Contos Fragmentados escrita por Maria Antônia Freitas


Capítulo 3
O garoto magricela. - I parte.


Notas iniciais do capítulo

Esse conto ficou muito grande, muito grande mesmo, então resolvi dividi-lo em 2 partes.
Boa leitura.



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Uma das noites mais bonitas do ano estava acontecendo naquele dia, com mais estrelas do que aqueles jovens haviam visto, e uma lua cheia amarela como um queijo parmesão. Uma lástima esse show natural ser perdido por uma típica festa.

Dentro da grande casa formosa, o som vindo das grandes caixas faziam as paredes tremerem. Os corpos daqueles jovens, de faixa etária que variava de 16 a 20 anos, seguiam o ritmo das músicas que penetravam em suas mentes inconscientes. As luzes em verde neon eram os únicos rastros de luz que iluminavam a sala de estar.
Já se passava da meia noite, e o garoto magricela dos olhos verdes estava dançando com sua melhor amiga Maria, e no auge da noite ele já havia se esquecido de que o resultado do seu teste para entrar em um colégio, localizado em outro estado, sairia naquele dia. Entretanto, sua amiga fez a honra de lembrá-lo.
“E ai, Math, e o resultado da sua prova?” indagou a garota, que por sinal, era uma das únicas que ainda não tinha perdido a consciência.
O garoto deu de ombros para a garota, e continuou bebendo o resíduo azul que estava em seu copo.
“Matheus, é assim que você se importa com a merda pela qual você tanto desejou no ano passado?” a garota já não estava mais com seu tom humorístico, e com uma expressão nada agradável em seu rosto.
“Maria, deixa de ser chata, caramba. Que se dane o maldito resultado.” O garoto cuspia as palavras tão vazias quanto um eco no espaço.
“Mas, Matheus...” tentou a garota.
“MAS NADA. ESCUTA ESSA MÚSICA, QUE PERFEITA, VAMOS DANÇAR. VAI.”
Por fim a garota rendeu-se as batidas de “Make Me Wanna Die” da banda favorita do garoto, vulgo The Pretty Reckless.

Agora, nem mais Maria tinha consciência de seus atos. Estranhamente seu fígado simpatizou com a bebida azul que Matheus havia lhe dado. A música invadira o corpo da pequena garota, que por um desvio acabou beijando Matheus, o qual já não sabia reconhecer o próprio corpo. Por um momento, após os corpos se afastarem, Maria sentiu vontade de marcar o rosto branco do garoto com sua mão direita, mas apenas riu da situação.
A noite seguiu e aos poucos os jovens foram se afastando da casa formosa.

Perto das 04h, os 2 jovens resolveram ir para o Parque do Ibirapuera junto com a velha amiga Julia, e mais alguns colegas, para verem o nascer do sol.
Durante a caminhada até o parque, os jovens riam e conversavam como se fosse o último dia de suas vidas. E por um leve instante, eles se sentiram infinitos ao som de Crazy – Aerosmith, que saia da pequena caixa de som que Mary carregava em sua mão esquerda.

Sentaram-se na grama verde daquele parque e ficaram olhando o vago e extenso céu, que ganhava cor com a vinda do Sol. Ambos tinham pensamentos em comum: os encontros que os uniram.

Maria virou-se para o garoto magricela e começou a dizer sobre quando eles se conheceram, e por um instante disse sobre ser grata ao destino por ter o colocado em sua vida, pois a amizade do garoto era para ela uma das coisas mais valiosas que havia ganhado até então.
Os dois se abraçaram e então o garoto revelou o resultado da prova.
Ele havia conseguido uma vaga.
Ele teria de se mudar para o outro estado, e a viagem seria no dia seguinte.
A garota sorriu, e comemorou por ele. Mas por dentro chorava por ter que se afastar de seu melhor amigo. Talvez a distancia pudesse afastar os dois, ou talvez o futuro matasse um deles antes mesmo de voltarem a se ver novamente.
Os outros ficaram observando os dois amigos. Todos ali conheciam o garoto, todos eram amigos, mas nenhum sentiria o mesmo vazio que a garota teria que carregar até o final do ano.

[...]


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Notas finais do capítulo

"You can't see me, no
Like I see you..." ♫♪



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