Um motivo pra viver escrita por Os pensadores


Capítulo 1
Capítulo 1 Guerra e lembranças


Notas iniciais do capítulo

Sophia se ver em meio a uma guerra tendo ao lado apenas o irmão, juntos vão tentar sobreviver até encontrar os amigos que se perderam destes mo inicio da guerra,Sophia vivera o primeiro e talvez último amor.



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Corpos caídos no chão, sons de tiros, talvez isso seja apenas um grande pesadelo, mas na verdade é uma guerra, lembro-me que antes de tudo isso se iniciar eu em nenhum momento me imaginei nesse cenário de sangue, dores e mortes sem glorias. Meus olhos já não conseguem permanecer abertos, acho que estou delirando ou ouço a voz de minha mãe chamar por mim.

Um dia qualquer, onde se reuni a família, estava eu nesse momento em meu quarto ouvindo música quando do nada surgi Victor meu irmão em minha porta sorrindo.

− Sophia, você sempre no seu mundo, não se cansa de se desligar?

− Não, nunca me canso de me desligar o que estar fazendo aqui? Sabe que odeio quando me interrompe.

─ Ah sim, como sei, aliás, mamãe quer você lá em baixo, vamos almoçar!

─ Tá, já estou indo.

Como sinto falta de descer aquelas escadas, família reunida no quintal, com sorrisos no rosto, até pareciam adesivos colados, meus tios que nunca perdiam um final de semana em nossa casa, sei lá, mas por algum motivo eu odiava aqueles dias, talvez seja pelo fato de que essas reuniões nunca me foram muito boas, sempre tive que cuidar dos primos pequenos, enquanto os mais velhos jogavam conversa fora, nesses dias minha mãe preparava o mesmo prato principal, incrivelmente sua macarronada me parecia mais gostosa do que as últimas vezes, acho que era pelo motivo o qual ela adorava repetir.

─ Feito com amor!

Aquela mesa no quintal o cheiro da comida, as vozes que não cessavam , daria tudo pra que aqueles dias voltassem pra esse exato momento, ver meus primos correrem pelo quintal, me puxando para com eles brincar de roda, desejo ouvir a voz de meu pai contando suas piadas que eram tão sem graça que riamos na verdade de suas caretas, no almoço eu sempre observava todos, acho que isso é o que faz minha lembrança ter tantos detalhes, mas quem imaginaria meus primos, nunca pensei que a última vez que seguraria em seus corpos seriam para enterra-los, eles tiveram sorte, se foram antes de ver seus pais indo nos braços da morte por culpa de uma granada, jogada no lugar onde eles se escondiam. Meus pais, eram em seus dias de vida os melhores pais que poderia alguém ter, não penso nisso por ser a filha deles e ter convivido com estes até seus últimos dias, o que me faz acreditar nisso, simplesmente é não ter sido a melhor filha que eles poderiam ter tido, nunca me preocupei em fazer a metade das coisas que minha mãe pedia e nem ter rido das piadas de meu pai, se pudesse voltar e ter tirado mais tempo pra abraça-los, beija-los, se não me desligasse tanto, se não gritasse tanto, se fizesse todas as pequenas coisas, mesmo assim, não acho que isso tudo daria mais um dia de vida a eles, talvez minha mãe e meu pai, se fossem sabendo que eu poderia cuidar de Victor e que seus corações não ficariam pesados, e em alguns momentos pensarem, que não tenham sido bons pais, que seus esforços não foram em vão, pois tudo que fizeram e me ensinaram valeu a pena, queria poder lembrar, de seus rostos felizes, e de quando estávamos juntos.

Já era tarde quando dormi, fiquei tão pensativa ao olhar para meu irmão, pensamentos vai e vem, até que lembrei, dos meus amigos dos nossos momentos alegres.

─ Sophia como sempre chegando atrasada na escola, tem sorte da diretora não pegar você no corredor. (Marcos)

─ Bom dia pra você também Marcos, alias o senhor não deveria estar na sala? ( Sophia)

─ É deveria estar sim, mais resolvi esperar por você, sabe como odeio o primeiro tempo. ( Marcos)

─ Ate parece que odeia, sempre tira boas notas, depois fica ai se gabando que é o melhor. ( Sophia)

─ Não me gabo eu sou o “melhor”, vamos logo pra sala. ( Marcos )

Marcos um dos meus dois amigos que mais confiava, e o que mais me perturbava em momentos que não estava nos meus bons dias.

─ onde vocês dois estavam? Perderam a revisão da prova de historia. (Vitória)

─ acabei acordando tarde por isso me atrasei! (Sophia)

─ já eu estava esperando a Sophia. (Ian)

─ sorte de vocês eu anotei toda a revisão (Vitória)

─ obrigada! O que vão fazer depois da aula? (Sophia)

─ eu vou até o lago fazer desenhos, querem vir juntos? ( Vitória)

─ é pode ser, ficar no lago seria uma boa. (Sophia)

─ vou pensar no caso, tenho algo muito importante para fazer, mas se der pra eu ir envio uma mensagem pra vocês. (Marcos)

O atalho que usamos para ir ao lago era estreito, mas tinha sua beleza, as flores enfeitavam e seus aromas perfumavam o caminho todo até o lago, simplesmente o lugar foi feito para não ser descoberto por ninguém, a não ser por nos três. O lago com suas águas prateadas pela luz do sol que o tocava fazia ficar mais lindo, as arvores faziam sombra ao redor do lago, a baixo delas nos sentávamos e ficávamos observando, falando dos dias que se passaram e das coisas que nos aconteceram durante a semana, gostava, não, ainda gosto das flores coloridas, dos frutos que pegávamos, que saudades, se ainda existisse aqueles desenhos. Se o lago não tivesse perdido seu brilho, suas arvores, suas flores, queria me deitar em baixo daquelas arvores e adormecer, meu reino encantado, meu desejo único era poder ver o lago nos seus dias de glória novamente, hoje, suas arvores foram quase todas a baixo, suas águas escodem corpos de soldados sem sorte que tiveram seu fio de vida cortado, talvez eles tivessem conhecido o lugar onde seus corpos foram deixados, poderiam eles ter provado dos frutos que hoje já não existem, mais. Dias atrás, enquanto procurava comida, vir um rapaz, acho que com a mesma idade que meu amigo Marcos, andava a procura de alimento, sente vontade de chama-lo, afim, de pedi-lo ajuda, mas minha coragem se foi junto com o rapaz, pensei em meu amigo, não sabia se ele ainda vivia, se já teria partido pra um lugar melhor do que essa terra de guerra sem fim, será que ele como aquele rapaz precisava de comida, de água e se tivesse morrido, será que seu corpo fora enterrado com a dignidade que ele tinha em vida? Ou talvez seu corpo tenha sido deixado no caminho, abandonado, sem que alguém o pudesse lamentar e descrever como em vida ele teria sido.

Nos dias que se passaram, já não pensava em meus amigos, família ou qualquer outra coisa que não fosse manter a mim e meu irmão Victor vivos, estávamos sem comida a alguns dias, água quase no fim, com sorte duraria mais alguns dias. Andei por algum tempo, encontrei apenas algumas frutas, poucas, mas o suficiente pra nos manter vivos, sente o vento no rosto, por alguns minutos pensei ter voltado no tempo, sem guerra, achei que poderia correr pra casa, acorda desse terrível pesadelo, quando voltei a mim, quis não ter me imaginando deixando meu irmão.

Victor me esperando no esconderijo, seu rosto já não é mas como antes, está abatido, pálido, algum tempo não ver a luz do dia.

─ Dessa vez demorou mais tempo pra voltar Sophia ! (Victor)

─ Desculpa, foi difícil encontrar alimento, tudo esta a cada dia mais escasso! (Sophia)

─ Eu sei, mas o que me preocupa é você.; Se eu pudesse ao menos ir junto, pra ajudar ! (Victor)

─ Você ainda esta fraco, na próxima vamos juntos, vem come uma fruta! (Sophia)

─ sempre diz a mesma coisa! (Victor)

─ você é meu único irmão, alias já esta me ajudando vigiando o lugar. (Sophia)

─ tá bom, pelo menos nisso. (Victor)

Meu querido irmão, se ele soubesse que meu medo de perdê-lo se torna maior; a cada dia que se passa, nossa terra continua sendo destruída, ele é a única coisa que ainda me mantem viva, que não me deixa enlouquecer.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? somos novos no ramo e esperamos que tenham gostado, deixem suas críticas e elogios.



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