Eram exatas três da manhã em Bellwoood. Um jovem encanador revonniahno dormia tranquilamente em seu dormitório. Até ser acordado por seu celular que começava a tocar.

Ele se moveu preguiçosamente em sua cama buscando o aparelho ainda com os olhos entreabertos. Com dificuldade leu o nome do contato o atendendo.

– Ben... O que ouve?

O encanador confuso sentou-se após ouvir as palavras de seu companheiro.

– Mas... A essa hora!? Certo... Eu vou me vestir e te pego em frente a sua casa.

Pouco tempo depois os dois estavam em em um banco em frente a um Senhor Sorvete, que felizmente tinha lanchonetes em outros países. Era dia na Coréia do Sul e nenhum civil parecia ligar muito para os dois durante o horário comercial mesmo com a popularidade do “herói”.

Ben tomava seu smoothie com uma leve rubidez em suas bochechas ao lado de seu parceiro. Rook não tirava seus olhos dele, nem conseguia disfarçar sua curiosidade quanto ao caso do amigo.

– Então... - o revonniahno quebrou o silêncio de alguns minutos – É a primeira vez que um dos seus aliens fica... Grávido?

O adolescente suspirou mirando seu copo – Não, da primeira vez foi o Calafrio. Mas... - ele cerrou os olhos com força irritado – Os sintomas não tinham sido tão intensos!

– O que você está sentido?

– Tudo! - Ben gritou frustrado finalmente encarando o amigo e colocando suas mãos nos ombros dele.

– Eu sinto minhas costas doendo! Meu olfato está sensível. Meu tato aumentou! Eu tenho crises de raiva! De choro! Eu me sinto excitado por nada! Eu fico enjo- Ele levou sua mão à boca rapidamente.

– Cabeça entre as pernas... Cabeça entre as pernas... - Ele dizia se balançando na posição tentando passar a náusea.

Rook apenas observava. Viu o amigo finalmente voltar à posição normal. Ben suspirou deixando a cabeça se apoiar no banco atrás de si e fechou os olhos.

– Eu tô legal... Eu tô legal...

– Ben você evidentemente não está “legal”. Se existir algo que eu possa fazer para ajudar...

– Só me leva para tomar smoothies quando eu der essas... Crises de desejo e está tudo bem.

Rook continuou a fitá-lo seriamente. Não, não estava tudo bem.

Ben abriu os olhos assustado. Algo estava encostando em sua barriga. Não somente isto, sentiu braços lhe envolvendo a cintura. Voltou sua atenção para baixo e viu o parceiro, estava com a cabeça levemente pressionada contra seu ventre e os braços lhe abraçando.

De imediato ruborizou com o contato e a situação.

– Ro-ro-rook! O que você está fazendo!?

– É um costume revonniahno: Durante a gestação muitas mamães sentem dores. Então os membros da família as abraçam para ajudar a passar por esses sintomas.

– Rook, não tem nenhum bebê aí. É um dos meus aliens que ficou grávido, não eu. - o humano falou nervoso ainda confuso.

– Eu sei Ben. Nós não fazemos isso pelos bebês. Nós fazemos isso para mostrar que nos importamos. É um gesto que representa que estamos lá quando mais se precisa. Que reconhecemos o sacrifício que elas fazem. - Rook respondeu calmo.

– Ben, você é o herói desse planeta, da galáxia. Mas isso não quer dizer que tem que aguentar tudo sozinho. Você carrega um grande peso nos ombros então... Você pode contar comigo. Nós somos amigos além de parceiros, você sabe.

O portador do omnitrix suspirou relaxando finalmente. Descansou uma mão sobre a cabeça do amigo e fechou os olhos.

Após alguns minutos Rook ergueu-se. Ben tinha os cabelos tampando seus olhos mas podia-se notar que estava um tanto corado.

– Obrigado Rook. Eu vou tentar... Não tentar tanto... sozinho. - Ele concluiu dando uma leve espiada no amigo encanador, viu que este sorria ternamente.

– Ahhh... Vamos embora logo, eu estou com sono. - Ele mentiu nervoso.
Rook conteu um riso e andou com ele em direção a nave.

Mais tarde ele pesquisaria se em humanos a gravidez viria acompanhada de febre.