Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 4
Blame it on the alcohol


Notas iniciais do capítulo

sim, eu demorei muito... Mas para compensar minha falta, hoje o capítulo é bem grande o/
Boa leitura!



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_ Está tudo bem, Quinn? _ Santana perguntou vendo que a garota ficou em silêncio depois que encerrou a ligação.

_ Estou sim. _ Passou as mãos sobre o cabelo. _ Eu, eu tenho que buscar Rachel, uma colega da faculdade, ela não está bem. _ Quinn disse tão rápido que Santana teve que se esforçar pra entender.

_ Calma. _ Segurou Quinn que andava de um lado para o outro. _ Vou pegar um pouco de água para você.

_ Obrigada. _ Disse Quinn mecanicamente.

Era o certo a se fazer, não era? Quinn questionava-se. Ela não iria deixar uma pessoa passando mal só porque detestava-a. Quinn tinha essa qualidade, sabia separar as coisas de forma sensata. Nem todo mundo é de todo ruim ou todo bom. Sempre existe esses dois lados nas pessoas, cabe a elas optar pra que lado seguir.

Quinn foi até ao seu quarto, abriu seu closet, e pegou um casaco para caso esfriasse. Esse ato a fez lembrar de seus pais e da super proteção que eles tinham sobre ela. Mesmo estando aflita com toda a situação ela se pegou sorrindo com o gesto, amava os pais apesar de tudo que viveram no passado. Quinn se orgulhava de ter herdado os olhos da mãe assim como se orgulhava de ter herdado a determinação do pai, ela tinha orgulho deles, eram eles que não tinham o mesmo sentimento. Os pais dela não eram perfeitos e ela sabia disso, porém Quinn era esperançosa, sonhava em um dia voltar a sua casa e ser recebida com sorrisos orgulhos de seus pais.

Quando passou em frente ao espelho levantou o rosto e ficou observando a própria imagem. Era bem diferente da menina de oito anos que um dia fora e mais ainda da menina de quinze anos que preferia ficar com o cachorro Freddie do que com os amigos. Era diferente e isso a assustava às vezes. Quinn sentia que havia muito das duas meninas nela. Havia a inocência da menina de oito anos, o destemor da menina de quinze e a maturidade da garota/mulher que seus olhos podiam enxergar naquele momento.

A fragilidade em si era algo que Quinn conhecia muito bem, porém evitava externar pelo simples motivo que se fizesse uma só vez seria quase impossível conte-la. Lágrimas tem o costume de cair delicadamente por nossas faces quando se trata de alegria ou tristeza. Entretanto, quando se trata de saudade elas não fazem o mínimo favor de serem educadas, vem em forma de água só pra dizer que por dentro não conseguiram apagar o fogo da dor que queima no peito.

Ela limpou com o dorso da mão, rapidamente, a única lágrima que deslizou por sua face e saiu do quarto encontrando Santana encostada na soleira esperando com um copo d'água em mãos.

_ Eu fiquei preocupada, você demorou. _ Santana confessou quando notou a presença de Quinn.

_ Eu vim pegar um casaco.. Mas eu não estava conseguindo acha-lo. _ Mentiu Quinn.

Santana percebeu que a garota não queria entrar muito no assunto. Balançou a cabeça positivamente e entregou o copo d'água para Quinn.

_ O endereço que te deram é muito longe daqui? _ Santana perguntou quando chegaram a sala.

_ Acho que não, fica nessa boate aqui. _ Quinn mostrou o endereço para a latina.

_ É aqui perto, eu estou de moto, te levo lá.

_ Não precisa se incomodar, Santana, eu pego um taxi..

_ Não é incomodo, loira. Vamos logo porque senão a tal de Rachel piora. _ Santana pegou sua bolsa.

_ Até você?

_ Eu o quê?

_ Deixa pra lá.

Sobre andar em duas rodas: Quinn não aprovou. Santana guiava a moto com bastante maestria, mas isso não a deixou tranquila. Quinn tinha a sensação que a cada curva elas derrapariam e se chocariam contra o asfalto. A garota deu graças a Deus quando Santana parou em frente a boate. Quinn afrouxou o aperto que mantinha firme sobre a cintura de Santana e saiu de cima da moto apreciando o contato que seus pés tiveram com o solo novamente.

_ Você vai entrar, Santana? _ Perguntou Quinn.

_ É claro que sim. Tenho quase certeza que você nunca entrou num lugar desse antes, não vou deixar você entrar sozinha. _ Santana desligou a moto e tirou o capacete.

_ Você está certa. Meus pais nunca permitiram e também não é muito a minha. _ Explicou Quinn.

_ Imaginei.

_ Obrigada mesmo, Santana. _ Quinn se virou e começou a andar em direção a entrada, mas parou quando escutou a risada de Santana.

_ Eu não quero cortar seu entusiasmo, mas você deveria tirar o capacete antes de entrar. Apenas um conselho. _ Santana tentava prender o riso, mas falhava.

_ Muito engraçado! _ Disse Quinn entregando o capacete para a latina.

_ Você não faz idéia. _ Santana ria mais.

_ Ok, acho que agora estou devidamente apropriada para entrar.

_ Apenas me siga, ok. _ Santana pediu.

O letreiro da boate não era chamativo como Quinn esperava, ele era discreto e só algumas luzes verdes davam destaque ao nome Elus. Quinn pôde ver um fila bastante grande na lateral da boate, porém Santana não entrou nela. A latina cumprimentou o segurança com um meneio de cabeça e o mesmo tirou a fita que impedia as pessoas passarem. Elas passaram na frente daquelas pessoas e Quinn resolveu manifestar sua curiosidade:

_ Por que ele deixou a gente passar sem pagar, sem mostrar identificação?

_ Ele só faz isso com celebridades, socialites, esse tipo de gente.. Ele nos deixou passar porque me conhece e sabe em que eu trabalho. Ser paparazzi tem suas vantagens. _ Explicou Santana.

Quinn não respondeu porque não tinha resposta. Viu algo parecido em algum filme, mas não achou que na vida real isso aconteceria.

O ambiente era escuro e se iluminava apenas por flashes de luz. A visão de Quinn demorou um pouco pra se acostumar com os flashes e o barulho que fazia no local. Se sentiu um pouco deslocada por estar usando uma blusa e uma calça jeans simples acompanhada do casaco vermelho que pegara antes de sair. Para ela, todos pareciam ter vindo de um ensaio de moda ou uma produção hollywoodiana.

O som de música eletrônica ficava mais forte conforme elas chegavam mais ao centro do lugar. Quinn procurava por Rachel com os olhos, mas não tinha nenhum vestígio da morena. Pegou seu celular e mandou uma mensagem para o número que lhe ligara mais cedo. Não teve que esperar muito para obter uma resposta, no que dizia a mensagem Rachel estava na área VIP. Quinn mostrou para Santana a mensagem e ambas foram em direção ao local.

_ Pede para ele vir até aqui, a gente não tem pulseiras para entrar na área VIP. _ Santana orientou Quinn.

_ Ok. _ Quinn enviou a mensagem como Santana pediu.

Enquanto elas aguardavam a chegada do remetente das mensagens Quinn brincava com os dedos para tentar aliviar um pouco do nervosismo. Estava nervosa porque não conhecia quase nada sobre Rachel, a não ser o temperamento debochado da morena, não conhecia a vida que ela levava e nem com quem ela se cercava. Agradeceu mentalmente a presença de Santana ali, de alguma forma Santana lhe passava uma presença protetora, e sem a latina provavelmente ela ainda estaria na porta da boate tentando explicar porque deveria entrar na casa noturna sem ter idade suficiente.

_ Você é próxima dela? _ Quinn levantou o olhar quando escutou a pergunta da latina.

_ Não muito, conheci ela no primeiro dia da faculdade. _ Quinn respondeu de forma sucinta. Não queria comentar sobre Rachel, porque toda vez que Rachel era o assunto as coisas tendiam a acabar em desordem.

_ É que você parece se importar bastante com ela, por isso pensei que vocês se conheciam a mais tempo.

Quinn desviou o olhar e pigarreou pensando no que responder. A voz masculina, agora mais limpa do que ao celular, a salvou de responder o que para ela ainda não tinha resposta.

_ Boa noite. _ O dono da voz masculina se pronunciou.

Podia-se dizer que a voz masculina que Quinn ouvira no celular era de um garoto que aparentava ter no máximo dezenove anos. Mesmo com sua aparência juvenil vestia-se, diferentes dos outros, de uma maneira simples, porém elegante. Os olhos verdes sob as grossas sobrancelhas aparentavam cansaço, apesar disso ele sorriu para as meninas de uma forma educada.

_ Boa noite. _ As garotas responderam em uníssono.

_ Acho que foi com você que eu falei. _ Olhou para Quinn. _ A Rachel meio que ficou falando sobre você. Bem, você é a única que se encaixa na descrição "Nerd loira".

Santana segurou o riso que não passou despercebido por Quinn.

_ Foi comigo, sim. E eu prefiro ser chamada pelo meu nome, Quinn Fabray. _ Quinn disse de forma séria.

_ É claro, me desculpe. Meu nome é Blaine Anderson. _ Estendeu a mão para Quinn e para Santana em seguida.

_ Você pode levar a gente até a Rachel? _ Quinn perguntou.

_ Claro, me acompanhe. _ Blaine pediu indicando uma entrada.

Elas o seguiram e receberam as pulseiras que davam aval para o local.

_ Esse garoto é o prodígio da Broadway. _ Santana comentou para que só Quinn escutasse. _ Esse sobrancelhudo já ganhou dois tonys e pelo o que eu ouvi dizer ele será protagonista de uma série.

_ Eu não sabia. _ Quinn disse sincera.

_ Mas o que não bate é sua colega conhece-lo.

_ Eu não conheço a Rachel direito e não sei quem são seus amigos. Na verdade, eu a vi poucas vezes. _ Quinn confessou sem olhar para Santana.

_ E por que diabos ela te ligou? _ A latina tentava entender.

_ Eu não sei. Pelo que pareceu ela está bêbada e pediu para que o Blaine ligasse para alguém. Meu número estava nos recentes e aqui estamos. _ Quinn concluiu chegando a área VIP.

A área VIP era diferente do ambiente que elas estavam antes, era menor e menos aglomerado.

Quinn avistou Rachel sentada em uma espécie de puff em um lugar mais vazio da área. A morena estava com os olhos fechados e a aparência abatida. Quinn, sem se importar com as opiniões dos presentes, andou apressada em direção a garota.

_ Rachel, acorda. _ Quinn chamou pegando no pulso da morena. _ Rachel, por favor, acorda.

_ Ei, loirinha, essa aí já tem dono! _ Disse um homem forte de cabelos castanhos.

_ Como disse? _ Quinn se virou encarando o homem.

_ Eu disse que essa já tem dono. Se bem que.. _ O homem deu dois passos a frente invadindo o espaço pessoal de Quinn. _ Uma brincadeira com duas não seria nada mau.

Quinn cerrou a mandíbula e levantou a mão para aplicar um tapa no homem desrespeitoso a sua frente, contudo Santana segurou sua mão antes que ela acertasse seu alvo.

_ O que está acontecendo aqui? _ Perguntou Blaine ficando entre os dois.

_ Eu só estava cuidando do que é meu. _ Respondeu o homem.

Rachel abriu os olhos e sentiu seu mundo rodar. Levou as mãos a cabeça e gemeu leve com a batida alta da música. Fechou os olhos e os abriu tentando se situar e, sem conseguir distinguir se àquilo que estava presenciando era alucinação ou realidade, assistiu Quinn praticamente voar em cima do carinha que estava dando mole para ela durante a noite.

_ SEU? _ Quinn tentava se desvencilhar dos braços de Santana. _ Você é um canalha! Um aproveitador!

_ Calma, Quinn. _ Santana pediu distanciando Quinn do homem.

_ Como calma? Ela está desacordada e ele queria leva- la para cama e comigo de brinde! _ Quinn esbravejou.

_ Eu quero que você saia agora da minha boate e não volte nunca mais. Se ela fosse mesmo sua, como você disse, não teria a deixado sozinha e no estado que ela se encontra. Saia antes que eu faça o trabalho dos seguranças. _ Disse Blaine.

_ Ok, ok, Não precisa se incomodar, eu já estou indo. E loirinha, boa sorte com essa dai.. Ela não libera mesmo. _ Josh disse virando as costas.

_ Espera! _ Quinn chamou se desvencilhando de Santana.

Josh se virou para ver do que se tratava, mas tudo que pôde sentir foi uma joelhada entre suas pernas fazendo-o se agachar de dor.

_ Quem em sã consciência liberaria para você? Só não faço eu o trabalho dos seguranças, pois não tenho o costume de colocar a mão em merda! _ Quinn disse com todo desprezo possível.

Rachel tentava entender a cena que acabara de presenciar. O que Quinn fazia ali e no estado que estava? Aquilo estava realmente acontecendo, Quinn, a loirinha arrogante, estava a defendendo de Josh? Era verdade o que Quinn disse para aquela latina sobre Josh tentar fazer

àquilo com ela no estado em que estava? Eram tantas dúvidas e sua cabeça rodava.. Ela pensava que Quinn não a suportava, ainda mais depois da ligação de mais cedo, mas não era o que parecia quando a garota a defendeu de Josh.

Sua cabeça doía e tudo ao redor girava sem querer parar. Sentiu um enjôo e refreou a vontade de vomitar, mas não conseguiu deixa escapar um gemido de dor chamando a atenção dos três a sua frente.

_ Rachel! _ Quinn voltou-se para a morena. _ Você está bem?

_ Não. _ Rachel balançou a cabeça e se arrependeu logo depois. _ O que você está fazendo aqui?

Quinn pegou em seu pulso e ela pôde sentir a delicadeza e o zelo com que a loira a tocava, fechou os olhos e deixou que sua cabeça encostasse na parede lhe dando apoio. Mesmo com todas as desavenças entre elas a morena não se opôs ao toque e se rendeu a sensação boa que o toque da loira trazia.

_ Vai melhorar. Blaine me ligou dizendo que você não estava bem e.. eu vim para te ajudar. _ Quinn disse escolhendo bem as palavras.

_ Mas o Kurt.. Eu e você, a gente não se..

_ Não precisa falar agora, ok. Vai ficar tudo bem. _ Quinn a tranquilizou.

_ Eu já volto. _ Blaine falou saindo com dois seguranças acompanhado de Josh.

_ Eu não sabia que o sobrancelhudo era dono dessa boate. _ Santana Comentou sentando ao lado de Quinn. _ Ah, antes que eu esqueça, bela joelhada.

Quinn sentiu suas bochechas esquentarem e abaixou a cabeça sem graça.

_ Como ela está? _ Santana perguntou apontando para Rachel.

_ A pulsação dela está normal, mas com certeza a pressão dela está baixa. _ Quinn respondeu.

_ Eu pensei que você fazia o mesmo curso que eu, mas acho que você também cursa medicina. _ Rachel divagou permanecendo de olhos fechados.

_ Eu curso direito, todavia li algo sobre. _ Quinn disse parando os movimentos.

_ O "todavia" não poderia faltar não é mesmo, nerd loira?_ Rachel soltou uma risada fraca.

Santana riu do apelido de Quinn.

_ Acho que você já está melhor, a insolência voltou. _ Afirmou Quinn.

_ Não, Eu não sou insolente. Quer dizer, às vezes sou, mas agora não foi minha intenção. _ Disse Rachel sincera.

_ Ok, vou relevar porque você não está bem. _ Quinn disse.

_ Isso mesmo, releve. Minha cabeça dói e implicar com você requer muito esforço. _ Rachel confessou.

_ Pelo menos você admiti que implica comigo. _ Quinn constatou voltando a acariciar as mãos da morena.

_ Eu admito, é você que não admite que gostou de mim logo de cara. _ Rachel provocou e abriu os olhos para ver a reação de Quinn.

Quinn desviou o olhar do da morena e viu a latina sorrindo pra cena.

_ E-er, eu não gostei de você. _ Quinn gaguejou.

_ Gosta tanto de mim que até gagueja. _ Rachel disse rindo e gemeu pelo esforço que fez.

_ Até em más condições você não perde sua pretensão. _ Quinn disse rompendo contato entre ambas.

_ Eu estava brincando, ou não.. _ Rachel deu uma risada embriagada. _ Mas não vou fazer de novo, não esta noite. É.. Se não for pedir de mais, você poderia continuar com o carinho? Estava melhorando com ele.

Rachel não estava controlando suas vontades e algo dizia que se arrependeria depois. Mas, por hora, deixo- se levar pelo momento e pela honestidade que o álcool lhe trouxera.

_ Okay.. Vou pegar um garrafa d'água para o anão embriagado. e fingirei que ambas não querem se comer. _ Santana disse a última parte só para ela.

_ Muito engraçada, sua amiga. _ Rachel ironizou.

_Olha, eu vou ser sincera. Eu sei que a gente não gosta uma da outra, mas você não está bem e é por isso que vou deixar isso de lado e te levar para casa. Gosto de pensar que você faria o mesmo se a situação fosse inversa. _ Quinn disse séria.

_ Quem disse que eu não gosto de você? _ Rachel viu a cara de descrença de Quinn e voltou a argumentar. _ Ok, no início eu não gostava mesmo, quer dizer, têm momentos que você é detestável e.. Droga, eu estou muito bêbada! Mas têm momentos, que são raros, que você é legal. Sabe, quando você levanta a sobrancelha num estilo desafiador, ou quando gagueja e perde a pose de durona, ou quando parte pra cima de um cara de um 1,80 pra me defender, esses momentos eu gosto, na verdade eu gosto bastante. _ Soltou uma risada envergonhada. _ Você pode me achar insolente, debochada, pretensiosa e blábláblá .. Talvez eu seja essas coisas às vezes, mas você está errada quando pensa que eu não faria o mesmo se você estivesse bêbada em uma festa nerd por ai. _ Rachel confessou retribuindo o afago que estava recebendo de Quinn.

Quinn estava chocada com a sinceridade da morena que nem fez questão de esconder sua surpresa. A Rachel a sua frente nada parecia com a Rachel que ela estava acostumada a lidar. Sem a arrogância e a prepotência, apenas transparente e sincera. E a cena que acabara de presenciar poderia ser resumida em um famoso ditado: Quando o álcool entra a verdade sai.

Quinn abriu a boca, mas nada saia. Estava surpresa, estava em choque.

_ Sua cara está me assustando. _ Rachel confessou observando Quinn sem reação. _ Vai, me dar um sermão de meia hora ou se preferir cite um livro muito chato que você leu numa sexta a noite.. Pode ser na sua linguagem mesmo. Ok, não tem mais graça, fala alguma coisa! _ Rachel pedia suplicante.

Rachel agiu involuntariamente, como estava agindo a noite toda e abraçou Quinn com força. Na verdade, ela deixou seu corpo cair sobre o de Quinn e a parede que estava atrás da loira impediu que elas caíssem no chão. Rachel ficou ali pelo que pareceu segundos, entretanto não saberia dizer ao certo. Alisou as costas da loira na tentativa de fazer a mesma voltar a " funcionar" novamente e nada.

_ Eu prometo nunca mais implicar com você! _ Afrouxou o abraço deixando que seus olhares se encontrassem. _ Quinn, por favor, volta a ser a nerd sabe tudo que me irrita.

No desespero elevado pela embriaguez, Rachel encostou seus lábios carnudos nos lábios de Quinn. Fora apenas um encostar de lábios, porém a morena conseguiu despertar Quinn de seu transe fazendo com que a mesma arregalasse os olhos e desse um pulo para trás.

_ Okay.. Acho que vou buscar outra garrafa d'água. _Santana falou pausadamente e saiu em seguida.

_ Você me beijou! _ Quinn a olhava incrédula.

_ Não! Quer dizer, sim, mas eu não queria.. _ Rachel começava a enjoar. _ ... Eu tive que fazer esse sacrifício porque você não se mexia e estava me assustando.

_ Sacrifício?

_ Não foi isso que eu quis dizer. _ Retratava-se.

_ Foi o que pareceu. _ Irritava-se.

_ Não foi um sacrifício, ok? Eu quis beijar você. Não! Eu só beijei para você voltar ao normal. E eu não estou dizendo que seu beijo é ruim, na verdade eu gostei, teria que te beijar mais para tirar uma conclusão final. Merda, o que eu estou falando? Tudo o que eu estou querendo dizer é que não foi um sacrifício. _ Sentia seu estômago embrulhar mais e mais.

Quinn ficou impressionada com a velocidade que a morena disse tudo aquilo e mais ainda com o significado. Ela ia dizer algo, mas Rachel levantou cambaleante.

_ Rachel. _ Quinn a segurou.

_ Banheiro. _ Foi tudo o que a morena conseguiu dizer.

Sem precisar pedir duas vezes Quinn, em poucos segundos, já a tinha levado para o banheiro mais próximo. Antes de Quinn conseguir entrar na cabine junto com ela, Rachel fechou a porta e deu alívio ao seu enjoo.

Quinn tentou esperar, mas os gemidos da morena não a deixaram.

_ Rachel, abre a porta. _ Pediu delicada.

_ Não, vai embora. _ Rachel respondeu com a voz embriagada.

_ Por favor, abre a porta. _ Pediu, mas a garota não respondeu. _ Eu não quero arromba-la, então abra. _ Ameaçou, mesmo sabendo que não poderia cumprir com a ameaça.

Escutou o barulho da descarga e viu a porta se abrir revelando uma Rachel pálida.

_ Rachel. _ Passou um braço em volta da cintura morena.

_ Eu estou horrível. _ Disse escondendo a cara. _ Vai embora, por favor.

_ Não vou. Você não está horrível, fica até mais bonita quando é educada e fala por favor.

_ Você não perde uma. _ Rachel olhou para os olhos de Quinn e, mesmo naquele banheiro de boate, percebeu como a loira era bonita. Irritante, mas bonita.

_ O que foi? _ Quinn perguntou, vendo que Rachel a olhava.

_ Você é bonita.

_ Ok, você está bêbada.

_ Muito.

Quinn sentiu as bochechas corarem com a intensidade do olhar de Rachel, e Rachel percebeu o efeito que causara na loira e nem por isso desviou o olhar. Se alguém visse de fora diria que a cena era no mínimo estranha, mas Rachel não ligava muito para as opiniões alheias mesmo; ela só queria continuar ali olhando como as luzes claras do banheiro deixavam os olhos de Quinn mais claros e intensos.

Ela queria continuar, porém o enjoo não deu a mínima para o seu querer. Elas ficaram aproximadamente mais 20 minutos na cabine com Quinn segurando os cabelos de Rachel e sussurrando que iria passar enquanto a morena colocava tudo que bebeu para fora.

Já na frente da boate Quinn encontrou Santana encostada em sua moto.

_ Você deve estar se perguntando como uma visita ao um apartamento conseguiu chegar a isso. _ Quinn, meio sem jeito, falou.

_ Não vou mentir, estava sim. _ Quinn abaixou a cabeça. Gostou de Santana, queria que a garota dividisse o apartamento com ela. _ Nunca imaginaria que quando a Britt disse que você era legal era dessa forma. Porque, uma pessoa que tem Veneza como sabor de pizza favorito não pode ser menos que legal. _ Quinn a fitou. _ Você sabe, se você encontra uma pessoa que sai no meio da noite para buscar uma amiga não muito amiga, que dá joelhadas como uma lutadora de muay thai e ainda por cima beija anões embriagados, você tem tem no mínimo a obrigação de ser tornar amiga dessa pessoa e mais ainda de dividir um apartamento com ela.

_ Você está falando sério? Você não me acha louca e vai dividir o apartamento comigo? _ Quinn perguntou sorrindo.

_ Seríssimo. Eu ainda te acho louca por beijar aquele anão embriagado e..

Santana não conseguiu completar seu pensamento porque Quinn lhe envolveu em um abraço.

Rachel, que pediu para Quinn deixar ela a sós com Blaine para que ela pudesse agradecer tudo que o rapaz fizera por ela, chegou com Blaine ao seu lado presenciando a cena.

_ Meninas. _ Blaine as chamou.

Quinn saiu do abraço atendendo o chamado de Blaine.

_ Eu chamei meu motorista para leva-las até em casa.

_ É muito gentil da sua parte, mas não precisa. Eu vou pegar um taxi e..

_ Nada de taxi. _ Interrompeu Quinn. _ Vocês estão cansadas e eu faço questão que vocês cheguem confortáveis em casa.

_ Eu até aceitaria, mas eu estou de moto e de partida. _ Santana disse colocando o capacete. _ Boa noite Blaine, boa noite anão embriagado. _ Rachel cruzou os braços ignorado completamente a latina. _ Boa noite, Quinn, me liga. _ Santana piscou para a loira e Rachel não conseguiu ignorar o ato.

Depois de se despedir de Santana e Blaine, Quinn e Rachel entraram no carro que Blaine chamara para elas. Quinn notou que Rachel estava calada e resolveu pergunta o que era.

_ Você está bem?

_ Sim. _ Rachel respondeu olhando para a janela.

_ Tem certeza? _ Quinn insistiu tocando a mão de Rachel com a sua.

Rachel deu de ombros voltando seu olhar para Quinn.

_ Só me preparando psicologicamente para o olhar de desgostos dos meus pais.

_ Talvez eles estejam dormindo.

Rachel riu da ingenuidade de Quinn.

_ Eles estão dando uma festa nesse exato momento para mim. Já se passam da meia noite, então oficialmente é meu aniversário.

_ Eu não sabia.. Por que você não está lá?

_ Porque todo ano é a mesma coisa, eles dão uma grande festa e fingem que são os melhores pais do mundo quando não são. É uma festa de aparências, não se importam com a data.

Rachel virou novamente para a janela e limpou rápido a lágrima que escorreu sobre seu rosto, não queria mostrar fragilidade.

_ O senhor pode levar a gente para esse endereço? _ Quinn mostrou seu celular para o motorista. _ Quer dormir lá em casa hoje? _ Perguntou para a Rachel.

_ Quinn, não precisa fazer isso.

_ É verdade, não precisa. Mas eu quero.

_ Te odeio um pouquinho menos nesse momento. _ Rachel disse sorrindo.

_ A recíproca é verdadeira.


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Notas finais do capítulo

bastante coisa, né?
Boate, Quinn, Rachel bêbada e sem filtro, Santana, Blaine.. Nossa!
Digam o que acharam. beijos!