Eu amava aquele lugar. Fato. E, estranhamente, eu achava que amava aquela humana que ia tão desajeitadamente a minha frente. Ela caminhava aos trancos e barrancos e eu queria rir do quão desastrada ela era, mas ao mesmo tempo, aquilo me iluminava.

A sensação que tive ao vê-la tão linda, tão livre ao entrar naquela clareira foi indescritível, só comparada a que causou sua expressão de expectativa enquanto esperava esse frágil imortal tomar coragem e segui-la.

Sim. Frágil. Era assim que eu me sentia. Eu me torno frágil diante de seu sorriso, de seu olhar. Me torno frágil e dependente ao vê-la respirar.

Frágil por saber que tudo o que eu menos queria naquele momento era ter que me afastar. Tudo o que eu menos desejava era perder seu sorriso, sua voz, seu sono.

Sua expressão surpresa ao me ver adentrar o belo espaço florido e iluminado pelo raro e escasso sol do Forks foi amedrontadora. Tive medo que ela me repudiasse.

Mas durou pouso, e de repente ela parecia fascinada. Parecia encantada. Como se, de alguma forma milagrosa e extraordinária, ela também me amasse, e também tivesse fascínio por mim. E isso me trouxe paz. Me trouxe tranqüilidade. Meu deu confiança para me prostrar ao seu lado e depois deitar na grama ainda um pouco úmida contra as roupas que cobriam minha pele fria. Ficamos assim, sentindo a presença um do outro enquanto faíscas elétricas percorriam meu corpo de acordo com o ocal onde seus olhos focalizavam, me causando um bem-estar indescritível.

Sentir seu toque contra minha pele de diamante foi ainda mais incrível. Se é que isso era possível, eu fiquei ainda mais apaixonado. Ela não tinha medo. Não me achava estranho. Não me achava repulsivo. E a cada momento ela me encantava mais.

Focalizar seu rosto mais fascinado do que qualquer outra coisa enquanto deveria estar assombrado foi espantosamente bom para mim.

Conversar com ela tão abertamente foi incrível para mim, fascinante. Ver seus olhos brilharem em expectativa pelo que eu iria lhe dizer. Ouvir de seus lábios que ela não queria me deixar ir. Que ela gostava da minha presença. Que me queria.

Seus lábios... Ah seus lábios. Eu os desejava, mas temia não me controlar. Afinal, a quem eu queria enganar?! A sensação dolorida sempre estaria ali. A sede era minha cruel escudeira, sempre ali, me assombrando.

Eu queria tê-la ainda mais perto de mim. Não fisicamente, mas queria tê-la sabendo cada vez mais, pela sensação que me causava. Por isso, resolvi leva-la nas costas.

Correr com Bella foi maravilhoso. Sentir cada linha do seu frágil corpo contra o meu me causou arrepios. Eu a sentia cada vez mais minha. E eu era cada vez mais dela.

Por fim, eu não ressisti.

Quando a pus no chão, e a olhei, eu perdi a razão por meio segundo e acabei tomando a melhor e a pior decisão do dia. Meu corpo simplesmente reagiu as sensações que sua fragilidade me causaram e eu a beijei.

Seus doces lábios contra os meus... sua boca completamente minha... mas seu sangue ainda estava lá. E como era atraente para mim.

Uma mistura louca de sede e desejo, paixão e loucura, amor e ardência, me fizeram parar quando ela tentou aprofundar o beijo.

Porem, o fato de eu tê-la interrompido não significava que eu não tivesse amado a sensação.

Não havia como negar. Não havia pra onde correr. Era mais que uma realidade. Eu realmente a amava.