fora internada, papoulas vermelhas de botões maduros. Fechou os olhos e bocejou cansada, dando-se conta de que Ayano não viria visita-la hoje.
“Menos mal” Pensou. “Não irei ver aquele babaca” Tentou fazer-se de indiferente, mas sentiu-se triste, presa no hospital com todos lá fora. Deitou-se e puxou os lençóis brancos para proteger-se do frio e, acomodando-se, fechou os olhos.
Revirou-se na cama e gemeu cansada, resmungando. Matutando os dedos no colchão, sentia-se cada vez mais frustrada conforme as horas passavam no relógio cinza na parede oposta, o tic-tac incessante ecoando em seus ouvidos. Sentou-se irritada e jogou a primeira coisa que conseguiu tocar – Um de seus livros – No relógio. Deu um salto na cama ao ouvir um baque violento, encarando relógio intocado por alguns segundos antes de dar-se conta de que o barulho vinha da porta. A enfermeira, uma moça miúda e roliça, abriu a pesada porta de metal e, em uma voz aguda, murmurou.
– Visitas, Takane. – Endireitou-se bruscamente ao ouvir seu nome, um arrepio percorria toda a extensão de sua espinha. Primeiro pensou ser Ayano, mas a silhueta atrás da enfermeira miúda era alta demais. Suspirou cansada e acenou com a mão para que permitisse a entrada, no mínimo, o professor para lhe entregar os deveres pessoalmente.
– Sensei, sobre essa história, el- O ar escapou-lhe dos pulmões com um abraço repentino e forte, Haruka comprimia-a contra seu peito e, deslizando os dedos trêmulos por seus cabelos soltos em um carinho hesitante, disse baixo com uma voz alegre.
– Takane-san! A enfermeira quase não me deixou entrar, disse que você estava dormindo e– Takane empurrou-o, vermelha de vergonha. Haruka sorriu embaraçado, as mãos ainda trêmulas no próprio pescoço, rindo sem graça. – C-Claro, desculpe Takane-san!
E ela, a euforia tingia seu rosto de vermelho, escondendo um sorriso que seu orgulho não permitia assumir. Não podia negar a felicidade que a visita de Haruka lhe proporcionava, mas sua mania de abraçar deixava-a desandada e de certa forma, um tanto tímida. Apertando o lençol entre os dedos, Takane sorriu.
–N-Nee, Haruka-san, me ajuda com o dever de casa?
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