– Desculpa lhe assustei? (Sophia)

– Não, estava a que pensando em tudo que aconteceu ate agora. (Marcos)

─ Entendo meu amigo, só Deus pra saber que perderíamos tudo e estaríamos a que juntos, triste isso. (Sophia)

– Mas Deus não tirou nossos amigos. (Marcos)

Nesse momento Marcos olhou a lua e sua expressão era de uma paz, mesmo com tudo acontecendo, mesmo estando ao seu lado e tendo comigo Victor e Vitória não conseguia nem por um instante me sentir do mesmo modo, queria acreditar que até ali tudo estava bem, mais meu pensamento sempre ia e voltava em não perde o que me restava, não poderia perde, mas nada, não aguentaria ficar só, não suportaria mais uma perda em minha vida, por culpa dessa terrível guerra.

─Mudando de assunto eu ouvir a Vitória gritar, o que houve? (Marcos)

­─ Nada de mais, apenas um pesadelo que ela teve. (Sophia)

─ Ela te contou não é? (Marcos)

─ Sim, como você sabe? (Sophia)

─Todo esse tempo que estive com ela, esses pesadelos lhe atormentam, achei que dessa vez seria diferente com você ao lado dela. (Marcos)

─ E foi diferente, talvez ela não tenha contado todos os detalhes, por se sentir suja e constrangida, já que você é homem não iria compreender da mesma forma que uma mulher. (Sophia)

─ Tem razão, nos homens não conseguimos decifrar a dor de uma mulher, além de vocês serem bastante misteriosas. (Marcos)

─ Para de viajar, que exagero da sua parte, tá concordo que muitas vezes somos assim, meio malucas e um tanto distraídas. (Sophia)

─ bem que você reconheceu isso ─ ele começa a rir de mim e o clima muda completamente

─ Idiota, sempre tirando brincadeiras e me fazendo sorrir.

Enquanto ria sem parar me joguei no colo de Marcos e nesse momento seus olhos gentis me levaram pra outro lugar, não entendo como nunca consegue perceber aqueles olhos antes, na verdade me pergunto como nunca avia notado os olhos castanhos, cheios de ternura, antes que pudesse voltar a mim, beijei-o, sente seus lábios, e quando suas mãos tocaram meu rosto sente vontade que aquele beijo durasse uma eternidade, quis entrar em seus pensamentos e saber se ele sentia o mesmo que eu, se queria o mesmo, se a vontade de continuar ali era a mesma, mais logo nos separamos, meu corpo por instinto se afastou dele, Victor acordou e quase viu nosso beijo, mas acredito que não deu tempo.

Meu coração acelerou, não consegui esconder meu medo, muito menos esconder minha felicidade por aquele momento, em um pensamento rápido e repentino voei para o dia que prometi a meus pais apenas cuidar do meu irmão e nada entraria no meio dessa promessa, nesse exato momento minha alegria se transformou em negação de tudo que sentira, não iria me perdoa se a promessa mais importante da minha vida fosse quebrada, mesmo que pra isso meu coração precisasse se transforma em uma pedra sem sentimentos e por mais duro que isso fosse, destruir qualquer pingo te esperança que Marcos pudesse ter. De qualquer jeito não conseguir esquecer aquele beijo demorado, meus pensamentos me levaram as nuvens, não me importaria em quebrar a promessa, sei que meu irmão também encontraria uma garota especial, apesar dele ser novo ainda, e se conta-se pra ele que estava gostando do Marcos? O que ele diria? Meu coração estava dividido entre a promessa e um possível amor.

Depois de tudo que aconteceu naquela noite, eu e Marcos ficamos muito diferentes, era quase impossível esconder o que tinha acontecido, nossos olhares se encontravam o tempo todo, sorria e ficava envergonhada, ate que Vic percebeu e veio ate mim perguntar.

─ Estar havendo algo entre vocês dois?

─ Não, nada de mais, por que a pergunta?

─ Percebi que ficam muito se entre olhando, ele piscando pra você e ficando totalmente sem graça, depois que dormi o clima ficou mais agradável, parece que nem estamos correndo perigo.

─ Olha não sei do que estar falando, apenas ficamos rindo ontem a noite conversando, sabe pra esquecer um pouco desse clima de tensão, ficando constantemente em clima de alerta, uma descontração faz bem sabia?

─ Sabia sim, mais estamos no meio de uma guerra Sophia, baixar a guarda seria o mesmo que pedir pra morrer.

─ Ai também não é pra tanto assim, eu sei disso, passei um longo tempo sozinha com meu irmão sorrir não vai matar ninguém.

─ Calma, só fiz uma pergunta.

─ Desculpa Vic

─ Tudo bem, alias seu irmão já estar melhor?

─ Sim, melhorou e muito, agora que ele tem um amigo, pra tirar brincadeiras com ele, estar mais que ótimo.

─ Bom saber.

Vic saiu desconfiada de qualquer maneira, droga acabei deixando escapar, fiquei incomodada com aquelas perguntas, me parece que ela também gosta do Marcos, melhor eu investigar isso antes de fazer qualquer besteira, contar e saber da pior forma possível, brincar com os sentimentos e magoar ela, se fizesse jamais me perdoaria.