Depois do término de John com Susanna – um dos relacionamentos do Doutor que tinha começado apenas dois meses atrás, mas no qual o loiro tinha se envolvido imensamente. Sherlock revolveu que precisava animar o amigo de alguma forma. E, aparentemente, nenhum dos casos de assassinatos em série e psicopatas tiveram em John o resultado que ele esperava. Afinal, revolver crimes sempre fora a parte mais divertida de sua vida, e ele sempre pensou que fosse a de John também.

Por não ser uma pessoa sociável, Sherlock obviamente não tinha experiências com coisas tão comuns, como o término de namoro do melhor amigo, ele resolveu pedir ajuda a Molly, que sugeriu que ele levasse John para uma noite normal de diversão – ou, o máximo de diversão normal que alguém como Sherlock conseguia arranjar. E foi o que ele fez. Os dois saíram para beber. E beberam cerveja em todos os lugares de Londres que encontraram um corpo, durante os casos que resolveram.

Surpreendentemente, Sherlock ficou bêbado muito mais rápido, mesmo que ele tenha calculado cautelosamente a quantidade de álcool que deveria tomar, sem muito sucesso ao que parece. Duas horas depois, John que estava bem mais sóbrio – provavelmente porque já tinha passado por experiências como sair à noite para beber, ao contrário de Sherlock -, teve que chamar um táxi para levá-los para o flat. Baker Street estava calma, silenciosa e serena. Muito diferente da situação dentro da sua cabeça, provocada pelo álcool.

“Sherlock? Você está bem?” John perguntou, depois de colocar o amigo no sofá.

“Eu? Eu sempre estou bem”

“Certo”

John foi até o banheiro lavar o rosto. Até bebeu um pouco de água da torneira. E só conseguiu pensar em duas coisas: o quanto as duas últimas horas tinham sido as mais divertidas dos últimos meses, e como estaria um lixo na manhã seguinte.

Quando voltou para a sala viu Sherlock deitado de costas no sofá, dormindo. Sorriu com a cena. O famoso Sherlock Holmes derrotado pelo álcool.

“Vem aqui, Sherlock” Ele segurou o moreno, que despertou imediatamente com seu toque, e colocou o braço em volta do pescoço de John, enquanto o loiro o carregava para o quarto, o que não era uma tarefa nada fácil, dado a diferença de tamanho entre ambos.

Ele colocou Sherlock na cama, que se se encostou à parede, enquanto John tirava os sapatos do amigo.

“É, você vai estar pior do que eu amanhã” disse John, sorrindo.

Sherlock encostou a cabeça no travesseiro, e John levantou-se para ir embora, mas o moreno segurou sua mão. John o encarou por um momento, confuso, enquanto Sherlock girava o polegar em torno de sua mão, acariciando-a levemente.

“Sherlock... O que você está fazen...?” John começou a falar, mas foi interrompido quando Sherlock se aproximou, juntando os lábios nos seus.

Naquele momento, John percebeu que queria aquilo há muito tempo. Todas as vezes que ele negava sobre a hipótese dos dois serem um casal, não era por irritação, ou raiva e sim, por constrangimento. Por medo de admitir querer tanto algo que provavelmente nunca poderia acontecer. No fundo, ele queria isso. Sempre quis. Mas só percebeu isso quando Sherlock deu o primeiro passo. E agora que ele tinha feito, John não tinha mais a intenção de parar.

Retribuiu o beijo, deixando que Sherlock explorasse a sua boca com calma, enquanto ele fazia o mesmo, colocando para fora todo aquele desejo proibido de que estava escondido dentro de si. O primeiro contato foi um pouco atrapalhado, aquilo tudo ainda era muito incomum para os dois, mas quando eles perceberam que era bom... John passou os dedos pelos fios rebeldes do cabelo de Sherlock – que sempre lhe pareceram ter vida própria. O moreno retribuiu de forma mais ousada, segurando John pela cintura e o jogando na cama, deitando sobre Le no mesmo segundo.

Os toques e beijos foram se tornando mais intensos. John, agora bem mais certo de que aquilo era certo, e bom, muito bom, colocou a mão dentro da camisa de Sherlock. Pela primeira vez tocando aquela pele macia e quente que se escondia debaixo de tanta roupa. Roupas que agora pareciam completamente desnecessárias. Em um minuto, a camisa de Sherlock tinha ido parar no chão. John gemeu baixinho quando Sherlock brincou com a língua, depositando beijos suaves e quentes ao longo de seu pescoço.

“Esse tempo todo...” John sussurrou, sem fôlego contra a boca do amigo. “Você sempre soube”

Sherlock se afastou por um momento para encarar os olhos de John. As pupilas dilatadas. Tocou o seu pulso, elevado. Subiu a mão delicadamente até o peito dele, e sentiu as batidas frenéticas. O jeito como os pelos dele se arrepiavam com o seu toque, e a reação que isso provocava em todo o seu corpo. Assim como o toque de John provocava nele a mesma reação.

“Eu não sabia. Eu vi. Eu observei” respondeu Sherlock.

“Como exatamente” John perguntou, ao colocar a suas mãos em cima das de Sherlock que permaneciam em seu peito nu.

John queria saber os detalhes de como ele realmente percebeu tudo. Mas Sherlock o beijou ao invés de responder, e quando se separou dos lábios de John, sussurrou – antes de voltar a entrelaçar os seus lábios no do melhor amigo, que a partir dessa noite se tornaria muito mais do que isso.

“Elementar, meu caro Watson”