Everlong escrita por Larissa Irassochio


Capítulo 12
Capítulo 12 - Diário de Jonatan Sywn


Notas iniciais do capítulo

Bom, para quem não entendeu esse capítulo é uma narrativa do diário de Jonatan Sywn, para vocês compreenderem melhor a história.



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Diário de Jonatan Sywn
O céu esta limpido esta manhã. Faz poucos dias que joguei as cinzas do meu pai no mar, e isso dói mais que qualquer coisa que você pode imaginar. Não tenho ninguém, agora sou apenas eu e o Sir. Ele jurou que cuidaria de mim, jurou para o meu pai.
Nunca duvidei de Sir, ele é um homem bom. Sempre cuidou do meu pai até a doença se agravar e ele morrer. Uma morte lenta e dolorosa. Eu estava sentado a sua direita e Sir, na porta, nós cochichavamos até que ele tossiu. Meu pai tossiu diversas vezes até sague sair e ele convulsionar cuspindo sangue. Seus olhos estavam bem abertos e eu senti sua mão apertando a minha. Mas eu não pude fazer nada além de ficar olhando, não tinha cura.
Agora o castelo esta mais vazio do que nunca. Nunca tive irmãos e minha mãe morreu cedo, algo como uma peste, eu não sei. Agora meus unicos amigos no castelo são o Sir e um cachorro, o resto são os empregados.
Eu sou o rei, eu uso a coroa, eu governo o reino. E acredite, é um peso para um garoto de 20 anos. Eu tinha uma vida em mente, nunca quis ser rei. Eu queria navegar pelos mares e conhecer novas culturas e não ficar sentado em uma poltrona assinando papéis e autorizando cartas.
Tem uma boa parte nisso. Os outros reinos me convidam para passar tempos lá, e eu aceito. Gosto dos outros reinos, principalmente dos Odjin. A algumas semanas atrás, não me recordo ao certo quantas, mas eu fui. Papai estava doente, e então ele me mandou como representante, eu já tenho idade. Fui representando o meu reino numa Assembléia.
Fui bem recebido pelo rei mas logo no salão de entrada, dei de cara com sua filha que usava botas de equitação. Ela abriu um largo sorriso para mim e me deu boas vindas. O rei disse que ela me mostraria o meu quarto e nos passos até lá, conversei com ela sobre equitação.
Era uma bela moça, realmente, bela. E eu me pergunto, quem não se apaixonaria por ela? Não negarei que já tive alguns casos com outras garotas, mas ela era diferente.
No terceiro dia lá, ela já tinha me mostrado todo o castelo e queria me mostrar a floresta. Não neguei, apaixonado por aventura, eu queria sentir a grama abaixo dos meus pés.
Eu pude ver que ela usava botas em vez de sapatilhas, mas só era visível quando levantava o vestido. Ela tinha uma cintura magra e peitos pequenos, e eu fiquei a me perguntar, como deviam ser aquelas belas pernas?
Era engraçada mas ria do que eu falava. Gostava de discutir sobre os outros reinos, sobre dragões e o canto das sereias.
Eu nunca estive tão apaixonado e as coisas só pioraram no décimo dia que estava ali. Ela me mostrava os estábulos e os cavalos de raça; nossas mãos roçavam, e eu daria tudo para por meus dedos entre os dela até que ela os segurou e a sua outra mão apertou meu ombro, seus lábios sobre os meus. Então, eu a puxei para mais perto e senti o corpo dela junto ao meu. Quando nos separamos, ela deu uma boa olhada e verificou se ninguém tinha visto e riu.
Tinhamos anos de diferença, é verdade. Mas eu era apaixonado por ela, e naquele momento de dor da minha vida, ela trouxe felicidade.
Eu estive sempre junto dela, até mesmo quando quebrou a perna devido a uma queda do cavalo.
Eu a amo.
Na mesma noite do beijo, teve um jantar de todos os reinos. Todos os quatro unidos, tinha um clima bom de despreocupação. Minha amada sorria para mim cada vez que nossos olhares se encontravam ,estava tudo ótimo. Estava.
Então, o pai dela levantou e fez o grande um grande anuncio: "Minha fillha irá se casar com o filho do rei do reino vizinho..."
Fechei meus olhos, parei de escutar, só conseguia sentir dor. Tudo doía. Eu, EU A AMAVA, PORQUE EU NÃO CASAVA COM ELA?
Desisti do jantar, levantei e pedi desculpa. Dei uma lorota que estava me sentindo mal e precisava de ar fresco.
Fiquei sentado no frio do jardim por muito tempo, parecia que ia chover. Até que ouvi passos, não abri meus olhos. Queria que isso pudesse me tornar invisivel. Então, senti quando alguém me puxou bruscamente e me jogou no chão, minhas costas doeram. Abri os olhos e revidei com um soco sem pensar, lá estava o homem que se casaria com a minha amada. Ele pareceu irritado e me socou novamente, me arrastou enquanto eu me debatia e bateu com força contra o banco.

Você acredita em magia negra? Bruxaria? Wicca? Não? Então acredite. Quando acordei, estava ainda no banco. Minha cabeça sangrava e sentia meu peito arder. Pisquei os olhos com força e ainda tonto, segui em direção ao castelo.
Meu quarto estava escuro, apenas a luz da lareira iluminava o local. Peguei um jarro de água e joguei sobre a cabeça, sequei e ainda sangrava um pouco. Eu agonizava de dor no peito, então, tirei as vestes e vi a cicatriz.
Eu tinha estudado magia negra por um bom tempo, meu avô dominava plenamente as trevas.
Sentei na cama desolado. Então, era guerra.


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