E como outro dia normal Lucy havia se levantado rapidamente, e começado a se vestir. Ela era bonita, mas decidia esconder isso, por quê? Isso é história para outro dia, ela diria. Mas nunca admitiria que ter de se esconder daquele jeito a incomodava.

- Acho que está tudo certo – Disse Lucy, olhando para seu reflexo no espelho e suspirando. Usava seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo baixo, seus olhos castanhos eram escondidos por óculos de armação simples e seu corpo era normalmente escondido por longas calças sociais pretas e suas blusas brancas por baixo de um grande blazer preto. Ou então seus terninhos.

Ela pegou sua bolsa e se dirigiu para a garagem do prédio. Era um prédio para a classe A, ou classe alta, como preferissem falar. Ela era a diretora chefe de uma grande empresa de moda, seu pai era o presidente e ela como a filha mais velha seria a próxima na linha.

- Senhorita Heartfilia – Seu motorista a cumprimentou com uma pequena reverência e Lucy revirou os olhos, era tratada quase como uma princesa e isso a irritava – Vamos direto para a empresa? – Ele perguntou, olhando pelo retrovisor.

- Sim – Disse ela, com um simples aceno e logo fechou seus olhos. Naquela noite teria mais um dos encontros “às escuras” promovidos por seu pai, ele insistia que ela tinha que se casar logo para gerar um herdeiro para a empresa. E todos os encontros tinham sido um desastre, aquela situação já estava a cansado. Mas não a seu pai, que parecia se divertir com isso.

O dia passou rápido para ela. Após chegar à empresa e demitir mais cinco pessoas, entrou em seu escritório e se sentou no sofá, tirando os sapatos. As pessoas não sabiam, mas ela conseguia muito bem escutar o que diziam do outro lado da porta. Seus apelidos eram ‘Bruxa Heartfilia’ e ‘Demônia Louca’, mas o que todos usavam todo dia era o primeiro. Depois de preencher alguns relatórios, seu secretário veio até sua sala para avisar que já estava na hora dela sair para seu encontro. Ela se levantou pegou seu celular e sua bolsa, e foi com seu motorista até o restaurante italiano onde seu pai marcara o encontro.

Tudo fora um grande desastre, logo no começo o homem, que parecia ter medo dela, derrubou seu copo de champanhe na blusa de Lucy e ela se enfureceu com ele. Ela saiu do restaurante em seguida, pegando seu carro e começou a dirigir. Ela estava distraída e logo sentiu um solavanco e viu a sua frente na rua uma moto. Sua raiva que já era grande só pareceu aumentar e ela saltou do carro, mas mal sabia o quanto sua vida estava para mudar naquele momento.

- Você está doida?! Qual seu problema mulher? – Perguntou um homem se levantando do chão. Lucy logo percebeu em que tinha batido, em uma moto que estava no chão. Parecia ser de alguma loja de comida, já que tinha ramén derramado por todo o chão.

- Olha como você fala comigo! Tenho culpa se você resolveu ultrapassar o sinal que estava vermelho para você? – Ela frisou o “para você”. O homem olhou para ela meio envergonhado e tirou o capacete. E então Lucy olhou para ele novamente, era alto, tinha cabelos estranhamente róseos, usava um jeans gasto junto com uma blusa branca e uma jaqueta de couro preta, e um cachecol branco.. Mas o que prendeu a atenção de Lucy, foram seus olhos ônix.

- Foi mal, estava com pressa. Agora veja logo de quando vai ser o prejuízo para eu pagar – Disse o homem, impacientemente.

Lucy revirou os olhos e tirou seu celular do bolso, para fotografar o estrago. Após ter a foto, ela mandou para seu mecânico e minutos depois recebeu uma mensagem com o valor do estrago.

- 400,000 $ - Ela disse de repente, e o homem virou para ela com os olhos arregalados.

- Calma aí, eu achei ter ouvido você falar 400,000$ - Disse Natsu com uma risada baixa.

- E você ouviu, é isso que me deve – Disse Lucy, revirando os olhos.

- Mas eu não tenho esse dinheiro – Disse ele, exasperado. Lucy, começou a andar de um lado para o outro e então algo surgiu a sua mente.

“ – Eu não aguento mais! Você é uma bruxa! Eu me demito, me demito nesse instante! – Uma mulher, um pouco mais velha que Lucy gritou e então saiu da casa, batendo a porta.

Aquela era Marta, sua antiga empregada ao que parecia. E a que durou mais, 1 mês. As outras desistiam na primeira semana, dizendo que Lucy era chata demais ou então perfeccionista demais.

- Já vai tarde, nem seu trabalho fazia direito – Disse Lucy, secamente.”

Aquilo acontecera dois dias antes, e ela estava precisando de uma empregada nova.

- Me dê seu telefone – Disse Lucy, tirando o telefone.

- Olha, eu não queria ser grosso mas não sairia com uma mulher como você nunca – Disse o homem, com um sorriso de canto.

- Quem disse que eu quero sair com você? Quero seu telefone para resolvermos esse problema, vou pensar em uma solução... Já que seu intelecto não parece ser tão desenvolvido – Disse Lucy, sarcasticamente. O sorriso dele sumiu e ele logo disse seu número.

- Meu nome é Natsu – Disse ele, para ela salvar certo. E ela logo disse seu telefone e nome mas Natsu fez questão de colocar “Bruxa” ao invés de Lucy, mal sabia ele o quanto parecia certo.

- Te ligo amanhã – Disse Lucy, voltando a entrar no carro e dando a partida. Natsu ficou lá parado no meio da rua.

- Ai que mulher odiável! – Ele gritou, jogando os braços para cima e então levantando sua moto – Minha mãe vai me matar – Ele disse, olhando para toda a comida no chão.

Ele rapidamente voltou para o restaurante da família e assim que entrou, viu seus pais e seu irmão sentados em uma mesa.

- Já voltou, meu filho? – Perguntou Sayuri, se virando para encarar o filho. Logo os olhos dela se arregalaram – Você está sangrando! Por quê? – Disse ela, pegando o rosto de Natsu. Sua bochecha estava sangrando e ele nem tinha percebido.

- Eu tive um acidente, nada demais. Eu só... Não fiz 23 das 36 entregas – Disse ele, com um sorriso amarelo e logo pôde sentir um soco em sua cabeça – Ouch! Mãe! – Disse ele, massageando a parte onde ela bateu.

- Isso é por não prestar atenção no trânsito – Disse ela, e Natsu ouviu seu pai, Igneel rir.

- Sayuri, o deixe ir. Acho que ele precisa dormir um pouco – Disse Igneel, e Natsu agradeceu com um olhar.

Ele rapidamente subiu para seu quarto e assim que entrou viu diversos porta-retratos, a maioria tinha fotos dele e de sua namorada, Lisanna.

- Eu mereço, tinha que conhecer aquela mulher logo hoje? – Perguntou a si mesmo, deitando na cama. Mal sabia que ele, que uma das partes mais emocionantes de sua vida estava para começar.