Peter On

– Bom, se você acredita em Neverland e você é uma garota perdida, o que você acha de treinar como uma?- Ele perguntou se desfazendo do abraço.

– Sério? – Disse enxugando as minhas lágrimas.

– Seríssimo. – Respondeu ele.

Fomos para a floresta da cidade e começamos a treinar.

– Nós não estamos em Neverland, mas você precisa aprender a se defender. Lá existe piratas e vira e mexe brigamos com eles e sempre brigamos entre os meninos perdidos.

– Ok.

– Aqui. – Ele disse parando.

– Pra começar você precisa saber os pontos fracos do seu adversário.

– Mas eu não sei os seus. Nem de ninguém.

– Então, me acerte.

– Com o que?

– Com os braços e as pernas.

– Tá né.

– Pense em uma coisa que te deixe com raiva e me acerte. – Ele respondeu. Nessa hora eu lembrei do meu passado, as pessoas me batendo, e me humilhando. Algumas lágrimas tomaram conta do meu rosto, mas eu não me entreguei ao choro então tentei descontar toda a minha raiva no Peter.

– Por onde começo?

– Primeiro, tente se defender, preste atenção nos meus movimentos e depois revida.

– E mais uma coisa.

– O quê? – Perguntei

– Não chore, a pessoa com quem você está lutando não deve saber da sua fragilidade. –Disse e enxugou as minhas lágrimas. Meu Deus! De novo? Que perfeição é essa, mas pera ele é mal, eu vejo isso no olhar dele.

Ele começou a me acertar, primeiro tentou socar meu rosto, mas eu desviei, depois a minha barriga, mas eu abaixei. E então eu tentei socar a barriga dele com o pé mas eu tropecei num galho e caí em cima dele.

Peter On

Que garota linda!!! Ela é muito linda, desde do primeiro momento que a vi senti que era para eu protege-la, para cuidar dela, porque ela parecia tão frágil.

Ela foi pra casa da Regina e eu comecei a pensar em como treinar ela e em como contar a ela sobre a maldição. Quando me deu fome, eu fui pro Granny´s e vi ela comendo um hambúrguer. Ela estava mais linda ainda. Com uma blusa meio colada no corpo que definia suas curvas, e cara, eu fiquei babando nela. Pera Peter não você não pode se apaixonar por ela, não pode.

Decidi me sentar na mesa dela, e perguntei como ela estava, ela me respondeu de uma maneira tão óbvia, mas ao mesmo tempo tão engraçada. Depois perguntei se ela lembrava de alguma coisa e ela falou da idade e do sonho. Quando ela acabou de contar o sonho eu tive certeza de que era real.

Eu falei pra ela que a parte da sombra era verdade, e ela começou a chorar, juro, nessa hora tudo o que eu mais queria era abraça-la e dizer para ela que tudo ficaria bem, que eu estaria do seu lado para o que der e vier e que sempre a protegeria.

Ela saiu correndo do Granny´s e eu segui ela e a abracei para tentar dar conforto a ela. Depois eu perguntei se ela não queria treinar e ela aceitou.

Cara, ela levou o treino muito a sério, ela sentiu a raiva necessária, e percebi que algumas lágrimas começaram a cair dos seus olhos, eu me senti comovido, mas não pude deixar na cara, apenas a aconselhei, depois de ela se defender ela foi revidar e tentou bater no meu peito, só que ela tropeçou e caiu em cima de mim. Que olhos perfeitos! Mas eles estavam marejado, eu pude ver dor neles, eu vi sofrimento. Eu estava tão conectado a ela que senti o seu calor no meu corpo, eu estava hipnotizado por ela. PARA PETER!PARA!VOCÊ NÃO PODE SE APAIXONAR!

Mas não consegui evitar, eu fiquei encarando aqueles olhos perdidos, eu já tinha visto eles antes, mas esse tinha um efeito sobre mim. Eu pensei em beijá-la, mas percebi que essa ideia era louca, porque ela precisa confiar em alguém e não ser beijada, não é o melhor momento pra isso e eu ainda preciso descobrir o nome dela. Quando a encarei de novo, vi que ela não conseguia mais conter as lagrimas, eu não aguento vê-la chorando, eu preciso fazer alguma coisa. EU TENHO UM INSTINTO DE PROTEÇÂO SOBRE ELA!

Então me levantei do chão, pus ela no meu colo e a abraçei até o choro dela cessar.

– Me desculpe. – ela disse.

– Pelo o que?

– Por chorar.

– Você não precisa pedir desculpa por chorar.

– Mas...Você disse.

– Shhhhhh.- Pus meu dedo nos lábios dela para ela parar de falar.

– Isso não é uma luta de verdade, eu estou apenas treinando você para o que vem pela frente.

– E o que vêm pela frente?

– Nada com que você deva se preocupar agora. – Falei e dei um beijo na testa dela. Já comentei que eu tenho a sensação de que eu devo protege-la? É como um instinto de irmão mais velho, só que ela me atrai, eu tem alguma coisa que me leva pra ela, mas eu não sei o que.

– Por quê você esta sendo tão bom comigo?

– Nenhum garoto me tratou tão bem como você me trata, mesmo você me conhecendo a apenas algumas horas.

– O que eles fizeram pra você? – Eu perguntei preocupado.

– É difícil lembrar... Eu só sei que dói e dói muito.

– Eu tenho um instinto de proteção sobre você. – Respondi.

– Eu acho melhor voltarmos, está ficando tarde. – Falei, já estava tudo escuro.

– Tá bom. Ela respondeu, e fomos em silêncio até a casa da Regina.

– Boa Noite. – Falei.

– Boa Noite, Peter.- Ela falou e me deu um abraço, e que abraço gostoso.