Setevidas escrita por tony
Quem é você, Natália? — Penso.
A ruiva se dirige a mim com pequenos passos: — Sinceramente, você já foi mais resistente à minha magia.
Ela forma uma bolha colorida nas mãos. Eu ainda não entendo muito bem o que ela está fazendo, mas sinto que não vai ser nada legal. A bolha colorida começa a crescer até ficar de um tamanho de filhote de cachorro. Sei que é uma péssima comparação, mas meu tico não está batendo com o teco no momento. Minha prima é uma feiticeira?
A ruiva lança a bolha na minha direção e sem reação apenas protejo o meu rosto esperando o impacto da esfera no meu corpo. Fecho meus olhos, mas abro novamente ao ouvir um barulho de vidro se quebrando.
As cartas ainda estão ao meu redor, entretanto a carta torre está brilhando na minha frente formando uma barreira em volta do meu corpo.
O escudo se desfaz aos poucos.
Natália sorri.
— O... O que...
— Calma Nash, eu estou aqui para te ajudar. — Ela diz — Mas primeiro, você precisa confiar em mim.
— Confiar? — Digo incrédulo. — Confiar em uma garota que me atiras bolas de energia coloridas? Me dê apenas um motivo pra confiar em você que eu te darei dois pra não.
— Quer um motivo? — Ela diz. Peraeh? Cadê o sotaque de caipira? — Eu, não sou a sua prima Natália. Eu sou a reencarnação da prima e aprendiz de Shat, também conhecida como May.
Meu corpo se arrepia ao ouvir a menina dizer aquele nome.
— May?
...(POV Caos)...
Em uma dimensão vazia, flutuando pelo tempo e espaço desconhecido, um garoto e seu cubo pairam pelo ar pesado e cheio de neblina.
— Banco de dados atualizados. — O cubo diz com uma voz estranhamente robótica. — A aprendiz entrou em contato com o anteposto.
— Perfeito. Tudo está saindo de acordo com o planejado.
— Sim, mestre.
— Irei massacrar novamente o anteposto antes do juízo final. — verbalizo observando Anark. — Mas desta vez não podemos deixar que o felino atrapalhe novamente os nossos planos.
— Calculando a probabilidade de...
— Cancelar operação. — Digo quase automaticamente. — Não haverá probabilidades que irão salvá-los de meu poder.
— Operação Cancelada. — Anark corresponde à minhas ordens. — O que o jovem mestre pensa em fazer com o anteposto?
Sorri. — Quero sua cabeça pendurada na parede do conselho, assim que eu destruí-los um a um. — Falo mordendo meus lábios por dentro até sangrar.
Isso será muito... Divertido.
...(POV Nathanael)...
Estamos andando em direção à casa de Lucas (Contra minha vontade obviamente). Natália, vulgo May, disse que eu precisaria treinar mais, pois eu ainda não capturei as piores cartas (SÉRIO mesmo?! Se ela visse o sufoco que eu tive para capturar as cartas:
Torre,
Força
E o Mago, saberia que essas pra mim foram as cartas mais árduas de se capturar).
Estamos na porta de sua casa até que ela toca a campainha da casa de Lucas.
Eu até entendo que ela goste de botões, mas ficar apertando freneticamente a campainha inúmeras vezes com uma cara nervosa, me assusta.
— Dá pra retirar a mão da droga do... MAY?! — Lupin pula pra dar um abraço na minha prima.
— PERA?! Vocês se conhecem? — Digo assustado. O que é que está acontecendo aqui?
— É claro que nos conhecemos, você está nessa missão como anteposto há anos, tem ideia de quantas vezes eu e os garotos nos encontramos?
— Há... anos?! — Repito sussurrando incrédulo. — Que eu saiba eu comecei a capturar as cartas no início desse ano. E ainda nem chegamos à metade do ano.
Natália faz cara de paisagem. — Ele se esqueceu? — A menina pergunta a Lupin.
O menino assente com a cabeça.
— Ai ai, essa será uma longa jornada. — Ela diz entrando na casa. — E onde está o seu irmão? — Natália verbaliza olhando pra todos os lados.
Lucas cai do teto e dá uma banda na perna de Natália que faz a garota cair de costas no chão.
MAS O QUÊ? SERÁ QUE LUCAS ESTÁ FICANDO MALUCO?!
— O QUE VOCÊ FEZ SEU...
— DUELO DE AURAS! — Lupin grita euforicamente interrompendo-me.
A casa toda desaparece e estamos em um lugar branco e vazio, não há nada além de nós. Sério. Não é a primeira vez que Lucas faz isso, quando eu o conheci, ele fez isso no porão lá de casa e me disse que ainda estávamos lá. Mas alguma coisa me diz que no momento não estamos mais na casa de Lucas. Natália se levanta do chão retirando o colar do pescoço. — Até que você foi ligeiro dessa vez.
— Senti sua aura de longe. — Ele responde em posição de defesa.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO CARAMBA? Várias arquibancadas começam a se erguer do chão vazio criando um círculo onde só há Natália e Lucas no meio. É como se fosse uma arena, sem cor, vazio e branco. Há apenas luz e isso incomoda meus olhos.
Lupin está assentado ao meu lado pulando feito um doido.
— Tu aposta em quem?
— O que?! — Digo não entendendo nada. — Eles vão brigar?
— Sim, mas de brincadeirinha. Eles sempre fazem isso quando se encontram. — Lupin responde com naturalidade. — Da última vez que eles se encontraram, May deu uma voadora no meu irmão que ele saiu rolando escada a baixo.
NOSSA!
— E qual é a finalidade disso? — Digo olhando para arena.
— É um duelo de auras.
— O que é um...
— É um duelo que acontecia nos séculos do mago Shat, onde magos e tribos disputavam títulos. Em um duelo de auras, não é permitido usar o corpo, só a aura.
— Então, eles não vão brigar?
— Fisicamente, não. — Lucas diz. — Mas...
— Mas o que?!
— O duelo se resume em projeção astral, onde você e o oponente saem do corpo e duelam sem usar poderes mágicos, exceto a aura.
— E como...
— Ganha quem não retornar ao corpo primeiro.
— Uau. — Digo. — Então os danos são apenas astrais?
— Não. — Lupin responde — Se você se ferir na projeção, também irá ferir o seu corpo. Ou seja, se você morrer, seu corpo também morre.
— Mas isso é só uma brincadeira, certo?
— Sim, de certa forma sim. — Lupin diz se ajeitando e observando ambos no centro da arena. — Mas a projeção astral gasta certo tipo de energia corporal, o que faz com que necessitem retornar o mais rápido possível ao corpo.
— Que confusão. Eles sempre fazem...
— Sempre. — Lupin diz com os olhos brilhantes. — É tão emocionante. — Ele diz.
— Não é não. — Sussurro e percebo que ele faz uma carinha tristonha.
— Queria que Clara estivesse aqui. — Ele diz.
E no momento que eu ia abrir a minha boca para dizer algo, Natália começa a falar.
— Pronto?
Lucas balança a cabeça em sinal positivo.
A ruiva lança seu colar para cima e dá um salto. — METAMORPHOSE! — E uma luz ofuscante cobre toda a arena.
Natália, agora está de cabelos soltos, suas asas são transparentes parecidas com a de uma borboleta. Seus cabelos estão em um tom mais vermelho, diferente do ruivo podre que estava quando fui busca-la no aeroporto. Seu rosto estava sem sardas e ela usava uma espécie de top ou sei lá o que é aquilo, mas é sensualmente vulgar.
Lucas sorri. — Metamorphose. — Ele diz indo pra sua forma híbrida.
Ambos se aproximam. Eles tocam a mão do outro e logo eles sussurram algo e seus corpos caem no chão.
— Mas o que...
— Olha! — Lupin me interrompe apontando para acima dos corpos de ambos.
Lucas e Natália estavam em uma forma fantasma. É meio que difícil explicar, mas eu vejo ambos flutuando com suas auras coloridas. São como fantasmas coloridos em cima dos seus corpos caídos. A aura do Lucas é verde e a da May, rosa. A garota segura um báculo e Lucas um arco em flecha, cada um com a cor de sua devida aura.
— Posso te perguntar uma coisa?
Uhum. — Lupin responde de olho na arena, apenas emitindo som.
— Quando treinamos a primeira vez, você usava uma marreta e o Lucas usava o mesmo arco e flecha que está segurando agora. Vejo que May também tem um acessório, mas para que serve?
Lupin sorri. — Antes de Shat morrer, ele deixou um presente para cada tribo. Ele tornou suas auras uma arma para que assim pudessem se proteger das outras dimensões caso pudessem vir à atacar. Cada arma, na verdade, simboliza o estado de sua aura. No meu caso, é a marreta. O de Lucas são o arco e flecha e o da May é um báculo.
— Isso significa que a May pertence a alguma tribo?
— Não. — O menino diz sem retirar a atenção da arena. — Ela é da família e linhagem do poderoso mago Shat, o que significa que ela usa magia ao invés de armas.
— E, por que eu não posso ter uma arma ou báculo?
— Para se ter uma arma, precisa pertencer a uma tribo e para se ter um báculo precisa ser descendente ou da família de Shat. — Faço uma careta. Por que na porcaria do planeta Terra não tem essas coisas? — mas, sinta-se bem, pois você tem uma auréola e ela é muito poderosa, reza a lenda que...
Um raio luminoso interrompe nossa conversa, May e Lucas estão tendo uma luta árdua na arena.
— O que você estava dizendo sobre a auréola?
Lupin olha pro meu rosto sorrindo e logo depois desfaz o sorriso. — Esqueci. — Ele diz em tom decepcionante.
A batalha não durou muito tempo. Lucas foi o primeiro a retornar ao corpo, pois sua aura já estava perdendo brilho. Natália disse que se ele aguentasse mais alguns segundos, ela iria retornar antes dele. Ambos sorriram e depois de um tempo eles andam até a minha direção na arquibancada.
— O treinamento é o seguinte... — Grita Natália em um dos cantos da arena. Ela não estava mais em sua projeção astral, mas ainda estava transformada em borboleta, ou sei lá o que. —... Iremos aprimorar suas habilidades. – Ela fala apontando pra mim.
— Mas... — Lucas diz sorrindo. — Você só poderá usar duas cartas apenas.
— Ta de brincadeira comigo. — Digo.
— Não. E há também mais uma regra. Você terá que unir essas duas cartas em determinada parte do treinamento. — May verbaliza.
A garota levanta a mão na minha direção e as cartas começam a sair do meu bolso e flutuar ao meu redor.
— Escolha duas. — Ela diz.
Pego a carta “A torre”, afinal o melhor ataque é a defesa... Não... Pera.
Quando me aproximo pra pegar a carta “O mago” ela foge pra mais longe e May me repreende.
— Você deve usar cartas que geralmente não são usadas em combate.
— Usa a carta estrela. — Lupin sugere ao lado do irmão. — Acho que você nunca usou.
— E nem disse que a capturou. — Lucas resmunga entredentes.
Pego a carta estrela e seguro firme junto com a torre.
— Ótimo. — A garota diz movendo seus dedos fazendo as cartas flutuarem em sua direção e entrarem em seu bolso, uma a uma.
— Nossa. — Sussurro.
— Depois eu te devolvo. — Ela diz sorrindo.
— Ta. Podemos começar logo com esse treinamento?
— Nananinanão. — May diz. — O treinamento não será aqui.
— Na minha casa que não pode ser. — Reclamo.
— Por isso, estamos indo para a tribo dos Delphinidae.
QUE NOME FEIO.
— Miau Metamorphose. — Diz Lupin se transformando em humano, com bermudas, óculos de natação e uma boia em torno de sua cintura. — Ou como dizem, vamos para a tribo dos golfinhos. — Ele diz sorrindo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Quem gosta de golfinhos levanta a mão assim> o/
Hey pessoal, aqui está mais um capítulo e espero que tenham gostado. Estamos caminhando para a metade da segunda temporada/fase e metade da fic. (T---T) Estou planejando fazer com que vocês conheçam todas as tribos até o final da fic, e com a entrada de May as coisas só tendem a esquentar *--------* Quais são as confusões que a nossa turma irá se meter na tribo dos golfinhos, na nação da água? E um novo casal está por vir? Será Romeu e Julieta, ou Orca e Golfinho? ;)
Aguardo vocês nos próximos capítulos e não deixem de comentar o que estão achando. Bjokas.