–-----------UM ANO DEPOIS--------------

Ferdinando voltava para casa depois de mais um dia de trabalho nas terras do pai, que finalmente havia aceitado os serviços do filho. Seus conhecimentos ajudaram coronel Epaminondas a ter uma das melhores safras de toda a sua vida. Seu Pedro também continuava usufruindo das habilidades do genro, assim como da ajuda da filha, que só parou de trabalhar durante o resguardo.

Sim, não demorou muito para Ferdinando e Gina aumentarem a família, afinal, depois da noite de núpcias, não teve dia ou noite – e às vezes dia E noite – que o fogo não crepitasse. Fosse no quarto, na sala, no banheiro da casa onde passaram a morar – eles preferiram viver em moradia própria – ou no meio da plantação,os dois juntos eram como acender uma fogueira gigantesca. Gina passou a ser insaciável, e Ferdinando adorava essa nova faceta da esposa. Apesar de brigarem de vez em quando, eles sempre voltavam às boas “de um jeito especial”. E todos diziam que não existia casal mais feliz que aqueles dois, apesar de não saberem ao certo qual era a “receita” que os mantinha tão unidos.

O rapaz passou pela venda do seu Giácomo, e foi até a casa de seu Pedro Falcão, sorrindo ao ver logo Gina com um dos gêmeos no colo. Juliana estava com o outro bebê, com seu Pedro brincando de esconder o rosto, fazendo a criança rir, e dona Tê balançava-se em sua cadeira, feliz da vida. Os bebês, um casal, haviam herdado a cabeleira ruiva da mãe, mas só o menino herdara os olhos do pai.

– Oi, Ferdinando! – disse Gina – Olha, é o papai! Dá oi pro papai!

Ferdinando se apressou em se juntar a todos. Gina vestia a mesma roupa de quando o marido a vira pela primeira vez, meio masculinizada, mas definitivamente mais feminina, como ele bem sabia, e os cabelos cacheados soltos ao sabor do vento. Ele viu o brilho dos olhos dela e não viu mais nada, só queria estar perto dela, uma hora longe de Gina era quase uma eternidade. Como ele vivia dizendo, só existia um lugar em que ele queria para sempre estar, e esse lugar era ao lado de sua jaguatirica.

– Meu amor – disse Ferdinando – aqui estou de volta pr'ocê!

– Seja bem vindo, meu engenheirínhu! – sorriu Gina.

E como para atestar tamanha felicidade, Ferdinando e Gina uniram os lábios num esplêndido beijo...

E lá do alto de um telhado, o galinho Bené cantava, em homenagem a tão grande Amor.
–
–
–
FIM