Uma Razão para o Natal escrita por Daijo


Capítulo 1
Capítulo Único - Uma Razão Para o Natal


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é um especial de natal, feito especialmente para minha amiga querida e senpai Lady Fenix.
Espero que gostem, pricipalmente a senpai
Boa leitura!



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A noite chegara a Academia Cross, porém seu clima não era comum como nas outras. Eram férias e dormitório da Day Class estava vazio. Mas não se podia afirmar o mesmo da Night Class, pois alguns de seus alunos ainda permaneciam ali.

                                                                                                           

Na casa do diretor, era possível ver enfeites escandalosos por toda a sala de estar e o próprio homem cantando músicas animadamente. Não era uma noite comum... Era véspera de Natal.

Os corredores da Academia também carregavam os ornamentos natalinos, incluindo uma bela árvore. O clima era de festa, no entanto não era essa a atmosfera que predominava no dormitório dos vampiros.

 

Na porta deste havia uma guirlanda, mas em seu interior não se encontrava nenhum resquício daquela data festiva. Tudo estava como sempre... Para eles não havia porque comemorar.

 

Sentando em um amplo sofá estava Senri Shiki, se deliciando com um pocky dado por sua amiga Rima Touya. Esta estava ao seu lado, descansando sobre o braço do móvel; olhava entediada para a janela do cômodo, segurando uma caixa dos doces.  

- Eu não entendo... – ele disse inesperadamente, fazendo-a virar em sua direção. – O que há de tão especial no dia vinte e cinco?

- É o Natal. – ela declarou simplesmente, colocando outro biscoito na boca dele.

Com a sobrancelha erguida, ele terminou de comer o doce e voltou a se pronunciar, demonstrando que não ficara satisfeito com a resposta.

- E o que há de especial no Natal? Por que os humanos esperam ansiosos por essa data e ficam estranhamente eufóricos?

- É... – começou Rima, porém hesitou pensativa.

Ela já havia ouvido falar do simbolismo que o Natal possuía, no entanto nunca entendera o que tanto encantava na tal festa.

Senri a olhava intrigado, enquanto ela se mostrava visivelmente interrogativa. Ele abriu novamente a boca para se pronunciar, mas foi interrompido por outro pocky. No mesmo instante Rima se ergueu, puxando o jovem vampiro junto.

- Vamos... – ela disse, virando de costas e o guiando em direção a porta. – Iremos descobrir o que há de tal especial no Natal dos humanos.

 

 

Os dois vampiros saíram do dormitório silenciosa e tranquilamente. Atravessaram os portões que guardavam a construção e percorreram um caminho calmo que os levaria até a Academia.

Uma vez dentro do terreno principal, Rima levou o vampiro até a parte em que se situava a casa dos Cross. Habilidosamente, os vampiros se posicionaram próximo a uma das janelas da morada, exatamente na qual se podia enxergar a sala de estar. Puseram-se atrás dos arbustos, ficando assim parcialmente cobertos.

 

- O que estamos fazendo? – indagou Shiki, olhando Rima espreitar o cômodo exageradamente enfeitado. – E se Kiryuu nos pegar?

- Não vai... Ali está ele. – disse, apontando para a janela.

 

Através do vidro podia-se ver, também, um pedaço da sala de jantar. Na mesa encontravam-se sentados Yuuki, Zero e o diretor Kaien. O móvel sustentava um banquete e eles comiam satisfeitos.

- É assim que descobriremos o que há de especial. – explicou Rima, observando atentamente. – O que você vê de diferente ali?

Shiki manteve-se em silêncio observando os habitantes da casa.

 

Yuuki terminava de comer seu karaage* tranquilamente, enquanto Zero apenas observava entediado seu prato vazio. Então, o diretor Cross levantou-se da mesa e sumiu do campo de visão dos ‘espiões’. Depois de alguns minutos ele voltou a aparecer na porta da sala trazendo consigo um Kurisumasu Keeki**, que parecia realmente apetitoso.

- Aqui está meus filhos, o prato mais esperado da noite! – Os dois vampiros puderam escutar ele dizer, não só pela audição avançada, mas também pelo tom de voz escandaloso.

Ele seguiu saltitante para a mesa segurando, até que abruptamente tropeçou e acabou derrubando o bolo em cima do colo de Zero.

 

O tempo pareceu parar, tanto do lado de dentro quanto do lado de fora. A atmosfera ficou pesada e Yuuki e Kaien, além dos vampiros, observavam Zero, apreensivos. Este olhou para o diretor, que estava estático ao seu lado, e num ato rápido sujou a mão direta no que restara do Kurisumasu Keeki e a esfregou na cara dele.

E o que aconteceu a seguir foi algo realmente inesperado. O monitor soltou uma alta gargalhada que ecoou pelo silêncio daquela noite. Apesar do espanto, logo a risada de Yuuki o acompanhou e depois a do diretor Cross, que tentava limpar o rosto em seu avental estampado com o desenho de um papai-noel.

 

Do lado de fora, dois curiosos mantinham os olhos arregalados, mal acreditando na cena que haviam presenciado. Ainda boquiabertos, viram Kaien jogar-se nos braços de Zero que o empurrou a alguns metros de distância.

- Eles parecem mais unidos do que normalmente – conclui Shiki, observando o diretor debulhar-se em lágrimas perto do monitor.

- Olha. – A vampira apontou para a janela, e o jovem acompanhou seu dedo indicador.

 

Enquanto Kiryuu e Cross mantinham-se ocupados discutindo, a pequena Yuuki escapou da sala discretamente. Isso despertou a curiosidade de ambos os vampiros.

- Onde será que a Cross foi? – disse Rima, desconfiada.

O amigo apenas deu os ombros e continuou a olhar os outros dois. O Homem agora oferecia um presente ao jovem guardião, que hesitante aceitou.

 

- Vamos Shiki. – falou Rima, mexendo na manga da camisa dele.

Eles espreitaram até os corredores do colégio, a fim de voltar para o dormitório da Night Class. No caminho passaram pela grande árvore de natal que enfeitava o pátio; era uma bonita decoração, onde suas luzes piscavam incessantemente.  

 

Continuaram caminhando devagar, até que abruptamente Senri puxou Rima pelo braço e a encostou na parede do corredor, fazendo o mesmo.

- O que foi? – indagou ela, numa mistura de surpresa e exasperação.

- Dê uma olhada. – ele murmurou, colocando parcialmente a cabeça na beira vertical da parede.

A vampira fez a mesma coisa, e deu um pequeno sorriso de lado ao ver do que se tratava. Perto da fonte, que ganhara luzes coloridas devido aquela época, estava o líder do dormitório Kaname Kuran. E ao seu lado, nada menos que Cross Yuuki.

Ela mirava os próprios pés e permanecia com os braços estendidos, oferecendo ao sangue-puro um embrulho vermelho.

- Um presente. – sussurrou Touya, tentando imaginar o que estaria embrulhado. – Então foi por isso que ela fugiu da casa.

- Parece que sim. – murmurou o outro, tão curioso quanto ela.

 

Enquanto isso, Kaname aceitou o presente da jovem. Ela continuou observando o chão, porém sua face adquirira um tom róseo.

- Obrigado Yuuki. – ele disse, pousando a mão no queixo da garota e erguendo o rosto dela. – Também tenho um presente para você.

 

Senri e Touya ficaram atentos, esperando descobrir qual seria o tal presente que seu líder ofereceria a garota.

 

Kuran trouxe-a para perto de si num ímpeto, surpreendendo-a.

- Kaname... Senpai?

Ele ficou alheio a pequena súplica, e aproximou seu rosto do dela. Seus orbes eram capazes de hipnotizar Yuuki. E era por isso que ela estava ali, parada diante dele, perdida em seus olhos... Como sempre estivera.

Kaname selou os lábios dela delicadamente, circulando os braços em sua cintura fina. Em um primeiro momento, Yuuki arregalou os olhos surpresa. Mas depois os cerrou, aproveitando seu presente de Natal.

 

Shiki e Rima ficaram atônitos. Aquele não era um beijo que eles estavam acostumados a ver. Não parecia lascivo ou voluptuoso como era do feitio dos vampiros. Era calmo, terno... Aquilo parecia amor.

 

- Vamos. – Foi a vez de Senri chamar a vampira. – Vamos voltar, acho que já vimos o bastante.

- Sim. – respondeu, dando uma olhada nos dois jovens abraçados perto da fonte.

 

O caminho de volta ao dormitório da Lua foi silencioso. Os dois vampiros estavam absortos cada qual em seus próprios pensamentos.

Assim que chegaram ao prédio, encontraram os demais estudantes reunidos na sala de estar. Hanabusa Aidou e Ruka Souen discutiam, provavelmente sobre algo relacionado a Kaname. Akatsuki Kain apenas assistia a discussão dos dois, enquanto sorvia uma taça de sangue falso. E Ichijou sorria diante da situação.

Shiki notou que aquela reunião parecia muito próxima a que ocorrera na casa dos Cross, porém de uma maneira diferente... Da maneira dos vampiros.

 

Ele despertou dos seus pensamentos, quando Rima segurou sua mão e levou-o até as escadas. Ela o guiou até o próprio quarto, e o fez sentar sobre a sua cama.

- O que foi Rima? – indagou Senri, olhando ela pegar algo em cima do criado mudo.

- Eu acho que entendi o que há de especial no Natal. – declarou, e ele ficou surpreso.

 

Ela mostrou o que segurava na mão e Shiki franziu o cenho, interrogativo, ao ver que era pequeno bombom.  A vampira aproximou-se dele, curvando o corpo, para que seus rostos ficam-se próximos. Estendeu, então, a mão com o chocolate e Senri entendeu o que ela faria. Ele abriu a boca lentamente e recebeu o doce com satisfação.

No entanto, o vampiro não esperava a ação que veio a seguir. Assim que acabara de degustar o bombom, Rima aproximou-se alguns centímetros mais e roçou seus lábios nos dele. Shiki não pôde manter-se neutro diante daquilo, agarrou-a pela cintura e tomou-lhe os lábios. O aroma e sabor do chocolate ainda prevaleciam em sua boca, e ele ficou feliz de, ao menos uma vez, transpassá-los a ela.

 

O jovem levantou-se sem interromper a carícia, e assim pôde trazer a garota para mais perto de si. As línguas de ambos brincavam dentro de suas bocas, enquanto Rima enroscava seus dedos nos fios de cabelo de Shiki; as mãos dele circulavam a cintura fina da vampira.

Eles ficaram alguns segundos mais naquele beijo doce, até que se separam para respirar. Os dois permaneceram com as testas unidas, enquanto Rima arfava um pouco.

- Esse foi o meu presente. – ela murmurou, esboçando um tímido sorriso.

- Então me deixe dar-lhe o seu... – sussurrou em resposta, com um sorriso maroto.

 

Senri afastou sua testa da dela, mas manteve um dos braços enroscado na cintura da vampira. Em um movimento calmo e deveras sedutor, ele usou a unhas de sua mão livre para arranhar o próprio pescoço. Algumas gotículas de sangue brotaram, e Rima prendeu a respiração, diante da tentação.

A seguir o vampiro lambuzou o dedo no líquido rubro, e pintou delicadamente os lábios da parceira. Instantaneamente os olhos dela tornaram se carmesins e os dele também. Rima passou a língua pelos lábios de maneira provocante, deliciando-se do sangue dele. Não havia nada melhor para um vampiro do que provar o sangue de quem se mais amava.

 

Shiki pousou a mão na nuca da jovem e trouxe sua cabeça para perto do seu pescoço melado de vermelho. Rima inebriou-se com aquele aroma doce, o perfume da essência dele. Usou sua língua fria para limpar a ferida que ele próprio causara, extasiando-se com o sabor.

- Prove mais do presente, Rima. – Shiki pediu, antes que ela se afastasse de seu colo.

Ela não esperou que ele dissesse mais nada, cravou os caninos no pescoço do companheiro, sorvendo-lhe o sangue.

Senri girou o corpo, trocando a posição de ambos, e logo após deitou Rima sobre os lençóis da cama. Ele manteve-se por cima dela, ficando cada vez mais instigado com as sensações que ela lhe proporcionava enquanto tomava seu sangue.

Assim que ela se satisfez, beijou-lhe mais uma vez ainda com a boca manchada em escarlate. O desejo de ambos aumentava, assim como a luxúria do momento. 

Shiki deslocou os lábios para o pescoço da vampira, distribuindo pequenas carícias pela sua extensão. Foi com gana por mais que ele sentiu as unhas da vampira arranhando-lhe as costas, provocando-o com toques ariscos, que o faziam perder a razão.

 

Num ímpeto o vampiro deslocou as mãos para as coxas da garota e puxou a bainha do vestido negro que ela usava. Vagarosamente foi subindo-o, admirando o corpo da parceira. Uma vez retirado, foi a vez de ele livrar-se das próprias roupas.

 

- Feliz Natal, Shiki. – murmurou Rima, enquanto os dois, apenas em roupas íntimas, permaneciam sobre a cama. Ela estava com as costas apoiadas no colchão e ele usava os cotovelos para sustentar-se inclinado sobre ela.

- Feliz Natal. – ele repetiu, mergulhando em sua direção para capturar-lhe os lábios macios.

 

Aquele era apenas o começo da noite para os dois vampiros. Noite que prometia muita paixão, desejo e luxúria. Mas acima de tudo, amor.

Um amor que jamais os faria esquecer a importância da época natalina... Pelo menos a razão do Natal na eternidade de ambos. 

 

 

FIM

 

 


*karaage – frango frito

**Kurisumasu Keeki - bolo de Natal, que é feito com doce, pão-de-ló, morangos e creme de leite batido.

 

  


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