Amigos por destino, apaixonados por acaso. escrita por Carol, MPS, Vih Lockwood


Capítulo 4
Um novo vizinho




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/537712/chapter/4

P.O.V RENATA

Junior... Junior... Eu sabia quem era só era questão de tempo de me lembrar...

Eu havia ficado curiosa com a identidade do garoto, após oque Ágata me contou... Coitada da Ágata... O Daniel havia brincado tanto com os sentimentos dela e infelizmente ainda fazia isso ultimamente.

Ele tinha sorte de ter uma amiga como ela, tão preocupada e tão atenciosa.

Ele tinha que ser cuidar, enquanto ele ficava brincando de “quer ou não quer”, podia acabar aparecendo outro alguém que mexesse mais com o coração dela, do que o próprio Daniel conseguia e pelo oque eu andava observando, esse cargo era do Gustavo.

Ou eu sou realmente muito nerd, como essas duas dizem, ou aquele garoto não era bonito... Tá eu admito, ele até que era gatinho... Porém, era da Ágata o cargo de avaliar a beleza das pessoas e eu preferia ficar avaliando a beleza de outros.

–LEMBREI- Acabei gritando no meio da aula da professora Carla, de Ensino Religioso, atraindo vários olhares dos meus colegas.

–Você está bem, senhorita Renata?- Escutei minha professora dizer.

–Hum...sim, foi só um surto da minha gritinitecontaginousinatementeaguda- eu disse, meu dom, era com certeza inventar palavras.

–É contagioso?

–Não, pode ficar tranquila professora.

Me virei pra trás e vi uma Sabrina e uma Ágata, praticamente chorando de tanto rir.

–Gritinen sei lá oque? De onde a moça tirou isso?- disse Ágata.

–Eu também queria saber.

– Fica quieta, você está pronunciando errado Ágata, o correto seria gritinitecontaginousinatementeaguda.

–Não faz mal, o modo como pronuncio, amanhã você já vai se esquecer dessa palavra... Por falar em esquecer, dona Renata, você lembrou do que?

–O Junior, não é aquele garoto que a Sabrina vive trocando olhares?

–Fofocas e fofocas, fico sabendo de coisas de mim mesma, que nem eu sabia...- falou a Sabrina.

–Não são fofocas, são coisas que as suas melhores amigas andam observando no seu comportamento infantil oras...

–Infantil? Sou bem eu que fico inventado palavras sem noção.

–Vou ter que dar razão para a Sabrina, desta vez- disse Ágata.

–Fica quietinha Danielete!

–Dani...oque?

–Danielete!

–Olha, eu não mereço isso, realmente não mereço.

–Chega meninas, vamos copiar, se não quero ver na hora da prova, não vou passar cola pra vocês de novo.- Eu disse.

–Tá então copia pra mim.- Disse Sabrina.

–E pra mim.- falou Ágata.

E assim as duas, “folgadas”, largaram os cadernos em cima da minha mesa, e ainda ficaram escolhendo que cor eu teria que copiar o conteúdo para elas... Tenho que fazer novas amizades.

Após meu pulso doer de tanto copiar, o sinal bateu para a troca de período, o próximo seria artes.

Na semana passada, quando a professora avisou que iriamos pintar um quadro eu quase não acreditei e ainda por cima era um quadro com tema livre!

Poderia ser uma releitura, uma nova obra, sobre qualquer tema que nos despertasse curiosidade, ela nos explicou que assim, podíamos desenvolver mais a nossa imaginação

Eu resolvi fazer uma releitura da obra Retirantes, do Candido Portinari, da qual foi pintada em 1944.

Logo comecei a pintar e senti alguém me cutucando pelas costas, me virei e vi que era Eduardo com um pincel que estava com tinta azul, prontamente foi passado na minha bochecha, acabei a aula parecendo um smurf, para falar bem a verdade.

Mas é claro que eu iria revidar.

Quase todos foram parar na direção, porque bem... como dizer? As paredes mudaram de cor... Mas é claro, foram ver a diretora, apenas os responsáveis, sim “os”.

Ultimamente Ágata só havia se queixando de estar sendo excluída e etc. Mas o interessante é que as duas, sempre que podiam me deixavam sozinha, extremamente perdida, elas são minha únicas amigas naquele colégio, fora de lá, tenho muitas amizades, mas graças a horda cruel que as duas tanto idolatram e o resto do mundo provavelmente, porque a popularidade deles, eu não duvido, deve ter chegado a tanto, ninguém chegava perto de mim. Eles conseguiram afastar todo mundo da minha volta, oque é o pior, já tive muitas e muitas saudades da minha antiga cidade, só continuava naquele colégio por causa de Sabrina que tanto desejava que eu não saísse, mas que vivia dizendo que queria sair e logo.

Voltei rapidamente para a realidade, me lembrando de que os problemas delas vinham antes dos meus sempre, minha mãe não concordava com isso, porém é exatamente assim que ás amigas agem, resumindo, as amigas, são, ao todo, eu.

E comecei a me lembrar do Junior, Sabrina vivia comentando dele, analisando o cabelo, a tal “franja” que ela tanto idolatra que ele tem, ou aquela garota estava apaixonada, ou, é não tinha mais opções realmente.

Resolvi comentar com Ágata e a “detetive”, disse que mais tarde investigaria.

Saindo da sala de artes, a Sabrina quase “caiu” em cima do Junior, ela derrubou o guri no chão!

Fui ajudar ele a se levantar, mas logo percebi que ela também havia caído, e fiquei sem saber qual dos dois ajudar, mas oque teria levado ela a cair no chão?

E logo vi um garoto da horda cruel, que era “amigo” dela rindo. Provavelmente havia sido ele, era o único da horda, além de Eduardo que também era de falar comigo, talvez por termos oito anos de amizade, mas garanto se ele tivesse me conhecido esse ano, estaria fazendo o mesmo que os outros neste momento. Ignorando-me.

A verdade, é que a maioria do pessoal da horda, realmente não gostava de mim, mas a líder deles era a minha “legitima colega”, conversávamos e tudo o mais, já havíamos sido melhores amigas, mas com o tempo, nos afastamos e criamos certa rivalidade entre nós, que foi dissolvida, uma parte este ano e creio eu, ficaria apenas nisto.

Tentei achar Ágata com o olhar, mas nenhuma pista indicava o local ao qual ela deveria estar, ela deveria estar do meu lado, mas simplesmente desapareceu.

Vi, quando de repente olhei para trás, Gustavo, novamente agarrado com alguém. Ele não tinha respeito pela Ágata.

As meninas adoram dizer que eu sou “brabinha” e digamos que eu posso concordar... Me lembrei de Eduardo, que sempre conversava com quem havia feito algo para mim quando eu me sentia mal.

Frequentemente as minhas crises de querer mudar de escola aumentavam e ele era o único que me fazia desistir de sair daquele lugar... apenas com o olhar.

Resolvi incorporar o “Eduardo” e fui defender a Ágata, claro, eu não o faria na frente de todos.

Caminhei em direção a Daniel e a contragosto ele me acompanhou para o final da fila, meio afastados de nossos colegas e com sei lá qual garota ele estava se “enturmando”.

–olha Dani, temos que conversar. - Eu disse.

–Ué, deu a louca Renata? Você nunca fala comigo!

–Achei que hoje era necessário.

–Por qual motivo?

–Você sabe que é contra as regras da escola namoro aqui dentro, ou seja namoro nos aposentos escolares não é mesmo?

–Sim, porque?

–Acho que a Ágata concorda com essa regra.

Ele fez uma cara de quem não estava gostando do assunto, mas eu prossegui:

–Olha Daniel, eu realmente não falo com você, não tenho essa intimidade de melhor amiga que a Ágata tem, nem faço questão de falar com você, mas achei necessário pelo seguinte motivo: Ela está sofrendo muito! Acha que não é difícil pra ela ver o melhor amigo se afastar, ver ele com outras garotas?

–Mas ela não é minha namorada! Não devo satisfações algumas para estes ataques de ciúmes que ela dá, se ela continuar assim, sinceramente, prefiro acabar essa amizade, ela só anda com a Sabrina e claro com você, com você Renata, eu não tenho o menor problema, afinal nunca conversamos então não posso te julgar, além de que você parece ser legalzinha, já aquela Sabrina, não simpatizei desde o primeiro momento! Acha que eu não sei como ela se sente? Já parou pra pensar que eu posso estar fazendo isso, apenas para vingar, de ela me largar, por ai, pra qualquer uma, para poder ter a companhia do Gustavo?

–Olha Daniel, eu realmente te intendo.

–Como?

–Eu te intendo, intendo vocês dois aliás.

–Mas você nunca passou por nada parecido para saber! Você não tem como intender oque eu sinto, ninguém tem!

–Daniel, calma, eu te intendo, porque estou passando pela mesma situação!

–Com quem, me diga Renata, sempre achei que os nerds não tinham coração.

–Olha, eu estou conversando calmamente com você e você está me desrespeitando, ninguém acha que os nerds tem coração, porque pelo menos da minha parte, eu aparento ser forte o tempo todo, aguento tudo sem reclamar, porém não é assim, o problema de ser forte o tempo todo é que todos esquecem que eu também tenho sentimentos, não tem medo de me magoar... Deixar-me de lado... Porque simplesmente acham que eu consigo superar isso, mas não é assim! Mas continuando, afinal o assunto é a Ágata, me promete que vai tratar ela melhor?

–Não sei...

–Nem que eu tenha que fazer a força, mas vocês dois vão fazer as pazes!

–Tudo bem- ele disse rindo.

–Vamos cantar então?

–Se eu conhecer a música...

Então eu comecei:

“Meu caminho é cada manhã

Não procure saber onde estou

Meu destino não é de ninguém

E eu não deixo os meus passos no chão

Se você não entende não vê

Se não me vê, não entende.”

– Capital Inicial?- ele disse já entrando na sala comigo, foi então que eu observei, lá no canto alguém, com um enorme cartaz.

“ME DESCULPA?” Eram os dizeres, até que eu percebi que quem estava segurando aquele cartaz, era Eduardo.

Não intendi pra quem, ou porque daquele cartaz, nem tive tempo de perguntar, afinal, logo a professora entrou na sala.

–Bom dia gente! Tenho uma surpresa para vocês!

–Oque?- disseram, uns 10 alunos ao mesmo tempo.

–Hoje é aula em dupla! Porém eu que vou escolher.

–Ah não- eu já disse, esperando pelo pior.

Ela começou a fazer um sorteio, pedindo que escolhêssemos um número, após todos terem escolhido um, sem repetição, ela começou a anunciar as duplas.

–Sabrina e Daniel- eu só faltei enfartar de tanto rir.

–Ágata e Gustavo- poxa, eu recém havia concertado as coisas, agora vem a professora e estraga tudo.

–Renata e Eduardo- eu provavelmente fiquei mais vermelha que um pimentão, porque logo após o Eduardo encostar a classe na minha, perguntou se eu estava bem.

Aquele dia seria longo.

Na volta pra casa, afinal eu também voltava de ônibus, era uma pena que não no mesmo de Ágata, corri, para conseguir pegar o ônibus, afinal ele estava quase arrancado, quando vi que o Eduardo estava do meu lado.

–Oque você está fazendo aqui?- eu perguntei quando nós dois já havíamos sentando no ônibus, um do lado do outro.

– Tãm, tãm, tãm... eu vou ser seu vizinho!

Agora o mundo podia acabar, que eu não me importaria...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quase duas mil palavras :)

Temos já quatro pessoas acompanhando e apenas o comentário da Bea, valeu viu?
Muito Obrigado!
Apareçam leitores fantasmas, mas amo vocês igualmente hahahaha, apesar de nunca aparecerem, obrigada por acompanharem.
Mais um P.O.V da Renata, então mais um:

Bj da Mah



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amigos por destino, apaixonados por acaso." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.