O carro de Patch era um Jeep. E deixou Nora de boca aberta, bancos de couro, e completamente limpo e organizado por dentro, e o cheiro era de menta tão forte que podia provocar uma dor de cabeça. Todos os tipos de pensamentos passaram por Nora.

–Roubou pra conseguir um desses? –Nora disse o primeiro pensamento.

–Não. –Patch disse. –Apostas. O apostador não tinha nada para apostar, então apostou o carro. –Patch sorriu.

–Ele deve ter ficado muito bravo. –Nora disse ainda séria.

–É melhor passar o cinto. –Patch disse quase como uma ordem e nem esperou para que Nora obedecesse. Puxou o cinto e ele mesmo o passou.

Por que ele era assim?

–Vai me levar direto para casa. –Nora disse. No mesmo momento que Patch ligou o Jeep. Se assustando com que disse parecia uma pergunta.

–Tem certeza? –Patch abriu o mais malicioso dos seus sorrisos. Sorriso que provocou calafrios em Nora. Medo? –Digo, é só o que quer.

Patch então acelerou. Nora não confiava em Patch, mas naquela noite decidiu, por mais difícil que seja esquecer que Patch tinha dito quando se conheceram “quer ser garota má, não serve para isso” ou hoje no Fliperama “aqui não é lugar para você”, esquecer que a mesma pessoa que á irritou o dia todo, era quem estaria a levando para casa. Nora não sabia nada sobre Patch, e decidiu que não queria saber. Depois dessa noite queria ficar bem longe dele, mais agora rezava para aquele garoto estranho tivesse realmente boas intenções.

Silêncio. Foi o que aconteceu até Nora avistar a velha e sempre elegante Fazenda. Patch manteve os olhos o tempo todo na estrada, ou quase o tempo todo. Nora às vezes sentia o seu olhar nela, mas com raiva continuava fingindo que não percebia focando na janela. Patch finalmente parou o carro um pouco afastado da casa. E virou-se para Nora. Nora ainda chocada com aquilo continuou parada.

–Não vai descer. –Patch disse. –E aqui. Não é? –Ele sorriu do estado que Nora estava paralisada. E era isso?

–Sim. – Nora disse se recuperando do seu devaneio. Pensava o qual idiota estava sendo, o que Patch poderia fazer? Seu olhar dizia alerta mais... Ele só queria ajudar. Sem nada em troca. Nora então resolveu aproveitar já que finalmente Patch tinha parado de debochar dela e dizer:

–Patch. –Nora disse olhando em seus olhos, mais se virou porque não conseguiu ao pronuncia seu nome ele sorriu de um jeito que nunca tinha sorrido era zombeteiro. –Será que poderia pedir para o treinador, deixar Vee voltar para o seu lugar? –Nora se virou de novo. O mesmo deboche continuava em seu rosto.

–Boa noite! –Nora desceu do carro irritada e bateu com toda sua força na porta. Ele veio para zombar dela e era isso que tinha feito desde que se conheceram, pensou Nora.

Ainda irritada Nora caminhava em passos largos, sobre a neblina. Foi quando ouviu o carro e se virou brava, Patch estava indo embora.

Dor de cabeça. O sol já estava lá e outro dia começava mais Nora não se sentia disposta para estudar não quando a dor era de cabeça. Mais mesmo assim resolveu se arrumar, Vee já tinha ligado dizendo que viria mais cedo, então tinha que correr.

–E adivinhe... –Vee disse ao entrar e ver Nora. –O look do dia é preto.

–Engraçadinha. –Nora disse, com a voz baixa e com as mãos na cabeça.

–O que aconteceu? –Vee disse perdendo o humor.

–Só uma maldita dor de cabeça e uma noite péssima. - Nora disse pegando a mochila. –Digamos que no caminho eu te conto.

–Oh meu Deus, foi se aventurar com a moto e acabou sendo roubada? Por que não vi a moto.

Nora não respondeu o que ia contar Vee, nem imaginava.

–Então quer dizer que o Senhor “você não pode ser assim” te levou até em casa... Sabe o jeito dele. Misterioso e não olhe para mim, porque posso te matar me excita. Está precisando disso. –Vee disse. As duas estavam sentadas na lanchonete de frente a escola. Nora tinha contado toda história. Esquecendo de alguns detalhes, que ela mesma resolveu apagar.

–Para. –Nora piscou com raiva. – Tudo que menos preciso é de um namorado, e sinceramente ele me irrita.

–E só por isso. Não. –Vee disse rindo.

–Falo sério, Vee. –Nora disse ainda com a mão na cabeça. – Chega.

–Pensei que fossemos amigas. Droga... Eu te conto tudo. –Vee fez uma cara dramática com um biquinho de magoada. Nora tirou a mão da cabeça, e deu o seu melhor olhar de abismada. Vee então voltou sorrindo como se tivesse tido uma idéia de gênio. – Tudo bem, não vamos falar de Patch. Só me responda uma coisa? Quando olhou para seus lábios grossos não teve vontade de beijá-lo? –Vee gargalhou ao Vee o espanto de Nora.

–Não disse. A resposta é sim. –Vee completou, Nora revirou os olhos.

–Eu não disse nada. Será que não entende desde a aquela aula só o que ele sabe e me tirar do sério. –Nora disse falando ele com uma careta. –Ele zomba de mim.

–E ele? –Vee sorriu, apontando com os olhos alguém atrás de Nora em outra mesa.

–Ele quem? Quem está vendo? –Nora disse confusa.

–Bobinha. Estou falando do loiro gato atrás de você. Veja você mesma, não para de olhar para cá. – Vee sorriu, Nora olhou para trás incrédula.

Vee era obcecada em arrumar namorados para Nora. E nunca dava certo, pelos motivos mais bobos. E essa não era a melhor hora para isso, principalmente com a nova fase na vida de Nora, como diria Vee. Pensava Nora, em quanto sua cabeça estava a ponto de explodir.

E lá estava o garoto. Loiro vestido com um simples suéter verde, em um sorriso ao ver o rosto de Nora dando sua primeira olhada. Nora se virou para Vee, como se quisesse dizer em seu olhar “o que significa isso?”

Bem ele não era de se jogar fora mais... O que os meninos hoje em dia pensam que podem sair por aí jogando olhares baratos para seduzir, que nós vamos cair de amores.

–Essa é a Nora que conheço. Arrasando corações. Primeiro Patch, agora o gostosão loiro. –Vee disse rindo.

–Primeiro a NORA que você conhece mudou um pouco. Segundo Patch e eu não. E terceiro minha vida anda muito doída para me interessar pelo primeiro que aparece. –Nora parou para respirar. Como se tivesse mais o que falar.

–A é? E se eu dissesse que ele está vindo para cá? –Vee disse animada arrumando o cabelo.

–Oi meninas! Posso me juntar a vocês? –O garoto falava com uma voz suave e sedutora, deixou os olhos castanhos claro passar em Vee, e logo depois em Nora que recebeu uma piscadela.

Bem, ele tinha mexido com a pessoa errada e na hora errada.

–Sabe Vee. Não entendo como hoje em dias os garotos não têm um pingo de cavalheirismo. –Nora sorria sarcasticamente, olhando para Vee que estava pasma e ignorando o garoto. Depois de um instante se virou para ele com olhos estreitos.

–O que o faz pensar que o deixaremos sentar? O seu olhar sedutor? –Nora estava cansada. De deboches, de flertes que na verdade só a irritavam. Das pessoas lhe dizendo o que tem que fazer, e o que e certo e errado a se fazer. Pessoas como Patch, que apesar de ter dito eu queria distancia seus pensamentos ainda estavam nele, da forma que ele sabia irritar. E aquele garoto só era mais um, pensava Nora, que achava que ela ia cair no seu primeiro flerte. A inútil piscada.

–Ah... –O garoto sem jeito começou a falar, sem nem olhar nos olhos de Nora, apesar de não ser do tipo que desiste. –Tudo bem. Só pensei...

Nora interrompeu.

–Pensou que nos...

Dessa vez foi Vee que interrompeu

–Bem, A minha a minha amiga só esta brincando. –Vee deu seu olhar de PARE COM ISSO. –Ela não esta no seu melhor dia, ela faz isso de vez em quando. –Vee sorriu quebrando o clima, Nora não disse mais nada, na verdade pela primeira vez tinha desabafado, mas talvez fosse uma injustiça. Talvez ele fosse legal. Não.

–Bem, meu nome é Elliot. –O garoto sorriu. Agora não estava mais envergonhado.

–Eu sou Vee e essa é minha melhor amiga Nora. –Vee disse sorrindo pensando que talvez pudesse ser educada ao contrario de Nora.

–Bem, acho que sua amiga cometeu um engano não sou desse tipo. –Elliot disse. Olhou para Nora que ainda não tinha reação. –Vocês estudam aqui em Coldwalter School.

–Sim onde você estuda? –Vee perguntou e olhou para Nora pedindo para RELAXAR. Nora só suspirou.

–Bem, não estudo. Sou universitário. –Elliot disse. Nora fez o que Vee pediu, e finalmente olhou para Elliot sorriu. Mas ainda não tinha engolido aquela historia.

–Vamos Vee, não estudei para a prova de geometria. –Nora mentiu.

–Prova? –Vee indagou. Sabia que era só uma mentira. Vee deu um olhar de Não vou fazer isso. Mas Nora insistiu levantando.

–É. O Sr. Lincoln repetiu mil vezes, para que não nos atrasássemos. –Nora olhou para Elliot tentando parecer convincente. –Foi um prazer Elliot.

–Até mais Nora. –Elliot sorriu.