República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 19
Uma dica cor-de-rosa.


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindas, sem muito pestanejar aqui está o 19!
Preparem-se, para o 20... hahahahaha
Obrigada pelo carinho de sempre!
Boa leitura!! s2



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– Nando, nós queremos uma posição sua também... Então, tudo bem se o Cadu ficar lá na república alguns dias?! – Gina pressionava Ferdinando sem nem ao menos fingir se importar com a cara de indignação que o rapaz fazia para ela e para os amigos aliciados no “plano maligno”.

– Quer uma posição minha...? – Nando fingia com um claro cinismo achar a pergunta irrelevante. – Ora Gina, se todos aqui são a favor, quem sou eu pra contrariar não é?! Se nem para oferecer a nossa casa para aquele um você perguntou minha opinião na hora.

Gina se irritou com o tom dele. Irritou-se com a maneira que ele havia voltado a se referir sobre Cadu. E se irritou ainda mais com o sarcasmo claro que ele havia trazido ao final da fala.

– Eu não perguntei àquela hora, mas to perguntando agora Ferdinando! – Ela se levantou da cadeira. – Mas você tem razão! Se todos aqui concordamos, não vai ser uma postura sua contrária que vai mudar alguma coisa! – Ela dizia isto com o queixo erguido, de uma maneira ríspida.

Bem daquela maneira que Ferdinando a havia reencontrado quando ela chegou. Não havia carinho em sua fala. E isto fazia o coração de Nando doer. Ele estava sendo grosso com ela também, é verdade, mas achava o cúmulo ela não perceber que aquilo era ciúmes. E que o ciúme dele, provinha de um amor ainda não declarado.

– Bom, então já está resolvido! Vamos indo? – Juliana se levantou, tentando apaziguar a situação.

Zelão levantou em seguida, junto com Ferdinando.

– Pelo jeito está sim Juliana. – O engenheiro disse lançando um olhar triste para a ruiva, que já havia lhe virado as costas e seguia para fora da sorveteria.

[...]

– Gina... - Ferdinando chamava a ruiva pela décima vez batendo na porta de seu quarto.

– Nando... - Juliana disse suavemente colocando o rosto para fora de seu quarto. Ela havia escutado ele chamar diversas vezes por sua amiga. – Venha aqui... Acho que precisamos conversar.

Ferdinando olhou para a amiga, como se estivesse lhe dizendo silenciosamente que não sabia o porque da ruiva não ter mais conversado com ele depois que saíram da sorveteria.

– Vem Nando! – Ele chamou mais uma vez, fazendo um gesto delicado com a cabeça.

Ele aceitou o convite.

Como já era de se esperar, ele nunca havia entrado no quarto de Juliana. Apenas via às vezes, pela porta raramente aberta, que se tratava de um cômodo com a cara da amiga. Quando entrou, apenas uma palavra lhe veio à cabeça: Rosa.

– Nossa Juliana, agora eu entendo a cor escolhida para seus cabelos! – Ele disse lhe sorrindo, em tom de brincadeira.

Juliana lhe sorriu de volta, pedindo por um gesto que ele se sentasse na cama. Assim ele fez.

Ela puxou a cadeira que fazia par com a escrivaninha branca e se sentou na frente dele. Podendo ver que, ao fundo, o olhar de seu amigo estava triste. Mais nada.

– Nando. – O engenheiro a escutou com atenção. – Eu sou sua amiga há bastante tempo, não sou?! – A voz dela era suave e carinhosa.

– Claro que é Juliana, e você sabe bem disso. – Ele lhe correspondeu no olhar terno e no tom de sua voz.

– Pois então, eu me acho no direito de lhe ser sincera em algumas coisitas. – Ela se levantou e fechou a porta até então semiaberta. Voltou e sentou-se de volta encarando-o. – Nando, você está fazendo errado.

O engenheiro arregalou os olhos com a acusação clara da amiga. “Como assim, errado?!” Ele pensou.

– E nem adianta me arregalar estes olhos azuis, que eu sei fazer pior! – Ela arregalou os olhos, imitando a atitude do amigo.

Os dois riram da brincadeira.

– Mas agora é sério Nando... – Ele lhe tomou uma das mãos. – Eu sinto que seu sentimento pela Gina é grande e verdadeiro. Mas não é tendo uma crise de ciúmes como a de hoje, que você vai conquistá-la de vez, meu caro.

– Mas Juliana, você viu como aquele um olhava pra ela, tocava nela, buscando me provocar! – Ele tentava argumentar.

Era inútil. Juliana possuía experiência de campo.

– Nando, se eu estou lhe dizendo isso, é porque sei o que digo. Eu terminei aquilo, que nem sei o que era, com o Renato ainda a pouco, por atitudes que ele tinha, como a sua de hoje! – Ela estava sendo sincera. E surpreendeu Nando com a novidade.

– Como assim, Juliana?! Terminou quando?! E porque?! – Ele não entendia realmente.

– Terminar é um termo forte. Eu apenas disse que não queria mais ficar com ele, ainda a pouco, em uma conversa que tivemos por mensagens. Afinal, é só assim que cosegue se conversar com ele atualmente... Mas essa ocupação incessante dele com a faculdade foi apenas um dos motivos Nando... Ele vai viajar e passar um mês todo fora naquele intercâmbio de extensão universitária. Eu não queria de certa maneira prendê-lo aqui.

– Ué, eu até lhe entendo minha amiga, e se foi o melhor para você, apoio sua decisão... Mas, porque você me comparava a ele?! – Ferdinando se ajeitou na cama pra se concentrar mais e finalmente tentar entender.

– Nando, o Renato sempre foi assim, centrado na faculdade, e nós sabemos bem disso... Mas de um tempo pra cá, o que pesou mesmo foi o ciúme que ele começou a ter e demonstrar de mim de uma forma exagerada. – Ela suspirou. – Até com o pobre do Zelão, que acabou de chegar ele já foi grosso!

– Nossa Juliana, desta estória eu não sabia... – A consciência de Nando começava a aplicar o exemplo em si.

– Pois é meu caro! E eu não consegui admitir por muito tempo, pois assim como você e a Gina, eu e o Renato não tínhamos nem nunca tivemos nada.

‘Nada’. Aquelas palavras abateram Ferdinando de surpresa. Ele nunca havia pensado assim. Nada. Ele não achava coerente com o sentimento que já tinha pela ruiva. Mas percebeu que Juliana estava certa. Eles, assim como ela e Renato, não tinham um compromisso sério, que o permitisse sentir ciúmes ou fazer questionamentos.

– Agora eu estou entendendo Juliana... – Ele olhava para a amiga que lhe havia aberto os olhos.

– Que bom meu amigo, porque eu espero de coração que esta estória de vocês, que ainda nem começou, dure mais que a minha.

– Como assim Juliana, a Gina lhe disse algo sobre não estar gostando de ficar comigo?!

O desespero de Ferdinando era fofo. Juliana não pode deixar de sorrir ao vê-lo assim. Ele estava com o coração totalmente entregue, era nítido.

– Não meu amigo... Muito pelo contrário, fique você sabendo! – Ela lhe disse baixo, como um segredo. – Mas eu acho bom você prestar mais atenção nas coisas que diz a ela Ferdinando, pois se eu não suportei por muito tempo um ciumento... A Gina tem cara de que suporta menos ainda! –Ela soltara em tom de aviso.

E realmente era um aviso.

– Você tá certa Juliana... – Nando abraçou ternamente aquela que para ele, ao menos agora, parecia uma irmã.

–Juliana, você acha que... – Gina perdeu a fala. Enquanto o abraço acontecia, a porta se abriu, e seus olhares nada serenos observaram aquele terno ato. Um pensamento impuro e nada coerente começava a rondar sua mente de uma forma distante e atormentadora.

– Gina... – Juliana disse se soltando dos braços de Ferdinando. – Que bom que você está aqui! Tem alguém que quer muito lhe falar. – Juliana, com esta fala, afastou tais suspeita sem cabimento, que Gina pudesse começar a ter.

Ferdinando se levantou e estendeu a mão para Gina.

– Gina, será que nós podemos conversar?! – Seu tom denunciava um breve arrependimento.

Gina permaneceu em silêncio.

– Bom, eu vou deixá-los a sós. Vocês fiquem a vontade, por favor meus queridos. – Juliana disse se retirando, empurrando Gina para dentro do quarto e fechando a porta.

Gina ficou parada na frente de Ferdinando, fingindo não vê-lo ali.

– Menininha...- Ferdinando começou incerto e suave, com Gina disfarçando o olhar. Ainda estava magoada, mas ouvi-lo lhe chamar tão carinhosamente, sempre mexia com as sensações de seu corpo. – Eu não quero mais brigar com você. – Ele se aproximou, tomando o queixo dela em suas mãos. Ela se esquivou do toque.

– Nando, eu também não quero, mas não gosto, e já te avisei, quando você vem fazer perguntas pra mim como em um interrogatório. Nem se eu tivesse um namorado, iria admitir esse tipo de coisa. – Ela era dura. Estava pontuando mesmo o que sentia, seu desagrado.

Ouvir Gina falar assim do termo namorado, com a ‘vaga’ tão abertamente colocada, frisando que aquilo, entre eles, ainda não era nada, como Juliana havia descrito, por alguma razão, fez Nando sentir vontade de demonstrar para Gina o motivo de todo aquele ciúmes. Ele a amava.

–Gina, eu sei disso, e quero que você me perdoe pelo jeito com que falei com você... – Ele suspirou e tentou retomar o toque, lhe tomando as mãos desta vez. – Mas eu quero que você saiba Gina, que o motivo de todo esse ciúme é um só... – Ele caçou o olhar dela, que ainda se esquivava. -... Gina, eu... Eu...

– Você o que Nando? – Ela finalmente deixou-se segurar pelo olhar terno do rapaz, aguardando a explicação.

– Eu gosto muito de você Gina. - Ele suspirou. - Eu, como já lhe disse, sou apaixonado por você, menininha... E a simples ideia de ter alguém te desejando, ainda que só passe pela minha cabeça, me faz mal... Ara Gina, mas é um mal que você nem imagina... – Ele abaixou os olhos, se rendendo ao sentimento.

Na verdade, ele não conseguiu completar a frase da maneira que gostaria. Talvez por insegurança, mas mais ainda pelo medo que o cobriu. Um medo gigantesco de assustar a ruiva. Ele sabia que tudo aquilo para ela era muito novo, e não queria de modo algum assustá-la. E uma confissão de AMOR poderia, sem dúvidas afugentá-la, se vinda muito precocemente.

– Bom, era isso que eu tinha pra lhe dizer... Você me perdoa menininha?! – Ele voltou a olhá-la, esperançoso, no aguardo de uma resposta.


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Notas finais do capítulo

Menininhas, tá curto, eu sei! rs
Mas o 20 vai compensá-las!
Big beijos! s2