Setevidas escrita por tony


Capítulo 45
Guia-me até o anteposto




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A casa não é tão grande como imaginava, no entanto, é maior que nossa antiga. Conseguimos chegar primeiro que o caminhão de mudanças e por isso, entramos para conhecer melhor a nova moradia. O lugar é composto por dois andares. No primeiro se encontra a sala, a cozinha, o banheiro e o quarto da minha mãe. A sala está cheia de cortinas brancas e empoeiradas cobrindo as janelas e na parede está cheia inúmeros candelabros e castiçais antigos. Nos fundos, há uma grande escada caracol que leva até o segundo andar, onde fica um corredor enorme com um banheiro e dois quartos que serão o meu e o de Yatlas. A garagem fica nos fundos da casa.

Não moramos tão distante da cidade, mas distante de toda a vizinhança. Estamos rodeados de mato. Ou como Yatlas diz: “Floresta da Chapeuzinho-vermelho”.

— Por que vocês não dão uma volta na cidade enquanto eu retiro o restante das coisas da mala. — Verônica, minha mãe, dá a sugestão parada com as mãos na cintura enquanto observa a nova casa.

— Porque não vem com a gente? — Yatlas pergunta segurando o urso pela orelha.

Minha mãe suspira e se abaixa na tentativa de ficar na altura do garoto: — Por que alguém tem que estar em casa quando os caminhões com os móveis chegarem.

— Por que o Andrew não pode fica? — Ele pergunta na tentativa de me irritar.

— É mãe! — Concordo. — Por que eu não posso ficar? Além do mais, sair com o Yatlas é a mesma coisa que sair com uma criança de dois anos de idade.

— Eu tenho seis. — Ele grita irritado.

Como é fácil provocar crianças.

— Grande diferença. — Digo fazendo o menor me dá língua.

Faço o mesmo.

— Vocês dois não se cansam disso, não? — Minha mãe diz soltando a cortina para retirar o pó. — Quero ambos juntinhos quando forem conhecer a cidade. Além do mais, terei que assinar alguns papéis e por isso não posso deixar você aqui sozinho, filho.

É nessas horas que eu odeio ser menor de idade.

— Está trovejando muito, acho que vai chover. — Digo na tentativa de conseguir convencê-la a ficar.

— Você não é feito de açúcar, é? E se for, existe guarda-chuva pra isso. — Ela retruca me fazendo bufar.

— Tanto faz. — Respondo. — Onde estão as chaves do carro?

Minha mãe me lança um sorriso irônico e responde: — Fora do seu alcance até os dezoito.

— Mãe, fala sério, é só uma volta na cidade. — Insisto. — Como você quer que eu leve Yatlas? Com a bicicleta?!

— Ótima ideia. — Ela responde realmente concordando com a hipótese. — Eu estava pensando que vocês iriam a pé, mas agora que você disse sobre a bicicleta.

Suspiro.

Parece que esse verão será bem longo.

...

Carrego Yatlas na bicicleta e com o seu peso (E do Senhor PomPom, só pra acrescentar) tenho dificuldades para pedalar. Não uso essa bike desde os meus treze anos e mesmo assim pedalava sozinho e não com um menino chorão junto. A estrada é totalmente livre, pois apenas viajantes passam por ela quando querem trocar de cidade. Consigo enxergar algumas casas no final dela, mas as árvores em forma de arco que cobrem a estrada são maiores e insistentes em atrapalhar a visão.

— Mais rápido. — Yatlas diz fazendo impulso pra frente.

— Sua peste. Para de fazer isso se não vamos cair.

— Peste é você. Eu e o Senhor Pompom estamos cansado dessa viajem. É chata demais. — Ele fala como se eu fosse seu motorista. — Quero voltar pra casa.

— Ah, mas não vamos voltar mesmo. — Digo. — Você e mamãe que inventaram essa de passeio, agora terá que aguentar até chegarmos à cidade.

— Quero fazer xixi.

— Se segura.

— Mas...

— Quieto.

Pedalo com mais força e velocidade até que consigo finalmente chegar à cidade. O que é estranho é que o local é totalmente deserto. Não parece ser a cidade que havia nas fotos do google maps. Todas as casas estão rachadas ou em ruinas. As paredes estão pichadas e as lojas fechadas. Há cacos de vidro espalhados pelo chão e manchas de lama por toda a calçada. O céu parece estar furioso, pois a cada minuto dispara raios luminosos pra todo canto. Não há uma alma viva se quer e o pior é que não consigo continuar pedalando devido à grande quantidade de rachaduras e buracos que há no local.

— Vamos ter que ir andando. — Grito para que Yatlas possa me ouvir por causa de uma ventania repentina que aparece do nada.

— Quero voltar pra casa. Tô com medo. — Ele diz se agarrando a mim, enquanto eu travo a bike e amarro a corrente em um bicletário de metal.

— Não seja bobo, quando morávamos em Everenbruck era bem pior que isso.

— Não era não. — Ele insiste.

— Era sim. — Respondo. — E já que estamos aqui, vamos procurar alguma...

Sinto um arrepio estranho percorrer pelo meu corpo. Algumas luzes saem do chão em forma de fogos de artifício quando estão em direção ao céu. Parecem ser auras, pois são das mesmas cores, sendo que desta vez estão diferentes. Muito diferentes.

— O que é aquilo? — Yatlas pergunta apontando para as fitas flutuantes de cores.

— Você consegue enxergar? — Digo assustado.

— Tenho olhos. É claro que vejo. — O menino retruca segurando o ursinho com as suas pequenas mãos.

As luzes começam a flutuar seguindo em fileiras um único caminho. É uma dança de cores onde as tirinhas luminosas sobrevoam procurando algo para que possam agarrar.

— Pra onde elas tão indo?

— Eu... Eu... Não sei. — Respondo.

— Vem. — Yatlas corre seguindo o caminho das luzes.

— Ei. — Grito tentando advertir o menino.

Algumas tirinhas de luz começam a circular em volta da cintura do menor. Ele sorri.

— Faz cócegas. — Ele diz correndo e sorrindo.

Yatlas e as luzes desaparecem de vista no final da esquina quando viram à direita. Corro atrás do garoto e quando viro a esquina ainda correndo, esbarro com meu irmão.

— Por que parou no meio do...

Ele aponta pra frente e eu vejo uma cena surreal. O arrepio volta a percorrer meu corpo quando eu vejo aquilo. É impossível de acreditar. Meus olhos parecem estar mentindo ou fazendo algum tipo de brincadeira comigo. Afinal, isso não pode estar acontecendo no meio de uma cidade. Yatlas está assustado e segurando Senhor Pompom fortemente no peito. Ele observa enquanto o garoto moreno é agredido brutalmente por raios que saem da mão de um menino menor que está com uma roupa super-estranha. Atrás dele, consigo ver vagamente um garoto batendo desesperadamente em uma parede luminosa atrás da vítima que jorra sangue sem parar pela boca.

Fico estático por um segundo até que percebo que meu irmão não está mais do meu lado.

— Yatlas? — sussurro quase em um grito. Olho ao redor e quando percebo, vejo o garoto se aproximando do menino moreno e do outro que dispara raios. — Seu idiota — Penso correndo atrás dele.

Meu coração gela ao ver o que ele faz a seguir.


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Notas finais do capítulo

Aheuahuehauehuaheuahshaueha Oiiie o/ AHUEHAUHEAHEUHAUEHA
Sei que estou sumido por aqui ;-; mas venho em missão de paz trazendo boas notícias.
A primeira é: O NATHAN VOLTA NO PRÓXIMO CAPÍTULO UHUUUUUUUUUU
A segunda é: VAI TER LUTA PRACARA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
A terceira é: Alguém vai estar lindinho usando asinhas *--------* Quem lembrará do anteposto antigo depois dessa?! (*P.S.: Já sei que é agora que vocês me atiram pedras, vidros, canos, galhos, tijolos e tudo o que veem pela frente depois dessa terceira notícia).
A quarta é: Arco-íris é sempre bom :3
A quinta não é uma notícia tão boa, mas aqui vai: Caos irá aparecer com mais frequencia a partir de agora...
A sexta é: To sentindo cheiro de batalha final se aproximando.
Sétima: Dou "dois real" pra quem adivinhar qual é a próxima carta.
Dica: Vocês vão se surpreender e alguns até se decepcionaram... mas tenho certeza que todos ficaram surpresos.
E sem mais delongas, quero pedir um favorzinho pra vocês :3
Será que nos comentários vocês podem me dizer qual é o personagem favorito de vocês? E o por quê? :3
Isso me ajudaria muito.
#Obrigado a todos que acompanharam até aqui.
Bjos no colaçaum de vcs e até o próximo capítulo.



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