Definição de Perfeição escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 14
Amigos?


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por não postar ontem. É que minha internet tinha caído e só voltou hoje. Em compensação, vou tentar postar dois capítulos amanhã.



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Duca já estava puto com Pedro pelo rapaz ter visto Bianca nua. Quando viu-o cair por cima da garota, a raiva aumentou. Ele ouvir o rockeiro falando que estava afim da filha do Gael foi a gota d'água.

–Repete pra mim que eu não captei direito, colega! - gritou Duca. - Que porra é essa? Tá maluco?

– Calma aí, cara. Eu não tava falando da Bianca não. - disse Pedro, desesperado.

– Então de quem era, hein, palhaço?

– Era da Karina, cara, relaxa aí - disse João intervindo.

– Não tô gostando dessa merda. Cê tá muito amiguinho da Bianca, moleque!

– Cara, aquilo dela pelada foi acidente. Só isso.

Duca descontrolou-se e partiu pra cima do roqueiro. João ainda tentou ajudar o amigo, mas a sua resistência e nada eram a mesma coisa para o lutador. Duca pegou o violão de Pedro e o atacou com o mesmo. Bastou apenas um golpe para que ele fosse nocauteado. De quebra, o violão quebrou.

Pedro acordou, horas depois, completamente tonto e podia sentir uma enorme protuberância em sua cabeça. "Isso é um galo?", pensou ele.

– Ai, você tá vivo, ainda bem - disse João, abraçando-o.

O roqueiro olhou em volta. Estava num quarto de hospital, vazio.

– Que que rolou depois que eu apaguei? - perguntou Pedro.

– A Esquentadinha veio e começou a gritar com o Duca dizendo que ele era um imbecil, te defendeu e bateu nele também. Depois disso a Bianca ainda veio e terminou com ele. Tô pulando de felicidade, Pedro. Ah, o doutor disse que assim que você acordasse, cê já podia ir embora.

– Que bom pra você, Johnny. Pelo menos alguém se deu bem hoje. Olha, tô indo ver com a Karina se tá tudo bem com ela, OK?

– Acho melhor não, hein, Pedroso. Ela parecia possessa contigo. Mandou você nem pensar em ligar pra ela.

– Ei, relaxa aí, João. Pode deixar que eu sei como lidar com a Esquentadinha. Tenho ela na mão, cara.

– Ih, não boto fé, colega. Mas beleza, vai lá. Vou aproveitar pra pensar em como vou conquistar aquela deusa.

Pedro saiu do hospital, de cabeça enfaixada. Subiu no ponto de ônibus e, enquanto ia pra casa, assistia, no celular, a apresentação de ontem. Ele realmente tinha se dedicado. Cada vez mais se apaixonava pela garota.

Quando chegou na academia, foi falar com Karina. Encontrou-a surrando um saco de pancadas, com os olhos totalmente vermelhos de chorar.

– Ei, Esquentadinha, briga...

– Pedro, posso falar a sério contigo?

– Pode, claro. Que que foi?

– Olha, esse nosso rolo tá muito legal, mas... Eu quero... - O garoto viu que lágrimas estavam vindo aos olhos dela - Quero que a gente seja só amigo, pode ser?

O rapaz se surpreendeu com o pedido da garota.

– Como assim só amigos? A gente tava se dando tão bem, Esquentadinha. Você sabe pra quantas garotas eu dediquei uma música? Sabe pra quantas eu compus algo decente? Sabe quantas delas dormiram na minha casa, me fizeram cozinhar, dormiram comigo e me fizeram agir como um completo bobo por ela? Foi só você, Karina. Você é única, especial. Não só no seu jeito de agir, mas como em geral. Principalmente no meu coração. Cada dia mais eu me apaixono, me perco completamente nesses teus lindos olhos... eu te amo, Esquentadinha. Por favor, não faz isso comigo...

Karina estava chocada. Sabia que Pedro gostava dela, mas não sabia que era tanto. Nem ele mesmo sabia que era tanto. Infelizmente, para a infelicidade de ambos, K tinha que dizer aquilo.

– Olha, Pedro, você é um cara... - Karina parou por um soluço - você é um cara muito legal e com certeza vai achar alguém melhor por aí. Eu... eu não gosto de você desse jeito. Eu tava frágil pelo lance... - a garota secou o rosto, completamente encharcado por lágrimas, o que não adiantou muito, pois logo estava chorando novamente - pelo lance do Duca. Foi algo de momento e eu só queria me sentir querida.

– Esquentadinha, me diz por favor o que tá rolando. Lembra que eu tô aqui pro que você precisar?

– Lembro sim. No momento, eu preciso de distância de você, Pedro. Amigos?

– Mas...

– Por favor. Você não tem ideia do quanto tá me doendo ter que dizer isso.

Pedro pegou, em silêncio os restos de sua guitarra do chão. Sentia lágrimas vindo aos seus olhos, mas não as esconderia, não de Karina.

– Tudo bem, Esquentadinha. Apenas amigos. - disse o rapaz fazendo um sorriso falso e indo embora, aos prantos.

Para a infelicidade do casal, alguém sorria ao fundo, satisfeito.

Karina se dirigiu a ele e gritou.

– Eu te odeio! Eu te odeio! Eu te odeio! - gritava enquanto socava o peito de seu pai.

– Karina, eu já te disse. Eu não gosto daquele garoto. Fora que te dei duas opções. Você podia muito bem ter desistido desse teu sonho besta de lutar profissionalmente e eu teria aceitado ele o quanto você quisesse.

– Por que você nunca faz uma merda dessas com a Bianca?!

– Primeiro de tudo, olha essa boca! Cadê o respeito, menina?! Segundo, o Duca é meu aluno. Eu conheço bem ele. Nunca achei que ele iria se descontrolar até aquele ponto, mas algum motivo o outro garoto deve ter dado.

– Pai, o Duca quebrou o violão do Pedro na cabeça dele por causa de um acidente. Só isso!

– Eu conheço os alunos que tenho, Karina. Fora que a escolha não foi minha. Foi sua.

Por mais que estivesse com ódio do pai, ele estava certo. A culpa era de Karina. Havia escolhido seu sonho ao invés do amor. Será que fez a escolha certa? Será que se Pedro soubesse, entenderia? Eram muitas dúvidas para a loira, que até mesmo desistiu de treinar. Se dirigiu aos vestiários e, enquanto banhava-se, pôs-se a chorar.

Enquanto isso, Pedro chegava em casa, de coração partido. Quando viu que seus pais tentariam o abordar, conseguiu evitá-lo. Entrou em seu quarto, trancou-o, jogou, com toda a força que tinha, os restos do violão para o outro lado do quarto e afundou-se no lençol. Gritava, mas seus gritos eram abafados pelo travesseiro. O roqueiro nunca estivera tão magoado em sua vida. Acabou dormindo, de pura frustração.

À noite, em casa, Karina ainda estava puta. Não aguentava a injustiça que seu pai a estava fazendo passar. Já havia ouvido todas as músicas de seu celular três vezes, e não pensava em parar tão cedo. Mandou uma mensagem escrita "Boa noite" para Pedro. Infelizmente, essa mensagem não teve resposta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sou malvado, não sou? Comentem o que acharam.