Para sempre, Catarina escrita por Vanellope Doll, Venom


Capítulo 7
Feliz natal na disney


Notas iniciais do capítulo

boa leitura ^^



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Olhos brilhantes na cor do céu mais claro, cabelos loiros esvoaçantes e um sorriso tão largo que meus próprios olhos se encheram de lágrimas.Meu coração não caberia dentro de mim nem se eu insistisse. Lily veio saltitando até nós, pulou em meus braços rindo.

—  Catarinaaa!!    - O grito dela fez o abraço ficar ainda mais apertado. Seu cheiro de casa me fez sentir falta instantaneamente de tudo o que deixei para trás. Meus pensamentos voam longe, estão na grama, no cheiro de coentro na horta, nas vacas mugindo e em risadas em torno de uma fogueira:

—  Leãozinho você está com o cheiro da mamãe.  - Digo respirando ainda mais fundo o cheiro dela, o quero para mim, quero voltar pra casa naquele momento

—  E seu cabelo ainda tem cheiro de orquídeas. - Continuamos abraçadas no meio do aeroporto por mais cinco minutos. Até alguém pigarrear atrás de nós.

—  Bem... - Murmurei sorrindo e secando o rosto. Virei na direção de Peter que me olhava com cara de bobo. —  Esse é o Peter, meu namorado. Peter esse é o meu leãozinho.

Digo bagunçando o cabelo dela e ela faz careta rindo, foi até Peter e apertou sua mão.

—  Sou Maria Lisandra Deluca. Mas, pode me chamar de Lily!

—  Sou Peter klein, mas só Peter tá bom.    - Ela sorriu e o abraçou, pessoas estrangeiras não são muito chegados em abraços, como vemos nas séries. Klein me encarou sem graça e Lily sorriu se afastando. Posso ver sua empolgação, seus pequenos pulinhos ansiosos e seus olhos querem ver tudo.

—  Pra onde vamos?

—  Vamos passear por aí. A Chris vai encontrar a gente lá.  -  Minha irmã entrou no carro empolgada e eu sentei ao seu lado. Enquanto Peter dirigia fomos fofocando sobre tudo.

—  Mamãe te mandou um beijão, disse que você está no seu segundo namorado americano, isso é um recorde.      - Corei com essa última parte e se Peter entendeu não mostrou reação.  Meu leãozinho sorria a cada palavra, enquanto eu tentava não engasgar em seco.

—  Isso não é nenhum pouco  justo. Não estou  entendendo oitenta por cento do que vocês estão falando.   -  Peter resmungou  enquanto parávamos mais uma vez no trânsito. Lily me encarou enquanto eu sorria.

—  O que ele disse?  - Pronto, eu virei o tradutor dos dois, ri internamente sobre isso. Respondendo a sua pergunta.

—  Que não ta entendendo nada que a gente tá dizendo.  -  Nós duas rimos e ela sussurrou desculpas para ele. Levou vinte minutos pra chegarmos na frente do parque, Lily ficou travada, seus olhos esbugalhados e um sorriso abismado nos lábios.

—   Nós vamos lá, Jura?  - Faço que sim com a cabeça, feliz por vê-la feliz. Quanto tempo se passou até que eu visse que estava encarando minha irmãzinha feito uma doida, eu não sei ao certo.

—  Isso eu entendi. Vamos em todos os lugares.  - Peter disse saindo do carro, abriu a porta pra minha irmã e me puxou pra fora. Lily foi correndo na frente enquanto nós conversávamos atrás.  —  Estou causando boa impressão?  -  Ele questiona beijando os nós dos meus dedos e eu suspiro.

—  Não. Você está indo mal...muito mal.  - Peter reparou que eu estava implicando, beijou minha cabeça. Passamos boa parte do dia correndo pelo parque e brincando.  Cantamos "Let it go" com as personagens de frozen, Lily dançou com a branca de neve e a rapunzel.  
A meta dela, era tirar fotos e fazer suas perguntas para o máximo de personagens possíveis.  Estávamos na fila da montanha-russa quando o telefone tocou, Cris parecia empolgada ao dizer:

—   Onde vocês estão?  Eu tô meio perdida aqui. Tinha me esquecido como esses príncipes são gatos.

—  Estamos na fila da montanha russa!

—  Tô chegando ai.  - Ela disse desligando. Peter e Lili arrumaram um jeito de se comunicar. Se ele falasse devagar e ela também, os dois se entendiam. Depois de um tempo Chris apareceu usando uma bermuda jeans e uma camiseta do Mickey mouse, com botas curtas.

—  Eai, gente?!   -  Abracei Chris apertado e Lili fez o mesmo as duas pulando e girando.Era algo divertido de se ver, metade da minha família reunida. —  Você cresceu muito, daqui a pouco já vai poder trabalhar comigo  - Lily fez algumas poses na frente do celular de Chris, as duas fingindo modelar.

 

—  Obrigada. Senti saudade de você Chris. - Lily responde corando e lhe dá mais um abraço. ela diz mais algumas coisas que não consigo ouvir e Lily concorda sorrindo. —   Você vai com a gente? Minha irmã está com medo!  

—  Eu vou ficar com ela aqui. Divirtam-se!  - Peter me encara,com um sorriso confuso, provavelmente só está entendendo metade da conversa.

—  Gente,  onde está minha cabeça?  Chris esse é Peter Klein meu namorado e Peter essa é a Christina de quem tanto falo.  - Digo sorrindo tentando encorajá-lo, abraçando Peter pelos ombros, ele estende a mão e aperta a de Chris.

—  É um prazer te conhecer Christina.

—  Igualmente Peter, pode me chamar de Chris. Mas, vou te vigiar por um tempo, então comporte-se!  - Ela diz, abrindo um sorriso psicopata e Peter bate continência para Chris como um soldado.

—  Entendido Senhorita!   - Na vez deles de subir no brinquedo meu coração ficou acelerado só de imaginar todos os loopings que a montanha russa ia dar.

—  Ele tem mesmo cara de bebê triste.  - Chris murmurou assim que eles se afastaram. —  Mas, é mesmo um gato.  Ele tem irmãos?

—  Que eu saiba sim. Mas, ele é casado e a irmã é meio doida. - Digo fazendo o gesto com as mãos e ela sorri.

—  hmm...Que pena!  Você parece feliz,  isso é muito bom. E ele trata a Lili bem, espero que não se decepcione.

—  Eu também espero!  - Nós duas fomos comprar cachorro quente,  enquanto eles estavam na montanha russa. Era divertido tê-la por perto, Senti braços finos envolvendo minha cintura por trás e uma cabeça desgrenhada se enfiou debaixo do meu braço.

—  Você perdeu. Foi muito legal, quero ir de novo.

—  Acho que a fila está grande demais pra fazer isso agora. Mas, tem um monte de lugares pra ir.

—  Eu sei! -Lili gritou empolgada e saiu correndo na direção de personagens de dançavam. —  Vem tia Cris!

Procurei por Peter, ele parecia um pouco verde. Reconheceria sua cara de enjoo mas, resolvi ignorar a enfermeira por alguns segundos, aquilo não parecia sério.

—  O que foi garotão,enjoado? - Perguntei roubando um beijo dele, Max sorriu e me envolveu no seu abraço.

—  O melhor enjoo da minha vida! —  Max murmurou me beijando.  —  Essa frase foi estranhíssima,mas, okay!   -  vai demorar para que eu possa dizer que houve outro dia mais especial que aquele. Dançamos juntos no meio de personagens infantis por influência de Lily, brincamos  e corremos em lugares que não deveríamos e quando fomos embora minhas irmã estava exausta dormindo no colo de Cristina.  Chegamos em casa bem tarde, Cris tinha deixado sua mochila em um dos armários e agora estava se instalando no quarto vazio, Lili ia ficar no meu quarto.
 
—  Vamos lá magrela, se não vai tomar banho.  Apenas troque de roupa, foi um dia legal? - Perguntei tirando a blusa dela e a ajudando a colocar uma camisola. Lili se enfiou debaixo das cobertas e gargalhou com minhas cocegas.  —  Gostou de tudo?

—  Siiiiiiiim!      - Ela gritou rindo e me abraçou  —   Eu gostei de tudo, foi tão legal. Você deixou eu comprar coisas pra todo mundo, eu...aqui é tão legal. Amo você!

—  Também te amo leãozinho.  Agora durma isso é uma ordem!  - Disse a beijando na testa, deitei junto com ela acariciando sua cabeça até que meu leão dormisse.Tomei um banho rápido colocando a calça do pijama e a blusa e desci os degraus fechando a porta. Chris e Peter estavam tomando vinho na cozinha e rindo de algo. —  O que eu perdi?    - Perguntei sentando junto com eles, Chris me deu uma taça de vinho também.

—  Peter estava me contando coisas em português. Ele está aprendendo muito bem.

—  Não deboche dele amiga. Eu gosto dele estar tentando!   - Chris sorriu brindando e Peter nos encarava com uma careta. Passamos boa parte da noite comendo petiscos e conversando em inglês e português até que Ele nos desejou boa noite e foi dormir.
 
—  Agora põe pra fora. Você está realmente bem?  

—  Estou sim.

—  Tirando o dinheiro, que ele é engraçado e um gato. Ele nem parece que estava doente. Mas, falando sério, você sabe que ele nunca vai te dar filhos, você pode não querer isso agora mas, vai querer um dia.     - Contive a vontade de revirar os olhos e me coloquei a pensar numa coisa que eu não tinha pensado ainda.  Eu queria filhos é verdade, mas, não tinha porque pensar nisso agora.

—   A gente pode adotar e você não acha muito cedo pra pensar nisso?  - Cristina deu de ombros e tomou outro gole do seu vinho.

—  Sei lá.  Eu só quero o seu melhor Kitcat, se você está feliz eu estou feliz.  -  Chris me abraçou, ficamos jogando conversa fora até tarde e depois fomos dormir. Eu estava feliz demais com elas aqui,pra ficar triste ou irritado por qualquer motivo idiota.

—   Boa noite Chris.

—  Até amanhã Katty.    - Chris fechou a porta do quarto, notei que a porta de Peter estava encostada e entrei no seu quarto, fechei a porta e deitei debaixo das cobertas.
  Peter me abraçou e beijou minhas costas. Dormi rapidamente envolvida no calor dele.

"Calor, calor demais em meu corpo"

Um gemido involuntário escapou dos meus lábios e eles foram preenchidos por lábios quentes e macios. Suas mãos me envolveram apertando e acariciando.

—  Peter…- Suspiro o seu nome e o escuto rir baixo graciosamente.

—  Bom dia Catarina.  - Ele murmurou mordiscando e sugando meu pescoço,  seu corpo me pressionando rigidamente no colchão, fazendo todo meu corpo estremecer respectivamente. Seus dedos beliscavam e acariciavam meus seios, substituídos pela sua boca quente e enlouquecedora. Meus dedos arranhavam o colchão enquanto eu tentava não gemer tão alto quanto estava. Peter começou a descer os beijos pela minha barriga até o cós da calça,  Meu Deus como eu queria que ele arrancasse aquela calça.

— KITCAT...Catarina você já acordou?   - Meu sangue gela na hora enquanto Lili batia na porta.

—  Eu já vou descer Lili. Vai lá acordar a Chris e vão preparando o café da  manhã.

— Tá bom!       - Lisandra gritou empolgada e eu deixei minha cabeça afundar no travesseiro. Uma grande gargalhada surgiu da minha garganta, Peter destampou o meu rosto e me beijou.

—  Como você está?  - Pergunto acariciando seu rosto e ele beija minha mão.

—  Internamente estou ótimo.  Fisicamente estou pensando em maneiras pra te manter aqui porque com toda a certeza eu não vou descer agora.   - Meu rosto queimou mais um pouco, minha cabeça girando por alguns instante com a compreensão de tudo.

—  Acho que minha irmã e Chris vão conseguir se encontrar na cozinha enquanto tomamos um banho, você não acha?   - Perguntei levantando e tirando a blusa enquanto ia para o banheiro, terminei de tirar as roupas ignorando uma vozinha no fundo da minha cabeça que dizia pra eu não fazer aquilo. Liguei o chuveiro e alguns segundos depois escutei Peter entrar no banheiro, meu coração querendo sair pela boca quando ele entrou no box.
  Sem tempo pra conversas, só nós com beijos, carícias e quando finalmente aconteceu.  Eu não queria que acabasse!   Sua boca chamava meu nome entre gemidos, suas mãos apertavam meu corpo e me mantinham erguida enquanto eu me sentia flutuando.  A luz, a água entre nós, nossos corpos se tocando e os sons. Ainda estávamos nos beijando quando tudo o que restava era a água e nossas respirações aceleradas. —  Eu tenho que descer.  - Digo ainda sem fôlego.

—  Eu sei, mas, não pode me culpar por não querer deixar.  - Sorri pra ele nossos lábios ainda se tocando, tomei coragem de me afastar, tomamos um banho rápido e fugi do quarto depois de colocar as mesmas roupas.  


—  Até que enfim!   - Lily diz com um pote de cereal, Cris estava com um copo de suco e  não parava de me olhar. Seu olhar praticamente gritava: "Eu sei o que vocês fizeram lá em cima!"

—  Querem panquecas?  - Perguntei já pegando os ingredientes pra fazê-las, estava assando as primeiras quando Peter desceu.  Me olhou com um jeito tão faminto que eu quase derreti junto com a manteiga.
  Meus dedos tremeram levemente e um sorriso bobo brotou em meus lábios,  continuei fazendo as panquecas e escutei a conversa de Lili com ele e Cris.  Os servi e sentei junto, joguei calda por cima e fingir que minha irmã não estava sorrindo implicante junto com Cris.
 Lily e Chris ficaram por uma semana.  Meu coração se apertando e se partindo quando foram embora.  Peter sabia que eu tinha ficado triste e foi um conforto sentir seu abraço quente e aconchegante durante a noite. Eu estava começando a realmente amar Peter e aquilo podia ser a melhor coisa que já aconteceu na minha vida ou a pior.
 

2 meses depois…



Se pudéssemos dividir nossa vida baseada ou inspirada em algo. Eu diria que minha vida é como a via láctea!
Colorida num infinito de cores e repleta de buracos negros. Com certeza estamos no meio do caminho para um buraco negro. Não que eu seja pessimista ou feliz demais,mas, todas as vezes que estive feliz a ponto de transbordar, a vida deu um jeito de sugar cada gota desse sentimento. Mas,eu não me importo. Estou ignorando tanto essa vozinha que às vezes sinto falta dela,mas, eu sei que se der ouvidos que algo está acontecendo de ruim todo o clima vai acabar. Porém, não sei por quanto tempo mais,vou aguentar sonhar de olhos abertos enquanto meu cérebro está berrando para que eu acorde.  
   Sinceramente tudo começou bem sutilmente, fazia exatamente um ano e quatro meses que estamos morando juntos.  Eu não vi Peter ligar para os seu pai nenhuma vez, achei que ao menos para Penélope ele ligaria mas, não vi isso acontecendo.  
  À três meses atrás Peter parou de frequentar a academia gradativamente, de todos os dias para três vezes, de três para duas e por fim nenhum dia. Minha mãe e Lily continuavam ligando no Skype e Peter falava mais com elas do que eu, a propósito depois de um ano de namoro, eu e Peter falávamos em português o tempo inteiro. Só com os vizinhos que falávamos em inglês, o sotaque era carregado mas,lindo!  E Peter estava ávido para aprender tudo.   Nos dias de frio Peter sempre sentiu muito mais, porém, eu podia senti-lo tremer debaixo do edredom,mesmo com o aquecedor ligado no ultimo volume. O quarto ficava abafado ao ponto de eu me sentir sufocada,todos os dias durante a madrugada, eu acordava encharcada de suor, e fugia da cama indo tomar um banho de banheira morno quase beirando o frio.  
Eu escutava ele levantando da cama assim que amanhecia, eu ligava a torneira de água quente e deixo a banheira encher um pouco mais. Meu coração sempre disparando quando ele procurava por mim, seu rosto parecia se iluminar um pouquinho ao me encontrar na banheira.

—  Bom dia, Lindão! - E lá vem o sorriso, eu amo aquele sorriso! Amo mesmo,  é um sorriso que começa tímido, vai ganhando confiança e vira o sorriso mais sacana e delicioso da minha vida.
 
—  Bom dia lindona!   -  Ele diz, tirando o casaco e a calça, e eu aprecio a vista. Notando as sutis diferenças, o corpo dele está mudando. Não como no início quando ele começou a ganhar peso e cabelo, mas, ele está perdendo. E ao meu olhar clínico, meu grande homem está me escondendo as coisas.
 Ele entra na banheira e a água espirra para fora e escorre pelo azulejo.Peter se envolve e encaixa entre os meus seios e ainda posso sentir os resquícios do seu corpo tremendo do sono.
Geralmente ele senta atrás de mim então gostei de ser eu que estou o aconchegando em meu corpo. Acaricio seus cabelos ainda me lembrando da confusão que foi pra fazê-lo cortar o cabelo e fazer a barba. Foi lily que gritou: "Você está parecendo maluco, corte isso! "

—  Eu estou fazendo você dormir mal todos os dias não é?  - Ele pergunta passeando com as mãos sutilmente em minha clavícula fazendo pequenos círculo sobre a pele sensível.

—  Eu estou dormindo bem. Só acordo quente demais. - Ele sorri porém não é o meu sorriso, não chega até os olhos e isso me preocupa.


—  Desculpe. Eu não sei o que está acontecendo.  - Ele murmura beijando meu pescoço e eu derreto um pouco, mas, sei que ele está desviando a minha atenção.

—  Você precisa me contar agora se está doente, eu não vou admitir mentiras.

—  Eu não sei.  - Peter suspira por fim,nossos olhos se prendendo um no outro por longos segundos e eu vejo medo neles,muito medo. E meu coração despedaça.

—  Desde quando e o que você está sentindo?    - Perguntei enfim, soltando a respiração sem nem mesmo perceber que estava a prendendo,suas mãos param no lugar como se não pudessem me tocar, e meu coração falha por alguns segundos desritmados.

—  Você vai me odiar, não vai?  - Sua voz era quase infantil.

—  Eu não sou ela Peter, não sei quem ela é, nunca te perguntei e também não me importo.  Apenas me diga,o que você está sentindo?  - Olhos arregalados, respiração desregulada. Eu quase podia ouvir o coração dele batendo aceleradamente. Senti seus lábios sugando os meus, sua boca preenchendo a minha com desespero. As lágrimas se acumulando em meus cílios.
  
—  Não me deixa não...

—  Nunca.      - Disse, o beijando e pronto nada mais me importava. Em um instante estávamos apenas nos beijando e no outro estávamos fazendo amor, derrubando água por todos os lugares, começamos na banheira e terminamos na cama,repetindo até chegar a uma exaustão absurda.
 
—  Tenho certeza que não posso mover minhas pernas.  - Peter murmurou ofegante,sua voz em uma altura empolgada e feliz. Guardei aquele momento, guardei só pra mim, sabendo que poderia não haver um outro.  Me virei para encará-lo, seus olhos estavam brilhando,seu corpo estava suado e um sorriso bobo estava em seus lábios.

—  Eu amo você, Peter. - Ficamos nos encarando e o sorriso dele se ampliou. Eu ainda o vi procurando pela mentira em minhas palavras,mas,não durou muito.

—  Eu amo você,Catarina!     - Meus lábios formigavam a cada beijo,estávamos evitando a conversa real e então eu soube que era pior do que eu imaginava e que ele estava escondendo a muito tempo.
  
—  Me conta!   - Peter soltou todo o ar dos pulmões e tampou o olhos com o braço.

— Dor de cabeça, falta de ar, dor no corpo, frio muito frio e depois calor. Uma hora estou com fome e na outra eu só quero deitar e ficar no sofá sem mexer nenhuma parte do meu corpo....Eu não quero voltar Catarina!

Sua voz embargada me deixava com nó na garganta,beijo seu queixo,suas bochechas, beijo seus lábios e o rastro de suas lágrimas.
 
—  Se for mesmo uma recaída,  vamos voltar.  E você vai ficar bem, eu vou estar lá,nada irá mudar...eu ainda vou amar você!

—  Você não vai me amar, quando eu ficar careca, vomitando e gemendo, você vai achar asqueroso beijar um cara que parece um cadáver.

—  Eu já vi você assim. E foi como conhecer um cara normal que estava doente.  Não tente duvidar de mim, eu gosto de você. - Peter faz uma careta confusa e eu o beijei novamente. Ficamos assim por um tempo, descemos as escadas juntos para fazer nosso café da manhã, Peter comeu pouquíssimo e eu fiquei sem ter o que fazer.
    Não foi exatamente fácil,  convence-lo,na verdade com o passar dos dias Peter começou a se sentir melhor,o que significa que ele começou a ignorar toda e qualquer tentativa de voltarmos para a sua casa.

—  Você não vai comer? É o seu preferido!

—  Estou sem fome.  - Peter fez uma careta, apertando a minha mão,o silêncio entre nós já não era confortável quanto antes.  Eu não queria realmente que nós brigássemos, mas, eu queria que ele ficasse bem. —  Eu vou ir comprar os presentes de Natal,você vem comigo?

Ele concordou com um sorriso,fomos juntos até o shopping e passeamos por lojinhas de lembrancinhas.

—  Você vai por aquele lado e eu vou por esse lado. Vamos nos encontrar aqui em meia hora, okay?

—  Okay! - Ele murmura sorrindo, me roubando um beijo e nos afastamos. Procurei por algo que Peter gostasse e quando encontrei voltei para o ponto de encontro.  
 Comprei sorvete e fiquei sentada lá, eu nunca fui muito boa em esperar qualquer coisa.      Mas, aguentei os trinta minutos, os quarenta e nos cinquenta minutos eu levantei e fui procurar por ele. Liguei para o seu telefone e a cada chamada minha preocupação aumentava, até que ele atendeu.

—  Peter, Graças a Deus. Onde você está? - Suspiro e escuto minha voz estridente e anasalada.

—  Boa tarde, aqui é Dominica da enfermaria do Shopping.  Poderia vir até aqui?

—  C-Claro.  - Murmuro desligando o telefone, sentindo como se tivessem jogado um balde de água fria em mim. Peter estava na enfermaria, eu não podia deixar isso continuar acontecendo.

Peter estava sentando em uma poltrona reclinável verde escuro, estava um pouco pálido enquanto bebia suco de laranja em goles longos e nem um pouco empolgados.

—  Você demorou mais que trinta minutos pra achar meu presente, você perdeu. - Digo implicando e ele sorri sem graça erguendo uma pequena sacola de uma perfumaria.

—  O que houve?   -  Pergunto o beijando e tomo um pouco do seu suco, não contendo a careta ao sentir o gosto amargo das laranjas.

—  Tá horrível né?   - Faço que sim com a cabeça e rimos juntos.

— Agora o que houve?  - Pergunto e seu sorriso murcha e vira uma carranca nenhum pouco atraente.


—  Nada demais.  Eu perdi o equilíbrio e cai. - Ele diz dando de ombros, como se nada fosse.

—   Eu te amo, mas você é um péssimo mentiroso. - Digo revirando os olhos em uma careta e o ajudo a levantar.  —  Vamos pra casa Okay?

Fomos pra casa comigo dirigindo,as pessoas não entenderiam os meus sentimentos nesse momento,  porque nem eu mesma os compreendo. No dia seguinte, Peter e eu compramos e enfeitamos a árvore de natal.
Carmella e eu marcamos de fazer uma grande confraternização com todos na vizinhança. Começamos a fazer o jantar cedo,os rapazes compraram bebidas e os vizinhos ajudaram a enfeitar tudo com pisca-piscas. Quando nos mudamos pra cá,faltava três meses para o Natal e ficamos na casa de Carmella.  
Esse ano eles combinaram de fazer tudo na nossa casa e eu gostava disso,de toda a vizinhança reunida. Eu sentia falta de casa e não sei se aguentaria passar a véspera de natal apenas com Peter e essa sua estúpida mania de esconder as coisas de mim.
Chega a dar calafrios só de pensar que ele está morrendo e tentando fingir que está bem.  Depois de tudo pronto, subi para me arrumar. Banho,maquiagem,vestido e sandálias, tudo demoradamente, eu queria estar bonita naquela noite,queria que Peter ficasse feliz.  
 A sensação ruim não havia passado,mas,como havia virado costume meu a alguns meses, eu estava ignorando toda e qualquer sensação de tristeza ou aversão àquilo,os Watsons e suas crianças foram os primeiros a chegar, Coraline e os Clintons chegaram em seguida e então eu não prestei mais atenção em quem chegava ou me cumprimentava.  
Eu estava lá colecionando sorrisos de crianças intercaladas com gargalhadas de adultos.
O cheiro de comida, as músicas natalinas de vários cantores, desde Justin Bieber à cantores gospeis dos anos oitenta e cantores de Mpb.
Por mais que todos não entendesse uma palavra da música,apreciavam o som.
  Brian tinha convidado uns amigos e sua nova namorada  —  O que acalmou o ciúme de Peter claramente —   eu sempre achei lindo quando as pessoas iam dançar sem ninguém obriga-las e lá estavam seus vizinhos dançando perto da lareira e da árvore de Natal.
Na hora do jantar enquanto todos davam as mãos para a oração, sorri feito uma criança fazendo meu pedido para Deus. Mais tarde naquela noite senti uma mão saliente descendo a base da minha coluna, virei-me para Peter cheia de certeza ao encontrar seu sorriso.

—   Você está tão linda,meu amor.

—  Sério? - Pergunto tentando disfarçar o quanto eu sempre fico sem graça com elogios.  Peter manteve a mão em minha lombar e começou a se mover no ritmo da música.  

—  Você sabe que é linda. Eu acordo todo dia do seu lado e fico pensando em o quanto eu sou sortudo por ter ficado doente.

Faço que não com a cabeça, sua idéia absurda me dando arrepios,Peter sorriu me dando um beijo rápido e me girou,puxando-me mais pra perto.

—  Se eu não tivesse ficado doente,nunca teria conhecido você.  Provavelmente estaria casado com uma vaca narcisista ou já teria morrido num acidente de carro.  - Ele diz num tom sem emoção nenhuma,talvez só rancor. Peter era apenas alguns centímetros mais alto,o abracei pelos ombros sentindo seu aperto em torno da minha cintura.  
 
—  É natal Peter. Não quero pensar nisso.  - Digo roçando o nariz no seu pescoço e o escutando ofegar. Ficamos apenas dançando em silêncio e então ouvi a voz rouca de Peter bem próxima ao meu ouvido:

—  Eu não sei parar de te olhar. Eu não sei parar...de te olhar. Eu não me canso de olhar,não vou parar...de te olhar.

Como não amar um homem assim?  Nos beijamos até a campanhia da porta tocar,Peter me roubou mais um beijo roçando seu nariz no meu e foi abrir a porta. Um senhor de mais ou menos cinquenta anos,cabelos grisalhos no topete,sobretudo cinza,terno e calça escura.
Ele e Peter ficaram se encarando durante alguns minutos e pude ver perfeitamente o homem dizendo o nome de Peter. Enquanto Peter ficou travado no lugar, eu quase conseguia vê-lo tremer. Eu não conhecia o homem mas, não gostei de imediato da impressão que ele havia lhe causado.
Me aproximei dos dois na porta, Peter se assustando ao sentir minha mão em seu quadril.

—   Ei,tem algo errado?  - Pergunto para ele, o encarando e seu olhar parece entre feroz e confuso.

—  Estou...quer dizer está tudo bem. Ele se enganou de casa e já está indo embora.  - Ele murmura beijando-me rapidamente e sei que está me dispensando também.  Ele me quer longe desse homem e então fechou a porta.
 
—  Faltam sete minutos pro Natal. - April passou gritando por nós e empurrando as outras crianças.

A campanhia não voltou a tocar, fomos todos para a varanda dos fundos ver os fogos,Peter estava comigo, podia sentir seus braços me envolvendo mas,nem as luzes no céu puderam me distrair do quanto Peter estava longe.
 Depois daquela pequena ocorrência esquisita. A festa continuou tão incrível quanto antes,Carmella sabia ser a anfitriã perfeita e isso eu agradeceria eternamente.
  
—   Tchau Catarina, obrigada pela festa. Feliz natal.

—  Pra vocês também!   - Fiquei repetindo isso até as três da manhã quando Carmella foi embora,nos deixando sentados na varanda tomando uma última taça de vinho.

—  Cansada?   -  Peter perguntou beijando o topo da minha cabeça e recebeu um bocejo em resposta   —  Okay...vamos pra cama. Eu te encontro lá em cima, vou só trancar as portas.

—  Okay! Amo você!  - Digo o beijando e correndo escadas acima. Tirei o vestido e tudo mais que poderia estar me apertando e me enfiei debaixo dos edredons. E mesmo caindo de sono literalmente,eu esperei por ele até ele subir, tirar boa parte do que vestia e deitar do meu lado. Eu me acostumei com a sensação de conforto,me acostumei a dormir com ele e sinceramente não sabia o que fazer para que ele entendesse isso.

—  Feliz natal Catarina. - Ele sussurrou no seu ouvido e então eu finalmente relaxei e dormi.













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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler ♥



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