Se ele voltar... escrita por IrisJovem


Capítulo 1
"Aquele idiota..."


Notas iniciais do capítulo

Sim, ela estava apaixonada. Não.. Não iria admitir isso tão cedo!



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Juro por Zeus que quando Leo Valdez explodiu minha mesa de jantar, eu pensava que só poderia ser um castigo extra dos deuses. Já não me bastava ficar exilada eternamente aqui, nesta ilha! Me mandaram homens, heróis de bons gostos; charmosos, inteligentes, corajosos, bondosos, para que, quando começasse a surgir um sentimento, por menor que fosse, em mim, daria a oportunidade deles irem embora.

Tudo porque eu quis ser uma boa filha e apoiar o pai Titã em uma guerra contra os deuses, que agora me aprisionaram aqui, em Ogigia. Uma ilha, literalmente, no meio do nada.

Percy Jackson, filho de Poseidon foi o ultimo que esteve aqui, e o que pareceu mais me sentimentalizar; quando partiu, foram incontáveis dias pensando nele. Se ele cumpriria o que prometeu de pedir anistia aos deuses para mim, para que um milagre acontecesse de eu sair daqui e viver uma vida de verdade.

E agora, aqui estou eu, com um nanico chamuscado irritante e magricela. Não sei o que está mais imundo nele; o cabelo, os rosto, ou as roupas. No estado que ele está.. Não sei dizer nem mesmo qual açor verdadeira de sua pele.

Ele tinha improvisado uma meio cabana na praia. Como o tempo aqui é diferente de lá de fora, não posso dizer quanto tempo se passou, mas pode se calcular que já se foram alguns bons dias.

Infelizmente, eu tinha que admitir que ele era habilidosos, e estranho. Estava tão ocupado com seja lá o que estava fazendo, que nem havia comido. Mas certo momento tive que ir reclamar do barulho que fazia, estava assustando meus únicos companheiros.. Os pássaros! Levei algumas frutas e pão para comer. Não queria que ele morresse na minha praia por falta de comer.

Quando notei o quão distraído ele realmente podia estar, e a situação drástica que se encontrava suas roupas, levei uma nova muda, com um toque a mais para que não ficassem se chamuscando a cada hora que ele perdesse a paciência com alguma coisa, e ficasse tão nervoso que colocava fogo em si mesmo. Era bissaro.

Eu tinha tentado ajuda-lo, mas quase explodi de raiva ao saber que ele só queria saber como uma tal de Reyna estava se saindo seja lá onde for. Foi quando Gaia apareceu. Disse-me que quando a guerra começasse, Ogigia seria destruída, e como não posso sair, já dava para ter uma ideia do que aconteceria comigo. E ofereceu um meio de sair de daqui, se eu matasse Leo Valdez. Derramasse seu sangue na terra, ajudando-a a despertar. Concederia-me a liberdade. Meu maior sonho. Prometeu-me poupar Percy Jackson.

Muitas coisas se passaram na minha cabeça naquele momento. Sei que não tenho força contra ele. Apesar de ele ser magricela, ainda é mais forte do que eu. De qualquer forma, tudo que se passou em minha cabeça se resumia em sua morte.

Matando Leo Valdez eu ganharia minha Liberdade, e Percy Jackson.

Então algo veio em minha mente: O dia que Percy partiu! Sinceramente ele havia-me dito que não podia ficar, que não queria me magoar, mas que precisava ir ajudar seus amigos. Sei que grande parte era porque queria encontrar sua amada, Annabeth. Percy não me deixou simplesmente porque queria, era porque sentiu que tinha esse dever. Ele ganhou a guerra, e agora Gaia quer começar mais uma. Se ela fizer isso, tudo que Percy fez antes seria em vão. Gaia queria brincar comigo assim como as Parcas.

Expulsei Gaia daqui, mas sabia que ela podia voltar a qualquer momento, e que meu ato não seria impune. Mas senti que tinha o dever de ajudar Leo a voltar a seu navio. E foi o que fiz.

Eu o estava ajudando a achar um jeito de sair daqui. Um tipo de maquina de orientação, que o ajudasse a voltar para seu navio.

Eu já sabia que minha maldição estava se cumprindo quando notei que me preocupava com a falta de atenção do garoto de se alimentar. Quando comecei a ficar pensando nas esperanças do garoto que vivia dizendo que iria voltar aqui para me levar embora. Não havia como. Nenhum homem encontrava Ogigia duas vezes, mesmo se quisesse. Eu estava com muitas expectativas. Já era esperado.

Não importava o quanto eu tentasse odia-lo, o quanto eu o xingasse, o quanto rezasse para que não acontecesse, o quanto eu tentasse ficar longe, mas não conseguia. Alguma coisa tinha que crescer dentro de mim. Um sentimento para uma hora preencher meu coração, e na outra quebra-lo em mais inúmeros pedaços.

Quando eu vi a jangada de madeira sendo trazida pela maré até a praia, naquela noite calma, até mesmo um pouco agradável com a sensação de ter um jantar simples na areia fofa; tive a confirmação do que mais tinha medo!

Segurei-me com todas as forças para não demonstrar.

Eu estava me apaixonando perdidamente por Leo Valdez, o Magricela que só faz barulho e coloca fogo nas coisas!

Tentei demonstrar o desprezo que era a presença dele, tentando encoraja-lo a sair logo dali, entrar na jangada e ir para seus amigos, antes que a jangada fosse embora sem ele. Não podia condena-lo a ficar aqui comigo.

Assim que ele notou o que se passava, me encarou pensativo e meio confuso.

–Mas se ela só aparece para os caras de quem você gosta...

–Não abuse da sorte, Leo Valdez – eu o interrompi rapidamente, antes que dissesse qualquer coisa. Parecia que uma palavra a mais dele me faria chorar. Tenho ódio de mim mesma neste momento. – Eu ainda o odeio.

–Tudo bem. – ele disse, meio sem jeito

E você não voltará – eu insisti. Eu sabia que não havia como ele voltar, mas como a magia do lugar anda instável, tenho medo dele voltar e não poder sair. Seja lá quem o estiver esperando lá fora.. Nunca mais iria poder vê-lo. – Então.. Não me faça promessas vazias.

–Que tal uma promessa cheia? – ele disse.

Eu o odiava por fazer aquela cara. Ele não entendia a situação?! Era mais insistente até mesmo que Percy Jackson em relação a esse assunto. Ele não podia voltar. Ponto final! Então porque não para de falar isso?! Não quero ter expectativas; não quero ter esperanças. Não quero me apaixonar por ele. Mas está sendo difícil com essa insistência. E ele fala com uma naturalidade idiota, que só o deixa mais.. Mas.. Mas ...

–Porque eu, definitivamente.. – ele continuava.

Para mim, era o limite. Agarro seu rosto, e o puxo para o meu. Eu o beijo. Faço o que não pude fazer com Percy. Minhas mãos tremiam um pouco de nervosismo, um calor apoderou-se de meu corpo. Ele estava tão espantado com minha reação quanto eu. Se ele fosse uma maquina, teria entrado em curto circuito.

Eu me afastei.

–Isso não aconteceu.

Tudo bem.

Sua voz soou mais aguda que o normal, de um jeito totalmente idiota. Seu rosto estava vermelho, e eu torcia para que o meu não estivesse.

Saia daqui. – eu digo, insistente

Tudo bem.

Será que era só isso que ele sabia dizer?! Mas que droga.. Não resisto a isso. Mais um. Mais um se vai. Já sinto meu peito apertando.. meu coração se despedaçando. Estou cansada disso. Porque ele.. Porque tive que me apaixonar por Leo Valdez?! Ele era um idiota, um imbecil, que só fazia barulho. E agora, eu me apaixonei por ele. E ele está indo embora. Como os outros.

Desde o momento que ele chegou, tudo que eu queria era que ele fosse logo embora, me deixasse em paz. Depois de alguns dias, sua presença se tornou uma coisa á mais na monotonia. Agora, não quero que ele vá.

Uma lagrima escorre de meu olho. Viro-me rapidamente para que ele não notasse, e enxugo os olhos com as costas das mãos. Corro com os pés afundando na areia.

Encosto-me em uma arvore,Deixo-me escorregar por ela, sentando-me na areia.Abraço minhas próprias pernas, e começo a chorar. Eu não queria, mas não posso mais segurar, e afinal, não há ninguém para me ver assim. Uma brisa forte bate em meu corpo. Quente, até mesmo reconfortante.

Levanto-me tão rapidamente que fico tonta, apoiando uma mão no tronco para me manter firme.

Encaro a praia, as águas. E lá estava a jangada deslizando pelas águas, sendo levada pelo vento. Leo Valdez estava em pé, encarando a praia.

A brisa quente bate novamente me meu rosto,

–Voltarei para você, Calipso. – era a voz dele, trazida até mim pelos ventos – Juro pelo Rio Estinge.

Mais lagrimas escorrem por rosto. Deixo sem querer até uma risada meio nervosa escapar.

Já haviam me feito muitas promessas, mas nenhuma pelo Rio Estige. Uma promessa assim não pode se descumprida. Ou haverá graves consequências. E até mesmo Leo Valdez sabe disso, e não seria estúpido o bastante para quebra-la.

Aquele idiota...

Mas agora, pela primeira vez nesses meus três mil anos, eu tenho essa certeza. Alguém vai voltar. Vai voltar por mim!

Se ele voltar vou bater nele por não ter me ouvido!

Se ele voltar... Nunca valeu tanto a pena me apaixonar por alguém!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ^.^Comentrios?! *0*



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