Onde a Luz não Chega escrita por Dih Rohling


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Lithiun - Evanescence



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“...Você deve seguir em frente a partir de agora...”... Caminho pela multidão que andava a passos apressados, todas as pessoas indo e vindo de algum lugar, as falas dele ainda ressoavam em minha mente... “...não tens por que continuar aqui...”... “...mas...eu te amo...” eu havia respondido... “...pena que o sentimento nunca foi recíproco...” ele havia debochado... Seus olhos negros sarcásticos ainda pairavam em minha mente. “você realmente acreditou que um dia eu te amei?” ele falara... Sim... Eu havia acreditado... E... Ele havia me enganado... Abaixei o capuz, meus passos lentos se intensificaram e eu corri... E ondulantes cachos negros escapavam do mesmo. Corri... Corri... Senti a brisa da noite soprando em meu rosto e a memória há muito tempo guardada acordou em um flashback em minha mente...

Eu havia corrido tanto naquela noite sem estrelas... A Lua Cheia me guiando a uma praia deserta... Foi quando eu o conheci, um ser belo, olhos negros, pele pálida e cabelos quase tão escuros quanto à noite... E ele me entendia... Entendia minha solidão...

Sempre fui sozinha... Havia fugido de casa e tinha apenas 16 anos. Fugi por causa do abandono... Meus pais aviam a pouco morrido... Fui traída pelo meu namorado que havia se interessado apenas no dinheiro da família...

Naquela noite eu havia sentado na areia e observado o mar e a lua cheia... Ele estava a poucos metros, e quando me virei, nossos olhares haviam se encontrado.

Ainda ouço aquela voz ressoando em meu ouvido... Doce, calma, tão pura... “O segredo da lua é que ela possui o sol para iluminá-la”... “E qual é o segredo do Sol?” Eu havia perguntado... “Ele não possui segredos, ele é quem os desvenda, que abre a luz onde só há escuridão...”... Ele respondera... “você acha que algum dia a escuridão mais profunda poderia ser iluminada?”... Eu havia perguntado... “depende de que escuridão você fala...” ele falara. Toquei em meu peito “...a de dentro...”... “talvez não o sol”... Ele sussurrou...

A partir daquela noite nos encontramos mais e mais vezes... Eu me apaixonei.

Ainda corro pela multidão... Como é possível se sentir só no meio de milhares de pessoas? Perguntei-me, mas a resposta era simples, a solidão se aprofunda no ser... Para aqueles que continuam, ela se torna um desafio... O simples motivo disso é por que o sol nunca iluminara locais fechados. E nosso coração é um desses locais, sempre fechamo-nos... Isolamo-nos... Pois temos medo de sofrer. Continuei a seguir a lua como naquela noite... Em direção da praia.

Ela estava deserta... Tantas lembranças...

Você acredita que o amor salva as almas?” eu havia perguntado... “Acredito que a esperança salva” ele respondera... “Mas se não há esperança?” Eu perguntara... “Então não há por que estar aqui...” respondera.

Tirei os sapatos e caminhei descalça pela areia fofa, a brisa salgada do mar levantando o capuz e soltando minhas mechas negras. Joguei o casaco de lado... O vento soprava fortemente em meu longo vestido branco, tornando-o esvoaçante. Lágrimas escorregavam de meus olhos cinzas e passavam pelas minhas bochechas até serem levadas...

Caminhei a passos lentos sem pensar em mais nada em direção da água...

Afundei meus pés... Estava morna... Continuei andando e afundando-me até a cintura... Depois braços... A cabeça... Abri os olhos... Estava tudo tão escuro... Mas... Tão quente... “pena que o sentimento nunca foi recíproco”... Sua voz soou novamente. Foi a ultima coisa que me lembrei.


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Notas finais do capítulo

Comentem.

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Beijos.