Capitulo 6

P.O.V MAXON

Pela primeira vez em dois dias eu podia dizer que eu respirava, a esperança crescia dentro de mim, eu deixei America com sua família e subi para o meu quarto, eu precisava pensar afinal a reunião seria daqui a algumas horas. Sentei na mesa do escritório e olhei para a papelada que havia em cima, anotações minhas, proposta de alianças e para a solução dos problemas do rebeldes. Rebeldes, se não fosse por eles agora eu estaria na lua de mel com a minha esposa, aproveitando o sol, a piscina e quem sabe até um piquenique sobre a luz das estrelas. Lembro-me como se fosse hoje o dia em que ficamos sozinhos no jardim, ali eu não era o príncipe Maxon, eu era apenas Maxon, o garoto, loucamente apaixonado por America Singer. Era isso, eu iria preparar um jantar somente eu e America, mas será que ela iria gostar? Eu iria tentar, estava disposto a tudo.

Chamei a criada e pedi para preparar uma mesa no jardim, falei o cardápio que eu queria e pedi para colocar almofadas e coberto no chão, eu pretendia ficar ali sobre a luz das estrelas somente eu e America. Depois sentei à mesa e fui analisar todos os documentos que estava sobre ela, eu precisava tomar uma decisão,não gostava de guerra mais os rebeldes havia deixado bem claro que o que eles queriam era o trono e que iriam lutar por isso. Fico me perguntando o que aconteceria com Iléia se eles ficassem no poder. Não podia deixar isso acontecer, aquele era o meu povo, o meu país e eu iria defender-los com a minha vida.

Nem percebi a hora passar, faltava apenas meia hora para a reunião começar. Tomei um banho, vesti um terno, arrumei o cabelo e pus a minha coroa, desci até a enfermaria para ver America.

–Ela não está aqui, majestade.- Uma das enfermeiras que me viu entrando me falou.

–Onde ela está?

–No salão das mulheres junto com a sua família.

–Obrigado.

Sai e fui para o salão ao me aproximar pude ouvi o som do piano e a doce melodia da voz de America, entrei sorrateiramente, não queria atrapalhar aquele momento. Todos na sala prestava atenção em America, sua mãe, May, Gerald, Kenna, Astra e seu marido, eles haviam chegado logo depois da senhora Singer. America como sempre estava linda, mantinha seus olhos fechados e seus dedos deslizavam pelo piano, sempre sabendo em qual tecla repousar, sua boca abria e fechava liberando uma linda melodia.

(Pare quem quiser ouvir http://www.youtube.com/watch?v=s_BU8YCjV1M )

Ultimamente, tenho pensado

Quem ocupará meu lugar

Quando eu me for, você vai precisar de amor

Para iluminar as sombras do teu rosto

Se uma grande onda cair

E cair sobre todos nós

Então entre a areia e a pedra

Você conseguiria se virar sozinha?

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou aonde quer que você vá

Bem lá em cima ou lá embaixo

Eu vou aonde quer que você vá

E talvez eu descubra

Um modo de conseguir voltar algum dia

Para te vigiar, para te guiar

Para te guiar nos seus dias mais negros

Se uma grande onda cair

E cair sobre todos nós

Então eu espero que haja alguém lá

Que possa me trazer de volta para você

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou aonde quer que você vá

Bem lá em cima ou lá embaixo

Eu vou aonde quer que você vá

Fuja com meu coração

Fuja com minha esperança

Fuja com meu amor

Agora eu sei exatamente como

Minha vida e o meu amor poderão continuar

Em seu coração, em sua mente

Eu ficarei pra sempre com você

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou aonde quer que você vá

Bem lá em cima ou lá embaixo

Eu vou aonde quer que você vá

Se eu pudesse voltar no tempo

Eu vou aonde quer que você vá

Se eu pudesse fazer com que você fosse minha

Eu vou aonde quer que você vá

Eu vou aonde quer que você vá

Nem percebi que America havia acabado, eu estava no canto da sala e lágrimas escorriam pelo meu rosto, aquela canção era exatamente o que eu sentia naquele momento. A família de America havia saído da sala deixando somente eu e ela, aqueles lindos olhos azuis estava me encarando, Jesus como ela era linda, minha vontade era de abraçá-la, beijá-la e nunca mais a soltar. Como eu fui deixar uma coisa dessas acontecer ?

America começou a caminhar na minha direção, ela andava devagar, percebi um pouco de tensão em seus ombros, ela parou em frente ao sofá e se sentou. Caminhei até lá e sentei ao seu lado, era doloroso ficar tão perto da minha amada e não poder tocá-la. Finalmente ela abriu a boca e falou:

–Você é o Maxon, certo?

Uma chama de esperança se acendeu dentro de mim. Ela sabia quem eu era, talvez até se lembra-se de nós, eu queria explodir de felicidade, um sorriso foi se formando no meu rosto.

–Você se lembra de mim, meu amor? Isso é ótimo.

–Ahh não, sinto muito. Minha mãe que me falou, foi meio rápido, ela estava...bem... tentando me explicar minha nova vida, que mudou totalmente pelo que eu entendi. Sinto muito te despontar.

Meu coração pesava, por uma fração de segundos eu achei que teria minha America de volta e então ela escorregou pelos meus dedos feito fumaça.

–Então nós somos casados a pouco tempo, certo?

–Sim, exato

–E nós por acaso..?? Você sabe

Ela estava mesmo me perguntando aquilo? Eu não pude me controlar e ri, pude percebe que ela estava ficando vermelha, tomei a sua mão, ela a manteve.

–Sim e foi um dos melhores momentos da minha vida.

–Um dos? E posso saber qual são os outro?

–Tudo o que você quiser, minha querida.

–Não me chame de querida.

Um sorriso travesso se formou no meu rosto, minha America estava ali, a mesma que me chutou, que brigou comigo no nosso primeiro encontro e a mesma que odiava quando eu a chamava de querida. Eu não ia desistir nunca.

P.O.V AMERICA

Querida? Sério, eu preferi quando ele me chamou de amor. Maxon era mesmo bonito, ele estava vestindo um terno e sua coroa, ele era lindo todo arrumado, mas acho que ficaria mais bonito ainda descontraído, relaxado. Eu estava querendo saber mais da minha vida com ele, minha mãe não havia entrado muito no assunto. Seja como for, mesmo não lembrando de Maxon, eu com certeza sentia algo por ele, eu ficava nervosa, meu coração palpitava mais rápido, meu corpo formigava. Se caso eu não lembrasse acho que eu poderia viver com ele mesmo assim, criar uma nova história para nós.

–Bem, o que a senhorita deseja saber?

–Seus defeitos?

–Meus defeitos?

–Sim, você desse jeito parece o senhor perfeito.

–Senhor perfeito?

Ele começou a dar risada e dar tapas no joelho de tanto rir,eu também comecei a rir também, sua risada era como se ele estivesse tendo um ataque de asma.

–Eu adoro isso em você?

–O que?

–Esse seu sorriso lindo.

Eu fiquei vermelha Maxon realmente sabia o que dizer para uma garota.

–Como foi nosso primeiro encontro? - Eu perguntei, era ruim você ser casada com uma pessoa e nem se lembrar do primeiro encontro.

–Bem ... Eu não diria que foi um encontro, era seu primeiro dia na seleção e ....

Não sei por quanto tempo ficamos lá mas eu não me importava era ótimo estar do lado de Maxon nesse tempo. Eu soube sobre seus defeitos, o nosso primeiro encontro onde eu briguei com ele, nosso segundo por causa de uma aposta e como neste eu chutei seus países baixos, nossos primeiros beijos e até chegar no nosso grande dia, nosso casamento. Também soube sobre seus pais, o rei e a rainha, era triste, pelo que ele me contou a rainha parecia ser uma boa pessoa.

–Bem, parece que eu te dei um pouco de trabalho.

–Um POUCO??? America Singer, você virou meu mundo de cabeça para baixo, e eu sou grato por isso. Eu te amo muito.

E agora o que eu iria falar? O que eu realmente sentia algo pelo Maxon? Eu não sei, eu estava tão confusa. Ele se aproximava para um beijo, eu queria beijá-lo, queria muito. Nossos lábios estava quase se encostando quando uma das criadas entrou, nós nos afastamos rapidamente. Percebi a frustração no rosto de Maxon, a criada foi até ele, falou algo e ele consentiu.

–Meu anjo, tenho que ir para a reunião do conselho. Depois terminaremos essa conversa.

Ele piscou para mim e me deu um beijo na bochecha, eu ruborizei levemente.

–Uma pessoa ira te fazer companhia.

Quando a porta se abriu uma dor de cabeça forte e uma tontura tomou conta de mim, a sala girava a minha volta, agradeci por estar sentada, mas, mesmo assim, Maxon percebeu como eu estava mal e veio correndo novamente ao meu lado.

–Você está bem?

–Foi só uma tontura mais já passou.

–Tem certeza?

–Pode deixar que eu cuido dela, qualquer coisa levo ela na ala hospitalar

Aquela voz, suave e amorosa, eu a reconheceria em qualquer lugar.

–Aspen?

Percebi uma pequena irritação em Maxon talvez se perguntando o porque lembrava de Aspen e não dele, mas mesmo assim se retirou deixando somente nós dois.

–Então, você já recuperou a sua memória?

–Na verdade não, eu me lembro de pequenas coisas e somente de algumas pessoas como meu pai, minha mãe, Gerald, May e você. Mas eu sei que tem Kota e Kenna e lógico, Maxon, mas eu não me lembro dele só das coisas que eles me contam. Bem de você, eu acabo de me lembrar um pouco mais, aquela tontura e dor de cabeça aconteceu quando eu estava conversando com minha mãe sobre meu pai, e bem eu me vi no funeral dele.

Mesmo não me lembrando do meu pai, eu ficava triste, pelo que minha mãe me falou eu era a filha mais próxima a ele.

–Eu sinto muito, Meri. Mas pois bem, o que você lembra de mim?

Ele se sentou na minha frente e eu fui contando para ele, estar com ele me deixava tão a vontade, era como se eu pudesse contar tudo sem ter medo, com Maxon era diferente, mas ainda era bom. Eu tinha que ficar desviando daqueles olhos para não perder o foco.

–Bem, você se lembra de bastante coisa, mas muitas coisas mudaram, Meri..

–Me conte, por favor, eu não aguento não saber sobre a minha própria vida.

–Tudo bem, eu vou te contar.

–Vamos em outro lugar, no jardim. Soube que é um dos meus lugares favoritos do castelo.Você sabe onde é?

Ele sorriu para mim, aquele era um dos sorrisos mais lindo que eu já havia visto.

–Sei, vamos.

Ele estendeu o braço para mim, eu aceitei, fomos caminhando em silêncio, quando passávamos por alguns guardas eles cumprimentavam Aspen e faziam reverência para mim, era realmente engraçado. Era fácil de entender porque eu gostava do jardim, ele era lindo, amplo e atrás tinha a visão de um bosque. O banco, sorri lembrando da história que o Maxon me contou, sentei, e virei meu rosto para o sol, o dia estava lindo.

–Então...

–A desculpa, é que aqui é tão lindo que eu me perdi.

Aspen agora estava sentado ao meu lado, ele também olhava para o sol, sua pele refletida pelos raios o deixava mais bonito.

–Então, eu vou continuar pelo o que você se lembra..

Realmente havia acontecido muita coisa desde a casa da árvore, a última coisa que eu lembrava era de nós debatendo sobre filhos.

–Muita coisa mudou.

–Mudou, mais ainda gosto de você, Meri. Você foi meu primeiro amor e nada no mundo pode apagar isso, o que tivemos foi intenso e maravilhoso enquanto durou.

Eu não aguentava mais, ele era lindo, gostava de mim e eu dele. Mesmo ele tendo me contado eu ainda não entendia como nossa história tinha tomado um rumo tão diferente, tudo por causa de um papel. Me inclinei para a frente e o beijei, ele ficou confuso mas correspondeu, foi um beijo terno e calmo.

–O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!?

Quando eu me virei, lá estava ele.

–Maxon, eu...