O Ultimo Robin escrita por Eric Valdez


Capítulo 5
Amor


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, mas esta ae



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Quando aquela mulher me chamou de filho, a única coisa que me veio à mente foi dizer:

— Ahn...? — e fazer uma cara de lerdo.

— Steve Parker...? — ela se aproxima de mim e toca meu rosto.

Rapidamente Batman agarra o pulso dela e a empurra para trás.

— Você o abandonou — ele disse — agora ele fica com o Batman. Ele agora é meu filho.

A briga dos dois me deixou intrigado. Não entendia o motivo daquilo tudo, era estranho os dois estarem brigando por mim. Mas eu estava ocupado demais tentando assimilar a nova informação de que a mulher gato me chamou de filho. Cara, era algo inédito e completamente inesperado. Meu coração parecia estar na minha boca, eu encarava os dois brigando enquanto algo crescia em meu peito. Puxei o capuz e tirei a máscara.

— É verdade? — perguntei para ela que assentiu. Guardei a máscara no bolso e corri até ela a abraçando com força. O modo que ela retribuiu o meu abraço era a prova que era minha mãe.

Amor maternal foi o que senti quando ela me encarou e bagunçou meus cabelos, me encheu de beijos e abraços. Batman apenas encarando tudo escondido nas sombras. O problema foi horas depois, quando chegamos em casa, Bruce anunciou:

— Você não sairá mais em missão comigo.

— Por que? — pergunto, indignado.

— Desobedeceu uma ordem. E tirou a máscara. Isso não é uma brincadeira, Steve.

— Era minha mãe, Bruce. — Encaro os olhos deles, tão azuis como os meus. — Você faria o mesmo se visse a sua mãe de novo.

Então fui para a cama.

POV’s Narrador.

Bruce se sentou de frente para a lareira e ficou encarado o fogo com os olhos cansados e expressão pensativa. Ela tinha dito que o garoto havia morrido no parto, que o filho dele estava morto sem ele ao menos conhece-lo. Silena Kyle havia mentido para ele e isso o deixava irritado e curioso pelo motivo. Mas por algum motivo, Silena colocou o nome que ele queria no garoto: Parker.

Nesse momento o Wayne entendeu o porquê de certos comportamentos do garoto. Impulsivo, quebra as regras quando necessário e era extremamente ágil. E tinha uma certa obsessão por gatos pretos. Bruce decidiu então que não deixaria o garoto saber, que manteria segredo até ter a certeza absoluta sobre isso. Ele continuou encarando as chamas quando Alfred trouxe o jantar para ele.

Alfred se manteve calado ao entregar a comida, não fazia muito que ele saiu do quarto de Steve e em sua mente estava como o garoto tinha o rosto parecido com o de Bruce.

— É ele, meu senhor? — Alfred perguntou num tom sem emoção.

— Ele quem, Alfred? — o Wayne perguntou levando o café aos lábios.

— O garoto. É o Parker. O que a senhorita Kyle disse ter morrido.

— Não tenho certeza. Não direi nada até ter absoluta certeza.

O mordomo assentiu e se retirou, mas a pergunta ainda rondava sua mente. O rosto dos dois tinham os mesmos traços fortes e marcantes, os olhos eram os mesmos. Se fosse moreno, seria um mini-Bruce. Apesar de obediente, Steve era impulsivo e imprevisível. Tinha um comportamento rebelde e um tanto carente.

Antes de dormir, Bruce passou no quarto de Steve para ver se ele estava bem e não tinha caído da cama (algo muito comum). O garoto estava de olhos abertos encarando a porta. Antes do maior sair, ele chamou.

— Sr. Wayne — ele disse com uma voz sonolenta.

— Sim, Steve.

— Eu te considero meu pai, mesmo o senhor não me deixando te chamar assim. O senhor salvou minha vida, me levanta quando caio. Eu só quero te lembrar que o amo... — Bruce encarou o garoto, esperando o resto da frase. — Eu te amo.... Pai.... — o final foi dito tão baixo que Bruce quase não ouviu.

— É Bruce, Steve... Bruce. — ele saiu do quarto com uma expressão firme e dura.

Mas foi só fechar a porta que ela se transformou numa expressão de dor. Dor de não poder dar carinho ao garoto, de não deixar ele se apegar muito. Era necessário, se algo acontecer ele não podia sofrer tanto quanto Batman sofreu com a perda dos pais. Ele não tinha a quem se apegar e isso de certa forma era bom, ele sempre seria forte o suficiente para aguentar perdas e confiaria em sí mesmo. Era essa a lição que Bruce queria ensinar ao garoto.

Mas doía, apesar de tudo que ele já havia passado, doía. A perda de Damian gritou na mente dele, os dois eram tão parecidos que chegava a perturbar o homem morcego. Ele também tentava não se apegar a Steve, para não se ferir muito se algo acontecer. Mas era impossível, ele amava o filho mais do que tudo. E foi isso que sussurrou antes de apagar a luz do corredor e caminhar até o próprio quarto com uma expressão derrotada.

Ele sentia como se estivesse morrendo aos poucos, como se afastasse sua felicidade de si. Bruce ainda tinha sentimentos apesar de tudo, não era feito de ferro. Antes de dormir o homem ficou sentado na cama olhando algumas fotos com seus outros filhos... Dick, Jim, Jason, Stephanie e Damian... E agora, Steve ganhou o manto de Robin.

Bruce sentia como se colocasse seu último filho vendado em um tiroteio. Sem direção, sem ver o perigo ou enxergar na tragédia que estava se metendo.


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