Beautiful and Dangerous escrita por Rory Gilmore


Capítulo 8
7. A Bela e a Fera


Notas iniciais do capítulo

Acho que está na hora desses dois resolverem sua situação, não é mesmo? Espero que gostem do capítulo.



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–Lila? – Marian chamou pela décima vez e finalmente a amiga ouviu.

Parou de riscar o caderno que tinha nas mãos e levantou os olhos. Estivera distraída na última semana, sempre com a cabeça em outro lugar, até mesmo nas aulas ela já estava começando a devanear e isso não era nada bom.

–O que foi? – perguntou ela.

–Eu estava dizendo que vi seu amiguinho Macon hoje. – explicou Marian e ela automaticamente se interessou pela conversa – Ele estava saindo da biblioteca quando passei lá depois da aula.

–É sério?

–Por que não seria? – Marian balançou a cabeça enquanto abria uma bala de hortelã – Não é como se você não o visse todos os dias na aula...

Na verdade é, pensou Lila, não tinha dito nada a Marian sobre o repentino sumiço de Macon e nem sobre o beijo. Ela fechou o caderno e o deixou em cima do sofá enquanto se encaminhava para o quarto. Nos últimos dois dias ela não conseguira parar de pensar em seu bizarro encontro com Hunting. Pensava sobre como ele parecera desaparecer, pensava em seus olhos escuros que não lhe traziam nenhuma sensação de segurança, pelo contrário, ele parecia um caçador atrás da presa.

O importante naquele momento, no entanto, era o outro irmão Ravenwood que aparentemente estava de volta à universidade. Lila retirou os óculos e os guardou, depois trocou de roupa e pegou sua bolsa. Talvez fosse fazer uma coisa estúpida, mas já não se importava mais, ela precisava tirar satisfações com Macon sobre seu desaparecimento e sobre tudo mais.

Ao passar pela sala viu que Marian já tinha se recolhido, pois já era relativamente tarde e amanhã teriam aula, porém aquele assunto não podia ficar para outro dia. Ela tinha que falar com ele.

Saiu do dormitório e depois deixou a universidade para trás, dirigindo-se ao prédio marrom. Ao chegar ela tocou o interfone, mas a porta não se abriu, ninguém atendeu.

Determinada a ver Macon ela deu a volta até a janela dele e bateu nela. Boo começou a latir como um louco do lado de dentro do apartamento. Ela ouviu Macon silenciá-lo com uma advertência e depois ele foi até a janela.

–O que está fazendo aqui? – perguntou ele.

–Precisamos conversar, então abra a porta ou eu vou entrar pela janela.

Macon revirou os olhos e apontou a porta. Ela deu a volta novamente e o encontrou esperando-a na frente do prédio, em seguida os dois entraram no apartamento.

–Sobre o que você quer conversar? – perguntou o rapaz sentando-se em sua habitual poltrona com o grande cachorro a seus pés.

Lila não se deu ao trabalho de se sentar, ficou de pé com os braços cruzados encarando-o.

–Vejamos. Sobre o que eu quero conversar? – ela fingiu pensar – Quero saber o que tanto te atormenta. Quero que me diga por que sumiu. Quero que diga o que aquele beijo significou para você e quero falar a respeito da conversa que eu e Hunting tivemos.

–Você falou com Hunting? – perguntou ele.

–Caso queira saber ele veio me procurar. Agora, por favor, Macon. Chega de mentiras. – ela ergueu a cabeça decidida a confrontá-lo – Se não me disser a verdade hoje, não dirá nunca mais, porque eu terei saído da sua vida.

Macon se levantou, parecia apreensivo, ficou de frente para ela, seus olhos baixos enquanto falava.

–Jane, você não deveria estar aqui. É um risco e quero que saiba que você estará em perigo a partir do momento em que eu te contar a verdade.

–Apenas me conte, não tenho medo, tudo tem uma saída. Até mesmo a Escuridão contém Luz. – ela forçou um sorriso.

–Está errada. – rebateu ele – A Escuridão não contém Luz e sei disso porque sou um verdadeiro monstro dos cantos mais obscuros do mundo. Sou um Incubus, Jane, um demônio.

Lila engoliu a seco. Aquilo não podia ser verdade, Macon era um verdadeiro cavalheiro, ele era gentil e belo e... Bem, existem aqueles que dizem que as Trevas sempre parecem convidativas, mas ela se recusava a aceitar isso.

–O que você está dizendo? – perguntou ela com a voz trêmula.

–Estou dizendo que o mundo que você conhece é diferente. Que nele existem criaturas do bem e do mal, feitas de Trevas e Luz e eu pertenço ao lado ruim.

–Mas você não é ruim e não acredito que um dia chegue a ser.

Macon tocou sua bochecha com a ponta dos dedos.

–Eu ainda não sou um demônio completo, tenho de passar pela Transformação em meu aniversário de vinte anos. Tenho dezenove o que significa que em menos de um ano poderia matá-la e nem sequer sentir remorso por isso. Meu irmão é assim. Ele mata quem estiver à sua frente, estou surpreso por estar ilesa. – os olhos dele se fecharam – Acho que ele espera que eu mesmo faça as honras.

Um demônio, pensou Lila. Se sua mãe soubesse disso entraria em parafuso e mandaria banhá-la em água benta.

–Não acredito que fará. – respondeu Lila – Eu conheço você e me recuso a acreditar que vá ser como seu irmão. Você pode escolher seu próprio caminho, lute consigo mesmo.

Suas palavras pareciam tão tolas! Uma negação tão absurda... Lila estava ouvindo aquele belo rapaz dizer-lhe que se tornaria um monstro, que mataria por prazer e que poderia tirar a vida dela e ainda assim tudo o que ela mais queria era mantê-lo do jeito que estava.

Ele riu. Abriu os olhos e olhou dentro do mar azul que eram os dela.

–Eu não tenho esse poder de escolha.

–Se você quiser tem. Até onde sei nada é permanente, e o impossível pode ser possível se quisermos que assim seja.

Macon a fitou com encanto por um momento e então a puxou para si e a beijou. Lila jogou seus braços ao redor do pescoço do rapaz e retribuiu o beijo. Em segundos ela já não tinha mais fôlego, mas não se permitiu separar-se dele. Por uma semana inteira haviam esperado por aquele momento e finalmente ele chegara.

Após mais um minuto Macon a soltou. Encostou a testa na dela enquanto estabilizavam suas respirações.

–Acho que estou apaixonado por você, mas não posso estar. – ele disse aquilo de forma derrotada e sentou-se no braço do sofá.

Lila postou-se de frente para ele, pegou seu rosto nas mãos e fez com que ele a olhasse nos olhos.

–Eu não me importo com o que você é. Eu também estou apaixonada por você, Macon. Durante todos esses dias você era a única coisa em que eu conseguia pensar e, aconteça o que acontecer, eu sei que nós não vamos conseguir mudar o que sentimos nunca mais. Confio em você a minha vida. Literalmente.

–Tem mais coisas sobre mim que você não sabe. – disse ele.

–Não diga mais nada por hoje. – pediu Lila - Você já me contou o suficiente. Eu ainda quero saber de tudo, minhas perguntas não foram todas respondidas, mas elas se responderão com tempo e nós dois sabemos disso.

Macon a olhou com tristeza, como se quisesse se agarrar às suas palavras, mas não pudesse fazê-lo, então ele simplesmente colocou as mãos sob sua cintura e a beijou outra vez. Dessa vez o beijo foi tão intenso que ela se derreteu em seus braços, uma onda de eletricidade parecendo percorrer seu corpo onde quer que as mãos de Macon a tocassem.

Lila sentia como se sua vida estivesse começando naquele instante junto dele, como se todas as outras memórias fossem apenas imagens distantes pertencentes à outra vida. Naquele momento ela era dele e ele era dela.

Ela não dava a mínima que ele fosse um demônio, se o inferno era assim então ela não sabia o que estivera fazendo tanto tempo no céu. Os dois se beijaram por longo tempo até que finalmente pararam em busca de ar.

–Meu Deus! – murmurou Macon – Não sei mais o que estou fazendo!

–Nem eu. – sussurrou ela de volta.


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Notas finais do capítulo

Agradeço à todas as visualizações. Deixem comentários, eles sempre serão muito apreciados.