Estrelas escrita por Hela


Capítulo 1
Capítulo Único




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Estrelas. Como elas nos fascinam tanto?


Há estrelas em todos os lugares: Cadentes; em constelações; pintadas em tela; solitárias, paradas no centro de tudo, apenas fornecendo sua luz e calor atráves de suas labaredas incandescentes e incessantes, eternas; as que ficam no mar... Estas últimas, diga-se de passagem, são as mais injustiçadas, esses pequenos animais com cinco braços que se irradiam de um disco central é que são pintadas e desenhadas em telas e para que?


São as outras que levam todo o crédito, as outras que são admiradas todas as noites por pessoas que procuram desvendar seus mistérios. É na presença delas que os mais românticos pedidos de casamentos são feitos. E... Ora essa. Adivinhe só, a quem o brilho esplêndido do diamante no anel é comparado? É claro que é comparado com as tão famosas estrelas celestiais. Mas uma injustiça, percebe?


Quando era mais nova, eu ficava admirando as estrelas, deitada na grama, perto do velho pé de jasmim, anos-luz de distância, tentando imaginar como seria se eu conseguisse tocá-las, atraída por seus campos magnéticos. Depois voltava para casa e ficava deitada na cama, com as luzes do quarto apagadas, continuava admirando-as, mas essas eram diferentes, eram apenas formas fluorescentes no teto do meu quarto, mas mesmo assim não conseguia tocá-las.


Até agora não sei o motivo de gostar tanto de observar estrelas. Elas são apenas grandes e luminosas esferas de plasma e só são mantidas por causa da gravidade. Outro fato sobre elas é que são solitárias, vaidosas e superficias. Quanto mais jovem, mais superficial. Mas isso não significa que as mais velhas não sejam. Elas não ficam chamando atenção e compondo canções sobre seus relacionamentos perdidos e talvez não sejam assim por serem mais experientes e saberem que no final toda a sua beleza e brilho acabarão. A única certeza que tenho é que nem eu e nem você conseguiremos tirar sequer uma foto com Bellatrix, Pollux, Polaris ou Andrômeda, provavelmente porque suas "amigas" não nos deixariam chegar perto o suficiente.


Pensando bem, acho que estava certa quando era mais nova e admirava as estrelas sem ter motivo, Percebi que, no final da noite, de algum jeito as estrelas acabavam sendo como as perfumadas flores brancas do jasmim, que quando caem da árvore, flutuam no negro escuro da madrugada até chegarem ao escuro da grama e forram todo o chão ao redor do velho pé de jasmim. Aquele onde eu deitava perto.


Percebi também que não devo tentar desvendá-las e descobrir seus mistérios. É bom saber que elas sempre estarão lá, no espaço, no mar, em desenhos, telas ou no teto do meu quarto.


Estrelas sempre serão estrelas. E a culpa não é delas.


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