Trilha sonora

Aquele dia na escola foi como qualquer outro, otários zoando outros otários que não tem coragem de tomar atitude, idiotas desrespeitando professores sem moral. Enfim. Essa merda toda de coisas inúteis, depois da escola fui direto pra casa, ainda não sei por que vou para aquele lixo, não aprendo nada com isso, chegando em casa me jogo na cama e começo a ouvir musica no ultimo volume, naquele que os seus tímpanos tremem, escutei por alguns minutos ate cair no sono, ninguém se importa do barulho alto mesmo, a porra da mulher que me colocou no mundo não fica em casa, eu tenho que me virar em tudo, de certo modo gosto de ser independente até por que se for parar pra ver somos sozinhos em tudo na vida, amigos e família são ilusões de companheirismo, os trouxas de fazem confiar neles e depois te magoam e você é otário de chamar as pessoas de seus amigos e não as perdoarem quando erram com você, resumindo, você é um grande idiota se não viver sozinho, eu gosto de viver sozinho.

Acordei de tarde, lavei o rosto, comi um pão e sai pra fumar, estava frio, como eu gosto de dias nublados, talvez eu seja excessivamente branco por nunca tomar sol, eu falto ate na escola em dias de sol, sentei em um banco qualquer de um lugar isolado onde sempre fumo. Estavam sentado com as pernas esticadas, olhos fechados, fone de ouvido tocando Nothing Left To Lose e fumando, Marlboro vermelho, esse sim é meu verdadeiro amigo, sempre me acalma, sempre me consola e sempre esta comigo. Estava viajando na minha musica quando alguém tropeçou no meu pé e caiu, eu abri meus olhos e vi uma garota ajoelhada, ela era ruiva e trajava roupas totalmente pretas, um vestido e uma jaqueta de couco, meia-calça rasgada e um coturno até o joelho, devo adimira-lá pelo ótimo gosto. Estendi a mão para ela e a levantei pedindo minhas sinceras desculpas, ela me deu um soco no barriga e aceitou as desculpas me mostrando seu sorriso excessivamente banco, apareceu um sorriso no canto da minha boca automaticamente mas logo o tirei de lá.

–Prazer, Liv - Disse ela estendendo a mão, à apertei e disse:

–Azreal.

–Humm, anjo da morte ?

–Devo que sim.

–Não quer mandar na minha morte né ?

–Ela costumava ser minha!

–Hum, um defeito, egoísta, quero saber outros.

–Não vai- Disse virando me para sair.

–Não vai me oferecer um cigarro ?

–Crianças não deveriam fumar sabe.- Após dessas mesmas palavras a senhorita a minha frente me tomou o cigarro da boca e começou a fuma-lo- O que foi isso ?

–Pensei que crianças não fumavam- Disse ela se virando e me olhando sobre o ombro com um sorriso irônico e saindo, fui atrás dela.- Prefiro meu lugar secreto.

–E onde esse se encontraria ?

–Vou te levar mas antes, Porra, acho que já enjoô de falar todo certinho não ?

–Então você não gosta do jeito que eu falo ?

–Não, é monótono e atoa.

–Porra, você tem razão, estou quase vomitando- Rimos.

Ela me levou para entre a floresta que tinha a duas quadras da minha rua, entramos nela e no final da mesma tinha uma pequena e velha casinha feita de telhado de madeira e paredes de blocos com alguns musgos, ela não era grande mas também, não era pequena, devia ser uma igreja antes de não ser mais.

–Era uma igreja, ta vendo aquela cruz na entrada ? Um dia quando não estiver com preguiça de subir no telhado eu vou inverte-la.- Sabia que era uma igreja.

Entramos, era incrível lá dentro, tinha uma cortina preta, uma cama totalmente desarrumada, uma mesa com um cinzeiro, um maço e livros como, Luciola, Lollita e Madame Bovary… Resumindo, ela era uma garotinha querendo ser uma puta… Ela tinha um livro todo sobre Lilith, talvez a Deusa mais gostosa que exista! Só depois de alguns minutos percebi que tinha alguém dormindo naquela cama mas já era tarde, ele já tinha percebido minha presença pois acordou e ficou me olhando, ele era excessivamente branco como tudo nesse dia doido, cabelos ruivos também, sardas e olhos verdes, magro e cabelo combrido e liso, ele não parecia um nerd como todos os ruivos, ele era gostoso, como a senhorita Liv. É CLARO, eles são irmão.

–Prazer, Ziv.

–A claro, liv, ziv…. Vida…. Azreal.

–Ta, você é estranho mas ok- Disse ele levantando.

–Você dormiu enquanto eu cantava Mt. St Helens- Disse liv

–Caraca você conhece Mirah ?

–Claro Az, seu tapado, eu e meu irmãozinho aqui gostamos muito dela, as musicas delas são mortíferas, calmas, e meio que revivem.

–Bipolar.

–Não, é que eu amo a morte, meu irmão a vida, somos gémeos.

–A morte é melhor, e ela é minha.- Nesse momento eu percebi o quanto eu era louco, tive que ver alguém que se parecesse comigo pra ver o quanto eu sou incoerente.

–Senta ai e vamos, fuma, viver talvez- Disse ziv tirando sarro da minha cara.