Vigésimo Terceiro Capítulo - Lucy do Futuro

Uma Lucy do futuro, aquilo era estranho demais para a cabeça de Eiko, se bem que coisas estranhas viviam acontecendo com a Fullbuster. Ela não conseguia pensar com muita clareza, talvez fosse por causa da pancada que levou quando foram separados, ou fosse meramente por não conseguir engolir duas Lucys em um mesmo lugar.

Todos estavam dentro do castelo, porém parados. A Lucy futurística havia desmaiado e esperavam que a loira acordasse para esclarecer tudo. A Lucy original estava ajoelhada, com a cabeça da sua cópia futura em suas coxas, achando tudo aquilo tão estranho quanto a própria Eiko.

Assim que a futurista acordou, Natsu questionou o motivo da garota ter voltado no tempo e a resposta que ela deu não agradou Eiko. Dragões atacando o país todo era algo tão lúdico que a cinzenta não conseguiu imaginar.

Engolindo em seco prestou mais atenção no que a loira falava, mesmo com todos falando ao mesmo tempo assustados e preocupados.

— Pessoal, vocês acreditam em mim? – A futurista perguntou assustada. Então todos pararam de falar e Eiko engoliu em seco mais uma vez. Era mentira? Devia ser, pois dragões já haviam sido extintos a muitos anos.

— É mentira? – Natsu questionou preocupado. A outra Lucy começou a gesticular e a negar a pergunta. Não estava mentido e cada palavra que a loira falava Eiko sentia suas costas ficarem mais pesadas.

Todos iriam morrer de acordo com o relato da outra Lucy e então Eiko se sentou no chão, não aguentando mais o peso do próprio corpo. Ela não conseguia entender nada daquilo. Dragões? Para ela era mais fácil lutar com um exército inteiro do que com dragões.

— Nós vamos dar um jeito – Natsu disse se abaixando próximo da futurista e beijando sua testa carinhosamente. Eiko não deixou de sua mente criar imagens românticas do casal. Tinha esperança que eles ficassem juntos no futuro, porém caso o que a outra falava era realmente verídico, não existiria futuro para nenhum deles.

A Fullbuster se ergue então e mordiscou o lábio tentando pensar em alguma solução. Precisava encontrar Hide se aquele fosse o caso e usar da magia mais poderosa que o mago mercenário possuía.

— Isso pode ser coisa da Azumi – Eiko disse franzindo o cenho ao se lembrar do poder da antiga companheira. Todos então olharam para a cinzenta, incluindo a Lucy do futuro – Azumi tem muito poder, ela conseguiria produzir uma ilusão desse tipo. Deve ser ela!

— Não é – a loira disse quando Natsu se afastou dela – A prisão é destruída quando os dragões aparecem e Azumi não resiste. Caso fosse o caso a ilusão iria desaparecer, não iria? – A futurista perguntou segurando as próprias mãos. Estava tão aflita por não conseguir dar mais informações uteis para o grupo, que marcas de ansiedade apareceram pelos seus braços.

O sol se punha quando Gajeel havia terminado sua luta contra Rogue. O mais novo falava sobre como a Fairy Tail era forte, sobre o passado da guilda e como eles iriam ser de agora em diante, mostrando o tamanho poder deles.

Gajeel teve um sorriso estampado no rosto ao dizer:

— Aquele sapo é seu amigo não é?

Rogue demorou para entender do que ele estava falando, até se levantar e contrariar o mais velho, dizendo que Fro era um gato.

— Na verdade, é um Exceed, né? – Gajeel disse e então Rogue sorriu pela primeira vez no dia. Sim o Fro era seu amigo e iria fazer de tudo para protege-lo.

E então uma voz começou a ecoar na mente de Rogue. Aquilo o assustou e o preocupou, pois ela não lhe pedia coisas simplesmente por serem legais. Pedia pela destruição e Rogue não desejava aquilo.

— Quem é que está falando? Quem é você? – ele perguntou e Gajeel deixou uma das sobrancelhas metálicas se arquear, sem entender o que acontecia com o mais novo.

Porém infelizmente Rogue não estava ficando apenas louco, como Gajeel pensou no momento. Aquele era o início de uma grande destruição.

Enquanto todos corriam pelo Castelo, Eiko não deixava de pensar em como estariam todos fora de lá, batalhando pela guilda. Amizade fora algo que Eiko nunca teve ao longo de sua vida, a não ser Hannah e sua família, porém não pode considerar aquilo uma amizade duradoura, pois a Angel Tail interferiu.

Eles seguiam a outra Lucy, que dizia saber um caminho para não serem pegos pelo exército real, porém ao saírem do corredor e entrarem em um outro, mais claro e cheio de janelas, os guardas já os esperavam por ali.

— Não se preocupem – Natsu disse e Eiko rapidamente colocou a mão sobre a vasilha de argila, preparada para lutar. Ouviu as garotas atrás de si falarem sobre o desaparecimento do militar e da Yukino, porém sua preocupação não os envolvia.

— Não vou deixar ninguém machucar vocês – Eiko disse rangendo os dentes e retirando um filete d’água da vasilha e dando uma rasteira nos primeiros soldados que marchavam em direção a eles.

Golpes, socos, magia e cada vez mais soldados apareciam para impedir que o grupo avançasse. A testa de Eiko pingava, porém aquilo não era nenhum pouco ruim para ela, pois seu suor poderia servir como pequenas agulhas caso em alta velocidade.

— Vocês estão presos – uma voz aguda entre os guardas assustou a cinzenta, que não parou de derrubar o inimigo com água. Ela sabia que não iria sair impune de tudo que aconteceu, porém não poderia ser presa naquele momento. Precisava ajudar os outros.

Quando os soldados pararam de aparecer e os únicos em pé eram os magos da Fairy Tail e ela, finalmente começaram a correr mais uma vez, para fugir do castelo e impedir a aparição dos dragões.

Enquanto recuava não soube o porquê de Lyon aparecer em sua mente. Mordeu fortemente o lábio na tentativa de retirar o rapaz da cabeça, porém mais ela tentava fazer aquilo, mais se lembrava de como ele havia sido bom ao encontra-la no banheiro.

Assim que foram encurralados novamente, a quantidade de soldados parecia ter triplicado. Porém aquele não era o único problema, os Cavaleiros Lobos Famintos havia os alcançado e eles teriam que lutar contra eles e os soldados ao mesmo tempo.

Eiko viu seus companheiros, se poderia chama-los daquele jeito, lutar contra os Cavaleiros mais uma vez, enquanto ela impedia que os soldados tentassem golpear um deles desprevenido. Estava começando a se cansar e a fadiga fazia seus pulmões buscarem por mais ar.

Ela não queria de controlar o sangue de ninguém, não queria ter de usar aquele tipo de magia nunca mais, porém se aquele era o único jeito de protege-los, ela o faria mais uma única vez.

— Blood Control – ela gritou com as duas mãos estendidas, com os braços esticados em horizontal. Todos os guardas que atacavam, ou apenas observavam a batalha dos Cavaleiros contra a Fairy Tail congelaram e começaram a se abaixar e encolher.

Eiko estava controlando os movimentos dos soldados para que eles ficassem parados até o fim da batalha. Porém alguém segurou seus braços, os puxando para trás e prendendo suas mãos. Não conseguiu ver quem era, porém ouviu a voz de Arcadius próxima de seu ouvido falando em auto e bom tom:

— Eiko Fullbuster, você está presa por ajudar a guilda Angel Tail em seus crimes hediondos.