Fábulas de Sangue escrita por Van Vet


Capítulo 5
Bigby


Notas iniciais do capítulo

Agradecendo imensamente pelo comentário de Android, me deu um gás aqui!
Esperando que mais leitores acompanhem também. ;D
Abraços!



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O copo de uísque estava quase vazio. Bigby levantou de sua poltrona velha e rasgada, encaminhando-se para cozinha a fim de servir-se da quarta dose na noite. Para ele era necessário mais do que uma garrafa para deixar-se bêbado. Seu corpo na vida mundana era de um homem alto, de aproximadamente um metro e oitenta, ombros largos e mãos grandes. Seu corpo real era de um lobo gigantesco, do tamanho daquele apartamento inteiro. De certo que seu fígado lupino necessitava de muito mais álcool para deixar de ser sóbrio.

A bebida castanha caia lentamente no copo de vidro, e ele continuava a ruminar sobre a Cigarra a cada segundo de espera. Nem o programa de quinta categoria que passava na televisão, e até o fazia rir de vez em quando, Bigby prestava atenção. Somente saiu de sua absorção ao ouvir a sineta do apartamento tocando. Deixou o uísque de lado e foi para porta, inspecionando no olho mágico.

Branca.

Um pouco confuso por vê-la na sua porta tão tarde, sacou uma bala de hortelã em cima da geladeira para afastar o hálito de bebida e a atendeu.

— Oi Branca.

— Olá, Bigby. — ela o fitou com seus brilhantes olhos azuis. Os cabelos estavam molhados e a pele cheirava a loção de banho. Por mais que tentasse seu olfato apurado ficava totalmente sensível perto de Branca de Neve. — Estava dormindo já?

— Um lobo dificilmente dorme. — disse embaraçado.

— Liguei para Rosa Vermelha.

— Quer entrar? — inclinou o corpo para o lado revelando seu desorganizado refúgio no edifício das fábulas. A vice-prefeita aceitou o convite dando passos vacilantes em direção ao hall.

Bigby fechou a porta suavemente atrás deles.

— Não repara a bagunça, Branca. Sou um pouco caótico.

— Nunca reparei. — ela esboçou um leve sorriso.

— Quer tomar algo? — ele foi para a geladeira conferir o que tinha para servir. Apenas duas garrafas de um vinho barato, leite (provavelmente azedo) e restos de comida enlatada e delivery. — Bem...

— Eu não quero nada não, obrigada. Jantei agora a pouco.

— É que ainda não fiz as compras do mês... — justificou-se coçando a nuca.

Branca foi sentar no sofá puído perto da tevê.

— Você faz compras do mês? — aquilo a divertiu.

— Compro duas garrafas de uísque e alguma coisa que o micro-ondas faça por mim. — sorriu indo sentar-se na poltrona. — Diga lá. O que Rosa contou?

A mulher suspirou e coçou um dos olhos longamente.

— Nada que possa nos ajudar realmente. Estou bem confusa, para ser sincera.

— Então partilhe comigo para ficarmos confusos juntos. — engoliu a bala e pegou o maço de cigarros em cima da mesinha. Acendeu um.

— Primeiro perguntei sobre como Cigarra era na Fazenda. Ela disse que respeitadora as regras e bastante pacífica com os outros animais. Nunca teve problemas com ela. Apenas uma coisa chamou-a atenção nos últimos meses. — torceu os dedos — Uma visita real especial para conversar exclusivamente com a Cigarra.

— O Príncipe Encantado?

— O próprio.

Bigby não ficou surpreso. Isso não diminuiu, entretanto, sua raiva:

— No que esse desgraçado está metido agora?

— Não sei, Bigby. E esse desgraçado é nada menos que nosso representante legal.

— Como foi essa conversa? Rosa Vermelha escutou?

— Diz que não. Entraram dentro de um dos galpões e ficaram ali bem mais de uma hora.

— Convenientemente suspeito. — ele franziu o cenho, depois tragou longamente de seu cigarro.

— E só torna os fatos mais complicados de assimilar. Cigarra vem lhe contar sobre a suposta morta, Cachinhos Dourados, perambulando por lá. Há um mês encontrou nosso real prefeito às escondidas, e atacou o Garoto Azul para fugir do seu interrogatório. Dei ordens para minha irmã ficar com os ouvidos bem abertos e o pescoço bem esticado para o caso de alguém da Fazendo estar sabendo de algo sobre o envolvimento desses dois. Também disse que se, por um acaso, Cigarra retornar, ela deveria mantê-la sob custódia até eu ir buscá-la para ser interrogada.

— Fez bem Branca — concordou. — Sabe do que mais? — A vice-prefeita mirou-o — Meu sexto sentido não diz nada de bom sobre isso.

— Nem o meu, Bigby.

— Precisamos encontrar uma forma de interrogar seu ex-marido. Ele é um suspeito.

— Ele não irá cooperar e pode se tornar bem irritadiço se for questionado. Lembre-se, Príncipe Encantado tem a droga do poder em Woodlands. Está louco para te afastar do cargo, só você o impede de cometer mais maluquices, xerife.

O rosto de Branca de Neve era determinado, mas em seus olhos ele viu um pouco da princesa assustada dos contos de fadas.

— Então agiremos juntos em todas as decisões para desmascará-lo. Concorda?

— Investigarmos numa parceria?

— Mútua. Um ajudando o outro. Um só tomando uma decisão com o aval do outro.

— Gostei da ideia, Bigby. Vamos fazer uma armadilha caprichosa para nosso prefeito se enredar.


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