Setevidas escrita por tony


Capítulo 47
Clareando auras




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— A cidade está em estado de calamidade pública após um terremoto atingir o lado oeste deixando muitas pessoas feridas, sendo vinte e uma delas em estado grave. — A repórter de cabelos louros diz enquanto segura o microfone azul olhando fixamente para a câmera. Seu olhar parece atravessar a TV e vim de encontro aos meus olhos, o que me deixa um pouco desconfortável. — O hospital central, foi o único prédio que não precisou ser evacuado por risco de desabamento, e por isso continua mantendo seus atendimentos... O poder público municipal estará atuando, nesta quarta-feira, junto às comunidades afetadas prestando atendimento às vítimas. A prefeitura também estará dando suporte administrativo para atuação dos casos, cuidando de todas as questões legais, necessárias para que as compras, as obras e os serviços sejam realizados. Em entrevista coletiva no começo da noite de ontem, terça-feira, o prefeito anunciou que as escolas continuarão fechadas pelo resto da semana devido aos estragos causados. O intuito do cancelamento é evitar o deslocamento de pessoas pelas ruas. Ele também afirmou que a tempestade foi a maior já registrada na cidade, o que contribuiu para as enchentes em determinados bairros. A...

Lucas desliga a Tv interrompendo a reportagem.

— Pelo menos... Você conseguiu captura-la... certo? — Ele diz quase em sussurro.

As sete cartas de Shat estão espalhadas sobre a minha cama, onde observo atentamente cada uma delas. “O mago, a força, os enamorados, a torre, a estrela, a justiça e... O louco.”

Seis cartas quase não foram capazes de deter uma maldição de Anark...

— Aiiin... — Digo colocando a mão sobre os curativos ao que estão ao redor da minha cabeça. — Foi tão complicado entender o que aquele menino quis me dizer... — Reclamo.

— Que menino? — May se pronuncia sentada em um sofá ao lado da minha cama.

— A carta! — Digo. — Foi ela que me avisou que não era Anark, e sim uma carta de Shat que foi alterada pelos poderes do “poderoso chefão” — Concluo fazendo aspas no ar.

— Então é assim que você chama Anark? — Um garoto de cabelos roxos entra no quarto segurando um copo de cappuccino da máquina de café daqui do hospital. — Gostei! — Ele sorri.

Acho que ele é o Lugi... O felino que nos ajudou a catar a carta maluca. Aliás, ele deve ser da mesma tribo que...

— Ainda não disse o que faz aqui, mano!

— Ah sim. — Penso. — Eles são irmãos...

...

O QUE?! — Grito fazendo com que o som ecoe por todo o quarto. — Vocês dois são... Irmãos?

Lucas finge um falso sorriso enquanto seu irmão sorri como se fosse à coisa mais engraçada do mundo. — O que foi? Não somos parecidos? — Lugi verbaliza esperando uma resposta.

— N-n-não... É que... Bem...

— Quando soube que Nash estava resgatando as cartas novamente, decidi voltar e ajudar vocês.

— Novamente? — Pergunto.

— Sim... — Ele diz. — O Lucas não te contou que você está nessa há anos e...

— Sim, sim. — Respondo colocando a mão na cabeça. — É que isso ainda me parece muito confuso.

— Eu entendo. — Ele diz tomando um gole de seu café. — Mas desta vez, você está com um número maior de cartas. Em vantagem, digamos assim.

— Sim. — May diz levitando as cartas e posicionando-as em sua frente. — Nash conseguiu capturar cartas fortes de ataque e defesa que poderão lhe dar vantagens sobre as demais que estão por vir. — Ela verbaliza pegando a carta torre e a carta justiça. — Você tem a espada e o escudo na mão. Agora é só partir pra guerra.

— Guerra? — Digo espantado.

— Anark não está para brincadeira, Nathan. — Lucas pronuncia. — Se ele foi capaz de amaldiçoar uma carta mágica só para provar o seu poder. Quer dizer que ele está preparando muito mais do que simples maldições.

Engulo em seco.

— Quando aceitei a missão de capturar as cartas por ser o anteposto, não me disseram nada sobre lutar em uma guerra. — Digo me levantando da cama com um pouco de dificuldade.

— São os perigos de ser um anteposto, Nash. — May diz se levantando.

— Mas eu nunca lutei em uma guerra. No máximo, a única guerra que participei foi guerra de travesseiro contra meu irmão mais velho. — Digo aumentando o tom de voz. Pelos livros de história, guerra me dá certo receio... E medo.

— Ei, ei... — Lucas vem ao meu encontro tentando me acalmar. — Fique calmo! Nós estamos todos juntos nessa, se lembra? — Ele diz pegando minhas mãos e olhando nos meus olhos continua a falar — Se Anark estiver planejando algo... Nós iremos derrota-lo com toda certeza. Certo?

— Certo. — Sussurro envergonhado. Suas mãos são macias e seu olhar me transmite certa confiança. Acho que isso é o suficiente. Tê-lo do meu lado.

— Certo! — May diz fazendo as cartas flutuarem e pousarem na cama onde eu estava.

— Certo. — Lugi verbaliza jogando o copo de café na lixeira.

— CERTO! — Um menino grita no meu lado.

— KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH! — Berro com as lágrimas nos olhos e corro pra me esconder atrás de Lucas.

— Finalmente acordou. — Lugi diz se aproximando da criança que agarra seu ursinho de pelúcia nas mãos. — Qual é o seu nome?

— Você me assustou, garoto. — Digo ainda atrás do felino.

— Eu sou o Yatlas e aquele feio alí... — Ele diz apontando pro garoto maior que ainda está dormindo. — É o meu irmão mais velho, Andrew. — O menor diz segurando as calças que parecem ser um pouco largas.

Lugi olha estranhamente para Andrew que dormia na cama. Saio de trás de Lucas e digo:

— O que vocês estavam fazendo na cidade quando estava tendo... Um terremoto? — pergunto ao lembrar-se dos garotos no meio da batalha.

— Nós... nós... vimos fitas coloridas que nos levaram até você e tinha também um cara mal que estava tentando te machucar e...

— Quando você estava inconsciente, Yatlas apareceu pra tentar impedir a carta de te ferir. — Lucas fala interrompendo o garoto e explicando o ocorrido. — O irmão mais velho ao ver isso, tentou retirar o irmão do caminho, mas a carta já tinha lançado seu ataque. Por sorte, Lugi conseguiu protege-los, mas não sem atordoa-los.

— Nossa... — Sussurro. — Obrigado. — Digo sorrindo para o menino. — Você foi bem corajoso.

— E imprudente. — May diz dando as costas para o menino.

— Feia! — Yatlas diz dando língua pra garota.

May se vira lentamente na direção do pequeno menino...

— O que você disse? — Ela pergunta começando a flutuar o menino, mas o garoto  sem medo continua a responder:

— Feia! Feia! Feia!

— Ora seu...

— May! — Lucas a repreende. — Olha pra ele. É só uma criança!

A bruxa resmunga por alguns segundos, mas desfaz a levitação fazendo com que o garoto caia de bunda no chão. — Hey! — Ele diz, mas antes que ele pudesse ofender novamente a garota, Lugi pronuncia:

— O que são as tais fitas coloridas que você disse?

Yatlas vira a atenção para o irmão dormindo e depois volta o olhar à Lugi. — Andrew consegue ver as cores das pessoas. — Ele diz quase em sussurro com medo de que seu irmão pudesse escutar mesmo desacordado.

— Ele consegue... Ver cores? — repito como se não tivesse entendido de primeira.

— Sim. — Yatlas concorda com a cabeça. — Mas naquele dia, eu também vi fitas coloridas saírem do chão...

— Que estranho... — Lugi diz. — É como se...

A porta do quarto se abre e um pequeno garoto com lágrimas por todo rosto entra. Seus olhos estão vermelhos e inchados enquanto em suas bochechas rosadas há pequenos arranhões por toda a parte. Suas orelhas de felinos também estão abaixadas... Quase oculta entre seus cabelos totalmente bagunçados.

— Clara. — Ele diz com voz de choro. — Ela ainda está mal. Ela está morrendo. — Lugi verbaliza chorando ainda mais. Todos da sala ficam calados sem palavras e sem saber o que dizer... Meu coração de tão acelerado ignora a sensação estranha que todo meu corpo sente ao ouvir aquilo.

— Clara... — Sussurro!


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal o/
Eu sei, eu sei. É muita cara de pau voltar assim dessa forma, mas quero pedir desculpas pela demora. Como eu disse, SETEVIDAS não entrou em hiatus, entretanto, as fanfics "O pequeno príncipe" e a season bônus de "Kho!", sim.
Por que? Bem, eu estou trabalhando em um novo projeto chamado "Young Blood" onde haverá 10 capítulos. As duas fic's entraram em hiatus pois não quero escrevê-las com o pensamento em outras coisas (O que adianta eu escrever sobre tritões e sereias se meu pensamento está em sangue, cidade pequena e assassinatos?)... Isso poderia atrapalhar e comprometer a fic, por isso quero esvaziar as ideias atuais para por fim concluir as antigas (que só faltam digitá-las, por sinal)...
Young Blood tem lançamento previsto pra junho :D
Enquanto isso, continuarei postando mais capítulos de SETEVIDAS...
Espero que tenham gostado do capítulo, e por favor não deixem de comentar seus lindos



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