Royal Hearts escrita por Cams, Tamires, nat


Capítulo 11
Shay - Donzela em apuros


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras e leitores *o* Me desculpem por não postar ontem, mas aqui está um novo capítulo SZ' Quero dedicar esse capítulo a Yumi presente de aniversário SUPER atrasado HSUAHSH e a Elissandra por divertir minhas noites. #teamcontrabea . E dedico também a todos vocês que perdem seu precioso tempo lendo as baboseiras que escrevemos. Muito obrigada!
Beeeeijos - Nat :*



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– ... tenho certeza que o Shalom poderá explicar os detalhes para vocês. – Rei Maxon e uma dezena de rostos viraram-se para mim esperando uma reação ou resposta. As palavras me escapavam e na minha mente dez rostos rodopiavam aparecendo e desaparecendo como se fossem pisca-pisca de Natal. Eu não estava nada bem. Eu estava suando mais que o habitual para o calor do palácio, os objetos começaram a desafiar a lei da gravidade, as vozes soavam abafadas e eu juro que o Julian estava cor de rosa. Não pude segurar o almoço e botei pra fora nos pés do meu pai que estava ao meu lado irritado e preocupado, provavelmente achando que era mais uma brincadeira que eu estava fazendo. Quando ficou claro que eu não estava bem, era tarde demais, os sapatos dele estavam encharcados de um liquido esquisito e mal cheiroso.

– Cara! Cadê minha câmera quando eu preciso dela? A situação do Exército Real está tão ruim assim? – Julian debochou e alguns membros do conselho seguraram o riso, menos é claro, o Velho Auggie que se curvou de tanto rir.

– Julian... – repreendeu meu pai. – Shalom você está bem? Quer ir a enfermaria? Meu Deus, isso é nervosismo porque as selecionadas chegam à tarde?

– Pai, por favor uma pergunta de cada vez.... Eu acho que preciso de um ar, e ah... Desculpa pelos sapatos. – Eu disse envergonhado por ter vomitado na frente do conselho, meu pai e Jules, porque eu estava apavorado pelo fato das selecionadas chegarem daqui algumas horas no palácio.

– Julian leve seu irmão para a enfermaria e depois vocês dois podem tirar o resto do dia, terminaremos este assunto amanhã. – Maxon olhou pra mim e hesitou por um momento, achei que ele ia dizer algo porém ele apenas nos dispensou com um aceno de cabeça.

Enquanto caminhávamos para a enfermaria o Julian ria como se tivesse visto um filme de comédia e praguejava por não estar com a câmera dele naquele momento.

– Se você contar para alguém o que aconteceu naquele escritório você é um gêmeo morto, está me entendendo? – tentei ameaçar ele mas, meu estado fraco e pálido não me fazia parecer exatamente ameaçador. Quando fechei minha boca alguém perguntou atrás de nós:

– O que aconteceu no escritório do Rei? – Era o príncipe da Inglaterra James, acompanhado pelo príncipe da Nova Ásia, Woo Bin.

– Vocês tinham que ver! O Shay está tão apavorado por conhecer as selecionadas que ele vomitou na frente do conselho e em cima dos sapatos do nosso pai. O conselho não sabia se escondia o riso ou perguntava se ele estava bem. E olha que eles esperavam essa reação de mim e não do “nada me atinge” Shay.

Imediatamente James e Woo Bin caíram na gargalhada. Eu tentei para-los e falhei. Eu estava tão miserável que não poderia causar muitos danos nem a uma formiga.

– Sinto muito informar Shay, mas todos merecem saber. Essa história é muito boa. – Woo Bin disse em meio a gargalhadas.

– Ok riam o quanto quiserem. Juro que quando eu melhorar vocês vão se ver comigo.

– Minha barriga está doendo, não aguento rir mais. Vamos pra enfermaria agora. James, você pode avisar a minha mãe por favor? – Jules disse me puxando na direção oposta dos príncipes com medo de que eu poderia ter um pico de energia e quebrar a cara deles, o que provavelmente poderia acontecer.

– Sem problemas.

Na enfermaria, depois de examinado concluíram que era estresse, jura? Não sabia! Fui condenado a tomar soro na veia. Jules saiu para ir na cozinha porque ele come quando nervoso, diferente de mim que não consigo comer. Estava entediado encarando o teto quando uma comitiva composta por cinco mulheres chegou para dar uma olhada no meu estado. Todas pareciam preocupadas.

– Shay o que você aprontou dessa vez? – Ams me perguntou em tom de brincadeira, porém seus olhos demonstravam a apreensão por me ver doente. Sempre tentando me proteger e cuidar de mim.

– Apenas vomitei nos sapatos do Rei Maxon na frente do conselho inteiro. O velho Auggie riu tanto que me fez querer socar a cara dele. – eu disse tentando dissipar a tensão. Ams assim como todos que ouviram a história explodiu em gargalhadas acompanhada por minha mãe, Marlee, Silva e Maria que me encaravam com um olhar desaprovador e ao mesmo tempo divertido.

– Olha os modos Shalom... – minha mãe me repreendeu mais por dever do que por achar que eu merecia.

– Ok, senhora rainha. Mil perdões. – pisquei pra ela, que me retribuiu com um curvar de lábios cúmplice.

–Parece que você já está melhor. – Maria disse claramente aliviada.

–Estou sim não há porque vocês se preocuparem. Só de ver o rosto de cinco belas damas já me sinto revigorado. – Todas sorriram com deboche e Amberly me deu um tapa na cabeça me chamando de moleque.

– Sei que você deve descansar, mas necessito saber... Precisamos cancelar o encontro com as selecionadas amanhã? – Marlee perguntou-me. Visivelmente ela não queria, porém era o trabalho dela.

–Não. Eu vou estar melhor. O Rei Maxon nos deu o resto do dia de folga.

– Filho, eu queria ficar aqui, mas tenho tarefas. Nós todas, na verdade. Sinto muito. – Minha mãe disse com uma sinceridade que ela conseguia demonstrar no olhar e nas palavras. Eu sabia que se ela pudesse largava tudo para ficar ali sentada ao meu lado, como tantas vezes quando eu era criança.

– Mãe, tudo bem. Minha cara metade está me fazendo companhia. Apesar de agora ele estar ausente para fazer um lanchinho. – Ela parecia mais aliviada por saber que Jules estava por perto. Depois de uma breve despedida e de América e Amberly prometerem que voltariam mais tarde, elas foram embora para terminar os preparativos para receber as selecionadas.

****

– Acorda bela adormecida. – Jules pulava na cama me sacudindo para que eu me levantasse.

– Cara juro que as pessoas deviam ver o que você faz comigo. Elas iam mudar de ideia totalmente a meu respeito. Eu seria considerado o mais civilizado e não você.

– Larga de ser mocinha! Você já está melhor. Eu estava MUITO mais bonito que você. Agora só estou mais bonito o habitual.

– Você me acordou só para encher meu saco? Juro que vou cortar o doce da sua dieta. Quantos pedaços de bolo de chocolate você comeu?

– Não Shay, eu te acordei para te fazer melhorar ou piorar de vez. Vai depender apenas de você. Quanto a minha dieta, ela não te diz respeito. – dito isso Jules mostrou língua pra mim. O açúcar faz estragos com esse menino.

– Jules sem encrenca para o meu lado por favor. Minha ficha já está muito suja na realeza, principalmente com nossos pais.

– Sério? Você está recusando? Mesmo se eu te disser que as selecionadas já chegaram e que nós vamos ir dar uma espiadinha nelas?

Eu não sabia o que responder e nem como reagir. Eu queria ver as selecionadas, mas em primeiro lugar, elas foram a razão de eu estar na enfermaria agora. Nós não podíamos vê-las até amanhã, e aqui estava o Jules oferecendo uma isca que ele sabia que eu ia pegar.

– Ai cara, como eu vou me arrepender de concordar com isso.

– Isso! Sabia que a ovelha negra da família não ia recusar. – Jules disse arrancado a intravenosa do meu braço sem piedade, o que provavelmente iria deixar um roxo. Eu soltei um resmungo de dor porém não reclamei. Ao tentar me levantar fiquei um pouco zonzo. Me esforcei um pouco e consegui ficar de pé. Saímos da enfermaria, passamos pela cozinha onde o Jules roubou um cupcake e fomos em direção aos jardins. As selecionadas estariam fazendo um tour no palácio provavelmente acompanhadas de Marlee, Sílvia e América. Tínhamos que acha-las e observar de longe. Mas como íamos saber onde elas estavam? Elas poderiam estar em qualquer lugar do palácio!

Quando passamos pelos jardins avistamos de longe a Celeste e o Pierre conversando. Eu queria parar e perguntar o que ele estava fazendo sozinho com minha irmã, Jules disse que não era da minha conta e mandou eu seguir em frente. Entramos novamente nos corredores do palácio e nos deparamos com Gabriel.

– Você está bem Shay? Fiquei sabendo que você vomitou no conselho inteiro. – Essa piadinha já estava me enchendo.

– Haha! Que engraçado Gabriel.

– Ok moças, não vamos rasgar calcinha agora. Gabriel você viu as selecionadas por aí? – Jules mudou o assunto percebendo meu humor.

– Aquelas que vocês supostamente só podem ver amanhã? Sim, eu vi. Elas estão acompanhadas daquela loira e da rainha América. Neste momento elas se encontram no Grande Salão.

– Marlee e nossa mãe. Ok, vamos até lá então Shay.

Eu assenti.

– O quê? Vocês já não arranjaram confusão suficiente para um dia não? – Gabriel perguntou espantado e excitado pela nossa ideia que com certeza ia acabar mal.

– Nós gostamos de viver perigosamente. – eu respondi sarcasticamente. Gabriel pareceu não perceber e se animou com a ideia.

– Vou com vocês.

– Tudo bem então, estamos perdendo tempo. Vamos logo. – Jules disse liderando nossa pequena comitiva secreta. Depois de alguns corredores, aposentos e guardas chegamos as portas do Grande Salão. Nos escondemos atrás de umas cortinas ridiculamente grandes que cobriam as janelas do teto até o chão. Ridículo também era nossa escolha de esconderijo. Eu escutava a voz de Marlee dentro do Salão porém não conseguia distinguir as palavras.

– Aí Jules, você está em cima do meu pé. – Eu disse irritado.

– Cala a boca Shay! Você quer que descubram a gente? – Jules cochichou.

– Ai! Shay você acertou meu olho. – Gabriel também cochichou.

– Desculpa cara, culpe o Julian e suas PÉSSIMAS ideias, não vejo nada daqui.

– Shalom, por favor, pelo menos fale baixo, se a mamãe pegar a gente estamos fritos. – Jules disse preocupado.

– Se você não queria ser pego não deveria ter vindo. E a ideia foi sua para começo de conversa. Eu estou passando mal lembra? Você que me aliciou até aqui.

– Como se você não fosse vir de qualquer jeito.

– Gente... – Gabriel chamou.

– Agora não Gabriel. Eu não iria vir aqui, eu ia ficar sendo um bom rapaz em recuperação na enfermaria.

– Geeeeeente...- Gabriel chamou outra vez.

– Calma Gabriel, sua vez vai chegar. Não compro essa sua de bom moço não Shay.

– GEEEEEEEEEEEEEENTE!

– O QUÊ?! – Eu e Jules falamos em uníssono e olhamos para Gabriel. Ele estava com cara de quem viu uma assombração. Dirigi meu olhar pra onde ele estava olhando, virando a cabeça lentamente e me deparei com vinte meninas a ponto de dar risadas e uma América furiosa.

– Posso saber o que os senhores estão fazendo atrás da cortina?

– Estamos brincando de pique-esconde mãe. – eu disse com um ar inocente. Essa foi a gota d’agua. Todas as selecionadas caíram em gargalhadas, até Marlee não escapou.

– Levantem-se agora e me sigam. – Nunca vi minha mãe com essa cara antes. Nos levantamos com a maior dignidade que a situação permitia. Jules acenou formalmente para as selecionadas, Gabriel ficou encarando elas vermelho de vergonha. Eu me curvei e disse um “meninas” baixinho apenas para elas escutarem. Tentei reparar na multidão a minha frente, cabelos castanhos, sorrisos encantadores e extrovertidos e olhares apreensivos. Não tive tempo para focar em alguma em particular.

Enquanto seguíamos minha mãe os olhares das selecionadas queimavam minhas costas, mas só de ver elas minha energia voltou; foi um bom remédio. Acho que posso enfrentar essa tarefa, talvez eu até me divirta e talvez, só talvez, eu ache aquilo que procuro. Depois tenho que pedir desculpas ao Jules e agradecer. De repente o rosto do Julian que estava apagado por ter sido pego se iluminou e ele se virou para mim.

– Desmaia – ele sussurrou.

–Você tá maluco? Não vou desmaiar na frente de 20 meninas.

– Shay, sua masculinidade não vai desaparecer apenas por um desmaio. Por favor, se você desmaiar a mamãe vai esquecer esse assunto.

Eu bufei, ele tinha razão. Nós estávamos naquela confusão em parte por minha causa; fiquei discutindo com o Jules sem razão só pelo fato de discutir. Vencido, dei um aceno de cabeça pra ele e caí no chão. Todos daquele corredor presenciaram aquela cena na qual eu era a donzela em apuros amparada pelo príncipe Julian. Nunca iria me recuperar dessa humilhação.

Nunca pensei que todas aquelas meninas iram entrar em pânico e começarem a falar todas ao mesmo tempo, algumas eu juro que até começaram a chorar. Claro eu não estava vendo, mas ouvi aquele caos que se formou a minha volta. Alguém apoiou minha cabeça no colo enquanto Marlee mandava o mais gentilmente possível as selecionadas calarem a boca. De repente, silêncio total, acho que as coisas estão a ponto de se complicarem mais.

– O que está acontecendo aqui? – Por um milésimo de segundo achei que fosse meu pai, mas graças aos Céus era Aspen.

– O Shalom estava mal e supostamente deveria estar na enfermaria, porém quando é que ele escutou alguém? – Minha mãe disse tentando manter a calma. Provavelmente as selecionadas estavam por perto.

– Conheço alguém exatamente como ele. Tente acordar ele Meri. Hm, quero dizer, rainha. – Eu sabia que esses dois eram da mesma casta, se conheciam e eram amigos mas, eu jurava que havia algo a mais.

– Shalom, filho, por favor acorda. – Minha mãe começou a me sacudir e a chamar pelo meu nome. Lentamente abri os olhos e deparei com ela me olhando de cima, minha cabeça apoiada no colo dela. O seu semblante estava realmente preocupado, meu coração partiu por brincar assim com ela.

– Já te falei o tanto que você é linda? – eu disse pra ela.

– Shalom... Não me assuste mais assim. Vamos vou chamar a Amberly, que é a única pessoa que consegue colocar juízo na sua cabeça, para te vigiar na enfermaria. – ela parecia ter perdido dez anos com esse susto. É, eu realmente era um péssimo filho.

Depois desse episódio humilhante para dizer o mínimo, fui escoltado por Jules, Aspen e Gabriel a enfermaria. Não fui capaz de olhar novamente para as selecionadas.Amanhã quando nos conhecêssemos de manhã provavelmente iriam perguntar sobre o episódio e tudo que eu menos queria era falar sobre isso. De volta ao meu leito, Amberly já estava à minha espera. Passei o resto do dia conversando com ela na enfermaria. Ela trouxe o jantar, comemos e depois ela buscou um livro para ler pra mim, após alguns capítulos peguei no sono.

****

Abri os olhos e vi que Ams ainda estava na enfermaria. Ela passou a noite comigo, fico feliz por ela cuidar de mim assim, mesmo que eu não vá admitir, ela sabe. Já estava de manhã e eu sentia o cheiro de café que vinha da cozinha. Eu precisava tomar banho para conhecer as selecionadas antes do café da manhã. Não podia chegar atrasado justo hoje. Sem querer acordar Ams, saí o mais silenciosamente da enfermaria e fui para meu quarto, felizmente não esbarrei com ninguém nos corredores. Maria já me esperava com o banho e roupa preparados. Tomei banho e coloquei um terno preto liso, camisa e gravata azul marinho e um relógio. Penteei meu cabelo e coloquei ele devidamente no lugar. Me olhei no espelho, depois de uma boa noite do sono estava novo em folha.

Desci apressadamente para a porta do Salão das Mulheres onde Celeste acabava de entrar. Jules estava à minha espera acompanhado por Silvia.

– Melhor maninho?

– Melhor impossível.

– Então entrem logo meninos, as selecionadas estão esperando. – Silvia nunca dava uma folga!

Abrimos as portas e eu fui ofuscado por tanta beleza. WOOAH! As selecionadas estavam ainda mais bonitas do que nas fotos. Todas sorriam radiantes.

– Bom dia, eu sou o príncipe Julian – Julian as cumprimentou.

– Bom dia garotas. Já devem saber que sou o príncipe Shalom. – algumas soltaram risinhos, outras estavam nervosas demais para esboçar qualquer outra expressão senão um sorriso elegante.

– Bom vocês já conheceram a família real. Agora os príncipes vão conversar com as selecionadas e depois vocês serão direcionadas para o café da manhã.- Dito isso Marlee abandonou o Salão das Mulheres acompanhada por nossa família.

Alguém puxou minha calça. Olhei pra baixo e a pequena Sarah estava do meu lado.

– Tio Shay, abaixa aqui rapidinho por favor.

Me abaixei envergonhado sem saber como reagir com a Sarah perto daquele tanto de mulher. Ela curvou as mãos em volta da boca para me contar um segredo:

– Elas são muito bonitas. – eu soltei uma risada, mas rapidamente a reprimi. – você não pode brincar só com elas, tudo bem? Não esquece de mim.

– Não vou esquecer. Você é minha princesa especial. – eu cochichei de volta para ela.

Satisfeita Sarah me deu um beijo no rosto e depois se retirou. Aposto que eu estava vermelho de vergonha porque algumas selecionadas me encaravam surpresas. Escutei a porta se fechar atrás de mim.

– Tudo bem então. Já podemos começar. Eu vou conversar com minhas selecionadas naquele sofá perto da janela. Shay, você pode escolher onde quer conversar com elas. – Julian disse com aquele ar perfeito e profissional que usava para assuntos diplomáticos.

– Errr... Podemos conversar naquele sofá, embaixo daquele quadro pendurado na parede do lado oposto do salão. – indiquei o sofá com o dedo.

– Tudo bem então. Vamos começar com as selecionadas das primeiras mesas e assim sucessivamente até terminarmos. Prestem atenção na ordem por favor. – Jules disse e se dirigiu para seu sofá. Acenei mais uma vez para as meninas e também fui me sentar. Ainda bem que eu não comi nada, porque meu estomago estava estranho e eu não quero vomitar na frente das selecionadas também.

Eu preciso lembrar o nome delas, eu preciso lembrar o nome delas... Fiquei recitando esse mantra na minha cabeça que nem reparei que alguém estava sentado na minha frente.

– Olá príncipe Shalom – ela me disse. Um vislumbre de conhecimento passou pelo meu rosto. Eu já havia visto ela em filmes, era uma atriz famosa. Ela estava encantadora. Os cabelos presos e com um vestido roxo curto. Aquele olhar hipnotizador focado em mim.

– Oi Clarissa. Como você está?

– Bem e espero que você também. Ontem...

– Eu estou bem, não se preocupe. Precisamos aproveitar esse momento para nos conhecermos um pouco. – eu cortei ela, não queria falar sobre ontem. – Quais são seus hobbies? – ela pareceu ofendida por eu ter a cortado no meio da frase. Depois de hesitar falou:

– Não gosto que me interrompam no meio de uma frase. – honesta – Meus hobbies são escrever, fotografar, jogar tênis de mesa e sinuca. – soltei uma risada.

– Uma menina jogando sinuca? Duvido que você seja boa. – ela me lançou um olhar frio.

– Aposto o que quiser que te dou uma surra na sinuca.

– Combinado então. Nosso primeiro encontro vai ser na sala de jogos do palácio. Não se esqueça de levar sua câmara para registrar sua derrota épica.

– Fechado então. Se eu ganhar você tem que prometer que vai trazer meu gato para o palácio.

– Tudo bem. Infelizmente nosso tempo acabou. Espero te ver em breve.

Ela se retirou com um olhar determinado. Até que eu não fui ruim. Apesar do nervosismo levei bem a conversa. Vai ser legal conhecer essas garotas. Uma garota vestindo um vestido azul e com um olhar brincalhão vinha em minha direção. Ela era aquela que mostrava a língua na foto no Jornal Oficial.

– Senhorita Laura.

– Príncipe Shalom. – ela também era atriz, conhecia ela de alguns filmes de ação que eu gostava. Os olhos dela tinham um brilho particular. Percebi que ela estava corada.

– Você dormiu bem?

– Sim príncipe e você alteza, está melhor?

– Estou bem sim. – já vi que todas vão perguntar sobre ontem. – Me fale um pouco sobre você...

– Bom, apesar de não parecer, eu gosto de caçar. – está aí algo que me impressionou. Essas selecionadas não estavam de brincadeira. Uma que joga sinuca e agora outra que caça.

– Sério? Realmente não parece. – ela sorriu.

– Sim, mas também faço coisas adequadas para garotas como dança e teatro. – ri com seu comentário irônico.

– Olha que coincidência também pratico dança. – sarcasmo.

– Sério? – ela parecia acreditar.

– Não. – eu comecei a rir e ela também.

– Infelizmente nosso tempo acabou. Depois você tem que me ensinar a dançar, sou uma negação.

– Com certeza. – com isso ela se retirou com um sorriso nos lábios. A garota que se aproximava era aquela que parecia uma boneca asiática. Ela estava delicada em um vestido vinho com mangas que desciam até o antebraço que realçava sua pele branca. Os cabelos cacheados caindo sobre os ombros.

– Olá Melanie.

– Oi.. – ela corou ao proferir as palavras. Parece ser muito tímida.

– Sua família é descente da Nova Ásia?

– Sim...– menina de poucas palavras. Ok. Ela me era um pouco familiar. Eu estava pensando no que dizer quando ela me surpreendeu.

– Vejo que você não foge do palácio mais. – eu arregalei meus olhos. Como ela sabia sobre as fugas?

– Como você sabe? – ela me deu um sorriso tímido e corou.

– Já nos encontramos antes. –Quando? Eu não me lembrava e queria mais detalhes sobre, porém nosso tempo tinha acabado.

– Não me lembro. Você precisa manter isso em segredo.

– Tudo bem, não iria contar a ninguém mesmo. – ela parecia desapontada.

– No nosso próximo encontro você refresca minha memória. – sem me responder ela apenas fez uma reverencia e foi se afastando. No meio do caminho deteve-se, ela se virou pra mim novamente e perguntou:

–Hm... Esse quadro, será que existem mais desse pintor no palácio? – corou novamente. Sua feição era indecifrável pra mim.

– Você quer dizer do Monet? Sim... Temos uma galeria repleta de quadros. Se você quiser te levo no nosso primeiro encontro.

–Tudo bem. – acho que consegui anima-la um pouco depois do meu erro. – Er... Tchau.

– Tchau. – Então ela partiu. Não consegui decifra-la. E ainda tinha dado a maior mancada que se poderia dar com uma garota. Comecei a fracassar já no primeiro dia. Já estava cansado de jogar conversa fora com essas meninas. Sério, quem inventou isso? Pegue o príncipe antissocial e faça ele conversar com dez estranhas. Sei que estou sendo injusto com elas que estão aqui de boa vontade ou não. Porém, eu juro que não sirvo pra isso. Olhei pra minha frente e vi que uma menina me encarava. Era aquela que todos ficaram encarando no Jornal Oficial e ela estava muito linda. O vestido que ela usava era delicado porém, sexy. Ele era um azul claro com pedras bordadas na parte de cima que realçavam seu decote.

– Príncipe Shalom. – dava para ver que ela era de uma casta alta porque seus modos eram refinados.

– Olá Julieta. Como você está?

– Bem alteza. E você, se sente melhor? – mais uma vez, perguntas sobre ontem. Eu sei que elas estão preocupadas mas, por favor, esqueçam minha humilhação.

– Sim, obrigado. – ela estava me fazendo pensar em comida porque cheirava a morangos e eu estava com tanta fome e pra minha infelicidade meu estomago roncou alto, ela me olhou corada e começou a rir. – Eerr, me perdoe, eu não como nada desde ontem... – meu Deus mais uma mancada. De repente ela começou a mexer no vestido e encontrou um bolso. Vestidos podem ter bolsos? E então tirou uma barra de chocolate de lá e me ofereceu:

– Você quer? Sempre carrego comida de emergência. Eu amo comer – agora ela estava vermelha de vergonha e com uma cara fofa. Eu estava rindo muito.

– Obrigado. Desculpa por rir, é que você está me lembrando o Jules. Ele também carrega comida consigo por aí. Você sabe cozinhar?

– Bem que eu queria mas, não. – ela parecia desapontada e divertida ao mesmo tempo.

– Bom... Depois te levo na cozinha do castelo, temos que ir escondidos, mas vale a pena. Eles fazem cada comida...

– Só de pensar já fico com água na boca. – corou novamente.

– Bom Julieta, infelizmente nosso tempo acabou, obrigado pelo chocolate. Comerei agora enquanto nenhuma selecionada está aqui. Te vejo depois.

–Tudo bem alteza, espero que você goste e que cumpra a promessa de me levar na cozinha. Tchau. – com isso ela partiu. Comi rapidamente a barra de chocolate que estava uma delícia e a tempo de que a outra selecionada que estava se aproximando não visse.

– Olá Tais. – ela tinha os cabelos ruivos mais alaranjados que os meus. Olhos azuis gélidos e uma pele incrivelmente branca. Era muito bonita, usava um vestido quase preto e os cabelos amarrados em um coque desarrumado.

– Oi Príncipe.

– Me fale um pouco sobre você...

– Eu gosto de escrever e dançar. – ela parecia inquieta.

– Hm... Eu danço, quando obrigado. – ela sorriu gentilmente, mas ela estava nervosa, eu creio. – Tudo bem com você? Você parece nervosa...

– É que eu, hm, sou impaciente e ficar de conversa fiada com você me deixa nervosa. – conversa fiada? Sim, isso era conversa fiada. Eu sorri.

–Concordo com você. Então me diga algo mais sério... Qualquer coisa...

– Sinto falta da minha mãe que morreu quando eu tinha sete anos. – WHOA... pesado. Porém fiquei feliz dela compartilhar algo dessa profundidade comigo.

– Eu sinto muito pela sua mãe. Espero que aqui você possa se divertir um pouco e esquecê-la as vezes. – eu não sabia o que dizer em momentos como esse, ou em qualquer momento na verdade.

– Obrigada.

– Hm, nosso tempo acabou. Eu quero que você pense em algo que te deixaria feliz para fazermos no nosso próximo encontro. Tudo bem? – ela me deu um meio sorriso.

– Tudo bem, obrigada. Tchau alteza.

Metade já foi! Apesar de alguns erros cometidos acho que fui bem. Olhei para o outro lado do salão e o Julian parecia se divertir fazendo isso, juro que depois ele tem que me ensinar a ser sociável. As selecionadas dele pareciam super felizes e as minhas... Bom, no geral até que pareciam bem. Garota da pose sexy se aproximando.

– Olá Caroline. – ela vestia um vestido rosa claro delicado que marcava seu corpo nos lugares certos. Estava com os cabelos castanhos presos em um complexo penteado.

– Oi Shalom, quer dizer, alteza.

– O que achou do palácio?

– Muito lindo. Fiquei encantada, muito diferente do que estou acostumada.

– Porque? A qual casta você pertence?

– Quatro, mas não posso reclamar. Nossa casa também tem seu charme. – otimista ela. Sempre vê o lado bom das coisas e pessoas, acho que ela poderia ver um lado bom em mim.

– Você tem irmãos?

– Sim, uma irmã gêmea e um irmão mais novo. – algo que eu não esperava, ela deveria saber o que eu passei todos esses anos.

– Vocês são gêmeas idênticas?

– Não... – eu fiquei um pouco desapontado.

– Ela também se inscreveu na seleção?

– Sim, porém não foi sorteada. Acho que eu sou a mais sortuda afinal... – trocamos um sorriso.

– Sim, suponho que sim. Bom, nosso tempo acabou. Espero que o palácio continue te encantando.

– Com certeza ele vai. Até mais alteza.

A cada selecionada que vem eu fico mais aliviado porém, apreensivo. Eu não sei o que conversar com elas! Alguém me ajuda por favor? Se aproximava uma garota de cabelos castanhos jogados em um só ombro e os olhos cor de chocolate. Sua boca estava apertada em uma linha. Ela estava com um vestido cinza que marcava as poucas curvas que tinha.

– Príncipe Shalom.

– Olá Elissandra. – ela estava muito bonita.

– Você está bem? Ontem fiquei hm, preocupada...

– Eu estou melhor. Amberly me confinou na enfermaria e só pude sair hoje de manhã. – ela soltou um risinho baixo.

– A rainha América ficou tão preocupada... E para completar começamos a fazer um escândalo no corredor, foi um caos. – na perspectiva dela o evento foi engraçado e não humilhante, gostei.

– Sim... O episódio foi um desastre. Espero que a primeira impressão que vocês tiveram de mim não seja esta.

– Claro que não. Todos passam mal, você não está imune apenas por ser príncipe. – essa doeu. Ela percebeu que passou dos limites – me desculpa, não foi a intenção ...

– Está tudo bem, você tem razão. Não estou imune. Obrigada por compreender. – lhe dei um sorriso tranquilizador. Ela pareceu aliviada.

– Eu tenho que aprender a controlar minha boca.

– Então somos dois. Infelizmente, nosso tempo acabou. Conversamos mais da próxima vez.

– Sim alteza. Tente não desmaiar pelos corredores do palácio. – foi embora com um sorriso triunfante no rosto.

A selecionada que se aproximava estava com um vestido verde que realçava seus olhos azuis-esverdeados quase no tom do vestido. Sua boca estava pintada em um tom de rosa e seus cabelos cacheados caídos sobres os ombros. Ela estava muito bonita.

– Olá Katerina.

– Príncipe Shalom. – seu modo de falar exalava elegância.

– Tudo bem com você?

– Estou bem e espero que você também alteza.

– Sim, estou. Obrigado. – seus olhos estavam fixados no outro lado da sala. Primeiro pensei ser em Jules, depois de reparar vi que era além dele, nos jardins.

– Você gostou dos jardins? – ela me olhou surpresa.

– É tão óbvio assim?

– Você não para de olhar para o outro lado do cômodo. Ou você se arrependeu de se inscrever na minha seleção e queria ser uma das selecionadas do Julian ou está apreciando os jardins. – ela sorriu.

– Segunda opção. Porque eu estaria arrependida? Você até agora se comportou como um cavalheiro segundo as outras. – arregalei meus olhos.

– Então elas não estão decepcionadas?

– Não.

– Que alívio, então não sou uma completa negação. – sua atenção agora estava em mim, fiquei sem graça. – Quanto aos jardins, eu posso te levar lá se você quiser...

– Agora? – ela parecia realmente feliz.

– Infelizmente não porque não temos tempo, mas no nosso próximo encontro. – ela parecia um pouco desapontada porém saber que eu iria a levar nos jardins a deixou feliz.

– Então até nosso próximo encontro príncipe.

– Até.

O chocolate que a Julieta havia me dado já não disfarçava minha fome mais. A loira que se aproximava caminhava com confiança, vestia um vestido amarelo que continha uns bordados pretos na gola. Seus cabelos estavam parcialmente presos e seus lábios brilhavam, ela estava realmente linda.

– Príncipe Shalom.

– Olá Beatrice, como você está?

– Bem. – ela não iria perguntar como eu estava? Franzi o cenho pela resposta rápida – Não irei perguntar sobre ontem se é isso que você está pensando. E nem se você está bem porque mesmo que não estivesse você iria estar aqui de qualquer jeito e falaria que está ótimo. – o que tem de errado com essa garota?

– Você é psíquica? – falei sarcasticamente com uma cara de espanto.

– Não meu amor, só estou ciente da sua posição. E não sou igual essas garotinhas que acham que isso é um conto de fadas, porque você claramente está longe de ser um príncipe encantado. – Juro que ela não é normal. Eu não disse nada!

– Para você é Príncipe ou Alteza, querida. – calma Shalom, paciência. – E a não ser que você queria ir embora no primeiro dia, peça desculpas. – ela estava muito nervosa. Acho que pensou em xingar depois fechou os olhos e ficou assim por uns 10 segundos. Então me olhou e disse com um sorriso gentil:

– Se você não estivesse aqui, onde gostaria de estar? – Sem pedido de desculpas? A pergunta me atingiu porque eu já havia pensado nisso, então resolvi deixar passar a falta de respeito que ela demonstrara.

– Acho que gostaria de viajar pelo mundo e ir em um lugar, aqui em Illéa, que antigamente era um parque temático, queria saber o que aconteceu com ele. – ela esbugalhou os olhos.

– Sério? Bem, eu venho dessa cidade, Orlando, e eu posso te falar que é uma pena o que aconteceu com o parque. Meu sonho é ver uma foto dele de como era antes.

– Bem isso eu posso realizar apesar de não possuir uma bola de cristal como você. – ela sorriu e esqueceu da parte em que eu a ofendi.

– Eu adoraria ver, se você puder me mostrar.

– Tudo bem, no nosso próximo encontro então.

– Combinado, chateza real.

Apesar de atrevida ela era divertida e desafiava minha personalidade explosiva. Ela deu sorte de me pegar em um dia bom. A última selecionada se aproximava de onde eu estava. Ela usava um vestido vinho sem mangas e rodado. Seus cabelos loiros estavam presos em um penteado e seus olhos de um azul profundo me encaravam. Como ela era bonita.

– Olá Maia. – eu conhecia ela de algum lugar.

– Príncipe. – ela era muito comedida. Seus traços me lembravam uma agente da inteligência do palácio.

– Por acaso você tem parentesco com Sophie Harris White? Vocês se parecem muito.

– Ela é minha mãe. – então era isso.

– Seu pai então é o general Thomas, nós trabalhamos juntos. – ela não parecia muito feliz por eu conhece-los. – Eu disse algo errado?

– Não. Só o seu exército que me fizeram ser criada por empregados e coisas do tipo. – essas duas últimas selecionadas estavam sendo difíceis.

– Não é minha culpa. Eu não os mantenho prisioneiros aqui.

– É como se fossem, porque eu só os vejo nas datas festivas e aniversário.

– Eles estão ajudando a manter o país seguro para todos. Eu acho a profissão honrada.

– Eu já experimentei essa tal segurança e te garanto que não é boa. – Anotação mental, não se meta com mulheres loiras. O que será que ela quis dizer com isso?

– Senhorita Maia, eu peço que você se acalme, porque minha paciência tem limite. – ela pareceu envergonhada.

– Tive uma péssima noite. Me desculpe. – ela foi sincera nas palavras.

– Tudo bem, eu compreendo. Eu poderia fazer algo para você se sentir melhor?

– Me levar para um passeio de bicicleta seria bom. – ela me deu um sorriso fraco.

– Ok, ficarei feliz em te levar. – eu acho que essas selecionadas iriam me ensinar a ser mais condescendente, o que qualquer cara não faria por um rosto bonito?! – agora vamos tomar café.

Ela se levantou e caminhou até sua mesa. Me levantei exausto, acenei mais uma vez para as selecionadas e caminhei em direção ao Grande Salão, minhas energias tinham sido drenadas. Essas selecionadas vão me testar em todos os aspectos. Minha batalha estava apenas começando.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado do capítulo e mais uma vez me perdoem pelo tamanho >< Continuem lendo,comentando e favoritando e eu gostaria muito de uma recomendação... *o*
Muito obrigada por lerem!
Beeeijos - Nat :*



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