República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 3
Perto.


Notas iniciais do capítulo

Menininhas do meu coração! Primeiro quero agradecer por todos os comentários fofos que tenho recebido. É a fonte de inspiração sempre!
Errata do dia: Sim, leitoras amadas. Eu escrevi Johnny na parte dos tomates! hahahaha
(morri de rir, confesso) mas isto é porque tenho lido tantas fic's Ginando e Paulinha&Johnny que ás vezes os confundo. Me perdoem, prometo tentar não repetir esta gafe.
Bom, este capítulo está mais quentinho, mas nada perto do que ainda teremos! hahah
Um Big-beijo! Espero o retorno de vocês !
Boa leitura!!



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– Gina, eu queria falar com você... - Ele iniciou incerto uma conversa com o assunto ainda não decidido, assim que ela chegou ao pé da escada.

– O que você quer, Ferdinando ?! - Ela questionava ríspida como sempre.

– É, nada... na verdade eu queria saber se...- ele tentava criar algum assunto coerente para continuar a conversa. Não sabia o que dizer. Nada lhe vinha a mente. Queria falar com ela, mas não tinham sobre o que conversar.

– Olha, ou você fala, ou fica quieto e deixa eu passar, que não tenho o dia todo pra você. - Ela já estava estressada com a enrolação do rapaz.

– Ora essa Gina! Porque sempre tão grosseira comigo?! Pelo que eu saiba nunca lhe fiz nada! Vai ver que no fundo, você é mesmo uma mulher-homem, como todo aquele povo da vila sempre dizia! - Ó céus, mais uma vez ela o tinha feito perder toda a razão.

– Mas se você me chamar de novo disso eu lhe meto a piaba! - Ela franziu as sombrancelhas e fechou o punho em ameaça.

– Você nunca vai deixar de ser essa "chucra" não é mesmo?! - Ele dizia desafiando-a com o olhar.

– Não doutor, porque ao contrário de você, eu não tenho vergonha de ser quem sou! - Ela lhe dizia como uma acusação certa.

Ferdinando não podia acreditar no que ouvia, ela estava maluca?! Ele sempre tão orgulhoso do lugar onde fora criado, assim como ela. Não fazia sentido tal acusação!

Perplexo pela última fala, e com o tom que ambos estavam usando, Ferdinando apenas se afastou do pé da escada. Estava sem reação. Já Gina não pensou duas vezes, e ao ver o caminho livre seguiu para a cozinha onde estava Juliana.

[...]

Ao chegar na cozinha, Gina encontrou a amiga retirando as compras da sacola, conversando com Dona Margareth pelo celular.

– Fique tranquila dona Margareth, somo todos bem grandinhos, vamos sobreviver. - Juliana dizia doce e sorridente como sempre.

Assim que desligou o celular, percebeu Gina a observando.

– Ah, olá minha amiga! - Disse se virando por completo de frente a Gina.

– Oi Juliana... era dona Margateth ?! Aconteceu alguma coisa ?! - Gina perguntava mais curiosa do que de fato preocupada.

– Não amiga... bom, na verdade sim. Mas nada de mais. - Juliana voltava a se virar e desembalar as compras. - Na verdade Gina, a dona Margareth resolveu iniciar já a semana de feriados dela, e como está na casa da irmã já vai ficar por lá.

– Ué, então vamos ficar nós quatro aqui sozinhos duas semanas inteiras?! - Gina dizia um tanto assustada. - Juliana, nem cozinhar agente sabe!

– Ora Gina, deixe de ser "baby"! - Ela ria da amiga.- Saiba que antes de vir pra cá, morei um tempo sozinha... eu sei cozinhar!

– Ufa, ainda bem! - Gina deu um suspiro aliviada.

Renato havia escutado a última frase da amada e entrou na cozinha abraçando-a por trás carinhosamente.

– E ela cozinha muito bem Gina! - Ele dizia orgulhoso.

Gina não conseguia esconder a timidez de ver assim tão de perto a intimidade dos colegas...resolveu se retirar.

– Bão, menos mal né ?! - Ela disse sem graça - Eu vou lá pro meu quarto... e Juliana, quando você puder, dá uma passadinha lá? Queria falar com você.

– Claro minha amiga, ja subo! - Juliana disse já se perdendo nos carinhos de Renato.

[...]

Gina estava concentrada se observando no espelho. Colocando seu pequeno pijama preto (apenas uma blusinha de alças bem finas e um mini shorts, ambos de cetim) ela tentava encontrar no espelho a "bela mulher" que Juliana havia lhe dito que era ha algumas horas. Segurava os belos cachos ruivos no topo da cabeça, formando um coque desentranhado, e passava a mão pelo pescoço, nuca, colo e cintura, como que desvendando suas próprias curvas. Reparou na maciez de sua pele, nas sardas leves que tinha logo no início do pescoço e ombros. Tocou de leve o contorno de seu rosto, levando as mãos em seguida incertas para a própria boca. Tocando-na com a ponta dos dedos começou a, em segredo profundo, imaginar como seria ter a boca de outro alguém encostando na sua.

Perdida em dúvidas e pensamentos viu pelo reflexo deste mesmo espelho a porta do quarto começar a se abrir. Soltou os cabelos. Tirou a mão dos lábios, e ainda de costas para a porta, olhando para seu notebook em cima da cama, disse:

Juliana me desculpa a hora, mas precisava ter perguntar uma coisa. – ela dizia encabulada, sem ainda ter coragem de olhar para a amiga. – Eu quero que você me diga, com toda sinceridade.

Visto o silencia que a miga fazia, Gina resolveu prosseguir.

– Você acha estranho uma mulher da minha idade nunca ter beijado?! Acha que tenho algo errado, por isso? – Seu rosto estava em chamas, nunca conversara com alguém a respeito disso ou coisa parecida.

Quando tomou coragem para olhar para a miga, ansiando pela resposta, não pôde acreditar. Vira Ferdinando parado, observando-a. Este estava perplexo tanto pela visão exuberante do corpo tão pouco coberto da ruiva quanto pela confissão que acabara de ouvir.

– Mas que diabos você está fazendo aqui Ferdinando... que direito tem de entrar assim em meu quarto?! – Sua voz era de espanto e braveza. Não acreditava no atrevimento do rapaz, e muito menos que tinha acabado de se abrir justamente com ele.

– O mesmo direito minha cara que você tem de ficar por aí fazendo pré-julgamentos sobre mim! – Sua mente ainda remoia o que ela havia lhe dito na ultima “conversa” que tiveram. Seu tom de voz era cínico. – Como você pode me julgar,dizendo que finjo ser quem não sou, quando na verdade quem finge aqui é você ?!

Gina sabia o que ele estava falando. Ele a desvendara, e isso, não era bom. Ficou parada, sem reação pensando no que acabara de ouvir. Ferdinando prosseguiu.

– Você Gina Falcão, que se faz de forte o tempo todo. Destemida. É na verdade, bem no fundo, apenas uma mulher frágil, insegura. Tão sensível que nem ao menos faz o que a maioria das pessoas da sua idade faz sem nem pensar. – Ao final da frase o tom de Ferdinando era suave, até mesmo carinhoso. Ele se aproximava dela ao dizer.

Gina permanecia imóvel. Justo aquele um percebera o que ela nunca quis mostrar a ninguém.

Percebendo a situação da ruiva, Ferdinando sentiu uma incontrolável vontade de lhe confortar, levou a mão em forma de concha em direção à mandíbula da ruiva e se aproximou até poder sentir sua respiração saindo dos lábios que haviam ficado entreabertos com seu toque. Ela era macia. Muito.

“Perto demais” Gina ouvia sua consciência, longe, lhe sussurrar. Ela estava sem reação...mas logo a recuperou. Lançou Ferdinando fortemente longe dela, ele acabou caindo sentado no felpudo tapete do quarto. “Perto estava bom” ele pensava olhando para ela.

– Você saia já daqui seu frangote! E nunca mais toque em mim! Você entendeu ?! – Ela dizia ferozmente, claramente ainda abalada pelo recente contato.

– Aaaara que com você sempre tem que ser assim, né sua diaba?! – Ferdinando se levantava um pouco em um braço, com um sorriso malicioso nos lábios.

– Assim como?! – Ela perguntava confusa. Foi só o que conseguiu dizer, pois foi em seguida fortemente agarrada pelo pulso e puxada para o chão de encontro ao corpo e lábios do engenheiro.

Ele sentado segurando as mãos dela uma a cada lado de seu corpo. Ela sentada de lado em seu colo, tentando se desvencilhar dele, soltar as mãos e sair dali. Era inútil. Ele a prendia com suas grandes e fortes mãos , forçando as dela contra o tapete felpudo.

A boca dela era quente. Doce. Deliciosa.

A boca dele faminta. Úmida. Macia.

Gina tentava prosseguir em sua missão de se soltar, mas as investidas incessantes do rapaz a fizeram se perder nas sensações que se manifestavam em todo seu corpo.

Gina sentiu a língua treinada e quente (extremamente quente) do rapaz pedir entrada para invadir sua boca. Permitiu. Não conscientemente, apenas por desejo. Ela estava sentindo vontades que não conhecia.

Ferdinando era ágil, percebeu a ruiva aos poucos se rendendo sob suas investidas, sobre seu corpo.

Colocou as pernas dela ao seu redor. Acariciou as pernas dela - "deliciosas pernas" , ele pensava- que agora o abraçavam e levou em seguida as mãos para os cachos rubros. Prendeu seus dedos neles. Ela fez igual, nos dreads. Não sabia o que fazer, e imitá-lo seria bom. E foi. Foi muito, para ambos.

Eles em momento algum desgrudavam os lábios e ela sentia a língua atrevida dele desvendar lentamente cada milímetro de sua boca.

Sua respiração (assim como a dele) estava pesada, ela sentia seu ventre palpitar, e não sabia ao certo a causa disso. Sentia o centro de suas cochas se umedecer, e tais sensações a fizeram começar a se movimentar levemente sobre o rapaz.

Levemente para ela, perigosamente para ele.

Ferdinando não queria assustar ou ofender a Gina, pelo contrário. Enquanto a beijava sentia seu coração doer, não entendia o motivo, mas vê-la assim praticamente inconsciente, entregue a ele o fazia querer chorar de alegria, ser o primeiro a tocar-lhe os lábios então, era indescritível.

Mas assim como a biologia às vezes coopera. Às vezes NÃO coopera.

Gina sentiu algo a pressionar sob seu ponto mais sensível. Ela sabia o que era. Era inexperiente, não tola.

Levantou-se com um pulo, como que retomando a consciência pelo susto e deixou Ferdinando no chão, apenas a observando virar de costas com as mãos na cabeça. Ele estava lamentando com os lábios entreabertos e a respiração ofegante.

Ela virou novamente para ele, com uma expressão nada menos que assustadora. Estava em fúria. Começou a andar em sua direção.

– Você nunca mais encoste em mim seu...seu... frangote! – Ela dizia derramando tapas nele, que se levantava assustado, fingindo não entender (pois até que entendia) a situação.

– Mas Gina... nós... – Ele tentava formular algo para contê-la.

– Quieto! Nem ouse terminar. NÓS... nós não existimos Ferdinando! Eu tenho nojo de você! – Ela dizia limpando os lábios em uma tentativa de apagar o que acontecera. – Na verdade, eu te odeio Doutor!

Ele a olhava incrédulo. Seu coração doía de outra forma agora. Mágoa. Uma lágrima solitária escorreu e um sorriso leve e sem graça surgiu em seu rosto.

– Mas eu não tenho nojo de você Gina. E saiba que apesar de tudo. Nunca conseguiria lhe dizer isso.

Ela o olhava enfurecida.

– Eu não quero ouvir mais nada de você Ferdinando. Na verdade não quero mais te ver. Sai já do meu quarto! – Ela apontava para a porta.

Ele achou melhor sair. Queria chorar. Não sabia porque, mas precisava chorar. E não podia deixá-la ver isso. Fez que sim com a cabeça silenciosamente e foi em direção a porta.

Antes de sair, com os olhos marejados, disse olhando para Gina ternamente:

– Você pode ficar tranquila, não vou nunca mais te perturbar. – Ele saiu encostando a porta.

[...]

Ele, se deitou na cama desabando em um choro que não compreendia.

Ela, se deitou na cama desabando em um choro que não compreendia.

“Foi tão bom... porque tinha que ser assim?” Ele pensava.

“Foi tão bom... porque tinha que ser com ele?” Ela pensava.

– Ora que eu não quero mais pensar naquela uma! – Ele pensou alto.

– Ara que eu num quero mais pensar naquele um! – Ela pensou alto.

[...]

Ambos caíram em sono profundo após tanto pensar sobre o ocorrido. Não ouviram nem as batidinhas de Juliana nas portas avisando-os sobre o jantar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado amores!!
Críticas, elogios e sugestões são o combustível!
Ps. No máximo amanhã pela manhã tem outro cap. chegando! Beeeijos !