A Flor Lilás-Os 13 Comandos escrita por Gean Motta


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é surpreendente *o*



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Não posso simplesmente arranjar uma escada, subir e vasculhar o que há ali dentro. Daqui á alguns minutos começa a missa. E então, resolvo me sentar e esperar. A missa começar. Minutos se passam e pessoas tomam conta de quase todos os bancos da igreja. A missa começa. Não achei o Jeff. Ele não vir á missa? Isso é raro! Depois de 1 h e meia termina a celebração. No meio da celebração eu já havia pensado em um modo de descobrir aquilo ali. Vou me trancar no banheiro sem ninguém perceber e quando todos saírem, e trancarem as portas, apagarem as luzes e trancarem os portões, eu entro em ação. Estou trancado no banheiro esperando todo o pessoal sair. Acho que eles estão arrumando, ou limpando a igreja, pois, estão demorando demais. Um barulho agoniante e fino percorre meus ouvidos e percebo que o portão da frente se fechou. E estou sozinho. Não há ninguém na igreja além de mim. Então, saio do banheiro e percebo que hoje eu estou com sorte. Os pedreiros deixaram á escada dentro da igreja. Eles estão reformando uma parte na lateral da igreja. Sem a escada nunca conseguiria subir até aquele quadro na parede. A não ser que eu escale-a como um homem-aranha, mais isso é impossível. A escada não é muito pesada, e imagino que seja exatamente ideal para aquela altura. Posiciono a escada e começo a subir. E chego ao último degrau e na frente do quadro. De perto dá pra perceber que ali é uma coisa oca e que há algo dentro. Minhas mãos estão quase tocando no material, e enfim irei descobrir o que há neste quadro...

– Procurando algo, Guilherme?

Estremeço. Conheço esta voz. Viro minha cabeça lentamente para o lado para captar quem estava me espionando. Olho para o seu rosto, pálido, olhos escuros, cabelos cacheados e ondulados. Á propósito, da mesma cor que o meu – Castanho escuro. Matias. Não há como não reconhecer. Matias é um primo que viajou para o Brasil á 2 anos atrás. Por incrível que pareça, ele não mudou nada. Nós somos muito amigos desde criança. E ele é, e foi uma das pessoas que eu mais confio.

– Na verdade, não.- digo, quase gaguejando – Quer saber? Sim, estou procurando sim.

– Posso saber o quê?

– É uma longa história. Deixa eu descer daqui que explico melhor.

Matias. Acredito que ele não vá contar para ninguém. Sempre confiei nele e ele em mim. Nós aprontávamos muito quando crianças. E eu não vou ficar guardando essa história só pra mim. Bom... Além do Jeff. Pra falar a verdade, confio mais no Matias do que no Jeff.

– Pode continuar o que você estava fazendo. Estarei te esperando aqui – diz ele se sentando em um dos bancos.

E eu continuei. Realmente tinha algo dentro daquele quadro. Um pote. E com um bilhete dentro. Agarrei o pote e desci as escadas. Abri o pote, peguei a flor do bolso a coloquei dentro. Matias, pôs os seus olhos na flor, e eles brilharam.

– Bom... vamos para casa?

– Primeiro me conte o que é isso – diz ele

– Coisa minha – digo.

A ansiedade está tomando conta de mim. Quero logo abrir o pote e ler o papel. Mas Matias está olhando com um olhar diferente... Agora estou indeciso se devo confiar nele ou não.

Chego em casa e ele começa a me interrogar. Tento não contar nada para ele, estou dando o meu máximo. Acabo de mudar de ideia de que eu confio mais nele do que no Jeff. Matias está muito estranho. Ele nunca foi assim. Então resolvo revidar com o interrogatório.

– Como você soube que eu estava ali, naquele instante?

– Vi você entrando – diz ele – e não o vi saindo. Achei que estivesse perdido ou algo assim. Então eles me trancaram pelo lado de fora. E como você sabia onde tinha uma chave reserva dentro da igreja?

– Eu tenho meus contatos – digo

– Agora, me responda, o que é esse pote?

– Olha, eu tenho um amigo, que ele participa muito da igreja. E ele gosta de se comunicar por cartas. Então ele pede para o faxineiro da igreja guardar ali dentro para que eu possa pegar e ler. E eu faço a mesma coisa, entendeu?

– Nossa, que coisa mais cafona – diz ele fazendo uma expressão de nojo.

Eu rio e saio da sala. Vou para o meu quarto, tranco a porta, fecho as janelas, e vou correndo abrir o pote. Tiro a flor e coloco num vasinho pequeno, em que, não tem como amassá-la e nem fazer nada de mal. Garanto que ela vai ficar intacta por um bom tempo.

No bilhete, logo em cima tinha um símbolo. Uma flor. Estremeço e começo a ler as próximas linhas.

“ Esta é apenas a primeira imagem. Encontre as outras 3. junte-as e achará o que está procurando.”

Abaixo das linhas onde está escrito, há uma imagem estranha, que não consigo decifrar. Se eu achar as outras 3, vou descobrir a forma real do desenho. E vou encontrar os 13 comandos. E vou salvar minha mãe. Mas, não vou fazer isso tudo sozinho. Quando vou colocar o papel de volta no frasco, algumas letras no verso das folhas parecem estar queimando. Elas brilham intensamente como se quisesse que alguém á leia. Então endireito a folha e leio:

“ O que você procura, pode estar mais perto do que você imagina”

Estremeci. Do que aquilo está se referindo? Da minha mãe? Dos 13 comandos? Ou da próxima imagem? Não sei. E não há como saber.

Agora só penso em uma coisa. Jeff. Tenho que contar para ele, e tenho que mostrar esta imagem. Ele precisa pensar junto comigo. E juntos vamos desvendar esse mistério. Coloco o papel no bolso, e guardo a flor dentro da cômoda do meu quarto. Numa caixinha que ninguém não vai nem desconfiar. Meu pai não está em casa – como sempre – o Matias é mais velho que eu, e imagino que meu pai tenha autorizado ele vir, pra me fazer companhia. Mas ele está muito engando.

Estou andando em direção á casa do Jeff. Totalmente desprevenido. Sem o celular, a flor, nada. Somente com a pista e as informações e coincidências na minha mente. Estou chegando. O Jeff vai ficar feliz em me ver. Assim como a Carlinha... Percebo que dois homens de moto estão me perseguindo. Acelero os meus passos. E eles a moto. Começo a correr e eles saltam em disparada na minha frente e a moto fica bem em minha frente. Me fazendo parar.

– Calma aí, mocinho – diz um homem de capacete.

– O que você quer? – digo

– Seu celular. Dinheiro. Tudo que você tem aí. Vamos, agora! – agora, ele começou a gritar – AGORA!

– Não tenho celular. Pode me revistar se quiser. Sou um pobretão, não ando com dinheiro no bolso. Eu só tenho esse papel besta e velho aqui no meu bolso. Inclusive eu vou jogar...

– Não importa. Não saio daqui se mãos vazias. Já que não vale nada mesmo, me dê o papel. Não vou assaltar alguém e sair sem levar nada. – ele tira a pista do meu bolso e começa a me revistar. – Vê se pede dinheiro á seus pais para a gente te roubar!

Ele monta na moto e sai em disparada. E agora? O que eu faço? Uma das únicas chances de eu recuperar minha mãe está nas mãos daquele sujeito miserável. E eu não vou deixar isso fácil. A moto deles não é tão rápida mais eu sou. Já participei de corridas nas olimpíadas para jovens nas gincanas do meu colégio. E eu consigo alcançar. Basta correr rápido o suficiente para saltar em cima da moto e arrancar o papel dele.

E eu sou capaz de ter a audácia de correr atrás da moto e avançar em cima deles.

E é exatamente o que eu faço.


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Notas finais do capítulo

*o*, Obrigado.



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