Meu nome é Ester Holberman, eu tenho 17 anos e moro na Alemanha nazista com os meus pais, Sara e Caleb, e meu irmão Max.

Meu nome significa Estrela, mas uma estrela é a ultima coisa que eu gostaria de ver na minha frente, mesmo meu irmão Max sempre me dizendo que eu parecia com uma; ele dizia que eu tinha um brilho próprio em mim, em meus olhos, nas minhas palavras. A estrela é o símbolo do antissemitismo, a estrela de Davi é o símbolo que é colocado nos estabelecimentos e até nos próprios judeus. E eu sou judia. Talvez eu não pareça com uma judia, mas sou.

Desde pequena eu sabia que judeus não eram bem vindos à Alemanha, mas não entendia o porquê não éramos aceitos pelos alemães.

Agora eu sei!

Durante um tempo eu saia de casa escondida e ia à biblioteca nacional para pesquisar. Eu entrava escondida, sabia onde a bibliotecária escondia a chave reserva e entrava quando era noite, depois do toque de recolher.

Eu procurava por artigos ou coisas do tipo sobre o nosso ‘’adorado Führer’’. Demorou alguns meses pra eu entender as coisas, e até mesmo o porque das coisas, mas eu consegui ter acesso aos arquivos restritos, e quando isso aconteceu toda a verdade se esclareceu em minha mente. Era simples: Hitler nos odiava e queria nos matar porque ele era idiota. Mas não tão idiota assim, em questões expancionistas ele era um gênio, ou quase isso (Errou como Napoleão).

Depois de alguns meses me arriscando só para descobrir porque o Hitler odiava judeus eu comecei a sentir que dalí para frente as coisas mudariam para minha família, mas mudariam para pior.

Nós moravamos em um bairro judeu da Alemanha, um bairro meio que clandestino.

Nossa casa era o mais simples possível, muito pequena e mal acabada mas servia para nos abrigar.

Estava de noite quando eu fui para a nossa pequena cozinha para beber um copo de água. Já estavam todos dormindo quando escuto um barulho, e quando olho atras de mim, um homem! Alemão! Um soldado alemão! Na minha casa! Na casa de judeus! Já comecei a cogitar a minha morte eminente, mas o soldado alemão simplesmente entra no quarto de meus pais. Eu estava paralisada de medo. Não consegui me mover e fiquei lá paralisada enquando escutava gritos de minha mãe e um tiro de uma arma.

Uma lágrima escorre de meu rosto, eu sabia que esse seria o fim para todos nós, se não um fim, um começo para coisas piores.

Do nada, meu irmão Max se materializou do meu lado. Percebi seus olhos brilhantes de lágrimas assim como eu. Ele começou a me puxar, e por alguns instantes eu continuei parada. Quando vi o soldado alemão saindo do quarto de meus pais com sangue nas mãos eu finalmente consegui correr com Max.

Símos em disparada pela rua, mas percebemos que não estávamos sozinhos. Mais soldados alemães estavam nas ruas e nos viram correndo. Em menos de quinze segundos uns dez soldados já estavam quase nos alcançando.

Fomos correndo sem rumo pelas ruas e quando paramos, estávamos em uma rua sem saída, onde uma parede muito alta nos impedia de fugir do sofrimento.

Fomos pegos. Eu e meu irmão Max.

Na maior brutalidade fomos levados até um carro e ‘’colocados gentilmente’’ num compartimento traseiro super apertado. Estávamos amarrados e espremidos junto com outras pessoas, outros judeus.

Quando finalmente paramos, somos retirados dali e levados até uma cabana bem pequena, onde também havia outros judeus, todos com roupas iguais, roupas listradas de azul e branco com uma estrela amarela no peito, juntamente com um numero de identificação logo abaixo. Era um campo de concentração.

Não demorou muito para recebermos uma roupa igual também.