O Lado Oculto da Lua escrita por HayCruz


Capítulo 3
Capítulo 2 - O Encanto da Lua




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Agora, caro leitor, depois de acompanhar um breve resumo da vida e a rotina de Monnalisa Vontalle, conheça o outro lado da história. Ou melhor dizendo, a mesma história, mas pessoas diferentes. A partir desta fase da história você conhecerá Castiel Scheelzer.

Ele já era maior de idade. Provavelmente tinha entre 18 e 20, mas sua aparência calculava 23. Terminou o segundo grau aos trancos, mais por insistência do que por vontade própria. Insistência de um pai advogado que queria que o filho seguisse a mesma carreira. Mas advogado é uma profissão que Castiel nunca pensou exercer. Ele sentia o mesmo desejo de vingança de Moon. Algo que só seria preenchido com algo que tomasse vidas. Castiel sempre soube disso.

De família rica, tudo á seus pés, ninguém sabia o que o garoto que tinha tudo passava. Ele era uma cabeça constantemente pertubada. Sonhos, visões, ameaças e torturas a si próprio. O menino foi vencendo o sofrimento com mais dor, causada aos outros. Ele era o que qualquer um que entenda um pouquinho de psicologia chama de sociopata, ou psicopata. Mas Castiel era diferente. Ele tinha autocontrole sobre suas vítimas. Ele escolhia o alvo, montava um plano, nunca falhava. Ninguém nunca descobriu, mas todos desconfiavam do olhar contaminado por ódio que o garoto tinha, desde a infância. Diferente da Vontalle, Castiel nunca teve motivo algum, talvez fosse ciúmes, talvez excesso de proteção.

A primeira vítima foi a empregada, aos 14 anos de idade. A mulher de no máximo 30 anos, na época, não suportava o garoto, e o ameaçava quando os pais dele não estavam presenciando. Ela sabia quem era Castiel de verdade e talvez fosse esse o motivo do interesse em vê-la morta. A segunda foi quando um garoto o ameaçou na escola, por causa de uma garota. Ninguém nunca soube que as mortes foram causadas pelo menino inquieto, ele era sutil, ágil, esperto. E dono de uma beleza e charme invejável. Depois dos dois assassinatos, seria inútil narrar todas as outras, e quem sabe um dia eu chegue a contar como elas aconteceram. Talvez em outra ocasião eu conte mais sobre a gente que morreu nas mãos do garoto. Afinal, essa história foi iniciada para contar como o caminho da garota que tinha a lua nos olhos se cruzou com o psicopata irônico com auto-controle.

Se você chegou até essa parte da leitura, deve ter percebido também que isso não é um romance bonitinho aonde dois bem aventurados se odeiam à principio mas se apaixonam conforme a história se desenrola. Essa história é trágica do começo ao fim, e o casal de assassinos devem desde o momento que se viram matar um ao outro. Isso não seria difícil para um psicopata. E muito menos para uma recrutada da polícia, principalmente por um lado fora da lei.

O nome Vontalle foi herdado do avô de Monnalisa. Alguém que conseguiu nutrir uma amizade e um carinho admirável da garota. Mas foi só até o velho morrer e a garota ser abandonada. O que Moon não sabia era que a facilidade com que tinha para lidar com suas vítimas também vinha do sangue que tinha de seu avô, Scott Vontalle. Assim como Monnalisa, ninguém desconfiava do rapaz de boa família, aquele que serviu na Segunda Guerra Mundial e foi um homem de família. Mas não foi apenas o sangue de soldados que passou pelas mãos de Scott. Mas o de sua própria esposa.

Dias Atuais.

“Mas que droga Muffin. Eu realmente detesto brigar com alguém chamado Muffin, parece tão... Patético.” Moon disse limpando as pegadas de lama que o gato deixara sob o carpete vermelho e velho. O barulho de batidas secas ecoaram pelo espaço chamado de sala. A garota abriu a porta rangedora e sorriu simpaticamente para o rapaz que estava do outro lado da porta.

“Chad, trouxe novidades?” Perguntou.

“Acho que você não vai gostar de ouvi-las Moon.” O garoto com farda de policial era a pessoa com quem Moon mais simpatizou da policia. Talvez por terem a idade parcialmente compatível, talvez por Chad pensar que Moon era o que era por ser injustiçada. Pobre inocência. “Você vai precisar ir para a faculdade, Moon. E vai ter que morar lá ate terminar o primeiro ano.” Monnalisa sentou-se no sofá fazendo um ronco desconfortável e encarou as próprias mãos.

“Eles me descobriram.” Fez uma pergunta afirmativa. Chad afirmou com a cabeça e abaixou até ficar na altura do sofá, encarando a garota nos olhos.

“Vai ser por pouco tempo, em dois anos você poderá sair.” Consolou o jovem.

“E o Muffin?” Perguntou preocupada desviando os olhos de Chad para o gatinho sentado no carpete.

“Daremos um jeito. Você pode escondê-lo no seu dormitório. Marta está resolvendo sua situação escolar com a universidade. Seu certificado de segundo grau foi perdido e estão dando entrada em outro. Você começa nas próximas semanas, eu virei te avisar. Vou deixar duzentos dólares aqui para você comprar algumas roupas novas” Chad colocou uma de suas mãos no rosto da menina. Ela o encarou com seus falsos olhos inocentes. Olhos que carregavam a Lua. E conforme os rostos se aproximavam o policial se encantava pela garota que acabava de enganá-lo com seus olhares lunáticos, e lábios inocentes foram selados com lábios de uma garota experiente, enganadora, e assassina.

Depois de esperar até que Chad fosse embora, Moon decidiu ir até a cidade, comprar roupas novas, mas iria pelo lado vazio da cidade, atravessando becos e enfrentando mendigos bêbados e abusados. Ao caminhar por uma viela imunda e literalmente escura, Monnalisa encontrou um homem com jaqueta preta e cabelos escuros até os ombros. Tinha os olhos verdes e sedutores. A garota jogou o cabelo para trás e arrumou o decote da blusa. Fingiu esbarrar em uma lata de lixo, fazendo um barulho estremecido do impacto da tampa da lixeira de metal caindo sobre o chão. O homem olhou imediatamente. Ele era mesmo muito bonito.

“Me desculpa.” Monnalisa abaixou os olhos e saiu passando pelo homem.

“Espere.” Chamou com um sorriso malicioso e Monnalisa o correspondeu. “Diga quem você é para que eu possa me lembrar de infinita beleza.”

“Poupe-me de seus galanteios, rapaz. Posso garantir que se você souber meu nome jamais o esquecerá. Mas diga-me primeiro o seu.” Disse mordendo o lábio.

“Viktor. Viktor D’ange.” Respondeu o homem aproximando seu rosto do de Monnalisa. A garota segurou a face recém barbeada de Viktor e encostou seus lábios nos dele. Com uma rapidez incalculável o golpeou com seu canivete no peito. O homem gemeu e foi escorregando pela parede da viela até cair ao chão frio. Imóvel. Com pálpebras cerradas. Monnalisa abaixou e tirou o canivete com dificuldade e uma mancha redonda de sangue crescia cada vez mais sob a camiseta branca de Viktor. A garota limpou o canivete na blusa do homem caído e o guardou de volta no bolso, levantando e virando de costas para Viktor. Seguindo caminho até a cidade, como se nada tivesse acontecido.

Mas olhos verdes e sedutores, agora cheios de ódio, a encaravam.


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