A jornada que Eliane trilhava era repleta de aventuras. Logo que se tornou caçadora, aprendeu a manusear armas de guerra, combate corpo a corpo e técnicas de batalha.

Em pouco tempo Eliane se tornou uma valente guerreira. Combatia monstros mitológicos fazia dia ou noite, chuva ou sol, calor ou frio. Mas, como a vida não é um mar de rosas, Eliane também colecionou perdas: Presenciou a morte de muitas irmãs, como também quase perdeu a vida em algumas batalhas. Mas a morte não a assustava tanto, afinal, segundo ela, morrer praticando o bem é a forma mais honrada de perder a vida.

Eliane podia enfrentar dragões, minotauros ou qualquer monstro faminto, menos outra surpresa do destino. Durante uma missão das caçadoras, Eliane se viu encurralada ao lutar sem forças contra um dragão nada amigável. Quando estava prestes a fechar os olhos para não se ver sendo engolida pelo monstro de presas afiadas, o inesperado acontece:

A caçadora é salva pelo deus do Sol. Apolo , que lutava ao lado de Ártemis, foi mais rápido que o monstro e ao ver Eliane sendo atacada, emitiu uma luz dourada e a lançou nos olhos da criatura, cegando-a. Esperou que Eliane corresse para longe da criatura, e o queimou com suas chamas solares.

– Obrigado por salvar a minha vida.

A partir daí, uma bonita e proibida amizade nasceu entre a guerreira e o deus. A proximidade dos dois aumentava a cada batalha. Apolo passava mais tempo com Ártemis e as caçadoras do que fazendo as suas próprias missões. A afinidade entre os dois era tão grande que não demorou muito para os dois se apaixonarem.

– O amor é um pecado - disse Flora sem coragem de fitar os olhos do deus do Sol.

– A poesia usa os seu laços para interligar dois corações destinados a se amar. - disse Apolo, com a mão no seu queixo. Pouco a pouco ela o encarou.

– Algum dia os versos escreverão o que os meus olhos não conseguem dizer. Após um longo silêncio, os dois amantes trocaram um beijo apaixonado.

A maior surpresa foi quando Eliane revelou contar a verdade para a sua deusa.

– Eu já sabia! - disse Ártemis.

Eliane sem entender, manteve silêncio. Ártemis continuou:

– Existe uma profecia que anuncia a vinda de uma criança mestiça que manterá o equilíbrio entre as dimensões.

– Segundo a profecia, as dimensões que dividem o mundo estão prestes a serem destruídas. - continuou Apolo.

Eliane permaneceu perplexa e perguntou:

– O que dizia esta profecia?

– Uma bruxa apaixonada pela Lua caçadora de Ártemis se tornará. - respondeu Ártemis. - Um filho com o deus do Sol ela terá.Responsável por manter o equilíbrio entre as dimensões, o filho mestiço será.

Mais uma vez, Eliane se via sem respostas. Apolo e Ártemis respeitaram o tempo que foi necessário para Eliane se acostumar com a ideia de ser uma uma importante peça no jogo de xadrez dos deuses.

Quando se conformou com o seu destino, se despediu de suas irmãs e de sua deusa.Eliane abandonava a sua família pela segunda vez.

– Estou orgulhosa de você, minha caçadora. - disse Ártemis. - Vá e enfrente o seu destino.

O voto de castidade foi desfeito. Eliane estava pronta para cumprir a sua missão. Os dois amantes subiram na carruagem do sol e voaram em rumo a uma ilha pacífica e distante, onde viveriam uma breve e feliz eternidade.