Um Presente escrita por Enchantriz


Capítulo 1
Capítulo 1: Um Presente




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O dia amanhecia nublado nos campos de batalha de League of Legends com a grande vitoria do time da base vermelha. Cansados, o grupo retornava a sua base de brutos cristais vermelhos e de enormes torres detalhadas em dourado. Subindo a pequena escadaria, Varus, conhecido por ser a Flecha da Vingança, olhou serio ao redor vendo os seus aliados espalhados antes de voltarem para suas terras.

- Parece que estão todos aqui, menos...

- Zed! – a Soberana Sombria o interrompeu. – Onde esta o Zed!? – perguntou autoritária.

- Ele ainda não voltou? – a voz de Hecarim, a Sombra da Guerra ecoou.

- Ele não vai voltar nem tão cedo, vocês sabem disso. – avisou Thresh, o Guardião das Correntes cruzando os braços. – Esqueceram que é o Shen quem esta lutando contra ele? – os lembrou. – Aposto que eles não vão perder a oportunidade de se matarem, é obvio! Aqueles dois não presta juntos.

- Aquele idiota...! – Syndra apertou os dedos irritada. – Eu vou atrás dele.

- E-Ei! Você acabou de sair, não pode voltar lá de novo! – avisou Varus tentando a impedir.

A maga o ignorou ao sair andando em direção a floresta, levantando a mão em um aceno.

- Não me diga o que devo e o que não devo fazer, Varus. Eu faço o que eu quero. Deixe que tentem me impedir. – respondeu desaparecendo por entre as arvores. Ela correu pela lateral de um riu que levava até as torres superiores. – O que aquele imbecil pensa que esta faz-- – parou boquiaberta, os olhos arregalados.

O Mestre das Sombras caminhava bambo com metade de uma lamina de espada cravada perto de seu peito, o sangue brilhando por sua roupa preta cheia de cortes, deixando um rastro por aonde vinha.

- Z-Zed! – berrou indo até o ninja, lhe dando apoio ao passar um de seus braços por seu ombro.

- Eu estou bem. – murmurou se apoiando na maga. – Eu só preciso descansar alguns segundos...

Syndra ajudou Zed a sentar encostado no tronco de uma árvore. O ninja respirou fundo tentando suportar a dor.

- Aguente só mais um pouco, eu vou curá-lo.

- Não. – segurou a mão da jovem. – Pare com isso, por favor. Eu não preciso dos seus poderes. Você não vai fazer nada. – alertou serio. – Prometa!

- Eu prometo... – murmurou sem gostar da ideia.

- Ótimo.

Ele retirou a lamina da espada a jogando em qualquer canto, arquejou com a dor perto de seu peito abaixando um pouco a cabeça, sua vista estava embaçada o obrigando a fechar os olhos pesados por alguns segundo.

- Zed! Ei, Zed!!! – chamou preocupada ao vê-lo inconsciente. Syndra colocou as mãos na ferida tentando parar o sangramento que escorria incontrolável por seus dedos. Por um instante, se arrependeu de ter lhe dito que não o curaria, sabia que naquele momento poderia fazer o que bem quisesse para ajudá-lo, mas não seria a escolha certa. O desespero subiu-lhe a garganta quando sentiu a fraca respiração de Zed. – Zed fala comigo... – pediu com o coração apertado o olhando ainda imóvel. – Zed! Levanta! – voltou a chamar o chacoalhando. – Eu preciso de você... – seus olhos encheram-se de lagrimas. – Por favor, não me deixa... – implorou entre as lagrimas que escorriam por sua bochecha, apertando os dedos nas mangas da camisa preta. – Eu não quero ficar sozinha, por favor... – encostou a testa em seu ombro chorando alto.

De repente, Zed colocou a mão no rosto da maga limpando as lagrimas de sua bochecha a qual sujou um pouco com o sangue em seus dedos.

- Eu nunca faria isso. – falou devagar. – Pare de chorar! Eu não vou morrer assim tão fácil. – sorriu por debaixo da mascara. – Escute, Syndra... Você tem que sair daqui.

- Eu não vou a lugar algum sem você.

- Você vai! Eu prometo que vou encontrá-la assim que acabar com o Shen.

- Não! Voc--

- Zed... – ouviram uma baixa voz masculina ao fundo.

Zed olhou para trás vendo Shen, o Olho do Crepusculo, o qual um dia chamou de amigo. O ninja trajado de azul respirava com dificuldade se apoiando em uma árvore, estava com as vestes ensangüentadas e um pedaço de sua mascara rasgada. Apesar de seu estado, Shen observava enraivecido seu inimigo.

- O que a Soberana Sombria esta fazendo aqui? – perguntou analisando a maga.

- Ela não tem nada haver com isso, Shen. – disse firme ao tentar levantar quando sentiu uma mão o puxar de volta.

- Ah, eu tenho sim. – respondeu Syndra seria ao piscar os olhos prateados os transformando em um tom de roxo quase negro. – Eu vou te mandar para o inferno! – olhou com ódio para o outro ninja que sentiu um arrepio.

O chão começou a tremer com a pressão do ar formando varias rachaduras pelo solo esverdeado, quando a Soberana Sombria levantou com a posição ereta uma forte ventania se formou pelo local trazendo carregadas nuvens negras de tempestade. Espantado os dois homens, eles observaram em choque a maga enfurecida remexer os dedos envoltos por uma leve nevoa roxa, trazendo do solo suas três esferas negras que a rodearam enquanto ela caminhava calmamente até o inimigo.Tremulo com o suor escorrendo frio, Shen tentou dar um passo para trás, mas seus pés não conseguiam se quer mexer os dedos. Apavorado, sentia o estomago embrulhar junto com o enjoo a cada passo que Syndra dava.

- Q-que poder... – pensou Shen paralisado.

- O que foi? – disse a Soberana em um largo sorriso nos lábios avermelhados. – Tem medo do escuro?

- Syndra não façaisso! – berrou Zed inutilmente.

Ignorando o amigo, ela estendeu um dos braços em direção a Shen, fazendo em segundos suas esferas se unirem como uma corda envolta do pescoço do homem, o enforcando ao mesmo tempo em que a magia negra entrava lentamente por sua pele, possuindo suas veias. A magia queimava e corroía a pele de seu pescoço até seu rosto. Shen gritaria agonizante se tivesse forças para isso no meio do medo que o possuía.

- Não se meta no meu caminho. – avisou remexendo novamente os dedos, os fechando devagar enquanto enforcava cada vez mais o ninja que se debatia no ar.

A maga o olhava friamente perder os sentidos, quase se divertindo internamente com o desespero do ninja, mas em um rápido movimento, Zed passou um dos braços pelo pescoço de Syndra e colocou a mão em seu rosto tampando sua respiração, a deixando em segundos inconsciente. Shen caiu no chão tossindo ao respirar ofegante retirando a mascara azul, mostrando seus bagunçados cabelos claros nos olhos dourados, o rosto pálido.

- Você... – disse quase inaudível recuperando o ar.

- Não pense que fiz isso por você. – disse o ninja de preto e vermelho pegando a maga desacordada nos braços antes de dar as costas ao antigo amigo.

- Espere! – berrou voltando a tossir. – Esse poder... – iniciou. – O quanto ela pode fazer com esse poder!?

- Ela esta a salvo comigo, não se preocupe. – o ignorou continuando a andar.

- Zed! Não me ignore! Você sabe, não é? Se você a parou é porque você sabe que ela é uma bomba relógio! – voltou a berrar fazendo Zed parar. – Você não vai conseguir pará-la! Você tem que me deixar levá-la daqui. – falou serio. – Você sabe que eu posso ajudá-la. Pense bem, ela é um perigo a todos nós!

O Mestre das Sombras olhou para o roso adormecido da maga. Shen não estava mentindo, sabia que se a Soberana perdesse o controle algum dia todos estariam condenados, mas o único modo de salvá-la do descontrole seria a entregando para os monges ionianos a trancafiarem com sua magia. Ele suspirou pesado, sentindo mais que a simples dor no peito.

- Chegue perto dela, – olhou enraivecido para seu antigo amigo. – e você verá do realmente sou capaz, Shen. Não me desafie nisso. – avisou voltando a caminhar.

- Zed!

Ele caminhou tranquilamente até a base de grandes cristais vermelhos quando Syndra abriu os olhos.

- Você esta bem? – perguntou ao colocar a maga no chão.

Syndra levantou a mão estalando os dedos na mascara de ferro do ninja que arregalou os olhos surpreso.

- Se eu estou bem!? – repetiu irritada. – Você só pode estar brincando! Você me atacou! Como pode!?

- Foi para o seu bem. – explicou normalmente. – Você estava descontrolada.

- Eu tinha tudo sob controle!

- Então me diga, o que você acabou de fazer? – a enfrentou com a voz elevada.

- Eu... – ela parou pensando por alguns instantes. – Eu não lembro...

- Como eu diss-- – foi interrompido por outro tapa da maga em sua mascara. – Mas que diab--

- Eu confiei em você... – o olhou entristecida, balançando a cabeça inconformada. – Argh! – saiu andando lhe dando as costas, os cabelos balançando de um lado para o outro.

- Syndra! – chamou.

- Vai pro inferno. – respondeu calmamente sem olhar para trás.

O ninja viu a garota se afastar, sumindo ao subir a escadaria da base central, mas uma gargalhada alta o chamou a atenção.

- Parece que você irritou a pessoa errada, meu amigo. – disse Thresh zombeteiro, ainda na base. – Estava esperando para ver no que ia dar esse circo todo. – sorriu.

- Tsc! Ela é teimosa demais. – saiu andando.

- Ei, – chamou. – acho melhor ficar de olhos bem abertos na garota. – disse serio. – Você sabe do que estou falando.

Zed nada respondeu apenas se retirou do local e se pôs a procurar por Syndra que já tinha ido embora. Podia sentir seu desprezo por ele a quilômetros. Desistindo, ele colocou a mão sob a ferida no peito. A ferida não doía mais, no meio daquela loucura toda teve que superar rápido a dor antes que uma tragédia maior acontecesse naquele campo de batalha. Embora sentisse culpado, não é como se não fosse fazer aquilo de novo se fosse preciso. Zed estava disposto a arriscar tudo para manter a salvo a única pessoa a quem tinha sua confiança e lealdade... mesmo que para isso tivesse que permanecer longe.

Uma semana se passou desde que o Mestre das Sombras havia brigado com a Soberana Sombria em League of Legends. Os dias não lhe permitiam ter coragem para encarar a maga depois do erro que cometeu, mas em tarde ensolarada, após uma vigia rotineira ao redor com seus subordinados, Zed se deparou com algo um tanto incomum por suas terras. Algo quase o cegava com seu brilho embaixo das folhagens de outono. Ele se aproximou pegando do chão uma pequena pedra ametista que brilhava com os raios do sol, o fazendo pensar imediatamente em Syndra que tinha em seu elmo uma pedra semelhante, porém mais valiosa e poderosa.

- Me pergunto se ela ainda esta com raiva. – pensou analisando a joia quando alertou-se ao ouvir um pequeno ruído.

Rapidamente, ele pegou uma shuriken jogando-a em um pequeno monte de folhagens. E para a sua maior surpresa, dali saiu um bichinho peludo e branco como a neve, um poro.

- Hãn!? O que você esta fazendo tão longe de Freljord? – perguntou-se olhando o bicho branco correr em círculos em seus pés. – Xó! – fez o gesto com a mão para que o bicho fosse embora quando voltou a caminhar. – Aaah... – bufou ao perceber que o animal o seguia. – Quer sair do meu pé! – berrou irritado.

Zed olhou para os lados a procura de alguém que pudesse ser seu dono, mas não tinha ninguém, era apenas ele e o pequeno animal empolgado.

- Eu não posso ficar com você. – reclamou o olhando. – A Ordem das Sombras vão te fatiar em menos de dois segundo. – cruzou os braços, pensativo. – A não ser que... – suspirou pesado colocando a mão no bolso e olhando a pequena pedra ametista. – Acho que sei com quem você pode ficar.

O Mestre das Sombras pegou o animal e teleportou-se até a imensa ilha flutuante nos céus de Ionia, para o templo onde vivia a Soberana Sombria.

- Syndra? – chamou caminhando pela trilha de pedras, indo em direção a grande porta.

Não demorou até a maga o recepcionar atirando suas esferas negras em sua direção, o fazendo desviar em segundos vendo a pressão das esferas ao atingir o chão repleto de rachaduras em volta.

- Você está louca!?

- Vá embora! – vociferou aparecendo em frente ao homem. – Essa é a ultima vez que eu aviso. Se você não sair daqui agora eu te garanto que a próxima não vou errar. – ela se aproximou o encarando seria com as mãos na cintura, as três esferas a rodeando.

- Me escute apenas por um momento. – pediu.

- Me de um bom motivo para não arremessá-lo lá embaixo?

- Eu... – se enrolou com as palavras. – Desculpe! – disse rápido estendendo as mãos que seguravam um poro com uma pequena pedra ametista pendurado no pescoço.

- Hãn? – Syndra piscou os olhos surpresa com o animal antes de dar um agudo grito animada. – Mais que coisinha mais fofa! – pegou o animal com os olhos brilhando, mas se lembrou de onde o animal vinha. – Você foi até Freljord só para pegar ele para mim? – perguntou.

- Não. Eu o encontrei quando estava vindo para cá. – disse sincero. – Eu sinto muito por ter te magoado aquele dia, Syndra. Nunca me passou pela cabeça trair sua confiança, acredite.

Ela o olhou fundo em seus olhos rubis e suspirou.

- Esta tudo bem... – sorriu gentil. – Desde que eu possa ficar com ele! – esfregou o animal na bochecha, o apertando.

- Claro, ele é seu. – sorriu sentindo-se aliviado.

- Que nome a gente pode dar para ele!? – perguntou animada.

- Como assim a gente? Ele é seu, escolha o que quiser. – respondeu direto.

- Foi você quem me deu ele, me ajude a dar um nome! – exigiu.

- C-certo. – cruzou os braços pensativo. – O que acha de bolinha?

- Não.

- Branquinho?

- Não.

- Peludo?

- Não.

- Neve?

- Você é péssimo para dar nomes! – comentou.

A maga analisou o poro deitado em seus braços, mas focou os olhos na pequena pedra roxa que brilhava.

- Hunm... Acho que Ametista parece melhor.

- Se você diz. – deu de ombros observando a jovem brincar com o poro.

Não tinha imaginado que Syndra fosse gostar tanto do pequeno animal, muito menos que iria perdoá-lo pelo que fez.

- Ei, Syndra. – chamou tendo a atenção de seus olhos prateados como a lua. – O que acha de jantar fora mais tarde?

- Hunm... Esta me chamando para sair? – o provocou com um sorriso malicioso nos lábios.

- Sim. – respondeu normalmente.

Syndra o olhou em silencio, surpresa, não tinha imaginado que Zed estaria falando serio. Ela se aproximou ainda mais dele colocando o dedo na armadura em seu peito.

- Se você me fizer aquilo de novo, eu jur--

- Jamais. – disse deslizando os dedos pelo rosto da maga que corou levemente as bochechas e desviou os olhos irritada ao mesmo tempo em que se sentia sem jeito. – Te pego as oito. Certo? – ele virou seu rosto a fazendo o olhar.

- Eu odeio quando você me toca. – resmungou sentindo o rosto queimar e o coração ficar mais acelerado. – Esta bem, eu vou. – afastou o rosto das mãos do homem.

- Bom mesmo. – disse antes de lhe dar as costas.

- O que disse!? Ei! Volta aqui! Zed! Zed! Ora seu...!


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Notas finais do capítulo

Desculpe se ficou meio confuso a parte dos poderes da Syndra, ainda to pegando o jeito, kk'... fiz mais essa fic por causa da imagem que vi dela segurando um poro, então tive que escrever! XD ... espero que tenham gostado, =)