The Queen and Hunter escrita por Bia Fonseca


Capítulo 18
Dia ruim em Storybrooke


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal tudo bem com vocês? Muitooo obrigada pelos comentários vocês são demais.Demorei um pouco mais do que eu gostaria para postar,mas época de provas é uma coisa.Arranjei um espaço de tempo e resolvi postar aqui para vocês.Então,capítulo novo pessoal.
Espero que gostem.
Boa leitura!
Bjs



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P.O.V Regina

Meu despertador tocou exatamente as sete e meia da manhã.Abri os olhos preguiçosamente e me sentei na cama,com uma dor no pescoço do caramba por dormir sobre o braço(isso sempre acontece comigo!).Parece que nada estava dando certo na minha vida nesses últimos dias.Além de Dean ter ido embora e de Graham ter voltado sabe-se lá de onde,Henry passa o dia inteiro triste e não quer falar com ninguém.

Eu sei que ele está assim pela ida do caçador,mas mesmo assim é estranho vê-lo quieto,um menino que é sempre falante e animado e agora fica escondido em algum lugar para não ser achado,não quer conversar,só fica remexendo as memórias e imaginando se pudessem ser verdade suas fantasias.Ele,um garoto que sempre desconfia das pessoas que chegam na cidade acabou criando um laço tão forte com o Winchester que é até estressante.Fiquei meses para reconquistar a confiança do Henry depois que a maldição foi criada e tudo descoberto e Dean conseguiu fazê-lo acreditar em si em apenas poucas semanas.Dean tem esse poder.Por mais irritante e cara de pau que ele seja,acaba conquistando as pessoas com seu jeito durão e descarado.Parece que acabou afetando eu e meu filho.Para tentar confortar o Henry,falei a ele que esquecesse aquele espaço de tempo.Eu sei,é uma coisa cruel mas é o que tem de ser feito para que a dor passe.Senão ela vai ficar pairando sobre você como uma sombra para sempre.Acredite,sei disso por experiência própria.Tentei animá-lo dizendo para ler seu livro de contos de fadas,mas ele me olhou com cara de choro e disse:

"-Ficou com o Dean."

Eu fiquei observando ele ontem,para ver como estava sua rotina.Ele ia a pé para a escola,não queria que nem eu,nem Emma,nem ninguém o levasse.Na hora do recreio fica sentado em um dos bancos(aposto que é o que ele e Dean tiveram a primeira conversa) sozinho e olhando para o chão.Parecia tão solitário que quase puder ver minha imagem anos atrás assim como ele,mas a situação é diferente.

Na noite passada antes de ir dormir,mandei uma mensagem para Henry pedindo que me encontrasse na prefeitura se pudesse,não era muito longe da escola e nós precisávamos ter uma conversa de como vão ser as coisas daqui para a frente.

Olhei para a cabeceira da cama procurando o telefone,mas ele não estava,haviam apenas alguns papéis de chocolate.Eu como chocolate quando estou irritada tá bom? Ele apaga um pouco da minha tristeza e mesmo que meu colesterol suba eu sempre continuo comendo,é como um calmante para os nervos.

Me levantei e abri meu guarda roupa.Escolhi uma saia escura e uma camisa branca com uma regata preta por baixo,peguei por último um salto básico e me vesti.Dei uma leve ajeitada no cabelo e passei meu fiel batom vermelho,ao me olhar no espelho percebi que minha aparência não estava muito diferente da Rainha Má.Pisquei e vi meu rosto com uma leve maquiagem o normal,pisquei outra vez e me surpreendi.O batom vermelho estava cinco vezes mais forte,como se tivesse passado longos minutos o espalhando em minha boca,os cabelos estavam compridos e lisos,como antigamente.Onde deveria estar o início da minha blusa,as mangas compridas de um vestido se estendiam.

Ela estava ficando mais forte.

Pisquei mais algumas vezes voltando ao controle e me olhei no espelho.Era apenas a Regina,nada mais e nada menos.Sai apressada do quarto antes que minha antiga personalidade voltasse e desci as escadas até a sala.

Graham dormia serenamente no sofá,com a cabeça repousando em uma das almofadas e os pés no encosto.Ele estava todo torto,o que me fez rir baixo.A coluna dele parecia ter sido dobrada pela sua posição.A respiração dele estava calma,se não pudesse ver seu peito subindo e descendo diria que tinha morrido.De novo.Desde a última vez em que nos vimos,ele parece ter rejuvenescido vários anos,a preocupação não lhe era um problema.

Meu celular estava na mesinha baixa em frente ao sofá,me lembrei de tê-lo esquecido ali depois que levei algumas cobertas ao caçador.Quer dizer, o caçador de animais,não o de demônios.Ah você me entendeu! Sem fazer barulho,caminhei até a mesinha de centro e peguei o aparelho eletrônico.Havia uma mensagem e eu sorri ao ver que era do Henry.

"-Tudo bem,estarei lá quando chegar."

Também chequei minhas ligações e estranhei por estar aberta na página de telefonemas e não dos contatos como costumo deixar.Chequei o registro de ligações e li o número mais recente que estava no topo.

5746-8329

Aquele era o número do Dean.Ele tinha me ligado e me senti aliviada por não atender,mas estranhei o fato de não ser uma ligação perdida.Se eu não atendi...Graham tinha atendido.Como sou uma pessoa precavida,sempre gravo minhas chamadas para poder lembrar ou provar tudo contra mim.Fui para a cozinha e pus a ligação para rodar no volume baixo.

–Alô?

–Cadê a Regina?

–Está dormindo.

–Quem é?

–É o Graham.Quem está falando?

–Ninguém que tenha importância.

Ninguém que tenha importância.Eu me senti mal demais naquele momento.Eu podia imaginar a decepção dele ao ligar para mim e ouvir um cara atendendo meu celular.Devia ter doído e muito.Pensei em ligar para ele para saber o que queria comigo mas desviei o pensamento rapidamente.Ele ia querer voltar e eu não podia deixar isso acontecer.Olhei no relógio: sete e cinquenta.Se eu quisesse falar com Henry tinha que ir antes de seu horário de aula.

Peguei um pepel e deixei um bilhete para Graham,chamando-o pelo seu apelido.

Lobo,

não acho que seja uma boa você sair na rua agora porque você sabe muito bem como as pessoas dessa cidade são tãão receptivas e não vão gostar nada de ver um zumbi entre eles.Fique em casa e descanse,tente se lembrar de algo e depois me conte.Mais tarde eu volto,tenho que trabalhar.

Tente não destruir a casa,Regina.

Deixei o bilhete na mesa da cozinha e sai pegando meu carro e dirigindo para a prefeitura.Ao chegar perto do local,vi que Henry estava apoiado nas portas trancadas esperando por mim.Sua mochila escolar estava pendurada nas costas e escutava fones.Estacionei e fui até ele.

–Hey Henry!-sorri.

–Oi mãe.-ele olhava para o chão desanimado esfregando os braços pelo vento gelado da manhã.

–Venha,vamos entrar.Você vai acabar congelando aqui fora com esse vento.-destranquei as portas e fiz sinal para que ele entrasse.

–Não é o vento que vai me congelar e sim outra coisa.Ela está vindo.-sussurou.

–O quê disse?-perguntei confusa por não escutar o murmúrio.

–Nada.-entrou e eu o segui fechando a porta em seguida.

Entramos em meu gabinete e ele colocou sua mala em um canto qualquer.Chamei-o para se sentar e ficamos nas cadeiras que ficam em frente a minha mesa e suspiramos.O silêncio era inconfortável e difícil de aturar,por isso eu o quebrei.

–Henry,sabe porque eu te chamei aqui?-perguntei olhando-o nos olhos,com a voz calma e repleta pelo meu carinho por aquele menino.

–Para conversar.-ele respondeu com o mesmo tom de voz,mas sem entusiasmo algum.

–Exato.Você precisa voltar a ser como era antes que aqueles dois chegarem a cidade,é vida que segue Henry,não fique sentindo dor por algo que não tem concerto.É perda de tempo.-tentei ser gentil com minhas palavras.

–Mas tem concerto,você não quer concertar! Você pode dizer para eles voltarem e eles voltarão mas você não quer! Você tem medo!-ele disse.

–Medo de quê?-perguntei tentando não me sentir mal pelas palavras dele.

–De deixar alguém entrar na sua vida.Tem medo que você o perca igual aconteceu com Daniel.Quando você me adotou estava se sentindo sozinha.Eu nunca vou te deixar sozinha mãe,mas você tem que tentar de novo.Todos merecem uma segunda chance independente do que tenham feito.Você acha que amor é uma fraqueza e que sempre te torna vulnerável mas não é verdade.O amor cura as piores cicatrizes e é a força das pessoas! Mãe,quem não está seguindo a vida aqui é você.Sempre diz que eu trouxe um pouco de luz a sua vida,deixe que seu mundo clareie com outras pessoas também.Seja aberta a tentativas se ser feliz.Você pode ser sido uma vilã,mas os fortes também amam.Veja,o senhor Gold.Sempre achou que ninguém o amaria e eis que entra Belle na história.Eles se casaram e estão felizes.Faça o mesmo,não deixe seu passado te assombrar nem o espírito malvado da sua mãe.Ela não está mais aqui para fazer mal a quem você se importa.Sei que existem outros perigos,mas o que é a vida senão um jogo onde você faz suas apostas.Se não apostar,não vai ter resultado.Não pode esperar sozinha até que ele termine,porque ele é eterno.Outro dia na aula havia um ditado: uma andorinha só não faz verão.E uma pessoa só não pode fazer tudo acontecer.Sei que está tentando proteger a cidade contra aqueles monstros mas quem garante que eles não voltarão enquanto Dean e Sam estão lá fora sem poder nos ajudar? As vezes é melhor correr um risco sendo feliz do que desistir e ser entristecido.Não estou dizendo isso totalmente por mim por querer que ele volte mãe,mas também por você.Acha que não percebo a falta que sente dele? Vejo você olhando na tela do celular todo dia esperando que ele dê alguma informação própria,vejo seus olhos vermelhos pelo choro,vejo seus olhares inexpressivos como se sua mente estivesse bem longe dali e ela está.Ela e seu coração estão nele mãe.Não ache que tentar esquecê-lo é a solução,nunca funciona.Vai chegar um momento,em que não vai conseguir mais guardar tantas mágoas e não vai ter para onde fugir.Por isso estou dizendo isso agora,você ainda tem chance.Pense de novo e o traga de volta.Se não o fizer vai doer muito em mim mãe,mas vai ser muito pior em você.

Meus olhos estavam marejados pelas palavras.Como um menino tão pequeno poderia ser tão esperto e confortante em assuntos tão difíceis como esse? Eu o abraçei.Não queria admitir,mas queria muito de os Winchester voltassem e fizessem meus dias melhores.Me vi em um beco sem saída,para o qual não haveriam segundas escolhas.Me afastei de Henry e segurei seu rosto entre as mãos delicadamente.

–Eu vou pensar tudo bem? Obrigada pelas palavras.-acariciei seu rosto com o polegar.

–Ok.Obrigada por me ouvir.-ele me deu um beijo no rosto e se levantou.-Tenho que ir.-pegou sua mochila.-Tchau e obrigada de novo.

–Tchau.-falei.

–Mãe?-ele chamou e olhei para a porta.-Quando tomar sua decisão tem que pensar nos outros,mas também tem que pensar em você.

P.O.V Dean
Aqui estou eu,plena tarde na casa de Colle Burk interrogando a mulher dele.O infeliz tinha morrido cortado no meio por uma serra elétrica.Sabe-se lá como conseguiu essa façanha.Eu e Sammy resolvemos voltar a ativa e fomos até a casa do falecido para investigar.Sua esposa,Callie Burk era a única parente que ele tinha que morava com ele.Achei engraçado o fato de o nome dos dois começar com C,mas mencionei isso e ela me olhou indignada então resolvi calar a boca e ler a ficha do morto.

Colle Bruk

Profissão: serralheiro.

Idade: 37

Parentesco: desconhecido.

Informações adicionais: fobia de aranhas e fascínio por qualquer coisa que corte madeira.

Passagem pela polícia: roubo de uma serra elétrica antiga que estava escondida no porão de uma casa na mata.O objeto nunca foi recuperado.

Que interessante,pensei.O cara tinha sido morto pela mesma serra que tinha roubado.Isso que eu chamo de ironia.Eu e Sammy estávamos disfarçados de policiais para poder resolver o caso.

–Senhora Burk,-perguntou Sam que tinha mais jeito com as palavras.-estava aonde na hora do acidente?

–Estava no trabalho,sou médica.-a mulher respondeu com os olhos inchados de tanto chorar-.Quando cheguei encontrei ele na oficina n-naquele estado.Perdi o amor da minha vida.

Somos dois,pensei.Meu ânimo para o trabalho era tão grande quanto a adoração de Sam por palhaços,se é que me entende.

–E porque a serra não foi apreendida?-perguntei fechando o ficha de Colle.

–Ele tinha me dito que havia perdido.Eu nem sabia que estava aqui.-respondeu ela.

–Ele tinha alguém com quem não se desse bem ou que brigasse muito?-questionei.

–Não,era super simpático e todos o adoravam.-garantiu.

Eu me levantei e fui ao lugar onde a morte tinha acontecido.Estava tudo sujo de sangue,os restos do corpo dele haviam sido retirados pelo laboratório de criminalística,mas as provas eram claras.Aquilo não era humano.O cheiro de enxofre e as marcas de garras na madeira que ele provavelmente cortava eram evidências importantíssimas.Quem tinha feito aquilo podia ser um ghoul bem irritado ou um lobisomem nos primeiros dias da transformação que é quando são mais violentos.Eu ia dar uma olhada mais de perto,mas o celular em meu bolso vibrou.Eu o peguei e li a mensagem recém chegada:

Procurei muito tempo por vocês Winchesters,mas agora que os encontrei tenho que aproveitar as oportunidades.Venha até mim e traga o Sam.Você deve saber onde estou.Não tente nenhuma graçinha e se eu fosse você viria logo.Não sei se vão aguentar por muito tempo.Muito menos a Rainha.

Lúcifer.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço o quê meus amores??
Qualquer dúvida me procurem.
Bjs