República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 39
Férias - O Convite


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindas, segundo de hoje! Deu tempo!rs O/
Bom, espero que gostem e se empolguem para o próximo, que será mais emocionante. Ao menos é o que eu pretendo!
Obrigada sempre! s2
Boa leitura!!



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– Pode entrar Nandinho! – O coronel consentiu ao filho, assim que o ouviu bater na porta.

– Será que já podemos conversar meu pai?! – Ferdinando questionou adentrando a sala, com o amigo ao seu lado.

Epaminondas não compreendeu muito a presença do afilhado ali.

– Claro filho, ocê se sente, por favor... Mas o que o Zelão faz aqui...? Aconteceu alguma coisa na fazenda, por acaso?!

– Não meu pai... Quer dizer... É possível que aconteça uma coisa não muito boa, não é Zelão?!

O coronel observou o afilhado, curioso pela colocação do filho.

Zelão olhou para o amigo inseguro com a mentira que deveria contar.

Mas certo de que era o correto a fazer. Iria ajudar aquele, que para ele, era como um irmão.

Respirou fundo, e iniciou a fala.

– Pois é coronel... – Ele respirou e soltou de uma forma um tanto quanto rápida e atropelada. – Eu conversei com o advogado e se o senhor mantiver a nova ação contra o Pedro Falcão, é capaz de sair pior que entrou na briga. – Ele respirou, aliviado, ao final.

– Mas que história maluca é essa Zelão?! – Epaminondas se levantou da pomposa cadeira na qual estava sentado, atrás da mesa de trabalho.

Zelão encarou Ferdinando novamente. Precisava pegar força para prosseguir, e conseguia isso no olhar suplicante do amigo.

Então, recomeçou mais calmo, para não precisar repetir.

– Coronel, o Dr. Advogado esteve aqui e conversou comigo... Ele disse que nós não fizemos bem em entrar com a ação, por que se o perito vier aqui analisar as divisas, vai descobrir que um erro enorme aconteceu ainda na primeira ação, e que no mínimo o senhor vai ter que devolver as terras que ganhou. No mínimo.

O coronel arregalou os olhos.

“No mínimo?!” Pensava atordoado na possibilidade do que seria o pior possível de acontecer.

– Pois é meu pai! – Ferdinando se posicionou de pé, ao lado dele. Seria sua vez de argumentar. – E isso se o Sr. Pedro não descobrir, porque se ele descobrir... Ah meu pai... O senhor vai ser bem capaz de ter que pagar uma boa indenização pra ele!

– Além de devolver pagar, Nandinho?!

O coronel, que se achava tão esperto, já estava caindo na conversa dos dois.

– Sim meu pai, pagar! Eu não sei o senhor, mas acho que seria um melhor negócio ir lá, quietinho e falar com o Sr. Pedro pra quem sabe... Devolver as terras dele por ‘vontade’.

– Mas você tá maluco, Ferdinando?! – O coronel não acreditava na ideia ‘besta’ do filho.

– Ora essa! E prefere que o Sr. Pedro descubra e lhe mova uma ação?! O senhor ainda vai ter que pagá-lo a indenização, além de devolver as terras! – Ferdinando havia pensado bem nos argumentos.

Epaminondas coçou o bigode... Realmente o filho tinha razão.

– Mas Nandinho, com que cara e desculpa eu vou chegar e devolver o terreno pro homem?! Ele vai desconfiar! – Seu maior problema não era ter que devolver, mas admitir ter errado com o ex-amigo.

– Bom meu pai, aí o senhor vai ter que passar um pouquinho por cima desse orgulho todo e dizer a ele que... Sei lá... Percebeu que toda a Vila é um mérito dele e das doações que ele fez... Que pensando bem não acha justo... Essas coisas. O que no fundo, meu pai, o senhor bem sabe ser verdade!

O coronel olhou contrariado pela última colocação do filho. Mas de fato, admitia, era uma boa ideia.

– Ara, tá certo! – Epaminondas ralhou em aceitação, ainda que contrariado, sabia que era o melhor a fazer. No fundo, também era um homem justo. E ainda mais no fundo, sentia falta da amizade de Falcão.

A verdade é que ele havia movido a ação inicial mais por mágoa de pensar ter sido enganado por Pedro, até então seu amigo, que qualquer outra coisa.

Mas agora percebia que ele havia sido o ‘mal amigo’ da história.

– Eu acho que o senhor vai fazer muito bem coronel! – Zelão disse animado, olhando para o amigo extremamente sorridente ao seu lado.

– Eu também, meu pai! Eu garanto que o senhor vai ganhar muito mais do que perder com essa atitude justa! Inclusive a amizade do Sr. Pedro de volta. – Ferdinando estava radiante.

– Tá certo, meu filho. Tá certo. – Epaminondas se sentou na cadeira novamente, pensando nas novidades.

[...]

– Ara que eu não acredito que deu certo, Nando! – Catarina dizia com um sorriso gigantesco, mexendo os dedinhos alucinados.

– Deu certo sim, minha querida Catarina, e eu lhe agradeço, agradeço muito! – O rapaz abraçou a madrasta terna e gratamente.

– Bom... – Ela disse se afastando – Mas isso tem de ser comemorado! E eu quero que você fale com o seu pai Nando, peça para você dar a notícia ao Sr. Pedro, já vai te dar alguns pontinhos com o pai da moça! – Ela riu ao terminar.

– Ara que você é danada de esperta Catarina! – Ferdinando ria com a facilidade como a madrasta formulava os planos.

– Ah, e chame-os para jantar aqui, este final de semana! Domingo! Nós vamos selar de novo a união das nossas famílias, meu querido. – Ela sorriu feliz por ver a alegria do rapaz.

– Eu nem sei como te agradecer, Catarina... – Ferdinando estava até emocionado com o carinho dela.

– Deixe de ser bobo, que agradecer nada! Agora vai lá falar com seu pai, e já corre pra casa do Pedro Falcão pra contar a boa nova!

– Eu vou sim minha querida! – Ferdinando deu-lhe um beijo grato na bochecha e saiu em disparada.

Iria falar com seu pai, chamar seu bom amigo, e ir em direção a casa daquela, que ele tanto amava e que agora era o motivo de tudo isso.

[...]

As duas mocinhas haviam ido dormir cedo, literalmente.

Então, acordaram apenas ao final da manhã, com o sol já praticamente ao meio do cerúleo céu.

– Juliana?! – Gina deu um pulo, acordando de imediato, colocando-se sentada na cama.

Juliana acordou assustada pelo chamado desesperado da amiga.
– O que foi Gina?! Tá tudo bem?! – Ela obsevava a ruiva, com os olhos arregalados e a face tomada pelo espanto.

– Juliana, eu ouvi a voz do Ferdinando... – Ela olhou para a amiga, incrédula. – Lá em baixo, na sala!

– Ora essa Gina, você ficou maluca?! Ele não seria doido de vir aqui assim, do nada! – Juliana disse rindo da fala da ruiva.

– Ah é?! – Gina levantou, colocando-se de pé em frente à porta. Abriu-a. – Agora nós vamos ouvir se eu estou mesmo maluca... E eu realmente espero que sim!

A moça de olhos azuis se juntou à amiga na porta, e ambas aguardaram com os ouvidos atentos alguma evidência.

– Obrigada por nos deixar entrar, Sr. Pedro... – Ferdinando já estava conversando com o pai da ruiva há um tempo, porta a fora.

Quando constataram a sanidade de Gina, levaram as mãos a boca, incrédulas com o ato do engenheiro.

Desceram em disparada as escadas, sem nem se importarem com os pijamas que vestiam, temiam que acontecesse o pior.

Quando chegaram ao pé da escada, não sabiam com o que se preocupar mais.

Com o fato de Ferdinando estar na sala, acompanhado de Zelão...
Ou com o olhar reprovatório, com que Pedro as observava chegar ao recinto, com as vestes tão ‘intimas’.

– Bom dia, menininha... – Nando soltou o apelido, encantado pela amada a sua frente, percebendo a gafe apenas pelo olhar desesperado que ela lançou.

– Me... o quê?! - Pedro não gostou nada do que havia entendido.

– Nada não pai, é um apelido que me deram lá na capital... – Gina tentou escapar da situação. –O que você veio fazer aqui, Frango... Digo, Nando?!
Nem ela mesma se controlava direito.

– Ele veio aqui me dar um recado do pai dele fia... E eu só permitir os dois de entrar porque você e a professorinha me disseram que são bons rapazes. – Pedro encarou os dois a sua frente.

Ambos pararam de imediato de observar as amadas ao lado.

– Mas vocês podem subir que isso não é roupa de moça direita se apresentar pra visitas! – Dona Tê pontuou repreendendo a filha, e a amiga dela também.

– Ara mãe, larga de besteira! – Gina terminou de descer as escadas, puxando Juliana pelo braço. – Nós quatro moramos junto, não tem nada dessas ‘frescuragem’ de roupa com eles não! Até de toalha todo mundo aqui já me viu! – Gina riu com a lembrança.

Pedro ficou estático.

Gina percebeu que tinha dito besteira, todos perceberam.

– Ma-mas foi por um acidente Sr. Pedro, eu lhe garanto que todos nos respeitamos muito lá na República. – Ferdinando fez questão de frisar.
Os três amigos balançaram as cabeças, confirmando a informação.
Um breve silêncio se instaurou no cômodo.

Gina achou melhor dar continuidade à conversa inicial, estava curiosa.
– Mas que recado é esse Nando?! – Ela mal conseguia disfarçar o sorriso, já imaginava que seria um bom passo para os planos deles.

– Bom... Sr. Pedro, e família Falcão em geral. – Ferdinando começou com a voz direta e animada. – Eu vim aqui, com o Zelão, administrador da fazenda, dizer-lhes que a partir de hoje, a divisa válida entre os terrenos voltam a ser a primeira.

Gina, Pedro e Dona Tê olharam um para o outro sem conseguir compreender.

– Como assim, rapaz?! – Pedro perguntou.

– Bom Sr. Pedro, o coronel reconhece que foi tudo uma grande injustiça... Apesar de o juiz ter dado razão à ele naquela causa. Afinal, se esta vila existe, é graças ao senhor. – Zelão completou.

– E reconhece, é?! – Pedro não tinha entendido muito bem ainda tal reviravolta.

– Sim, reconhece! – Ferdinando sorriu abertamente para a amada, que o olhava emocionada. – Inclusive, para demonstrar isso e encerrar de uma vez por todas esse estranhamento entre os senhores, ele pediu que eu o convidasse junto a toda sua família para um jantar... Em nossa casa.

Juliana olhou orgulhosa para Zelão, sabia que o amado tinha uma participação em tal proeza.

Gina não sabia agora porque seu coração pulava mais.

Em expectativa, pela resposta de seu pai, ou em orgulho, pela coragem e determinação de Ferdinando em fazê-la sua.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso amoras, espero que tenham gostado!
Ainda não consegui incluir o loiro amado de vocês de volta, mas logo ele chega! rsrs
Biiiiiiiiig beijo! s2