República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 48
Uma daquelas surpresas que a vida tem.


Notas iniciais do capítulo

Amorinhas estou postando do cell por motivos técnicos, portanto, me perdoem qualquer erro.
Um mega beijo e obrigada !
Boa leitura!! :)



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Mais uma vez, os quatro moradores da república jantavam tranquila e amistosamente.

A noite era chuvosa, na realidade há alguns dias o clima estava mais cinza e úmido que o comum, na capital.

Apesar de ter ficado por bastante tempo curioso com a razão de tamanha animação da ruiva, Ferdinando, agora, já aparentava ter relevado o assunto, deixando sua mente (sempre criativa) se livrar de algumas ideias não muito agradáveis.

– Mas um oito é muito bom Gina! – Juliana tentava argumentar.

– Não é não, pra mim um nove é o mínimo Juliana, ainda mais nessa matéria que eu gosto tanto, sei tão bem! Seu eu tirar menos que nove me mato... – Gina era orgulhosa e extremamente exigente consigo mesma.

– Que exagero, Gina! Não precisa ser assim...

– Pelo jeito você quer mesmo ser a melhor engenheira de Santa Fé não é mesmo, Gina?! – Zelão disse para de fato instigar o amigo ao lado da ruiva.

– Eu nasci pra isso, Zelão. – A ruiva fazia questão de pontuar.

Ferdinando observava a conversa que não era de seu agrado com uma expressão que demonstrava isso.

Juliana não gostava nada das provocações do namorado e da ruiva. Resolver aliviar.

– Você a melhor engenheira, e o Nando o melhor engenheiro. – A moça de cabelos róseos pontuou com um belo sorriso.

Ferdinando sorriu sinicamente.

– Santa Fé nem é tão grande pra precisar de dois engenheiros Juliana... Ainda mais na mesma casa... Uma fazenda, e dois engenheiros, alguém vê lógica nisso?! – O tom dele era de pura ironia.

Gina fechou o semblante de imediato.

– É, por isso eu to achando que vamos manter as fazendas separadas. – A ruiva devolveu a provocação e colocou comida em seu talher. Antes de colocar na boca, não pôde deixar de pensar alto. - Os nomes também...

Ferdinando bem ouviu o sussurro.

Não o agradou nada.

– Ora, então é assim que você pensa Gina?! – Ele se virou de frente à ruiva, encarando. Era seco em sua fala.

– Eu já te disse como eu penso Nando. Só falta você me dizer. – Ela se virou encarando-o também.

Juliana e Zelão se entreolharam.

Aqueles dois estavam prontos para a briga.

– Meus caros, por favor, depois vocês voltam a esse interminável e inconcluso assunto...! Vamos jantar, estava tudo tão bem... – Juliana praticamente suplicou.

Gina se virou de volta, deixando Nando encarar seu perfil.

– Eu já conclui tudo, só falta ele Juliana... – Gina disse sendo sincera. Respirou fundo. – Bom, mas você tá certa... Agente pode jantar agora?! – Ela voltou a fitar os olhos azuis que nem haviam se movido após o intimado que ela havia lançado.

Ferdinando iria concordar. Não queria brigas.

Na realidade, nenhum dos dois queria. A única coisa que competia com a saudade um do outro era a vontade de ver o par se curvar perante suas exigências.

Mas isto, nenhum dos dois estava disposto a fazer.

Não ainda.

Ele iria concordar realmente, quando foi interrompido pelo toque do celular de Gina, acima da mesa.

A ruiva sem muita demora pediu licença, se levantou, e foi atender.

“Por que diabos ela sempre se afasta, que mania!” Ferdinando pensou, não se sentia bem, um ciúme tonto sempre o atingia com este ato dela. Mas ele bem sabia ser coisa relevante, por isso nem a chateava pedindo para modificar o costume.

Após o curto telefonema, Gina voltou a sentar-se na mesa.

Ferdinando sentiu-se gelar um pouco.

Aquele sorriso, bem aquele que havia roubado muitos instantes de seus penamentos, agora voltava aos lábios rubros da moça.

Justo após o telefonema.

Nando não pôde deixar de questionar. Ainda que cociente para não demonstrar a desconfiança que a afligia.

– Tudo bem menininha? – Ele disse tentando permanecer suave.

Conseguiu.

Gina respondeu sem sentir-se ofendida pela curiosidade dele.

– Tá sim Nando, é que eu esqueci umas folhas no banco da universidade e o Jone me ligou dizendo que viu, e reconheceu que eram minhas. Amanhã ele me entrega.

Ferdinando não sabia o que mais havia feito seu ser perder o foco. “Jone, ligou, amanhã...” A mente dele havia ganhado um ponto.

Ele respirou fundo.

Juliana e Zelão já o observavam de imediato.

Todos ali já o conheciam.

Gina também, mas não via nada demais em ser sincera.

– Quem... Quem é Jone, Gina? – Nando perguntou em um tom doce e amistoso, que também não a ofendeu. Mal sabia Gina o desespero que sua voz encobria.

– É um colega, eu o conheci hoje na verdade, o Cadu nos apresentou... Por falar nisso o Cadu se despediu de mim hoje também, ele vai sair da cidade por um tempo... – Ela desviava o rumo da conversa sem nem imaginar o quanto o engenheiro queria permanecer nela.

– Verdade?! Olha, vai ser bom pra ele reavaliar um pouco as coisas que andou fazendo... – Ferdinando nem se importava muito com o assunto. Havia se sentido aliviado com a notícia é verdade, mas precisava voltar para a ameaça atual. – Mas pra que ele te apresentou esse rapaz, Gina?!

A ruiva começava a perceber as intenções de Ferdinando.

Isso não a agradava.

Ora essa, se eles ao menos já estivessem resolvidos, uma crise de ciúme da parte do engenheiro seria no máximo tolerada. Mas ele nem se quer se dignava a dar logo um parecer.

Gina sabia o que ele pretendia com a demora do retorno.

Fazê-la implorar.

Mas ela não cairia neste jogo. Na realidade, havia acabado de descobrir que possuía um para fazê-lo se perder e apressar na resposta.

A ruiva o encarou com o semblante cinicamente leve.

– Eu vou ajudar ele a se encontrar na universidade, Nando... Sabe?! Vou ter um bicho agora. – Ela sorriu provocantemente.

Ferdinando ficou vermelho com a provocação.

– Ah, e está feliz por isso Gina?! – Ele já demonstrava claramente o desespero em sua voz.

– Claro, é bom poder ajudar as pessoas ainda mais um menino bacana feito o Jone... Eu não vejo problema algum, pelo contrário...

– Pelo contrário...? – O engenheiro estava caindo feito um pato.

– Acho que vamos nos dar muito bem. – Gina estava sendo sincera. É inegável que estava exagerando na entonação de ânimo, mas estava na hora de aprender a utilizar o ciúme do amado a seu favor.

Ferdinando mordeu levemente os lábios, encarando os olhos maléficos e negros a sua frente.

Ele percebeu o jogo dela.

“Eu não vou cair, Gina.” Ele secretamente pensava após constatar quase ter sido pego.

– Que bom. – Ele forçou um sorriso cínico. Tanto quanto o que ela lhe havia lançado.

Juliana e Zelão que já estavam a muito esperando a briga explodir para apartar se espantaram com o ato do engenheiro tanto quanto a ruiva.

– Bom...? – Gina questionou, demonstrando seu desentender.

Ferdinando sorria internamente ao perceber o incômodo dela pela falta do ciúme. Ao menos de demonstrá-lo, pois ciúme ele sentia.

Ah, como sentia.

– É sim, Gina pelo menos você vai ter companhia quando eu sair daqui e voltar pra Santa Fé no fim do ano. – Ferdinando extrapolou.

Ele, de fato, não sabia brincar.

Gina se sentiu uma tola. Era como se ele ali, na frente de todos, assumisse em claro e bom tom que não mudaria em nada seus pensamentos.

– Ah, pois estão você quer me dizer que já se decidiu doutor? – Ela se levantou, junto com o tom de sua voz grosseira.

O ciúme de Ferdinando foi liberado com a atitude petulante dela.

– Ora essa, pelo jeito Gina, você não está se importando nem um pouco com a minha decisão. Nem com nosso momento. Chega sorrindo pelo novo amigo como se estivesse tudo bem... Realmente, pra você talvez esteja. É melhor eu não me intrometer na história, não acha...? – Ele se levantou e a encarou.

– Você é um imbecil! – Ela soltou grossa, subindo em disparada para quarto.

– Gina! – Ele a chamou grosseiramente, antes de perdê-la de vista.

Ferdinando não esperava tamanha mágoa dela pela provocação. Nem a ofensa que ela lhe havia dispensado de maneira tão... Sincera?!

– Isso porque vocês combinaram de encarar isso como um casal de adultos, não é Doutor?! – Juliana repreendeu o amigo.

Ferdinando revirou os olhos com a bronca.

– Tá esperando o que Nando?! Ela ligar pro Jone?! Sobe logo pra se desculpar!

Ferdinando nem pensou duas vezes ao escutar as possibilidades ditas pela professorinha.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado minhas lindas! Prometo retornar os comentários amanhã!



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