Duas Mulheres escrita por Tina Granger
Ela o tinha mandado embora. Mas ele não fora. Mandara Dynduawndy arrumar as coisas, e leva–las para a mansão. Somente ela dissera o que pensava. Somente ela dissera o que sentia. Ele queria uma chance. Conscientemente, não admitiria isso jamais, mas ao ver o vulto entrando no apartamento escuro, ela tentando conter mais um soluço, Severus teve uma certeza: não importasse o preço que teria que pagar, ficaria com ela.
- Ela não merece. – ela deu um pulo ao escutar a voz. Ligou o interruptor da lâmpada do teto.
- Eu mandei você ir embora.
- Devia saber que eu não obedeço ordens de uma mulher. – Severus a provocou. Cassandra cerrou os punhos, o encarando com deboche.
- Mas de um imbecil assassino sim.
- Eu fiquei para te dizer algumas coisas. – ele deu um passo em direção a ela, que parecia estar indiferente. – primeiro: ela não merece que você chore por conta dela. Não passa de uma idiota sem precedentes, que jogou com as duas mãos fora um dos maiores tesouros da humanidade. O seu amor.
Cassandra balançou a cabeça em negativa.
- Se essa for alguma técnica sonserina para distrair o adversário, saiba que ela não está funcionando. Você não sabe como doeu ter escutado tudo aquilo. – aos poucos ele estava se aproximando dela.
- Alguma vez ela te espancou? Usou a maldição Cruciatus em você? – com o olhar de surpresa, Severus puxou ar. – Meu amado pai fez isso, Cassandra. Além de humilhar–me, ele fazia o mesmo com minha mãe. – ele deu um meio–sorriso. – Quando você sorri, parece um pouco com ela.
- Isso era tudo?
- Não. – ele ficou a dois passos dela. – Você agiu como uma idiota, quando não deixou Angie colocar o seu nome na lista das garotas. Ele era o único que eu queria ter lido.
- Tem noção do que está me dizendo? – ele concordou com a cabeça.
- Se o seu nome estivesse lá, eu teria lhe procurado até no inferno para poder ficar com você. Ao invés disso, havia o nome de Minerva McGonagall, na ponta da lista.
- Foi Angie quem decidiu colocar a prof. Minerva como primeira... Disse que queria rir muito da cara que você provavelmente iria fazer.
- E ela riu muito. Uma das poucas vezes que me resignei em não esganá–la.
- Como... Como foi o enterro dela? – Cassandra pediu, a voz falhando. Não quisera ir ver a amiga morta, preferindo manter a imagem dela sorrindo.
- Pomposo. Lucio não deixou que as pessoas vissem o corpo, mantendo o caixão lacrado. – Cassandra franziu a testa.
- Mas para um bruxo ser considerado morto não é necessário fazer um velório de caixão aberto?
- Lucio arranjou os papéis antes do velório...
- E é claro que ficou com a parte da herança de Angie. – Cassandra sorriu irônica. Havia visto o irmão da amiga apenas algumas vezes, sendo a animosidade entre eles recíproca. – Deve ter sido muito conveniente para ele que isso tenha acontecido, já que as dívidas que possuía, na época, foram pagas com esse dinheiro.
- Cassandra, você está insinuando que...
- Não tenho provas para tal coisa, Severus. Mas, se um dia tiver, e conseguir provar o que acho que aconteceu... Azkaban é pouco para aquele verme! – exclamou irritada. – Ops , não devia ter dito isso, não é? Afinal de contas, vocês são amiguinhos...
- Lucio Malfoy não vai saber dessa nossa conversa jamais, Cassandra. – Severus puxou uma mexa do cabelo dela. – Lembra–se do que me pediu no primeiro dia quando acordei? Se você ficava melhor loira ou morena?
- Lembro. – a voz num sussurro. Não conseguia escapar daqueles olhos penetrantes. Severus venceu a pequena distância e sussurou no ouvido dela.
- Morena, você fica estonteante. E loira... Os seus cabelos formam uma auréola, fazendo que você fique parecida com um anjo. O MEU anjo. - falou enquanto a abraçava.
Cassandra estava chegando tarde. Pelo menos, onze horas da noite para alguém que trabalhava até as seis horas da tarde. Severus estava irritado, ainda mais que era o SEU aniversário, e que nos últimos meses eles não haviam tido muito tempo juntos. Podia ter a chave do "apertamento", como Cassandra chamava a sua casa, mas ele havia se recusado. Não ficaria ali sem a presença dela, já tinha agüentado muito aquelas semanas apenas com Dyndy... O elfo praticamente pulara de alegria quando ele contara que estavam juntos.
Mais dez minutos, e iria embora, decidiu-se dois segundos antes de escutar alguém quase correndo entrar no andar.
- Está aqui sim, senhora Johnson! - Cassandra gritou, com um sorriso largo na face. - Obrigada! - ela se aproximou rapidamente, com a expressão feliz no rosto. - Oi! A senhora Johnson me avisou que havia um homem me esperando... Tratei de subir o mais rápido que as minhas pernas conseguiram... O que foi?
- Você está cheirando a loção pós-barba.
- Estou é? - ela cheirou a ponta do casaco. - Se você entrar, eu provo que não é o que você está pensando.
- Cassandra, eu conheço loção pós-barba. Eu uso sabia?
- Quer dizer então que esse cheirinho sexy que emana de você, não é seu? - ela pareceu desapontada, enquanto abria a porta e entrava.
- Quer parar de brincar? Com quem você estava? - Cassandra tirou o casaco, ignorando a raiva dele. Ela foi em direção a cozinha, deixando-o sozinho. - Cassandra!
- É meu nome! - ela gritou de volta. - Só quero fazer um chá que lá fora está muito frio!
- Boa-noite - a porta do outro quarto abriu-se, revelando uma garota de cabelos castanhos, que provavelmente haviam sido atingidos por um tornado. Severus se sobrassaltou, respirando fundo.
- Boa noite. Você é quem?
- Lia Gaves. Você deve ser Severus. - Cassandra saiu da cozinha, falando.
- Bom, até as nove horas, eu fiquei com a Alice na casa dela... Até troquei o filhinho dela, que se chama Neville... Severus, você precisa ver os olhos dele... São tão doces... - ela pareceu apertar alguma coisa. - Acredita que quando eu o trocava, ele...
- Cassandra, você devia ter um bebê e logo, senão... Coitadinhos dos filhos das tuas amigas bruxas... - Lia provocou Cassandra.
- Mas para isso são preciso dois... - ela deu a resposta, sem olhar para Severus.
- Ele fez o que?
Severus só ficou escutando a conversa paralela das mulheres.
- Quem? - Cassandra não entendeu, mas ao perceber do que Lia falava, sorriu. - Neville fez xixi em mim. - As duas caíram na gargalhada. - Eu tenho que rir, senão...
- Dá um beijo no seu pai por mim? Nâo consegui transferir a viagem. - fez uma careta. - E pensar que quando era criança, meu sonho era viajar o mundo... Agora, é conseguir ficar duas semanas em casa, sem precisar entrar em um avião...
- Quem mandou trabalhar como guia para turistas entediados? Agora, güenta coração! - era assim que a mãe de Lia tratava as duas. - Que horas você tem que estar no aeroporto? Quer uma ajuda?
- Às três. E preciso que você transforme os gêmeos em sapos. Consigo sentir daqui o cheiro do perfume que eles jogaram em você. - ela trancou o nariz. Cassandra riu.
- Infelizmente, meu pai gosta deles... Por isso não dá... - ela deu uma piscada. - Mas posso pedir para Tom a receita do pastelão que ele faz.
- Eu prefiro o próprio Tom, obrigada. - Lia se virou e fechou a porta.
- Meu irmão deveria se envergonhar... Tem uma garota que arrasta um trem por ele e ainda prefere uma cretina que não passa de uma vagaranha... - Cassandra meneou a cabeça.
- O que é isso? - Severus falou, interrompendo a divagação de Cassandra.
- Acho que você vai preferir não descobrir. - ela sorriu. - Agora que já sabe o que aconteceu, será que pode deixar esse ar azedinho e me beijar um pouco? Estou tão carente... - ela se aproximou com um brilho nos olhos. - Por favor?
- Foram seus irmãos que fizeram isso? - agora ele estava começando a se divertir. Cassandra, desde a escola, lhe contara diversas traquinagens dos seus irmãos gemêos.
- Infelizmente, eles são os únicos na face da Terra que eu não possuo a benção do meu pai para enfeitiçar. - ela tentou abraça-lo, mas Severus deu um passo para trás.
- Está com um cheiro insuportável, Cassandra.
- Eu sei. Já vomitei duas vezes, mas antes, tenho um pedido para te fazer... Se você aceitar, vou ficar muito feliz... - ela não tentou beijá-lo, parecendo muito séria. - Bem, amanhã é o aniversário do meu pai, e quero te convidar para o jantar que meus irmãos e eu estamos preparando... É uma festa-surpresa, que eu adoraria que você fosse.
O que custaria a ele? Nada. Ele também desejava conhecer a família dela...
- Está bem. - Cassandra soltou um grito e o abraçou, beijando-o diversas no rosto.
- Obrigada, obrigada! Você não tem noção do...
- Ei, vocês dois, podem parar de fazer barulho? Eu tenho que sair de madrugada! - Lia gritou, com a porta fechada.
- Pelo visto, vamos ser obrigados a fazer um feitiço silenciador. - Cassandra segurou o riso, ao ver o brilho nos olhos de Severus. - Vá tomar o banho logo, não quero sentir esse cheiro em você.
- Esse é o único motivo pelo qual vou "obedecer" sem questionar nada. - deu um beijo na boca dele. - Não demoro nada.
Cassandra estava se ensaboando, quando sentiu-se ser abraçada. Severus murmurou no ouvido dela, provocando arrepios pelos pelo corpo.
- Você está demorando muito. - Cassandra apenas se virou e começou a beijá-lo.
Severus olhou com uma certa apreensão para os lados, observando se não precisaria apagar a memória de alguém. Como não havia ninguém, ele tratou de se aproximar de uma casa muito parecida com as demais daquela rua. Cassandra lhe dera o endereço, dizendo-lhe que o jantar seria por volta das oito horas . Recebera uma carta durante o dia, assinada por Thomas Jr, fazendo o mesmo convite que a irmã, com o horário mais cedo.
- Tocou a campainha, e surpreendeu-se ao ver os mesmo olhos de Cassandra em um rapaz de cabelos castanhos escuros, que usava um avental xadrez vermelho e branco.
- Olá? - tinha o sorriso largo, e uma expressao calorosa.
- Eu sou Severus Snape.
- E eu com isso? Brincadeira. Cass nos avisou que iria chamar um amigo, mas disse que provavelmente não iria vir. Entre, e ignore os gêmeos. Eles estão em polvorosa...
- Eu não acredito. Achei que iria chegar um janota e chega um morcegão. - dois garotos loiros, idênticos, olhavam Severus com uma expressão não muito amistosa no rosto.
- Definitivamente, nossa irmã não tem o menor gosto para homens.
- Vocês não deveriam estar se arrumando?
- Não somos garotas para fazer isso.
- E depois, queremos ter uma conversinha com o morcegão aí.
- Os dois, para cima, já, senão...
- Senão o quê? - Os dois debocharam dele.
- Cass vai ficar sabendo o que estão fazendo. - os dois estouraram em gargalhadas.
- Não temos medo de Cass... E mesmo se tivéssemos, ainda iriámos querer ter essa conversinha com ele.
- Cassandra é maior de idade, paga as próprias contas e detesta que se metam na vida dela.
- Bons argumentos, mas não suficientes. - os dois desafiavam o irmão mais velho claramente. - E depois, esse cara já magoou muito Cass, para que nós deixássemos barato. Nos lembramos muito bem, quando ela veio nas férias do sexto ano.
- Ela chorava quando estava sozinha.
- Por que acham que ela chorava por minha causa? - Severus estava intrigado com aquele comportamento.
- Por que? Pelo amor de Deus, você se finge de tapado ou é burro mesmo? Cass sempre foi louca por você! - O gêmeo que usava um agasalho cinza respondeu.
- Melhor dizendo: teve um péssimo gosto para escolher o cara para ir para a cama. - o outro replicou. Usava um agasalho azul-escuro. Severus e Tom arregalaram os olhos. - - - Vocês não querem que acreditemos que os bebês são trazidos pela cegonha, querem?
- Em resumo, o que vocês dois querem? - Tom parecia estar sufocando uma gargalhada.
- Só queríamos dar um conselho, para o morcegão, aí.
- Melhor dizendo, um aviso. Se ele magoar a nossa bruxinha... Por mais leve que seja o dano... Vai usar o caixão onde dorme, não só para fazer isso. Vai ficar por lá mesmo, pelo resto da eternidade com uma estaca no peito. - era impressionante como um completava as frases do outro. Parecia até que haviam ensaiado.
- E vai descobrir porque ninguém se mete com os gêmeos Cavendish. - completaram juntos.
- Eu definitivamente, vou ir morar no Egito. E não vou nem mesmo vir para o Natal! Melhor: vou virar mulçumana, assim não preciso... - Cassandra entrou resmungando. Parou ao ver Severus. o seu semblante se iluminou no mesmo instante. - Oi... Achei que você fosse vir mais tarde.
- Vindo mais cedo, quis me certificar que ia conseguir comer algo que você não tivesse posto as mãos.
- Está insinuando que eu cozinho mal, Snape? - Cassandra começou a tirar um casaco, a touca e o cachecol vermelhos que usava.
- Eu não insinuo as coisas, Cavendish. Eu afirmo. - os gêmeos se abaixaram, com medo que Cass errasse um vaso na cabeça de Severus. Para surpresa dos irmãos, ela apenas o olhou indiferente.
- Miles, Zach, por que não estão tomando um banho e se arrumando? Passei na delegacia, e papai deve chegar a qualquer minuto. Tom, estou começando a sentir o cheiro de queimado. - puxou a varinha, e começou a arrumar a bagunça que estava na sala. - Ou os três querem que EU entre na cozinha para termi... - parou a frase, quando os três irmãos desapareceram da sala. - Covardes! E pensar que são meus irmãos...
- Dariam bons lufa-lufa.
- Lufa-lufa? Não. - ela balançou a cabeça. - Os gêmeos com certeza seriam sonserinos. Apesar de serem bem-humor... - Severus a abraçou, beijando-a. - Uau! Também senti sua falta. - eles se separaram com uma tossidela. Cassandra deu um sorriso, antes de abraçar com força o homem mais velho que chegara. Cabelos loiro-escuro, com olhos azuis, Severus deduziu que era o pai dela, confirmado o fato pelas palavras dela.
- Oi papai... Feliz aniversário.
- Para você também, meu anjo. - depois que eles se separaram, o loiro manteve um braço nos ombros de Cassandra. - Então você é o famoso Severus Snape. Cass sempre falou muito de você, especialmente depois que o "melhor aluno em poções" concordou em dar algumas aulas para ela.
- Cassandra é exagerada. - Severus não gostou muito do tom do pai dela.
- Talvez você esteja certo. Biscoitinho sempre foi muito expansiva, e por conta disso, sempre teve problemas, especialmente...
- Pai, o senhor tinha me prometido que não ia me chamar assim, ainda mais no nosso aniversário.
- Esqueci, Bis...
- Pai! - Thomas Cavendish começou a rir.
- Vou tomar um banho, já que Tom não deve ter terminado com as travessas.
- Posso desligar o medidor, para os gêmeos saírem do banho?
- Pode deixar que eu mesmo faço isso. E não me olhe com essa cara. Marta não concordou em vir até aqui. Segundo ela, tinha coisas mais importantes que ficar em um hospício. - Cass balançou os ombros. Seu pai saiu e quando olhou novamente para Severus, ele tinha uma sobrancelha erguida.
- Nosso aniversário? - ele falou, Cassandra engoliu em seco.
- Bem, vamos conversar lá fora, que eu explico tudo. - quando estavam no jardim, Cass se apoiou em uma árvore coberta de neve. - Odeio o frio. - falou batendo o queixo. - Devia ter pegado o meu casaco. - ela respirou fundo e começou a falar. - Eu sei que devia ter dito que era meu aniversário também, mas... Droga, eu queria que você viesse por mim, para conhecer a minha familia não como uma obrigação, entende?
- Entendo... Mas você me privou de um prazer que não sei se vou poder ter, com essa guerra que está acontecendo. - quando ela fez cara de não ter entendido, ele colocou uma mecha de cabelo dela, atrás da orelha. - Escolher para você uma das jóias da familía Snape. - ficou espantado quando ela balançou a cabeça com vigor.
- Eu não quero. Eu não quero nada material da sua família, Severus. A única coisa que eu quero da sua família, é você, com suas qualidades e seus defeitos. NADA além disso, entendeu bem? Bom, talvez algumas crianças, mas isso é plano para o futuro... - com as duas mãos puxou o rosto dele, o beijando. Severus a envolveu em seus braços, a cobrindo com a capa.
- Desculpem interromper, mas temos uma pergunta muito importante a fazer, para o... - um dos gêmeos começou, parando quando recebeu um olhar irritado de Cassandra.
- Façam a maldita pergunta e sumam logo. - ela também ficava irritada, Severus sorriu ao perceber que ficava mais atraente com os olhos brilhando de raiva. E o melhor que não era com ele.
- Bom, o que queremos saber desse daí, é quanto tempo vamos ter que atura-lo? - Zach não tinha muito tato para fazer as perguntas. Severus apenas estreitou os olhos.
- Dez minutos. É o tempo que preciso para planejar um duplo homícidio, e como vou me "safar", é o termo que você usa, certo, Cassandra? - ela concordou com a cabeça, rindo das expressões atônitas deles. - Se não sumirem das minhas vistas e nos deixarem em paz. Já.
- Eu vou rir tanto da cara deles, depois, que você não imagina. - Cass comentou, quando eles desapareceram. - Nunca vi os gêmeos obedecerem alguém tão rápido, e sem ter... - Severus a beijou, novamente, sendo interrompido pelo irmão de cabelos castanhos.
- Escutem, será que vocês não podem fazer isso outra hora? Só estamos esperando papai descer para atacar a comida. - Severus bufou, sendo puxado para dentro por Cassandra. Os gêmeos estavam sentados, fazendo caretas para o casal, quando este entrou.
- Sabem, ver vocês dois se agarrando nos dá uma coisa...
- Tipo... NOJO! - os dois gritaram, quando Severus e ela se sentaram. - Se bem que quando Tom estava se amassando com aquela vagaranha da Damala...
- Zacharias Cavendish. Quanto menos você abrir a boca, mais chances vai ter de completar dezessete anos. - Tom levantou-se e bateu a porta da cozinha ao entrar. Foi o bastante para que Miles lhe desse diversos tapas na cabeça.
- Feche o punho para bater por minha conta. Zach, onde está o seu cérebro? Você sabe muito bem o que Tom passou por conta daquela...
- O que aconteceu? Miles, pare de bater no seu irmão. - o pai desceu as escadas.
- Pode ser quando ele deixar de ser idiota? - C assandra tinha um sorriso inocente no rosto.
- Não gostei dessa piada. Pára! Está doendo. - Zach massageava a cabeça. - Foi mal, escapou.
- Damala? - os três apenas confirmaram com a cabeça. - Zach, vá pedir desculpas para seu irmão. Severus, desculpe o hospício que essa casa parece ter se transformado.
- Ela sempre foi. - Miles murmurou, abaixando a cabeça. Zach permaneceu sentado, com uma expressão de teimosia.
- Eu não vou pedir desculpas por dizer uma coisa que penso. Damala nunca prestou par... - se interrompeu, quando Tom entrou novamente, com uma travessa fumegante. - Se for sopa, eu vou virar a travessa na sua cabeça.
- Zach, atenda o telefone. - Thomas mandou ao segundo toque do mesmo.
- Por que eu? - Cassandra, Miles e Tom fingiram ao mesmo tempo, que estavam falando ao telefone.
- Alô? Aqui é a Joane. Felicia. Karine. Letiane. Naía, Mary. - Após uma piscadela de Cass, os três ao mesmo tempo falaram - Zach está?
- Crianças, comportem-se! Zach, vá atender o telefone, e espero que consiga se livrar da coleção. - com um olhar que dizia "quem pode, pode", Zach se levantou e foi atender.
- Não compreendi por que o senhor a chamou de...
- Se VOCÊ fizer isso, é um homem morto. - Cassandra o avisou.
- Biscoitinho? Simples: ela sempre adorou biscoitos, e quando era criança, quase só comia isso. E o apelido acabou pegando, lógico que depois de um tempo, ela passou a odiar o apelido e transformou-se em um ser completamente... Não sei que palavra utilizar.
- Cassandra era desse jeito durante a escola, Severus? - Miles falou no mesmo tom de seu pai, recebendo um olhar mais irritado de Cassandra.
- Quando estávamos juntos, sim. Nunca consegui entendê-la.
- Mulheres bonitas você deve apreciar, não entender. - Zach voltou para a mesa, com um sorriso irritante.
- Fala o rei das mulheres. - Cass debochou.
- Posso ser o rei das mulheres, mas é um homem que está lá no telefone, esperando para falar com você. É um tal de Tiago...
- Potter. - Cassandra terminou e de um salto, quase correu para o aparelho, atendendo-o. - Fala. - ficou escutando por alguns minutos, emitindo alguns ruídos de concordância ou negação. Por fim, ela ficou irritada, dizendo a ele, desligando em seguida o telefone: - Vá trocar as fraldas do seu filho!
Cassandra passou pela mesa, quase correndo, beijou Severus e o pai, e estava quase saindo, quando voltou para pegar o casaco e o cachecol.
- Eu não consigo acreditar que já estava indo sem meu casaco.
- Vai voltar Cassandra? - Thomas pediu, enquanto ela enfiava as mangas no casaco.
- Vou fazer o possível, papai. Mas em todo caso, quero uma fatia bem generosa da torta guardada para mim, na geladeira. Sem nenhuma mordida nela, entenderam? - ela lançou um olhar significativo aos gemeos.
- Você vai ir se encontrar com o Potter? - Severus levantou-se, com a raiva transbordando pelos poros.
- Não. Vou tentar salvar um pouco o mundo, Severus. - sem dizer mais nada, ela saiu porta afora.
- O bom disso, é que ela tem mais sorte que juízo... - Thomas Cavendish comentou, meneando a cabeça. - Senão já estaria morta.
Severus estava esperando Cassandra, quando ela entrou com um rosto marcado pelo choro. Surpreso por esse fato, sem falar nada, tentou abraça-la, sendo repelido.
- Não encosta em mim... Por que você me chamou aqui, Severus?
- O que aconteceu, Cassandra?
- Deixa eu ver... Seus amiguinhos Comensais destroçaram Benjy Fenwick, que por acaso era o meu melhor amigo! Você queria que eu estivesse como, se é minha culpa que ele estava sozinho? - ela não conseguiu mais controlar o choro, não repelindo mais o abraço forte dele. Vê-la chorando era tão estranho, que lhe apertava o coração.
- Não é sua culpa, Cassandra.
- É minha culpa sim! Eu desmaiei, pouco antes do horário que deveríamos sair... Se eu tivesse voltado a mim, antes...
- Agora estaria morta. - ele se obrigou a ser duro. - Teria o mesmo destino que ele, e seu pai estaria desesperado agora, junto com os seus irmãos. Eles a amam, Cassandra. E duvido que gostariam que você dividisse o mesmo caixão que esse Fenwick.
- Eu não teria esse sentimento de culpa. - ela murmurou.
- Você não é culpada, Cassandra. - ele repetiu. - Todos que estão nessa guerra sabem que podem morrer, mais cedo ou mais tarde. Me prometa que não vai mais se sentir culpada.
- Eu não posso. - ela murmurou, respirando fundo. - Eu devia estar com ele.
- Mas está comigo agora, Cassandra. E eu não quero você dessa maneira. - ele deixou ela chorar um pouco, antes de secar as lágrimas que escorriam. - Me prometa outra coisa então. Que vai procurar um médico, para ver o que está acontecendo com você.
- Não posso só pensar em mim. Tenho meus irmãos, meu pai, nosso bebê... - percebeu que falara demais, quando ele deu um passo para trás, com aquele olhar acusador. - Eu estou grávida, Severus. Sei que disse que isso era plano para o futuro, mas pelo visto vai ter que fazer parte de meus planos para agora.
- Como isso aconteceu?
- Bom, existem diversas explicações para isso. Tem certeza que quer ouvir uma delas?
- Por que você não se precaveu?
- Em primeiro lugar, troque você por nós. Eu não estava sozinha naquela cama, senhor Snape. - se era briga que ele queria, era briga que ele teria. - Em segundo, nunca precisei me preocupar com isso. Caso você não tenha reparado, não havia nenhuma fila de homens na minha porta, quando você entrou. - e nenhuma se você sair dela, pensou quase repetindo as palavras em voz alta. -E terceiro: EU NÃO VOU IMPLORAR PARA QUE VOCE FIQUE COMIGO, entendeu bem? - Cassandra tratou de se virar e estava saindo da sala, quando Severus a puxou para si, murmurando no ouvido dela.
- Mais um Cavendish para azucrinar o mundo?
- Não, mais um Snape para me deixar louca de frustração. - ele riu, beijando a mão dela.
- Gosta realmente do Egito? Vamos morar lá. Obviamente depois que nos casarmos. - ante o olhar de surpresa dela, completou. - Se você acha que eu vou permitir que o meu filho seja influenciado pelos demônios Cavendish, você está muito enganada. - ele a abraçou.
- Quem é você e o que fez com Severus? - ela deu um passo para trás, puxando a varinha. Tinha o olhar duro, e provavelmente iria usar a varinha se não a convencesse.
- Você é a pior cozinheira que conheço, convenceu o meu elfo mais fiel a se voltar contra mim, isso sem contar que tem a boca mais irritante e excitante do mundo e fala dormindo, isso quando não ronca.
- Eu não ronco! - ela protestou, abaixando a varinha. - E você não deve ter beijado tantas bocas assim, para poder... - Severus a beijou, só parando quando escutaram alguém batendo na porta. Cassandra deu um pulo, tentando se afastar de Severus, mas ele a segurou pela cintura.
- Prof. Dumbledore. - ele curvou levemente a cabeça. - Acho que o senhor se lembra de Cassandra.
- É claro. Cassandra, como vai? - os olhos do diretor brilhavam divertidos, enquanto ela corava, respondendo a pergunta. Nunca, em sete anos de escola, fora pega em qualquer tipo de situação constrangedora. E agora, depois de adulta, junto a Severus... Merlin...- Fiquei sabendo o que aconteceu com Benjy. Deve ser um baque para você.
- Eu sempre soube, desde que ele me escolheu e começou a me treinar, que talvez isso acontecesse. Eu... imaginava poder lidar com a situação, mas... - o seu queixo tremeu, e ela apertou com força os lábios. - Droga, é estranho saber que amanhã, quando eu entrar no Ministério, eu não vou poder atiçá-lo, dizendo para ir atrás de Sofia... Ele é meu amigo, professor, mesmo que esteja morto. Talvez daqui a algum tempo, eu encare isso de forma mais natural.
- Isso é compreensível. - Não escapou ao diretor, que ela não tentou se afastar de Severus, ao contrário. Até relaxara, sob o abraço do ex-sonserino. - Tem certeza da nossa conversa, Severus?
- Absoluta. Não só vou espionar o Lord por causa de Cassandra, como também pelo nosso filho. - ele estava decidido.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - Cassandra não queria acreditar nos próprios ouvidos. Alvo tomou a si as explicações, já que Severus pareceu não dar indícios de responder a mulher.
- Severus veio me procurar, oferecendo-se para ajudar a derrotar Voldemort. - Cass estremeceu, e Severus a apertou um pouco. - Já que ele está a serviço dele...
- Como Severus vai fazer isso, se Você-Sabe-Quem descobrir...
- Eu mesmo vou ensiná-lo Oclumência, Cassandra, e duvido que Severus irá agir como um tolo.
- Como Severus vai explicar uma aproximação com o senhor?
- Sou o novo professor de DCAT. - ele informou, o rosto dela muito surpreso. Ambos sabiam que a conversa estava encerrada. Nada que dissessem iria mudar a opinião do outro.
- Então é por isso que a carta que você me mandou uma carta, marcando o encontro aqui em Hogwarts, nas masmorras. - Cassandra suspirou. encarou Alvo. - O senhor não podia imaginar um castigo menos doloroso para a Grifinória, tipo proibir as visita a Hogsmead para sempre, para essa casa? - Severus lançou-lhe um olhar zangado, e Alvo apenas sorriu.
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