The history of us escrita por Srta Silva


Capítulo 24
Uma bomba atrás da outra.


Notas iniciais do capítulo

Estou inspirada rs.
Boa leitura!



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Abri os olhos. Notei uma energia diferente. Pedro estava tenso, Julieta confusa e papai...não sei o que ele estava parecendo. Estava com expressão neutra. Olhei em volta, eu conhecia aquele lugar. Não lembro da onde, mas conhecia.

–Maria nos encontrará na porta da casa dela.-Papai disse.- Vamos.

Foi só então que eu vi, o grande portão com as iniciais A.C. Naquele momento me ocorreu duas coisas. Eu estava perto da minha mãe durante um tempo, e não fazia ideia disso. Pedro segurou minha mão mais forte na medida que nos aproximávamos. Sem contar que ficava mais tenso com cada passada para mais perto. Assim que chegamos em frente ao portão, o mesmo se abriu e passamos por ele. Caminhamos por uma rua durante cinco minutos, então viramos a esquerda, numa ruela. Papai apertou o passo, e eu quase tive que correr para acompanhá-lo. Pedro e Julieta pareceram não ter problemas com isso. Logo estávamos diante de uma casa no final daquela ruela. Ela era básica, do lado de fora parecia ser grande o suficiente para alguém morar sozinho. Ou pelo menos para mim. Respirei fundo e soltei a mão de Pedro para ajeitar o cabelo.

–Alice.- Papai me chamou.- Venha.

Peguei sua mão estendida e caminhamos em direção à porta. Assim que entramos, fui tomada por uma energia pesada. Me segurei no papai para me equilibrar. Ele me olhou preocupado e me segurou. Ouvi uma voz suave vindo de dentro da casa. Andamos pelo corredor até a sala. Então a vi.

Ela tinha os cabelos lisos e amarronzados que desciam até sua cintura. Sua pele era meio bronzeada, seus olhos eram dourados, os lábios vermelhos e carnudos, as feições delicadas como de um anjo. Seu corpo era pequeno e cheio de curvas. Ela estava descalça e vestindo um vestido branco. Estava de pé, de frente para um quadro, pintando. Parecia estar em paz. Eu estava tão ocupada inspecionando-a que nem percebi que ela agora me olhava com os olhos arregalados. Respirei fundo e dei um passo em sua direção. Ela olhou para papai e depois para mim então deu mais um passo em minha direção. Quando ela me abraçou fui tomada por uma força estranhamente forte e confortável, de tirar o fôlego. Senti seu cheiro. Ela cheirava a algo diferente, uma mistura de jasmim e avelã. Parecia um pouco estranho, mas o que não é quando se trata de coisas sobrenaturais?

–Nem acredito que é você.- Sua voz é um encanto. Então me abraça de novo.- Esperei dezessete anos para te conhecer.

Me solto dela, que está com os olhos molhados. Não consigo me ver parecida com ela. Em nada. Apesar de notar semelhanças de Julieta nela. Ela pega minha mão e me leva pelo corredor. Entramos no que eu suponho ser seu quarto. Ele é todo florido, há duas cômodas, um balanço, uma mesinha, cadeiras espalhadas pelo quarto e uma poltrona de frente a janela. Não tem cama. Não conseguindo evitar, pergunto:

–Por que seu quarto não tem cama?

–Porque eu não durmo.

–Como assim você não dorme?

–Não dormindo, ué.

Sorrio e ela me acompanha. Ela faz um gesto para eu me sentar. Opto pelo balanço. Ela se senta numa das cadeiras, virando-a de frente para mim.

–Bem, Laura, meu nome é Luz. Ainda sou um anjo porque essa casa é protegida da visão dos anjos. Menos da de Deus, é claro. E se Ele não convocou seus anjos antes é porque Ele sabe o porquê. Eu me escondi todos esses anos por causa da sua existência. Assim que eles soubessem de você, iriam vir atrás de mim e arrancar minhas asas.- O que? Fiz menção de falar algo, mas ela fez um sinal para eu não falar.- Quando um bebê é filho diretamente de um anjo ou demônio ele só recebe características do pai ou da mãe depois que nasce. Ou seja, só quando ele tem cinco dias de nascido que podemos determinar o que ele tem de especial ou o que herdou. Eu fugi porque queria ser um anjo quando você nascesse. Quando Azazel me contou sobre essa casa não perdi tempo. Mas ele não queria que você crescesse aqui, então te levou para longe. Quando seus poderes começaram a aparecer ele chamou Julieta para ajudar em feitiços para escondê-los até você ter idade para utiliza-los. Mas acontece que ela não sabe mais como usar esses feitiços, então Azazel chamou Maria.

–Minha prima.

–É. Bem, Pedro já deve ter contado sobre você ser uma profecia, não é?

–Já. Mas eu não entendi direito.

–Você é aquilo que todos esperavam que não acontecesse. Haverá guerra por causa da sua existência, e no final você terá que escolher um lado.

–O que acontece quando eu escolher um lado?

–Umas das raças deixará de existir por um longo tempo.

Suas palavras me atingiram em cheio. Eu ainda tinha muitas perguntas a fazer mas algo me ocorreu naquele momento.

–Eu...eu...- Tentei dizer quando algo me consumia.

–Ah Deus eu havia esquecido que a energia aqui é muito forte para você.

–Como assim?- Eu pergunto tentando respirar, algo que se tornara difícil naquele momento.- Pensei que era como vocês.

–Enquanto você não se transformar naquilo que nasceu para ser, não terá como resistir a esse tipo de energia.- Ela me puxou pelo braço até a saída da casa. Respirei fundo pela primeira vez. Ela me empurrou para fora e continuou lá dentro.- Melhor?

–Sim.

–Espere até Maria chegar, então iniciaremos a verdadeira conversa.

–Que tal agora?

Olhei para o lado. Maria voava na minha direção, sorrindo como se aquilo fosse um hábito normal.

–Puta merda, é uma bomba atrás da outra.-Sussurrei.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Até a próxima!
Beijoos!



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