Miku POV:

– Ninguém merece...garota idiota

Onde estou? Porque estou ouvindo gritos em vez de ver o flash-back da vida falsa que tive?

– Olha não te atrevas a morrer...viva sua idiota

Quem esta ai? Um anjo? Ou pior? Para onde eu vou?

– 1, 2, 3...1, 2, 3...hey podes me ouvir? Acorda...

Abri meus olhos depois que senti algo bater meu peito.

Vi de raspão um par de olhos azuis e acho que estava fazendo uma massagem, cardíaca em mim, fechei os olhos cansada...porque me salvou?

...

– Cof Cof

Abri os olhos involuntariamente depois que senti os raios solares me incomodarem, demorei um pouco para me adaptar e fiquei olhando em volta.

Então não morri...

Não sei onde estava, e levantei tentando ir embora, preciso voltar para a ponte.

– Ohayou...vejo que finalmente resolveste acordar

Olhei para o lado e vi um sofá cama onde estava uma garota deitada, acho que ela acordou por minha culpa

– Tu és? –perguntei autoritária

– Vejo que a educação ai esta mesmo escassa...ok, eu sou Len e salvei você de morrer afogada –ela disse sorrindo e a dei um soco bem forte na cara- hey! Para que foi isso?

– Quem disse que eu queria ser salva hein? Sua garota burra –respondi irritada

– G-garota? EU SOU UM RAPAZ –ele gritou pegando meus pulsos- e querendo como não te salvei, você ficou ocupando minha cama por 5 dias seguidos sem ao menos acordar, sabes o quão desconfortável é dormir ali? –ele perguntou apontando para o sofá cama.

Então é um rapaz...mas espera um pouco, 5 dias?

– Preciso ir –falei querendo sair mas me senti tonta e quase cai, sorte minha que ele estava segurando meus pulsos

– Eccck me solta seu insignificante –falei enojada e ele riu sarcasticamente

– Quando eu disse 5 dias não foi a brincar, você deve estar com fome...espera que trago algo para comeres –ele disse saindo sem ao menos me deixar protestar.

Tsc atrevido, quem ele pensa que é? 1º me salva sem eu pedir ajuda e agora mandando em mim? Sentei na cama porque já não aguentava ficar em pé e depois de uns 5 minutos ele voltou trazendo uma bandeja...reparei que tinha ligaduras na mão que usei para partir o espelho, por que idiota que não me deixou morrer?

– O que é isso? –perguntei olhando com nojo, que espécie de comida é essa? Eu nunca vi isso na minha vida

– Ramen de carne –ele disse me entregando a bandeja- acho que a princesa tem que aguentar isso né? Também tem frutas ai e agua, bom apetite

– Ehhhh??? Eu não como isso nem morta? Onde esta meu caviar? Ou sushi? Ou-

– Ou nada –ele disse me cortando, pegou no garfo e me alimentou

– Nãaaaaooooo –protestei fechando a boca com força mas ele foi mais forte e me obrigou a abri-la e pôs aquela comida de Marte na minha boca

– Se não comeres, pioras...então tolera –ele disse pondo mais e mais e mais até acabar a tigela- vês? Não é coisa de outro mundo...acho que consegues comer as frutas sozinha.

Ele saiu e fiquei fitando a porta irritada...como ele se atreve a me alimentar assim? Eu? A filha de um dos homens mais ricos do Japão??? Mas, ate que aquele tal de ramen estava comestível.

Comi a maçã que ele deixou e bebi um pouco de água antes de voltar a dormir, estava cansada...acordei horas depois e acho que tinha anoitecido, o quarto estava silencioso...olhei em volta e percebi que estava sozinha.

Levantei de novo e decide explorar aquele quarto...o relógio marcava 19h, entrei no banheiro e me olhei no espelho e estava horrível, meu cabelo estava despenteado e meus olhos aparentavam cansaço, que cômico vindo de mim, a garota que sempre foi perfeita em tudo e principalmente na imagem, e eu estava neste estado deplorável.

Olhei para as roupas que usava, uma camisa masculina que parecia vestido e calções, liguei o chuveiro, precisava tomar banho...quase uma semana, devia estar pior que um gambá.

Tomei um banho rápido e me enrolei na toalha, quando voltei para o quarto vi um bilhete que parecia do Len ‘‘Caso a princesa resolva tomar banho, ai estão umas coisas femininas que comprei, e algumas roupas minhas, e não saia dai’’.

Usei a roupa interior que ele comprou e as roupas que ele deixou, sequei meu cabelo com o secador que encontrei no banheiro e fiz um simples coque improvisado.

Sentei na cama entediada, fiquei olhando em volta e vi uma guitarra

– Como não percebi isto antes? –me perguntei e tirei a guitarra da pasta...ela era bonita, tentei tocar algumas notas para passar o tempo mas nada me passava pela cabeça.

Voltei a guarda-la, fazia séculos que eu não tocava uma, imagina compor...tentei sair do quarto mas a porta estava trancada...BOA, agora virei prisioneira ou o que? Depois de contar umas 300 ovelhinhas para tentar dormir ouvi um barulho vindo de fora, abri um pouco a cortina e vi Len chegar acompanhado de outras duas pessoas que não reconheci.

Pensei em bater na porta para ver se ele me deixava sair mas nem foi preciso, ouvi os passos dele nas escadas

– Oh vejo que acordaste princesa –ele disse com aquele sorriso sarcástico de sempre e bufei irritada

– Eu quero sair –exigi empinando o nariz

– Essa atitude de rainha do mundo não funciona comigo e eu sei que se te deixo sair vais pular da 1ª ponte que encontrares...então a resposta é NÃO

– Mas...

– Desiste –ele pegou na guitarra e estava para sair quando o segurei- hey!!!

– Me deixa sair ou eu grito Len...SOCO....mmmmmmm

Ele tapou minha boca enquanto fechava a porta e a trancava

– Len? Se passa alguma coisa? –ouvi alguém perguntar do outro lado

– Mmmmmmm... –eu tentava falar mas a mão dele ainda me impedia

– Nada não, vai adiantando que já venho –ele respondeu e a tal pessoa desistiu- ahhhh

Len gritou depois que o mordi e corri para a porta, mas ele me segurou e atirou para cama querendo sair, eu pulei para as costas dele e fiquei o batendo na cabeça ate os dois cairmos no chão, provocando um enorme barulho

– O que foi isso? –disse uma voz feminina e ouvíamos vários passos em direcção ao quarto- Len?

– Tropecei, espera mais um pouco que ja venho -ele gritou e parece que a garota desistiu- Volta aqui –Len falava baixinho pegando meu pé, eu tentava me rastejar ate a porta

– Solta...HE...

Depois de tanta briga, acabei amarrada a cama e amordaçada.

– Não queria chegar nesse ponto...tchau princesa -ele disse saindo do quarto e eu olhava para a porta com raiva

Eu ainda mato esse loirinho...