O Ultimo Robin escrita por Eric Valdez


Capítulo 3
Selinho




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No outro dia, eu já sentia saudades dela. Queria vê-la naquele exato momento e, de certa forma, isso me deixou apavorado. Alyssa realmente havia roubado meu coração. Eu precisava de um motivo para vê-la novamente, por que Bruce não me levaria para a casa dela se eu apenas pedisse. Não se sei se ela fez de proposito ou não, mas uma das chaves inglesas dela estava caída no meu tapete... Com o nome “Alyssa” numa letra nada feminina, mas eu sabia que era dela.

Aquela chave era meu motivo para vê-la de novo. Graças a ela, Bruce deixou Alfred me levar até lá e brincar um pouco com ela. Mas me fez jurar que iria me comportar devidamente... Jurei, obviamente, mas sabia que perto daquela garota eu não me controlaria. Quem diria, eu; Steve Parker de 8 anos; me veria perdidamente apaixonado pela filha do rival do cara que cuidava de mim.

Depois de alguns minutos dentro do carro com Alfred dirigindo, cheguei a casa dela. Por sorte, naquele dia eu não vestia um terno. Usava uma camisa social azul claro e calças jeans muito bem passadas. E meus all star vermelhos que infelizmente foram lavados e agora estavam impecáveis. Esse é o lado ruim de ser filho do cara mais rico da cidade, você sempre terá que está bem vestido.

Alfred me levou até a entrada e eu entrei num estado de pânico ao ver que em volta da casa só existia mar. Sim, eu sei que a agua está a quilômetros de mim... mas eu tenho Pnigofobia, ou seja, fobia de não respirar ou pânico de sufocamento. E na agua eu, como qualquer outro ser humano, não respiro. Apenas por ver a agua sinto uma pressão no peito que dificultou minha respiração. Tive que abrir alguns botões de cima da camisa para me sentir mais à vontade. Mas Alfred logo veio e quis fecha-los.

— Tenho pânico de não conseguir respirar, Senhor. — digo e ele então fez uma expressão de compreensão e apenas ajeitou minha camisa. — Obrigado.

Então entramos na casa. Uma mulher foi a primeira a me receber.

— Olá, quem é você, garotinho? — disse a mulher sorrindo.

— Eu sou Alfred — disse o mordomo, que ia me apresentar formalmente — Se apresente — ele disse para mim.

— Sou Steven Parky — Digo e coro.

— Steve Parker é o correto — esclareceu Alfred — Ele veio brincar com a senhorita Alyssa Stark

— Veio brincar com a Aly? — a mulher sorriu — Ah, sou Pepper Potts, mãe dela.

Sorri e ela me deixou entrar, Alfred logo avisando que voltaria me buscar no horário do almoço. Tinha a manhã inteira com ela. Quando falei da ferramenta esquecida sob meu tapete, ela disse:

— Anthony! Você deixou Aly ir ao jantar daquele jeito? Eu falei para mandar ela tomar banho e vestir a roupa que deixei separada!

— Não é fácil manda-la tomar banho, sabia disso? — ele surgiu na sala comendo um sanduiche. — Olá, Wayne.

— Sr. Stark — faço um aceno de cabeça.

— Então, veio fazer o que aqui? Pedir para colocar o Batman nos vingadores? — ele disse num tom mal humorado.

Franzi as sobrancelhas. Então Pepper sussurrou para mim “Liga não, acabou de acordar”. Sorri largamente e ela me guiou ao quarto de Alyssa. Que eu quase pensei que fosse a oficina pelas inúmeras ferramentas no chão e parafernalhas mecânicas espalhadas por todo local. Pela quantidade de graxa espalhado por ali, me arrependi de vir com uma camisa clara. Foi então que eu vi aquele anjinho demoníaco surgir na minha frente de cabeça para baixo, pendurada numa barra de ferro com as pernas.

— Olá, Parky — Ela provocou e me beijou no nariz. Corei bruscamente.

— Olá, anjinho demoníaco.

— Serio isso? — Ela se soltou e caiu em pé a minha frente, era bem ágil — Me acha um anjinho? — vi os olhos dela brilharem.

— É, acho.

Foi então que ela pulou em mim me abraçando e enchendo meu rosto de beijos. Por esse motivo não reagi antes dizendo:

— Minha camisa! — Então encaro a peça. Limpa — Como...?

— Você é daqueles riquinhos todo fresco. Logico que eu não iria sujar sua camisa.

Sorri pelo jeito dela. Até perceber que ela me chamou de fresco.

— Hey, eu não sou fresco!

— Aaaah não — disse ela irônica — “minha camisa!” — ela me imitou como uma garotinha que suja a camisa. Rosnei e ela pareceu se assustar — Tá, parei, mas não faça isso de novo.

— Por que? — rosnei levemente e vi ela recuar.

— Ahn... Eu... Eu tenho medo de cachorros e você rosnando parece muito um deles.

— Acho que estou mais para um gatinho... — sussurrei.

Acabou que a manhã inteira foi baseada em provocações e brincadeiras desse tipo. Até quando ela me perguntou o que achei da casa dela.

— Então, o que achou da minha humilde casa?

— Humilde? — ri um pouco — A casa tem um terreno enorme, mas foi mal aproveitado com essa arquitetura diferente. Se usasse o jeito tradicional, mas com alguns toques fora do padrão ficaria bacana e teria muitos cômodos espaçosos e confortáveis. Sem falar que a casa é confusa, facilmente alguém se perde aqui e... — a encarei e vi os olhos confusos dela — Eu gostei. — a vejo sorrir e me encarar mordendo o lábio inferior.

Aquilo foi infinitamente provocador. Senti o peito esquentar quando ela se aproximou cautelosamente de mim. Recuei um pouco, estávamos sentados na cama dela, o único lugar limpo do cômodo. Até que eu percebi que se recuasse mais, cairia da cama. Apenas fechei os olhos quando vi ela se apoiando nos joelhos e colocando as mãos ao lado do meu corpo e colou nossos lábios nos meus num selinho tímido.

— Alyssa — chamou uma voz firme e masculina. Ops...

Stark encarava a cena da porta com um olhar irritado e ciumento. Alyssa estava do mesmo jeito perto de mim ao dizer:

— Oi, pai.

— Algo a me falar?

— Ahn.... — ela pareceu pensar e então sorriu sacana. — Não sabe bater, Stark?

— Alyssa! — Ele reclama irritado.

— Eu... eu acho que deu minha hora... Tchau, Aly. — digo correndo para fora e pegando meu celular no bolso, discando rapidamente o número de Alfred dizendo que já podia vir me pegar.

Assim que entrei no carro, senti o peito esquentar novamente e os lábios formigar... Foi um selinho rápido, de qualquer jeito. Mas foram os lábios dela a tocarem os meus com um carinho tão... tão puro. Foi perfeito.

Agora só me restava lembrar e rezar para Stark não dizer nada ao Senhor Wayne... que provavelmente detestaria a novidade. Quem diria que eu, um Wayne (adotado, mas ainda sim sou um Wayne), teria sido beijado pela filha de seu rival, Stark?

Sorri de maneira sacana, um sorriso que não era comum brincar em meus lábios. Mas agora, nesse momento, aquele anjinho demoníaco havia me corrompido.

Eu estava disposto a arcar com as consequências para poder ficar com ela. Mesmo escondido, mesmo que seja proibido... Valia a pena.


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