Beautiful Obsession escrita por Asynjurr


Capítulo 13
Twelfth Chapter


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, mil perdões pela demora, estava terminando a fanfiction e terminei, bom... espero ainda ter leitoras hehehehehe, vamo que vamo, capítulo enorme hehehehehe.

Esse capítulo estará um louco confuso, mas vocês vão entender tudo direitinho mais adiante.

Boa leitura!!!



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Violetta Castillo-Point Of View

Quatro anos depois...

Voltar à Buenos Aires após tanto tempo, não estava em meus planos, mas as circunstâncias me obriga...p completamente. Enquanto caminho para a pista de vôo, rezo em meu subconsciente para que o destino não me pregue peças de mau gosto novamente. Leena parece feliz, seu sorriso alcança os olhos, deixando-os ainda mais belos. Ao adentrar-mos ao Airbus, procuro nossos assentos e quando os encontro, direciono-me aos mesmos, que estão localizados na parte dianteira da aeronave. Agora são 11h:32min AM em São Francisco. O tempo está nublado e com fortes indícios de tempestade, mas acho pouco provável que isso venha acontecer, não seria algo conveniente.

A viagem é bastante longa e cansativa, porém, não consigo pregar os olhos, são muitos os problemas que estão a me perturbar. Perdida em devaneios não percebo o tempo passar e quando percebo já estamos sobre-voando a cidade de Middlewich (Reino Unido). Pela janela, observo tudo por um ângulo jamais visto por mim antes. Nunca pensei que voltaria essa cidade novamente... não depois de tudo o que aconteceu há quatro anos atrás. Leena, dorme serenamente na poltrona ao meu lado. Deslizo meus dedos por sua face e meu coração torna-se menor, enquanto observo seu sono profundo... casto.

Inclino minha cabeça para trás e repouso-a em meu assento. Procuro aliviar meus receios através de um livro qualquer, porém, é inútil. Uma mescla de receio e ansiedade me invade deliberadamente. Em todos esses anos, não houve um dia em que ele não estivesse em meus pensamentos. Vejo-o em meus sonhos. Ainda projeto-o em mim. Seu sorriso ainda me entorpece. Ainda sofro com sua ausência. A tristeza tornou-se minha fiel companheira desde que... tudo acabou tão rápido quanto um dia de verão.

Ele era o tipo de homem que nos conquista com apenas um olhar, um gesto ou até mesmo um sorriso. Ainda não acredito como pode ter sido tirado de mim de forma tão repentina e violenta. Lhe procuro em todos que vejo. Tudo me faz lembrar o nosso casamento... é tão frustrante para mim, por mais que procure exilar sua imagem dos meus pensamentos, não consigo esquece-lo... não consigo. As coisas ruins acontecem sempre quando menos esperamos e sinceramente não esperava perde-lo, não naquele momento. Tudo estava dando certo em nossas vidas. Tínhamos um futuro pela frente... tínhamos. Exausta, relaxo o meu corpo na poltrona e involuntariamente, volto ao dia em em que tudo teve um fim.

Flashback On:

"Assim como eu, o céu escureceu-se e anuciava escancaradamente uma tempestade próxima. Seus olhos estavam marejados, enquanto me fitavam sem pestanejar. Diante a tudo o que foi dito, não tive forças para contar o que estava a me perturbar. Como ele mesmo disse, nada o faria mudar de ideia. Queria esmurra-lo por ser tão intransitivo comigo, contudo, limitei-me a observá-lo a uma distância considerável. Podia sentir meu corpo congelando intimamente, como se uma lança de gelo estivesse alcançado minha alma. Gostaria de ter o controle absoluto sobre as minhas ações, porém eu não tinha. Senti uma pequena lágrima percorrer minha face. León aproximou-se e quebrou qualquer espaço que pudesse existir entre nós dois, me envolvendo em seus braços quentes. Meu único desejo era permanecer ali... pela eternidade, mas isso era impossível.

– Por favor, fique longe de mim - desvencilhei-me dos seus braços e recuei um pouco, até que confrontei minhas costas com a paredes de madeira do transatlântico. Ele elevou seus dedos em meio ao emaranhado dos seus cabelos bem cuidados e apertou os lábios entre os dentes. Firmei meu olhar ao seu e apenas um silêncio assolador pairou sobre nós. Não possuía forças ou vontade de falar uma única palavra que fosse. Tudo parecia sem importância naquele momento. Desnorteada voltei a caminhar, um minuto depois, senti suas mãos em meus ombros.

– Não estou fazendo isso porque quero... eu não tenho uma opção...

– Sempre existe uma opção, por mais remota que seja... sempre há um motivo pelo qual lutar - confrontei suas afirmações em um tom petulante e afastei suas mãos de mim. - Você está criando barreiras para o nosso casamento... está criando espaços. León, no dia em que nos casamos eu olhei bem em seus olhos e lhe falei que nunca seria sua, mesmo sendo sua esposa. Você nunca soube, mas... mas foi seu o meu primeiro beijo, com você tornei-me mulher, sua mulher. Nunca pensei que pudesse te amar tanto - já não tinha o controle obsoluto do meu corpo e lágrimas incessantes banhavam a minha face de forma violenta. Meu descontrole era vergonhoso. - Você está desistindo do nosso casamento. Espero que nunca se arrependa da sua escolha.

– Também não está sendo fácil para mim. Não posso te expôr a um perigo real. Antes estava agindo por suposições e atenuantes, mas agora não, tenho motivos para temer pela sua segurança. Por mais que você não entenda... Violetta! - León aproximou-se de mim e firmou suas mãos em minha silhueta. Seu toque era peculiar, como sempre. Ele centralizou seu olhar ao meu e me falou algo eu nunca pude esquecer: - "Você nasceu para ser minha" - ele sussurrou cautelosamente, roçando seus lábios em meus ouvidos. Essas palavras perduraram em minha mente e não externei nenhuma reação. Consternada, afastei-lhe de mim e recuei novamente. - Violetta eu...

– Desculpem-me pela intromissão, todavia, preciso comunicar que tudo está pronto para nossa saída do transatlântico. - Andrew nos informou e León afastou-se, contudo, seu olhar ainda estava fixo ao meu. - Mrs. Vargas, tudo será feito com o máximo de descrição possível. Minha estimativa é que dentro de alguns minutos possamos está na parte oeste de Cannes. Tomei a liberdade de fazer reservas em vossos nomes em um dos hotéis centrais. Hoje serão o senhor e senhora Lewandowski.

– Porque nos registrou com esse sobrenome, Rupert? - León, indagou abismado e me anulei completamente, em meio aos dois. Seus semblantes estavam enervantes, pareciam temer algo, especialmente meu marido, que gesticulava com as mãos. - Pessoalmente, não acho que seja motivo para tanto... não acho - resmungou avidamente, enquanto caminhava na direção do seu subalterno.

– Estamos lidando com um criminoso bastante habilidoso, Mr. Styles. Há meses a polícia de Buenos Aires, tenta achar sua localização, porém, o Hernández sempre encontra uma rota de fuga. O tenente, Julián o presenteou com o codinome: "camaleão". Não podemos e não devemos subestimar alguém com habilidades tão notáveis, concorda, senhor? - Andrew esboçou nossa real situação, mediante aos fatos e com a cabeça, León concordou, após ser questionado a respeito. - Minha equipe e eu, traçamos um trajeto que nos levará até o hotel. Se não erramos em nossos cálculos, levaremos 30min em nosso deslocamento do porto a localização do hotel. Nosso vôo para, Buenos Aires está marcado para as 6h AM. Como foi dito antes, tudo está sobre controle. Não há motivos para alardes ou pânico. - nosso guarda-costas, frisou com uma eminente convicção. Após todas as suas recomendações, Andrew nos deixou a sós novamente.

Estava me sentindo em um romance policial e a sensação não era das melhores, contrariamente, era algo desolador. León e eu estávamos nos comportando como dois estranhos. Era perceptível que as palavras estavam apenas nos magoando... ainda mais. "E se ele tiver razão e... não... ele não tem razão". Estava em uma briga interna com meu subconsciente. Um silêncio estarredor havia instalado-se no corredor, até que ele tomou a iniciativa de um novo diálogo.

– Violetta eu...

– Precisamos ir embora - lhe interrompi exasperada e comecei caminhar para nossa cabine. Estava frustada demais ara ser ouvir suas explicações fajutas. - Tudo já foi dito. Você tem suas motivações e por mais que eu esteja dilacerada internamente, não vou implorar para que fique comigo... não direi nada que te obrigue a isso. É melhor irmos... León... faça o que precisa ser feito. Sem receios... meu amor - uma espada afiada me atravessava ao dizer cada uma daquelas palavras, e de repente senti seus lábios se apossando dos meus com violência e sagacidade. Aparentemente era uma forma perfeita para uma reconciliação. Por um momento esqueci que estávamos a um passo da nossa separação definitiva. León sempre soube me acalmar, mesmo que apenas momentaneamente.

***

Como, Andrew havia nos adiantado, durante o trajeto do transatlântico ao porto de Cannes, passou-se exatamente 30min. León e eu não trocamos uma palavra sequer. O gosto do seu beijo ainda permanecia em minha boca. Estremeçia ao recordar os encontros íntimos dos nossos corpo. "Talvez se... não... ele não mudaria sua forma de pensar caso descobrisse o que estava prestes a contar-lhe". Como nos foi instruído, nos hospedamos no hotel Laphontain, localizado em uma parte privilegiada da cidade litorânea. Ser a sra. Lewandowski por um dia, me angustiava, entretanto, o que realmente me pertubava, era saber que logo voltaria a ser a srta. Castillo e não mais a sra. Vargas. Após nos registrar no hotel, León pegou as chaves do quarto em que passaríamos a noite, tomou minha mão e acompanhado por um funcionário do hotel, seguimos por um longo corredor e finalmente chegamos ao elevador, que supostamente daria acesso ao nosso quarto. Sua mão estava quente e permanecia entrelaçada a minha durante todo o tempo.

"Não posso viver sem ele... posso?"

– Meu am... Violetta... - soara estranho sua forma de tratamento para comigo, ele demonstrava-se confuso e podia sentir sua tentativa inútil de afastar-se a todo custo de mim. Seus olhos verdes, estavam em um escuro... quase cinza. Era nítido que seu corpo estava confrontando sua decisão. "Porque insite neste absurdo?", meu subconsciente protestava ensandecido. Desnorteada. Essa era a palavra correta para definir-me ali... naquele momento desesperador. - Acabei de receber um e-mail e não quero que se preocupe com isso. Irei falar com, Rupert e não irei demorar. Não entre nesse quarto sem um acompanhante por favor. Não me desobedeça - o Harry autoritário e "mandão" estava de volta. Ele ficava insanamente sexy quando estava preocupado comigo. Seus lábios enrugados eram infernais e ardilosamente convidativos.

León afastou-se, sumindo do meu alcance visual e sem pensar duas vezes, adentrei ao quarto. Era minha última oportunidade de desobedecê-lo. Não poderia perder essa chance única. O quarto estava estranhamente escuro. Tropeçando por alguns móveis, consegui encontrar o painel de luzes e quando estava às claras, não acreditei no que os meus olhos estavam presenciando. "Estou louca?", indaguei em meu íntimo. Atordoada pestanejei algumas vezes e por mais que eu quisesse, a sua imagem não desapareceu, contrariamente, continuou nítida aos meus olhos.

– A mais belas de todas as mulheres de Buenos Aires! - ele murmurou com um sorriso estonteante nos lábios e nesse momento o chão sumiu dos meus pés. Ele segurava um revólver. A arma estava apontada para mim. - É muito bom voltar a vê-la. "Não posso dizer o mesmo". - murmurou em um tom audacioso e deu alguns passos em minha direção, completamente intimidada, recuei um pouco, até que tropecei, caindo em uma poltrona, logo após. - Está com medo de mim, querida? - indagou o óbvio e inalou abruptamente. Ele estava diferente. Muito bem trajado e com os cabelos bem cuidados, ele não aparentava nem de longe ser o psicopata que todos dizem. Por estranho que pudesse parecer, eu não estava e com medo ou receio. "Não mesmo".

– Alex... você não devia está aqui - sussurrei atônita, com a sua inesperada presença. Ele começou a "brincar" com o revólver, rolando o gatilho em seu dedo polegar e meu coração acelerou deliberadamente, porém, superficialmente, eu estava bem. Era isso que eu queria que ele pensasse no momento. - A polícia está atrás de você - resmunguei em um tom audível e me assustei com seu tenebroso sorriso de deboche.

– Quando se perde tudo o que se ama na vida, nada mais importa - retrucou e caminhou até mim, sentando-se ao meu lado, ficando mais próximo que deveria. - Ele tirou tudo de mim. Se eu me tornei esse homem miserável e digno de pena... a culpa foi dele. Leonard Vargas é responsável por tudo de ruim que aconteceu em minha vida - afirmou com os seus olhos fixos aos meus. Ele estava calmo e controlado, enquanto falava coisas sem nexo. Podia sentir um ódio devastador correndo em suas veias, mescado ao seu sangue, que certamente estava borbulhando. - Ele é um traidor e por sua culpa o meu...

– León não é assim... - mesmo magoada, saí em sua defesa, deixando-o estático por um instante. No momento cheguei a esquecer que uma arma estava apontada para mim, na verdade, minha vida já não significava tanto quanto antes. - Porque tanto ódio, Alex? - ele silenciou-se diante ao meu questionamento e centralizou seu olhar em uma direção qualquer. - Você não parece ser o monstro que todos dizem, mesmo que suas atitudes o comendene... Soube por altos que eram amigos e...

– Não lhe defenderia se soubesse o porquê do seu casamento - disparou num murmúrio displicente, deixando-me petrificada e surpresa de suas palavras infundadas. Alex e eu ficamos nos entreolhando por um curto espaço de tempo. Podia subtrair verdade dos seus olhos tempestuosos, estavam iguais ao céu nublado daquele dia cinzento e gélido. Um pouco mais disperso, Alex direcionou-se a porta do quarto e a trancou atrás de si, colocando as chaves no bolso frontal de sua calça jeans preta, que vestia seu corpo perfeitamente. Permaneci imóvel em meu assento, até que ele voltou a aproximar-se de mim. - Não precisa ter medo de mim - afirmou sentando-se ao meu lado. Continuei imóvel, não conseguia externar nenhuma reação. - Violetta... - Alex chamou por mim e no mesmo instante fixei os meus olhos aos seus. - Você tinha uma irmã... uma irmã gêmea e...

– Não! - exclamei sobrecarregada emocionante. Atônita levantei-me da poltrona e continuamente caminhei de um lado para o outro, naquele cômodo estreito. Ele apenas me observava em um tenebroso silêncio. - Você está enganado... eu... eu não tenho irmãos, menos ainda irmã gêmea! - disparei conclusiva cessando meus passos, e de repente tudo começou a ficar turvo em volta. Inalei profundamente e voltei a caminhar.

– Sente-se! - recusei-me a obedecê-lo e continuamente caminhava de um lado para o outro. - Sente, Violetta! - novamente ele ordenou, mas eu estava atormentada demais para acatar ordens, menos ainda de alguém que não fosse o meu marido. - Senta na porra dessa cadeira logo e me escuta! - berrou com os dentes semicerrados, tentando abafar sua ira comigo. Ainda receosa voltei a sentar-me ao seu lado. A informação de que supostamente, eu teria uma irmã gêmea devastou-me, como um tornado. "Isso é apenas um blefe", resmungava o meu subconsciente com cara de indignação. - Sua irmã gêmea chamava-se Leena... Leena Hanks e...

– Porque fala da minha... da Leena como se ela não existisse mais? - indaguei tentando assimilar as informações em minha mente e Alex afastou o seu olhar para longe de mim, indo até a janela do quarto. Parecia observar algo lá fora. - Me responda, Alex! - exigi numa súplica desesperada e novamente seus olhos foram de encontro aos meus.

– Idiotas! - resmungou dando risada de algo. - Sua irmã está morta... Leena faleceu há dois anos atrás e o culpado da sua morte, foi o seu querido marido. - Nesse exato momento tudo começou a encaixar-se, finalmente o quebra-cabeças estava sendo montado, Alex estava me oferecendo as peças finais. O jogo estava chegando ao fim... - León conheceu sua irmã exatamente aqui, em Cannes. Ela foi criada por uma tradicional família francesa. Leena era uma mulher incrível, logo, León a quis para ele. Era um conquistador barato e jogou sujo para conquistar sua irmã, o que ele não sabia, era que, Leena já tinha um noivo, que ao descobrir a traição ficou transtornado. Ele queria a cabeça do seu marido em uma bandeja e para isso não mediu esforços. León estava sendo perseguido por todos os lados e como seu amigo, também estava incluído nessa caçada desenfreada. Foram inúmeras as vezes em que eu pedi para ele se afastar da sua irmã, mas ele não me ouviu. León estava disposto a enfrentar tudo pela sua irmã, ele a amava... de um jeito possessivo, mas ele a amava. Planejamos uma fulga. Tudo estava dando certo até que... fomos descobertos. Eu consegui me esconder, por covardia ou sei lá o quê... eu vi o que aconteceu naquela noite. Ele estaria morto se não houvesse a intercessão da sua irmã. Ela deu a vida por ele...ela o salvou da morte. Esse é o real motivo da obsessão do León por você. - relatou, Alex com certa cautela. Após ouvir seus relatos tudo veio à tona em minha mente. Todo o seu medo em relação ao que poderia acontecer á mim estava justificado.

– Você está mentindo! - contestei suas afirmações, ainda incrédula do que ouvira. Minha voz estava alterada, enquanto falava. Estava completamente dicituada. - Se eu realmente tivesse uma irmã eu saberia... porque está mentindo para mim? - questionei espalmando minhas mãos em seu peitoral e ele segurou os meus pulsos. - Responde seu infeliz!

– Calma! - vendo o meu total descontrole, ele segurou meus pulsos com mais forças, entretanto, isso não intimidou, nem um pouco. Comecei a bracejar, ao ponto de força-lo a me abraçar, em uma tentativa falha de me parar. - Para uma dama da sociedade, você é bem forte. - Caçoou me aninhando em seus braços. Seu abraço era forte e de alguma forma conseguiu acalmar-me. - Se eu soltar você, promete que não vai ter um novo ataque de histerismo? - questionou com seu tom mais sarcástico possível e assenti com a cabeça. Já fora do seu alcance, volto a me sentar e ele faz o mesmo, ficando em minha frente. - Há dois dias, eu conheci o pai adotivo dá Leena. Ele chama-se, Suarez Hanks Lavoisier e... - "o nosso comandante?", questionei intimamente, mas não consigo esboçar nenhuma reação. -... segundo ele, o processo de adoção foi completamente legal.

– Isso parece surreal - resmunguei e ele, por alguma razão segurou as minhas mãos, aproximando-se um pouco mais de mim, logo após. - Continue por favor... quero saber toda a verdade - murmurei, afastando suas mãos de mim. Alex, relaxou o seu corpo na poltrona e firmou os lábios em uma linha dura. Ele parecia pensativo, seu semblante estava intermitente e vazio.

– Seus pais acreditaram que sua irmã estivesse nascido morta. Foi o que a equipe médica falou para eles, todavia, alguns dias depois a obstetra que fez o parto da sua mãe, descobriu que havia cometido um erro. Tentaram localizar sua família e como não conseguiram, acharam outra forma para solucionar o equívoco. A médica responsável pelo erro resolveu adotar sua irmã. O seu nome é, Carolina Hanks. Durante anos, Carolina tentou localizar a sua família, mas infelizmente não consegiu e... Realmente acredito na história que, Lavoisier me contou, ele demonstrou veracidade. Se eu estou aqui hoje, foi porque ele me antecipou os passos do seu marido, ele o odeia tanto ou mais do que eu. Por um capricho do León, uma inocente perdeu a vida. Ela só tinha 15 anos. Sei que eu deveria ter falado toda a verdade naquela festa, porém, você não me deu espaço. - relatou e por mais que eu não quisesse acreditar, pude captar verdade em suas palavras.

Tudo estava se encaixando. Eram muitas informações simultâneas e nenhuma que pudesse aliviar minha tensão. Todo esse tempo fui enganada, justamente pelo homem que eu amo. Sempre busquei razões para o meu casamento e agora que as tinha, me sentia bem pior que antes. Meu casamento foi uma mentira. Tudo que eu conheço parece sem sentido. "Droga!"

– Eu não sei o que pensar - murmurei apoiando a minha cabeça na poltrona. - Perdi uma irmã que sequer sabia de sua existência e descubro que meu marido é um louco obcecado... Alex, não sei definir com palavras o que eu estou sentindo. Talvez eu esteja anestesiada e quando essa sensação passar, realmente sentirei alguma coisa, mas agora... não sei o que pensar! - afirmei completamente desnorteada. Minhas mãos tremiam, e meus olhos firmaram-se abertos. Estava arruinada emocionante. - Custei tanto a amá-lo e agora eu... Alex eu...

– Essa era a sua irmã - murmurou, Alex me entregando uma fotografia. Era como se aquela fotografia fosse um espelho para mim, uma sensação singular. - Ela era o seu oposto. Irresponsável, arrogante... mas também era inocente e foi uma vítima do León. Sei que ele a amava, todavia, não a deixou quando percebeu o perigo próximo. Ele foi o causador da sua morte precoce - trevejou sem meias palavra. Os seus olhos estavam cheios de ódio. Suas afirmações trepidavam em minha mente, deixando-me ainda mais anestesiada.

– Tudo o que aconteceu com a Leena... minha irmã, não justifica tanto ódio... desprezo. Porque persegue o meu marido, Alex? - indaguei estarrecida e seu semblante mudou repentinamente, indo de enervante para surpreso em questão de segundos. "Outro bipolar". - Seja sincero por favor. Já chega de segredos na minha vida - ele ficou tétrico ao ouvir-me, não externou nenhuma reação. - Acredite... sofrerei menos assim.

– Você quer a verdade? - apenas assenti com a cabeça ao seu questionamento. Ele inalou abruptamente e aproximou-se um pouco mais de mim, ficando mais próximo que o necessário. - Você terá a verdade, sra. Vargas. León e eu éramos como irmãos, até que[...]"

Flashback Off

Desperto do meu devaneio ao ouvir a comissária de bordo, informando que aterrissaríamos em alguns minutos. Rapidamente consertei minha postura na poltrona e pestanejei algumas vezes, suspirando pesadamente em seguida. Corro meu olhar pela aeronave e todos se preparam para o pouso que se aproxima. Leena continua adormecida, deve está exausta em decorrência das 8h de vôo. Guardo o livro, que sequer cheguei ler a primeira página e o guardo em uma das mochilas sobre as minhas pernas. As vezes me perco em lembranças. Aquele dia me persegue onde quer que eu vá. Meu capital emocional ainda encontra-se baixo, quase inexistente.

– Deseja algo senhorita? - questiona a comissária, com uma bandeja contendo alguns alimentos em suas mãos, nego com a cabeça e ela segue para a poltrona seguinte.

Alguns minutos se passam e finalmente estamos em terra firme novamente. Com calma, levanto-me do meu assento e pego as mochilas que estavam sobre os meus cuidados. Todos os passageiros começam a desembarcar e quando ficamos apenas, Leena e eu na aeronave, decido acordá-la. Após muito esforço, consigo a façanha de acordar "a bela adormecida". Ao despertar, ela me olha assutada, mas sorri logo depois, e de repente me abraça fortemente. Somos acompanhadas de perto pela comissária de bordo, que gentilmente nos leva até a porta de saída da aeronave.

– "De volta a Buenos Aires!" exclamo para mim mesma ao colocar meus pés novamente em solo argentino. A comissária sorri para mim, talvez tenha ouvido meu sussurro e despede-se de nós duas com aceno demorado.

Leena e eu caminhamos apressdamente até o saguão de desembarque. Ela parece feliz, pelo menos, é isso que ela externa com um sorriso largo tatuado em suas feições. É sua primeira vez nessa cidade e eu espero que seja... na verdade eu não espero nada, meu único desejo é que tudo ocorra bem, sem nenhuma supresa. O aeroporto está bastante movimentado. Já são 18h:56min PM. Me adaptar ao fuso horário, mesmo que por pouco tempo, será no mínimo cansativo. Caminhamos vagarosamente para a saída do aeroporto, até que ouço o meu nome sendo chamado ao longe. Ao virar-me para trás não consigo acreditar no que vejo.

"Francesca e León juntos?"

– Não acredito! - exclama, Francesca, enquanto aproxima-se de nós duas. Seu sorriso debochado me revira o estômago. Continua a mesma infeliz de antes. É estranho vê-la de mãos entrelaçadas a alguém que já me pertenceu. Tento aparentar-me tranquila, porém minha inquietação me delata. - É muito bom voltar a te ver, ainda mais agora que...

– Fran... Francesca, melhor irmos - murmura, León, que não consegui omitir seu desconforto ao me ver novamente. Ele está diferente, talvez apenas fisicamente. Seu olhar continua igual... totalmente enervante. Ainda consigo enxerga-lo como o homem que amo... amei. - Estamos atrasados para...

– Calma meu amor - diz, Francesca enlaçando seus braços ao pescoço de León. Ela faz questão de enfatizar cada palavra e por mais que eu tenha noção de que não devo incomodar-me, não consigo conter minha ira. Seria capaz de estrangular essa cretina. - Ela é sua filha? - indaga, me deixando em uma situação difícil, já que, ninguém além do papai e Ludmila, sabe da existência da Leena. Busco uma desculpa para fugir do asunto, porém nada me ocorre. León está estático e parece exigir uma resposta de mim também, mesmo sem me dizer uma única palavra. Leena aperta a minha mão e centralizo meu olhar ao seu.

– Francesca eu... eu preciso ir... é... eu preciso ir embora - digo e dou-lhe as costas para ir embora. Não é a hora certa para contar toda a verdade ao León, menos ainda, na presença dessa idiota. Começo a caminhar e puxo Leena pelo braço. Ela parece confusa, na verdade a situação é bastante confusa. Estamos a um passo da saída, porém, novamente ouço, meu nome. "Que diabos essa cretina quer comigo?" - Sim, Francesca - resmungo voltando o meu corpo para trás. León já não está ao seu lado, como antes.

– Calma srta. Castillo! - ela parece sentir prazer ao pronunciar tais palavras, finjo indiferença, entretanto, estou completamente frustrada por não ser mais a sra. Vargas. - Esse é convite do meu casamento. - murmura me entregando um envelope branco. "Casamento?". - Em dois dias eu me caso... me caso com Leonard Vargas!

"Isso deve ser apenas um tenebroso pesadelo. Francesca e León vão se casar?"


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Notas finais do capítulo

Vocês devem ta: "oi?, como?, porque? Hã?

KKKKKKKKKKK

León vai casar com Francesca? Hummm próximo capítulo vocês vão saber. Esse capítulo vocês descobriram o motivo da "Obsession" do León, OKAY? Ainda falta a parte final do segredo e talz. Então aguradem e a Leena citada é filha da Vilu OKAY? Se é filha do Léon vocês saberão.

Gostaram? Hummm próximo capítulo a fic terá mais revelações? Até logooooo suas Liamdas. COMENTEM, FAVORITOS SÃO IMPORTANTES, então... amoooh vocês. Obrigada por tud. Até logooooo